Domando os Gêmeos Alfas - Capítulo 171
Capítulo 171: Sua presença
O sol brilhava intensamente sobre a movimentada cidade de Alexandria, enquanto Hunter e sua comitiva atravessavam as poeirentas ruas. As pessoas pausavam suas atividades para vislumbrar a procissão real, seus rostos preenchidos com respeito e admiração. Hunter, no entanto, tinha questões mais urgentes em mente. Ele havia estado à procura de Alyssa desde que ela o traiu, e a visão dela era suficiente para acender uma raiva fervente dentro dele.
Conforme se aproximavam do palácio, os olhos de Hunter vasculhavam a multidão, procurando qualquer sinal dela. Seu coração batia forte no peito, a antecipação de finalmente confrontá-la ameaçando consumi-lo. E então, lá estava ela. Alyssa emergiu da multidão, sua presença comandando atenção.
Ryan, que estava cavalgando ao lado de Hunter, notou sua mudança súbita de comportamento. Ele se inclinou e sussurrou, “Meu Senhor, acredito que a encontramos. Devo chamar por sua prisão?”
Hunter apertou a mandíbula, a traição ainda fresca em sua memória. Não, ele tinha outros planos para ela. “Não, Ryan. Deixe-a vir até mim. Quero ver o medo em seus olhos quando ela perceber seu destino.”
À medida que a procissão se aproximava dos terrenos do palácio, Alyssa avançou, seu olhar fixo em Hunter. Seu rosto exibia uma mistura de surpresa e nervosismo, mas sua resolução permanecia firme. Ela sabia que este confronto era inevitável, e não recuaria.
Hunter desmontou seu cavalo, sua comitiva fazendo o mesmo. A tensão no ar era palpável enquanto ele caminhava em direção a ela, seus olhos ardendo de raiva. Alyssa manteve sua posição, sua cabeça erguida, recusando-se a se acovardar na presença dele.
Sem uma palavra, Hunter estendeu a mão, exigindo uma explicação. Alyssa, com a voz firme mas entremeada de arrependimento, falou, “Hunter, sei que você está com raiva de mim, e com razão. Mas por favor, entenda, fiz o que achei que era melhor para nosso povo.”
O aperto de Hunter em seu braço se intensificou, sua voz sibilante de ressentimento. “Melhor para nosso povo? Como ousa me trair? Você conhecia as consequências de suas ações, e ainda assim escolheu me desafiar.”
Alyssa estremeceu, a dor evidente em seus olhos. “Eu te amava, Hunter. Ainda amo. Mas não podemos ignorar o sofrimento do nosso povo. Eles precisavam de alguém que os defendesse, e eu não poderia virar as costas para eles.”
Hunter se afastou dela, sua voz embargada de amargura. “Você deveria ter vindo até mim, Alyssa. Supostamente éramos parceiros, unidos em nossa missão de proteger e liderar nosso reino. Em vez disso, você escolheu agir pelas minhas costas.”
Ela estendeu a mão para ele, sua voz cheia de desespero. “Eu fiz o que achei que era certo, Hunter. Pensei que você entenderia.”
Hunter se virou, incapaz de suportar a decepção em seus olhos. “Entender não desculpa traição, Alyssa. Você fez uma escolha, e agora deve enfrentar as consequências.”
Conforme as palavras pairavam no ar, a comitiva de Hunter começou a se fechar ao redor deles, pronta para executar suas ordens. Mas antes que pudessem intervir, uma voz chamou da multidão, interrompendo o impasse tenso.
“Alyssa! Hunter! Por favor, não recorramos à violência. Devemos encontrar um caminho para a reconciliação.”
O pai de Alyssa, que estava assistindo a cena se desdobrar, finalmente reuniu coragem para falar. Sua lealdade de longa data a Hunter o havia levado a permanecer ao seu lado, apesar da dor de testemunhar a traição de sua filha.
Hunter virou seu olhar para ele, uma mistura de surpresa e decepção em seus olhos. “E o que você sugere, Escrivão? Como podemos nos reconciliar quando a confiança foi quebrada?”
O pai de Alyssa deu um passo à frente, sua voz firme mas cheia de compaixão. “Reconstruímos a confiança, meu Senhor. Juntos, podemos curar as feridas e trabalhar por um reino mais forte. Alyssa fez uma escolha, e está disposta a enfrentar as consequências. Mas ela ainda é sua filha, e o perdão é o caminho para a redenção.”
A expressão fria de Hunter se suavizou por um momento enquanto ele considerava suas palavras. Alyssa observava-o ardorosamente, esperançosa por uma chance de perdão. O ar estava pesado com antecipação, enquanto todos prendiam a respiração, aguardando a resposta de Hunter.
Finalmente, após o que pareceu uma eternidade, Hunter assentiu, sua voz carregando um toque de relutância. “Muito bem. Mas saiba disso, Alyssa. Reconstruir a confiança não será uma tarefa fácil. Temos muito trabalho a fazer, e não haverá espaço para mais traições.”
Conforme os homens de Hunter paravam, ele rapidamente girou a cabeça para escanear a área atrás dele. Seus olhos se estreitaram ao perceber que ela havia desaparecido de sua vista mais uma vez. Ryan, seu irmão e braço direito, ergueu uma sobrancelha e se aproximou dele.
“Qual é o problema, Hunter?” perguntou Ryan, sua voz carregada de preocupação.
Hunter respirou fundo, sua mente acelerada. “Eu a vi, Ryan. Tenho certeza que era ela.”
Ryan franziu a testa, a incredulidade marcada em seu rosto. “Não pode ser ela, Hunter. Você sabe que ela não voltaria aqui.”
A mandíbula de Hunter se apertou, seus olhos brilhando com determinação. “Eu sei o que vi, Ryan. Ela está escondida em algum lugar por aqui.”
Percebendo a gravidade da situação, Hunter discretamente chamou dois de seus guardas para seu lado. Com gestos sutis, ordenou que ficassem de olho e relatassem a ele no momento em que a vissem. Ele precisava vê-la, falar com ela e confrontá-la sobre a dor que ela causou a ele todos esses anos atrás.
Enquanto isso, Alyssa permanecia paralisada, seu coração batendo forte no peito enquanto avistava Hunter. Tinha sido tanto tempo desde que ela o tinha visto pela última vez, mas a memória de sua dolorosa separação ainda estava gravada em sua mente. Ela sabia que havia o machucado profundamente, e o pensamento de enfrentar sua ira a aterrorizava.
Escondendo-se entre a multidão, Alyssa observava Hunter intensamente, seu olhar nunca deixando sua figura. Ela não conseguia deixar de sentir uma saudade, um desejo de estar perto dele mais uma vez. No entanto, o medo da rejeição a mantinha cativa.
Alyssa se agitou nervosamente, seus instintos gritando para ela que estava sendo observada. Ela não conseguia se livrar da sensação de que estava sendo vigiada das sombras. Sua mente girava com possibilidades, mas antes que pudesse organizar seus pensamentos, uma presença calorosa a envolveu.
Virando-se, Alyssa se encontrou cara a cara com uma pessoa tão perfeita que parecia irreal. Olhos escuros e hipnotizantes encontraram os dela, e um sorriso genuíno adornou seus lábios.
“Bem-vinda de volta,” disse a pessoa, sua voz gentil e calmante, como se a conhecesse há anos.
Alyssa sentiu seu coração pular uma batida, seu olhar fixo no do estranho. Havia algo estranhamente familiar nessa pessoa, uma aura que puxava suas memórias. Mas ela não conseguia identificar exatamente o quê.
“Obrigada,” Alyssa conseguiu responder, sua voz mal mais que um sussurro. Perguntas giravam em sua mente, mas ela não ousava expressá-las. Ela tinha a sensação de que as respostas trariam mais complexidades em uma teia já emaranhada.
O estranho riu, sua risada leve envolvendo-a como uma brisa fresca. “Não há necessidade de agradecer. Já faz tempo demais desde que este lugar conheceu sua presença.”
Os olhos de Alyssa se arregalaram de surpresa, seus pensamentos correndo para compreender as palavras do estranho. Poderia ser? Ela teria encontrado alguém que conhecia seu segredo? Ou seria apenas uma coincidência, uma alma bondosa que acolhia qualquer viajante cansado?
Antes que Alyssa pudesse decifrar a situação mais a fundo, o estranho estendeu a mão em direção a ela. “Venha, deixe-me mostrar-lhe ao redor. Este lugar mudou desde que você se foi.”
Uma mistura de curiosidade e cautela percorria as veias de Alyssa, mas a atração pela oferta do estranho era inegável.