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399: Capítulo 399: Nosso Filho 399: Capítulo 399: Nosso Filho *Lauren*
Meus olhos se abriram de repente, a brancura do quarto de hospital me cegando. Pânico arranhou meu peito, uma coisa selvagem e agitada. Tentei me sentar no meu pânico, mas a dor quase me tirou o ar dos pulmões. “Meu bebê”, rouquejei, voz rouca por falta de uso, “Onde está meu bebê?”
“Shhh, Lauren, está tudo bem.” Lucas de repente estava lá, sua presença um alívio para meus nervos desgastados. Seus cabelos escuros estavam desarrumados, parecendo que ele tinha passado as mãos por eles. Provavelmente tinha feito isso, de preocupação. Tentei me focar nele ao invés do medo que me roía por dentro, mas era quase impossível.
“Lucas, me diga…” Eu nem conseguia terminar a frase, o terror de não saber me apertando a garganta. “O bebê. Foi muito cedo. Por favor. Por favor, me diga que ele está bem. Preciso que ele esteja bem, Lucas.”
“Ei, ei, olhe para mim”, Lucas disse, seu toque de alguma forma quente na luz fria do amanhecer. Ele segurou minha mão na dele, grande e tranquilizadora. “O bebê está bem, Lauren. Nosso filho é forte.” Seu polegar fez pequenos círculos nas costas da minha mão.
“Ele está…?” Eu não suportava dizer em voz alta. A possibilidade do nosso filho não estar bem era um pensamento que não podia entreter.
“Sim, ele está na UTI Neonatal.” A voz de Lucas estava firme enquanto ele começou a me contar o que tinha acontecido. “Mas os médicos e enfermeiros, todos disseram que ele vai ficar bem. Ele está lutando, Lauren. Igual a você.”
Eu queria acreditar nele, de verdade. Mas era como se meu coração não fosse começar a bater direito até eu ver nosso filho com meus próprios olhos.
“Mas ele está sozinho,” eu sussurrei, a ideia do nosso filho recém-nascido cercado por máquinas ao invés de em meus braços torcendo algo profundo dentro de mim.
“Nunca sozinho,” Lucas me assegurou, seu olhar preso no meu, feroz e protetor. “Eu estive lá, e as enfermeiras são incríveis. Ele sabe que estamos aqui, Lauren. E em breve, você o segurará, e ele saberá o quanto a mãe dele o ama.”
O nó no meu peito se soltou um pouco. Se Lucas acreditava que nosso filho ficaria bem, então talvez eu pudesse ousar esperar também.
Lágrimas se libertaram, os soluços vinham mais rápidos do que eu podia controlar. Os braços de Lucas me envolveram, seu corpo um escudo contra a onda de emoções. Sua presença era um conforto que eu não sabia que precisava tão desesperadamente até aquele momento.
Ele se ajeitou na cama, se envolvendo ao meu redor o mais delicadamente possível. Tudo doía e apesar do repouso induzido, eu estava exausta—fisicamente e emocionalmente.
“Shh, está tudo bem”, ele murmurou, sua voz um som grave contra meu ouvido. “Os médicos e enfermeiras—estão todos fazendo tudo que podem por ele. Disseram que ele é um lutador. Temos que acreditar que tudo vai dar certo. Ele nasceu cedo, mas não cedo demais. Ele passou do marco da viabilidade. As chances de sobrevivência dele são realmente altas, Lauren. Ele ficará bem. Nós ficaremos bem.”
Mas o consolo parecia palavras de outro mundo, um onde a distância entre meu coração e meu bebê não era medida em paredes e fios mas nas simples polegadas de peito para berço.
“Eu preciso ver ele,” consegui dizer entre respirações. A dor que eu sentia ao não vê-lo era debilitante. “Por favor. Por favor, Lucas, eu preciso ver ele.”
Lucas assentiu, compreensão mostrando em seus olhos. Ele afastou os cabelos embaraçados do meu rosto, gentil e carinhoso. Eu nem queria pensar em como eu deveria estar parecendo. Mas, Lucas não parecia incomodado com a bagunça que eu estava no momento.
“Você não pode andar ainda, mas eu posso te levar até lá. Podemos ir agora se você quiser.”
“Por favor”, eu sussurrei, a palavra mal audível até para os meus próprios ouvidos.
Lucas chamou a enfermeira. Com eficiência gentil, ela e Lucas me ajudaram a sair da cama para uma cadeira de rodas, suas mãos firmes e seguras. Ele me conduziu sem esforço pelos corredores do hospital até nosso filho.
Nada sobre essa gravidez tinha ocorrido como planejado. Parecia uma batalha atrás da outra. Ele pode não ter sido planejado, mas era desejado. Ele era tão desejado e amado e eu precisava que ele ficasse bem.
Nós tínhamos nossas vidas inteiras pela frente. E eu faria questão que ele soubesse o quanto era amado. Ele nunca precisava saber que ele tinha sido um segredo que eu não queria compartilhar. Ele estava aqui agora e desejado mais do que poderia imaginar.
Meu filho não viveria a vida que eu tive. Ele não seria manipulado e diminuído. Ele não seria um peão. Ele teria riqueza, mas não seria tudo. O amor seria. A família seria.
Enquanto Lucas empurrava a cadeira de rodas pelos corredores estéreis do hospital, eu observava os rostos conforme passávamos por eles. Os olhares de pena e preocupação lançados em minha direção estavam me incomodando. Encostei minha cabeça para trás e observei Lucas, seu cabelo escuro pendia ao redor do seu rosto e de alguma forma ainda parecia perfeito no caos das nossas vidas. A força em sua alta estatura me deu algo em que me segurar, um ponto de apoio para me ajudar a permanecer calma.
Ele colocou a mão no meu ombro enquanto pausávamos no elevador vendo os números subirem. Ele apertou e eu coloquei minha mão sobre a dele, me inclinando para seu toque. Ele era tudo que eu precisava. Esse homem era mais do que eu jamais poderia ter sonhado, o parceiro perfeito para mim. Ele era um homem incrível e eu sabia que ele seria um pai maravilhoso também.
Chegamos na UTI Neonatal, e uma enfermeira nos entregou roupas e máscaras, seu sorriso gentil sob o distanciamento profissional que tinha de ter. Ela nos deu instruções sobre o que esperar e o que podíamos e não podíamos fazer. Nós ouvimos em silêncio, assentindo nos momentos certos. Tantas restrições. Tantas luzes e máquinas. Comecei a chorar de novo com a ideia do meu bebê em todo esse caos.
Lucas me ajudou a colocar o equipamento, seus dedos gentis enquanto ajustavam a máscara sobre meu rosto. Havia uma ternura em seu toque, uma promessa de que, não importasse o que estivesse além daquelas portas, enfrentaríamos juntos.
“Pronta?” ele perguntou, seus olhos procurando nos meus algum sinal de hesitação.
“Pronta,” eu confirmei, a palavra mais firme do que eu me sentia. Mas à medida que entramos na UTI Neonatal, cercados pelo zumbido suave das máquinas e pelos choros abafados e suaves de recém-nascidos lutando suas próprias batalhas, senti os primeiros sinais de algo parecido com força. Era tênue, mas estava lá—uma resolução de mãe de ficar ao lado de seu filho, não importa o quê.
A UTI Neonatal era um mundo cercado por vidro, bipes e sussurros. Nós passamos por ele, a mão de Lucas no meu ombro, me guiando para a incubadora que acalentava nosso filho. Ele era tão pequeno, um ser delicado coberto por uma variedade de tubos e fios—um guerreiro em miniatura em uma batalha que ele nunca pediu.
“Ei ali,” eu murmurei, minha voz falhando. As lágrimas que eu pensei que tinham acabado encontraram uma nova vida, enchendo de novo. Pisquei com força, recusando-me a deixá-las cair.
A mão de Lucas se deslocou do meu ombro para a parte de trás do meu pescoço, apertando gentilmente. “Ele está lutando, Lauren. Assim como sua mãe.”
Eu assenti, engolindo o nó que se formara na minha garganta. Lucas estava certo; eu tinha que ser forte.
Por ele e pelo nosso filho.
“Posso?” Minha voz desapareceu enquanto eu estendia a mão trêmula em direção à pequena abertura na incubadora, o portal que conectava esse ventre artificial com o mundo exterior.
“Pode,” Lucas incentivou baixinho.
Meus dedos passaram pela abertura e, por um momento suspensos no ar quente e estéril da incubadora. Então, algo milagroso aconteceu. De seu ninho de cobertores e sensores, sua mãozinha surgiu e se prendeu ao meu dedo com força surpreendente. Era como se ele estivesse dizendo, ‘Estou aqui, mãe. Não vou soltar.’
“Lucas, ele está…” Eu não pude terminar. As palavras me escaparam, mas o sentimento não. Ele percorreu por mim—uma forte corrente de esperança.
“Ele tem o seu espírito,” Lucas disse, sua voz cheia de admiração.
Olhando para nosso filho, sentindo o aperto de seus dedinhos pequenos, eu sabia que Lucas estava certo. Nosso filho ficaria bem. Ele tinha que ficar. E não importava o que fosse preciso, eu estaria lá a cada passo do caminho, segurando com a mesma força.
Enquanto eu observava o subir e descer constante do seu peito pequenino, um pensamento me ocorreu—um que de alguma forma nos escapou. “Lucas”, eu sussurrei, sem tirar meu olhar do nosso filho, “nunca falamos sobre nomes.”
“Nomes?” Lucas ecoou, sua voz suave mas surpresa, como se a ideia fosse um conceito estrangeiro que ele estava ouvindo pela primeira vez.
“Sim, sabe—para ele.” Eu acenei com a cabeça em direção ao pequeno milagre cujo dedo ainda estava envolto no meu. “Não podemos continuar chamando ele de ‘o bebê’.”
“Certo, claro,” ele concordou, e um sorriso tocou os cantos da sua boca. Foi a primeira vez que eu o vi sorrir desde que chegamos no hospital. “Você pensou em algum?”
Dei de ombros levemente. “Eu sempre gostei do nome Ethan.”
“Ethan,” ele repetiu, girando o nome como se estivesse saboreando-o. “Ethan é bom, forte. Mas que tal algo como… Alexandre?”
“Alexandre,” eu disse, considerando. O nome era real, quase grande demais para um ser tão pequeno lutando diante de nós. “Não sei. Parece grande para alguém tão pequeno.”
“Verdade,” ele concordou, assentindo. “Poderíamos ir com um nome com ‘L’, mas aí poderia parecer um pouco clichê. Lucas, Lauren, e mais um ‘L’?”
Eu ri. “Você está certo.”
“Que tal algo com ‘J’? Tipo… Jason ou Jeremy?”
“Jason é bonito,” eu pensei alto, “mas não parece certo.” Pausei, procurando por algo que sentisse que pertencia a ele. “Jaden,” eu finalmente disse, o nome me chegando como se carregado num sussurro.
“Jaden,” Lucas repetiu, dessa vez um brilho de reconhecimento iluminando seus olhos. “Eu gosto. Jaden…”
“Miguel,” eu soltei de repente, pensando no meu pai. O homem que tinha estado ausente grande parte da minha vida, mas agora, quando mais importava, era o melhor sistema de apoio em que me apoiava. “Em homenagem ao meu pai.”
“Jaden Miguel,” Lucas experimentou. Ele me olhou, buscando confirmação.
“Jaden Miguel,” eu disse novamente, sentindo um surto de amor tanto pelo homem ao meu lado quanto pelo filho à minha frente. “Combina. É perfeito.”
“Então Jaden Miguel é,” Lucas confirmou, sua mão encontrando a minha e apertando gentilmente, nos unindo—a família unida pelo amor e pelo pequeno lutador que já nos tinha mostrado sua força.
Nosso filho finalmente tinha chegado.