Domando os Gêmeos Alfas - Capítulo 58
- Home
- Domando os Gêmeos Alfas
- Capítulo 58 - 58 Julgamento 58 Julgamento JOSEPH FLETCHER
58: Julgamento 58: Julgamento ***JOSEPH FLETCHER***
Um garoto estrábico estava sozinho junto à janela do pequeno quarto. Seu cabelo era preto, comprido e cobria seus olhos. Os outros garotos estavam congestionados no canto, dormindo em seus sacos de dormir. A Senhora da casa-lar estava no andar de cima. Ele sabia que não devia bater no vidro com força.
Eu quero ser visto. Quero viver com uma família. Uma família que me ame, em um lar só meu.
Gotas de chuva do lado de fora na noite sombria. Ele queria estar do outro lado do vidro. Todos os dias, desde que se lembrava, todos os amigos que fazia eram escolhidos e adotados—criados em lares longe dali. Ele era um dos meninos mais velhos e o que tinha menos esperança de ser escolhido. Seus tristes olhos verdes desanimavam os pais esperançosos.
Aquela menina ruiva com um suéter verde.
Sua única amiga era Maurice. Ela era mais como um incômodo que ficava ao seu redor quando as crianças estavam todas juntas. A única dupla que formou. Dez anos de sua vida, ela fez com que ele abrisse um sorriso com seus lábios roxos apagados.
Adeus, Joe.
A última vez que a veria. Ela estava indo embora com o jovem casal. Ela viveria uma vida melhor nas partes da cidade. A casa-lar era tudo o que Joe conhecia. A cafeteria na frente era a única imaginação do mundo exterior. Ele não acreditava nas histórias lidas nos livros. Ele queria vivê-las para acreditar.
Não fique preso nessas histórias bobas. Elas não são reais.
Vai embora, seu monstro!
Suas esperanças de ser adotado eram manchadas todos os dias. Ele não sorria ou ria como as outras crianças. A senhora estava farta de sua melancolia. Ela frequentemente o deixava no andar de cima quando os pais chegavam. Os futuros pais. Os jovens adultos e os adultos mais velhos. Os adultos que estavam desesperados por terem filhos.
Ele espiou por um buraco no chão. Um homem entrou um dia. Mais cedo do que os outros pais. Ele estava sozinho, sem parceiro. Ele estava de terno cinza monocromático. Seu cabelo era bem cortado e a barba bem-feita. A senhora circulava ao redor dele para ver as crianças, todas alinhadas em suas roupas mais arrumadas. Joseph foi avistado no teto.
Ele se arrastou para longe do buraco quando o homem apontou para cima, para ele. Sua respiração acelerou com a surpresa repentina. Ele se esgueirou para dentro do armário da senhora quando a porta dela rangeu aberta. Botas pontiagudas batiam nos assoalhos de madeira.
Ela abriu seu armário, “Aqui está você, seu monstrinho!”
Ela o arrastou pelo ouvido e o empurrou para o chão. Ele machucou o joelho e lentamente se moveu para os pôsteres na parede. Ele sabia o que viria a seguir. Ela o trancaria em uma caixa depois de ter que suportar uma longa surra.
“Você acha que o Mestre Marion viria aqui por um vermezinho como você?” ela debochou, cravando o dedo em sua testa.
“De fato, eu vou,” disse uma voz ousada pela porta.
A senhora recuou. Ela colocou a mão atrás das costas e retrocedeu para seu armário.
“Eu—Eu pensei que o senhor tinha ido embora, Sir?” ela perguntou, nervosa, agarrando a gaveta de seu armário.
“Eu vou levar este garoto comigo agora mesmo,” Sr. Marion exigiu.
Joe teve suas esperanças restauradas. Pela primeira vez em sua vida ele não era visto como um monstro. Foi acolhido pelo cavalheiro. O homem lhe entregou um pano simples para cuidar do machucado no joelho.
A senhora bateu com as costas no armário, e um velho caiu em seu rosto. Ela o tirou do rosto. Joe e Sr. Marion foram embora. Ela correu para a porta e chutou um envelope deixado no chão. Ela voltou para pegá-lo.
Quando ela abriu o pacote, o som de motores começou a rugir do lado de fora da casa-lar. Ela desceu as escadas, enfiando a maço de dinheiro em seus bolsos fundos. Ela chegou ao andar de baixo e todos os garotos estavam com os olhos vidrados no vidro.
Lá fora estava Joe, ao lado do Sr. Marion, no Bentley azul do lado de fora na beira da estrada. Ela abriu a porta do lar para sair, o carro partiu deixando um bafo de fumaça de escape em seu rosto.
***OITO ANOS DEPOIS***
O jovem mestre Marion afastou as cortinas para o lado. Seu rosto estava brilhante e amarelo como o sol. Ele saiu para a varanda. Seu pai estava embaixo no pátio conversando com um beta. O mais velho mestre Marion olhou para cima e assobiou.
“Desça aqui garoto. Quero te mostrar uma coisa.”
“Sim pai, estou descendo.”
Xander correu escada abaixo. Seu coração estava alegre. Ele estava dentro de casa o dia todo. E tudo o que ele queria era ser útil para o seu pai. Este poderia ser o seu momento de interagir com os outros lobos. Ele abriu a porta da Mansão. Ele ficou atônito ao observar seu pai espancando o beta.
Ele bateu com a cabeça na fonte. O sangue do beta manchava a fenda. Xander ficou horrorizado com essa visão grotesca. Ele tinha visto seu pai lutar com os outros lobos, mas isso era brutal de assistir. O beta estava fraco no chão. O mais velho mestre Marion pôs um pé sobre o peito do beta e olhou para Xander.
“O que você está esperando?” James pisou no beta. “Vem aqui.”
“O que está acontecendo pai?” Xander caminhou até o lado do seu pai.
James pegou Xander pela mão e lhe entregou um canivete, “Você atingiu a maioridade,” James estreitou os olhos para o filho. “É hora de continuar como o homem que você deveria ser—um lobo.”
O beta respirava lentamente no chão, com dor. Xander estava assustado. Ele não era mais uma criança. Ele sabia o que seu pai queria que ele fizesse. Ele segurou o canivete e ajoelhou-se sobre o peito do beta. Ele olhou para a tristeza do jovem que sempre fazia recados para o seu pai. Um mentor próximo dele.
“Me desculpe, Henry,” Xander murmurou.
Ele cravou a faca no peito do beta. James recuou lentamente enquanto o beta dava seu último suspiro. Xander se levantou e ficou em pé sobre o corpo de Henry. Seus olhos estavam escurecidos. Ele tinha feito isso e lhe foi prometida uma bênção.
“Você finalmente abraçou seu destino jovem,” James colocou um braço acima do ombro de Xander.
“O que isso significa pai?” Xander inalou acentuadamente largando o canivete no chão.
“Um lobisomem nasceu hoje,” seu pai sussurrou em seu ouvido.
Se esse era o caminho para o seu destino, ele o detestava profundamente. Seu destino foi decidido sem uma causa. James quis que Xander continuasse o seu legado. Não por sangue, mas por lealdade. Xander não queria ser um lobisomem dessa maneira. Seu coração doía. Seus braços tremiam. Ele enfiou as mãos nos bolsos laterais. Seria uma vergonha se seu pai visse sua fraqueza e remorso.
***ALGUMAS NOITES ATRÁS***
Na noite da lua cheia. Seu pai o levou para a floresta. A mansão acabara de celebrar o 18º aniversário do jovem mestre ao meio-dia. O jovem Marion foi exposto à vida dos lobos desde a primeira noite em que seu pai o trouxe. A mansão era o maior edifício que ele já tinha visto.
Ele comeu o quanto não comia em uma semana na casa-lar. Ele foi aconchegado apertado com um beijo nas bochechas pela empregada—Maria. Ele dormiu como um recém-nascido. Seus olhos se abriram súbito e suas orelhas se arrepiaram com o uivo dos lobos.
Ele correu até a janela e assistiu a coisa mais incrível. Ele viu seu pai andar como um humano sobre as duas pernas, e se ajoelhar, transformando-se em um lobo de sete pés de comprimento. Seu pai pulou sobre a fonte e correu rápido para os campos. Naquele momento, ele ainda não havia adquirido o conhecimento da transformação dos Alfas à vontade.
De volta à noite de seu aniversário. A Matilha Alfa estava trancada no porão. Xander estava curioso sobre o que estava acontecendo. Ele nunca tinha sido esclarecido sobre a maldição da lua. A transformação. O longo sofrimento dos lobos uma vez por mês na lua cheia.
Seu pai apenas continuava andando. Ele desviou o olhar para frente. Mais e mais fundo nas árvores. James parou ao lado de uma árvore e segurou a mão contra a casca. Xander estava preocupado e avançou para verificar seu pai.
“Fique longe!” James grunhiu, abaixando-se ao chão.
“Pai… vou buscar ajuda,” Xander ofegou.
“Você não vai a lugar algum garoto,” James rosnou.
Ele notou o brilho nos olhos de seu pai. Seu instinto era correr de volta aos portões da Mansão. Seu coração batia rápido e desenfreado.
“Eu não entendo pai,” Xander respirava pesadamente. “O que está acontecendo?”
Seu pai apontou na direção oposta aos portões da mansão, “Corra para onde estou apontando,” ele gemeu. ‘Se você voltar para os portões, eu o derrubarei e o matarei aqui mesmo. Agora corra!’
O corpo de Xander fez uma reação rápida para a floresta densa. Estava escuro e impenetrável. As roupas em seus braços e pernas foram rasgadas pelos espinhos. Ele ouviu rosnados atrás dele. Um passo rápido nesta corrida ameaçada.
Ele sentiu patas em suas costas empurrando-o para o chão. Sua costas doíam. Como um peso pesado sobre ele, um lobisomem se postou sobre ele. Xander gritou quando sentiu os dentes morderem seu braço. Ele desmaiou devido à dor imensa.