Domando os Gêmeos Alfas - Capítulo 170
Capítulo 170: Escuridão
Rei Edward sentava-se impaciente em seu trono ornamentado, lançando um olhar severo para a entrada da sua sala do conselho. A hora tardia aumentou seu descontentamento e ele não fez esforços para esconder seu aborrecimento quando Hunter, seu conselheiro de confiança, finalmente chegou. Hunter, contudo, permaneceu inabalável pelo desprazer do rei. Ele sabia que seu dever era mais importante do que o humor do rei, e ele se focou no propósito da reunião. Ignorando os olhares venenosos que lhe eram lançados, falou com determinação tranquila. “Vossa Majestade, eu reuni algumas informações vitais sobre a Alyssa,” Hunter começou, fixando seu olhar no rei. “Parece que ela não está com a família dela no momento.” As sobrancelhas do rei se franziram em preocupação. “Não está com a família? Onde poderia ter ido?” “É exatamente isso que pretendo descobrir,” Hunter respondeu, sua voz tingida de determinação. “Tenho a sensação de que ela pode estar em grave perigo, Vossa Majestade.” O aborrecimento do rei vacilou, substituído pela preocupação por sua amada filha. “Conte-me tudo o que você sabe, Hunter.” Hunter procedeu a relatar todas as informações que havia reunido sobre as atividades recentes da Alyssa. Ele fez uma breve pausa para que a gravidade da situação se assentasse antes de continuar, “Ela está atualmente no Reino da Etiópia, um lugar que estamos planejando anexar.” Os olhos do Rei Edward se arregalaram com surpresa. “Etiópia? Esse é o reino dela?” Hunter acenou com a cabeça, sombriamente. “Sim, Vossa Majestade. E parece que nossos planos de roubar o valioso artefato de seu reino vieram à tona. Eles certamente retaliarão.” A mente do rei acelerou, processando as implicações desse novo conhecimento. Sua filha, profundamente magoada e fora do seu alcance, o Reino da Etiópia à beira da guerra, e um artefato que tinha o potencial de despedaçar seu domínio. Ele precisava de um plano, de uma estratégia para assegurar que seu reino permanecesse intacto. “Quero que você faça tudo ao seu alcance para encontrar a Alyssa, Hunter,” o rei declarou firmemente. “Não podemos nos dar ao luxo de perdê-la, especialmente agora.” Hunter inclinou a cabeça em concordância. “Não deixarei pedra sobre pedra, Vossa Majestade. Eu juro, eu a trarei de volta segura.” Satisfeito com a dedicação do seu conselheiro, o rei fez um sinal para que seus guardas deixassem o aposento. Mas antes que eles pudessem sair, uma confusão repentina irrompeu. O rei segurou seu peito, seu rosto se contorcendo de dor. Ele se inclinou para frente sobre sua escrivaninha enquanto a sala caía em caos. Membros do conselho correram ao seu lado, o pânico enchendo o ar. “Chamem o curandeiro! Rápido!” Hunter bradou, sua voz cortando o caos. Enquanto os guardas saíam correndo do aposento, Hunter observou com uma profunda preocupação, sua mente tanto acelerada quanto calculista. Ele não pôde deixar de se perguntar se o ataque súbito tinha algo a ver com o desaparecimento de Alyssa. Minutos passaram como horas enquanto os membros do conselho aguardavam ansiosamente a chegada do curandeiro. O tempo parecia ter parado, a sala pesada com antecipação e medo. Finalmente, as portas da sala do conselho se abriram e o curandeiro entrou às pressas, seu rosto pálido com preocupação. Ignorando o caos ao seu redor, ela focou sua atenção no rei inconsciente. Hunter lutou contra o nó em sua garganta enquanto assistia, impotente diante da tragédia que se desenrolava. O destino do reino pendia na balança, dependendo da vida de seu amado governante. Anos depois, Hunter estava de pé, alto e orgulhoso como o Alfa Rei de Veneza. Ele era reverenciado por seu povo, sua corte cheia daqueles que o saudavam como seu líder. O grande salão estava repleto de excitação, o ar pesado com antecipação. O Alfa Rei havia convocado seus súditos para uma audiência pública, um momento quando eles podiam apresentar suas queixas e buscar justiça. Hunter havia conquistado sua posição através de pura determinação e um senso de julgamento apurado. Ele podia ser implacável quando a situação exigia, mas também era justo e íntegro. Seus súditos sabiam que seu Rei sempre escutaria seus argumentos, ponderaria as provas apresentadas e entregaria um veredicto baseado na verdade. Enquanto Hunter presidia o tribunal, seus olhos atentos percorriam os rostos à sua frente. Cortesãos, nobres e plebeus todos olhavam para ele com respeito. Eles buscavam sua orientação, sua proteção e sua sabedoria. Hunter apreciava a responsabilidade, o peso de suas decisões carregado em seus ombros. Os argumentos enchiam a sala, vozes se sobrepondo em um caos de pedidos e súplicas. A mente afiada de Hunter absorvia cada detalhe, ouvindo atentamente às perspectivas dos envolvidos. Ele fazia perguntas incisivas, buscando a verdade por baixo da superfície. Ele guardava suas próprias opiniões, jamais revelando seu jogo até ter plenamente deliberado sobre o assunto em questão. Horas passaram enquanto Hunter ouvia caso após caso, entregando justiça com uma mão firme, mas justa. Finalmente, o tribunal esvaziou, as pessoas retornando às suas vidas, gratas pela intervenção do Alfa Rei. Hunter sentiu uma onda de orgulho e realização, mas quando a última pessoa deixou a sala, ele sentiu um distinto senso de inquietude. A porta de suas câmaras particulares se abriu, interrompendo seus pensamentos. A irritação de Hunter era evidente em seu rosto enquanto ele se virava para encarar o intruso. Seu coração despencou quando ele a reconheceu, um rosto familiar que havia assombrado seus sonhos e aspirações por anos. “Por que você está aqui?” ele sibilou, seu tom entrelaçado com raiva e arrependimento. Alyssa estava diante dele, seu olhar cheio de anseio e desespero. “Eu preciso da sua ajuda,” ela implorou, sua voz mal acima de um sussurro. Hunter debochou e se virou, suas memórias voltando àquele doloroso encontro com o pai da Alyssa. O homem havia sido insensível, não disposto a desistir de seu reino em declínio pelo bem maior. E no meio de sua discussão acalorada, Hunter havia ousado perguntar sobre Alyssa, apenas para ser encontrado com indiferença. A lembrança permaneceu em sua mente, um lembrete doloroso do passado. Hunter afastou suas emoções, enterrando-as profundamente em seu coração. Mas vendo Alyssa agora, em pé diante dele, reabriu as feridas que ele pensou estarem curadas. “Você deveria ter sabido melhor do que vir aqui,” Hunter disparou, sua voz cheia de amargura. Os olhos de Alyssa encheram-se de lágrimas, sua voz trêmula. “Eu não tinha para onde mais ir,” ela confessou. “Por favor, apenas me escute.” O coração de Hunter amoleceu ligeiramente, mas sua resolução permaneceu firme. Ele não podia permitir que a presença de Alyssa o enfraquecesse, não podia deixar o passado ditar suas ações. Ele tinha um reino para governar, um povo para proteger. “Você fez a sua escolha há muito tempo,” ele disse friamente, sua voz desprovida de qualquer ternura. “Agora vá embora e nunca mais volte.” Alyssa recuou sob suas palavras duras, seu rosto marcado pela dor. Ela assentiu silenciosamente, lágrimas escorrendo por suas bochechas. Sem dizer mais nada, ela virou e deixou suas câmaras, a porta fechando atrás dela com uma finalidade retumbante. Hunter exalou profundamente, tentando recuperar sua compostura. Ele tinha que se focar no presente, nas responsabilidades que vinham com o ser o Alfa Rei. Alyssa e o passado não eram nada mais do que uma lembrança distante, desaparecendo a cada dia que passava. Tomando um momento para se recompor, Hunter andou até a janela, olhando para o seu reino. O sol estava se pondo, lançando um brilho dourado e caloroso sobre Veneza. O peso de sua posição se acomodou em seus ombros mais uma vez, um fardo que ele carregava com vontade. Fechando os olhos, Hunter sussurrou uma prece silenciosa pela força para continuar liderando seu povo com justiça e integridade. E enquanto a escuridão caía lá fora, ele prometeu a si mesmo que nunca deixaria os fantasmas do seu passado consumi-lo.