Domando os Gêmeos Alfas - Capítulo 174
Capítulo 174: Fogo e enxofre
Alyssa estava sentada no sofá, sentindo-se emocionalmente esgotada de sua conversa com Hunter mais cedo naquele dia. Ela ainda estava refletindo sobre os detalhes da discussão quando ouviu uma batida forte em sua porta da frente. Ela gemeu interiormente, adivinhando que fosse Tiffany. Com efeito, quando abriu a porta, lá estava ela, toda fogo e enxofre. “Como você pôde me esconder isso?” ela gritou, passando por Alyssa para dentro de seu apartamento. Alyssa não pôde deixar de se sentir um pouco irritada com as dramaticidades da amiga, mas também entendia de onde ela vinha. “Desculpa, Tiff,” ela disse, fechando a porta atrás de si. “Eu simplesmente não sabia como te contar.” “Bem, você poderia ter começado me dizendo que tem um filho!” Tiffany exclamou, jogando as mãos para o alto em exasperação. Alyssa sentiu uma pontada no peito enquanto observava a amiga andando de um lado para o outro. Ela sabia que a machucara guardando esse segredo, mas esperava que Tiffany eventualmente entendesse. “Eu não quis te esconder. Eu só não queria trazer isso à tona se não fosse necessário,” ela disse, tentando manter a voz calma. Tiffany zombou, claramente não aplacada. “Você deveria ter me contado assim que nos reconectamos. Não acredito que você esconderia algo assim de mim.” Alyssa abriu a boca para responder, mas foi salva pela chegada de Tim. Ele entrou na sala, esfregando os olhos sonolentos. “Mãe, não consigo dormir,” ele disse, olhando para cima, para ela. Alyssa imediatamente entrou no modo mãe, esquecendo-se da discussão com Tiffany. “Ei, querido, você quer assistir a um filme comigo?” Tim assentiu, um pequeno sorriso se formando em seu rosto enquanto ele subia no sofá ao lado de Alyssa. Tiffany não pôde deixar de se derreter com a fofura dele, e Alyssa não pôde deixar de se sentir um pouco aliviada que a tensão entre elas havia dissipado – por enquanto. Enquanto eles se acomodavam para o filme, Tiffany finalmente fez a pergunta que estava ardendo em sua mente. “Então, quem é o pai?” ela perguntou, incapaz de resistir à sua curiosidade. Alyssa respirou fundo, sabendo que aquele seria o momento da verdade. “É do Hunter,” ela disse, observando enquanto os olhos de Tiffany se arregalavam surpresos. “Nossa, eu não esperava por essa,” Tiffany disse, claramente surpresa. “Ele sabe?” Alyssa assentiu, “Sim, eu contei a ele hoje mais cedo. Ele está com raiva, compreensivelmente.” Tiffany assentiu, um franzir de testa em seu rosto. “Honestamente, eu entendo o porquê ele está vindo. Você devia ter dito a ele mais cedo.” Alyssa suspirou, sabendo que sua amiga estava certa. “Eu sei, eu só não sabia como trazer isso à tona. Eu tinha medo de como ele reagiria.” Tiffany assentiu novamente, “Eu entendo, mas você deveria ter dado a ele a escolha. Não é justo esconder algo assim dele.” Alyssa sabia que estava errada, mas não pôde deixar de se sentir um pouco defensiva sobre sua decisão. Ela amava Hunter e não queria arriscar perder isso contando a verdade. Mas ela sabia que, eventualmente, a verdade teria que vir à tona. Conforme a noite avançava, Alyssa não pôde deixar de se sentir grata por ter Tiffany ali para conversar. Ela sabia que tinha errado, mas ter o apoio da amiga tornava um pouco mais fácil engolir. E com Tim ao seu lado, ela sentia que podia lidar com qualquer coisa. … Alyssa sentou-se em sua mesa, contemplando seu próximo passo. Ela sabia que não podia evitar ver Hunter para sempre, especialmente agora que tinha contado a ele sobre Tim. Mas ela precisava de algum tempo para reunir seus pensamentos e descobrir como navegar nessa nova dinâmica. Com um suspiro pesado, ela pegou um pedaço de pergaminho e escreveu uma mensagem para o Príncipe, solicitando licença de seus deveres. Ela enviou um mensageiro confiável para entregar a nota e esperava que ele entendesse sua necessidade de uma breve ausência. Para sua surpresa, o mensageiro retornou logo com uma resposta do Príncipe. Ele concedeu a licença sem hesitação, expressando seu entendimento e apoio. Alyssa soltou um suspiro que não percebeu estar segurando – pelo menos ela não teria que se preocupar com seu emprego enquanto lidava com suas questões pessoais. Conforme os dias passavam, Alyssa focava em passar tempo com Tim. Ela sabia que não podia manter a identidade de Hunter em segredo dele por mais tempo, mas queria encontrar o momento e a abordagem certos para contar. Ela não queria sobrecarregar seu filho ou confundi-lo com as dinâmicas complicadas entre ela e Hunter. Uma noite, enquanto estavam juntos no jardim, Alyssa reuniu coragem para abordar o assunto. “Tim, há algo importante que preciso te dizer,” ela disse, sua voz preenchida com uma mistura de apreensão e amor. Tim a olhou, seus olhos curiosos. “O que é, Mãe?” ele perguntou, um pequeno sorriso nos lábios. Alyssa respirou fundo e começou, “Você sabe como eu te contei histórias sobre seu pai, como ele é um homem valente e bondoso?” Tim assentiu ansiosamente, seu interesse aguçado. “Sim, Mãe, eu amo essas histórias. Meu pai é um herói?” Alyssa sorriu, seu coração transbordando de amor pelo filho. “Sim, ele é, Tim. E a verdade é, seu pai é alguém que eu conhecia muito bem. O nome dele é Hunter.” Os olhos de Tim se arregalaram surpresos. “Hunter? Como o Hunter das histórias?” Alyssa assentiu, uma mistura de emoções correndo por ela. Ela não sabia como Tim reagiria a essa notícia, mas esperava que o laço deles continuasse forte. “Sim, Tim, o mesmo Hunter. Ele é seu pai.” Por um momento, Tim simplesmente a encarou, processando a informação. Então, um grande sorriso se abriu em seu rosto. “Isso é tão legal, Mãe! Eu tenho um pai!” Alyssa sentiu lágrimas brotando em seus olhos com a reação alegre do filho. Ela o abraçou fortemente, sussurrando, “Sim, meu amor, você tem.” Foi um momento agridoce para Alyssa, aliviada que Tim aceitou a notícia tão positivamente, ainda carregada pelo peso de seu segredo por tanto tempo. Justo quando estavam se adaptando à sua nova realidade, a campainha tocou, interrompendo seu momento de paz. Alyssa olhou para Tim, confusa, antes de se levantar para atender. Ela se surpreendeu ao ver Tiffany parada em seu patamar. “Tiff!” Alyssa exclamou, puxando a amiga para um abraço apertado. “O que te traz aqui?” Tiffany retribuiu o abraço calorosamente, depois recuou para olhar para Alyssa. “Eu precisava te ver, Mal. Já faz muito tempo.” Sua voz tinha um toque de tristeza. Alyssa assentiu, entendendo o peso das palavras de Tiffany. “Entre, Tiff. Vamos colocar o papo em dia.” Enquanto elas se acomodavam na sala de Alyssa, as duas amigas começaram a falar, despejando os corações uma para a outra. Alyssa ouvia atentamente enquanto Tiffany compartilhava a notícia de que seu reino tinha sido anexado dois anos atrás. Alyssa engasgou de choque, sentindo uma onda de simpatia pela amiga. “Não posso acreditar nisso, Tiff. Eu sinto muito,” Alyssa disse, sua voz cheia de preocupação genuína. Tiffany suspirou, seus olhos cheios de melancolia. “Foram anos difíceis, Mal. Lutamos muito, mas não conseguimos vencer suas forças. E para piorar, Veneza se juntou a eles. Nosso reino foi absorvido pelo deles.” Alyssa mal conseguia processar a magnitude do que Tiffany estava dizendo. Parecia surreal pensar que seus reinos, outrora separados e vibrantes, agora estavam combinados sob o domínio do inimigo. “E agora,” Tiffany continuou, sua voz tremendo, “eu não tenho escolha a não ser prestar minha lealdade para as mesmas pessoas que destruíram meu reino. É um pesadelo vivido.” Alyssa estendeu a mão e pegou a de Tiffany, oferecendo palavras de conforto. “Eu estou aqui por você, Tiff. Vamos encontrar uma maneira de superar isso juntas. Eu prometo.” Tiffany apertou sua mão agradecida, um lampejo de esperança retornando aos seus olhos. “Obrigada, Mal. Eu não sei o que faria sem você.” Conforme a noite avançava, as duas amigas se aprofundavam na conversa, encontrando consolo na companhia uma da outra. O peso de seus respectivos fardos parecia um pouco mais leve na presença de alguém que entendia e se importava. Eventualmente, era hora de Tiffany ir embora. Elas se abraçaram apertado, ambas reconhecendo silenciosamente o laço que tinham construído ao longo dos anos.