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398: Capítulo 398: Muito Cedo 398: Capítulo 398: Muito Cedo *Lauren*
Eu remexi nos papéis em minha mesa, os números e letras começando a se misturar enquanto eu lutava contra o nevoeiro do cansaço. Minha mente estava agitada e eu só me sentia estranha hoje. Mas eu não estava dormindo bem e não me sentia como se estivesse bebendo água suficiente.
Talvez eu pudesse terminar meu dia mais cedo?
Um bocejo me pegou de surpresa, e eu cobri minha boca, piscando rapidamente para clarear minha visão. Talvez mais um copo de água me ajudasse a espantar o sono.
“Hidratação é fundamental,” eu disse para a sala vazia, tentando sorrir da minha própria tentativa de cuidar de mim mesma. De nós. Da pequena vida crescendo dentro de mim. Minha mão caiu naturalmente na minha barriga, um gesto protetor que havia se tornado instintivo nos últimos meses.
Levantei-me, caminhando suavemente até a pequena cozinha, o azulejo frio era reconfortante comparado ao calor do piso de madeira debaixo da minha mesa. Meus pés também estavam começando a inchar demais para sapatos e eu tinha passado a caminhar pelo escritório descalça.
Lucas achava isso hilário.
Lucas.
Cada pensamento nele trazia um sorriso ao meu rosto ultimamente. Já faziam exatamente trinta dias desde que cruzamos o limiar do novo bangalô, nosso lar, e a cada dia eu me sentia mais feliz com nossa decisão de morarmos juntos.
Enchi um copo e bebi profundamente, o líquido frio e refrescante, antes de voltar para minha mesa.
O silêncio do escritório parecia envolver-me enquanto eu retornava à minha mesa. Mal podia esperar para vê-lo — para compartilhar os pequenos detalhes do dia, para sentir seus braços me envolverem em um abraço de boas-vindas. Mas, por enquanto, havia e-mails para responder e tarefas para completar.
“Não acredito que esperamos tanto tempo para fazer isso,” murmurei para mim mesma, recostando na cadeira e me esticando para relaxar os músculos que se acumularam nos meus ombros. Foi a coisa certa, esperar até que fosse o momento certo para nós dois como um casal — não apenas um desejo momentâneo ou algo que fizemos pelo bebê, mas o próximo capítulo que estávamos prontos para escrever juntos.
Ainda assim, eu não podia acreditar que tínhamos esperado tanto. Viver com o Lucas era tudo que eu tinha esperado que fosse.
“De volta ao trabalho,” eu disse com um aceno decidido, me acomodando no ritmo da minha cadeira de escritório. O suave ranger da madeira era reconfortante no escritório silencioso. Eu re
focava na tela à minha frente, afastando o cansaço enquanto mergulhava de volta no mundo de planilhas e prazos.
Uma pontada de dor repentinamente atravessou meu abdômen, aguda e intensa. “Ai,” eu sussurrei, a palavra mal sendo um sopro enquanto tentava ignorar a dor. Provavelmente é só um chute, eu me tranquilizei. Eu tinha lido tudo sobre os movimentos do bebê e como eles poderiam tirar seu fôlego.
“Deve ter sido um belo salto, pequenino,” eu murmurei com um riso incerto, esfregando suavemente o local. Mas então outro espasmo contorceu minhas entranhas, mais intenso do que antes, e eu não pude evitar o grito que escapou de mim enquanto eu cambaleava para me levantar.
“Clara!” Minha voz quebrou contra as paredes do escritório, seu nome carregando meu pânico consigo. O ambiente oscilou por um momento e eu me concentrei em estabilizar minha respiração e tentar acalmar o alarme crescente. Eu me inclinei contra a mesa enquanto tentava respirar devagar.
O som de passos apressados se aproximava, e a figura de Clara materializou-se na porta, seus olhos arregalados com preocupação. “Lauren, o que foi?” ela perguntou, correndo em minha direção. “Você está bem?”
Mas antes que eu pudesse responder, uma onda quente de fluido correu pelas minhas pernas, encharcando o tecido das minhas roupas e formando uma poça no chão abaixo de mim.
“Não,” eu sussurrei, o pânico tomando conta do meu peito. “É muito cedo.”
“Sua bolsa…” Clara começou, suas palavras desaparecendo enquanto a realização a atingia.
“Ligue para uma ambulância,” eu disse, lutando para manter minha voz estável enquanto fumbling com meu telefone, mãos tremendo. Eu discava o número do Lucas, rezando para que ele atendesse imediatamente.
“Lucas,” eu suspirei quando ouvi a linha conectar, as lágrimas se acumulando e ameaçando transbordar. “Eu acho que o bebê está chegando.”
As mãos de Clara estavam firmes enquanto ela me ajudava a deitar no sofá, seus olhos examinando meu rosto em busca de algum sinal de que algo estava errado. Eu podia ver a tensão ao redor de sua boca, a leve ruga em sua testa que traía sua preocupação.
“Lauren, apenas respire fundo. A ajuda está a caminho,” Clara instruiu, sua voz calma apesar da tensão em seus ombros.
Eu assenti, tentando me concentrar em suas palavras em vez do medo que rasgava meu interior. “É muito cedo, Clara. Ele não pode vir ainda.”
Minha voz era apenas um sussurro, um apelo a uma força invisível para desacelerar o tempo.
“Tudo vai ficar bem,” ela tentou me tranquilizar, mas havia um tremor em sua voz que não me escapou.
De repente, o som da porta do escritório se escancarando ecoou pela sala. Lucas entrou como uma tempestade, seus cabelos uma bagunça por ter corrido e sua pele normalmente bronzeada pálida. A visão dele, geralmente tão composto e forte, aterrorizado apenas aumentava meu próprio pânico.
“Lauren!” ele chamou, sua voz uma mistura de alívio e medo enquanto ele corria até meu lado e pegava minha mão na dele. Seu aperto era firme, aterrador, mas eu podia sentir o leve tremor que percorria seus dedos.
“Lucas, o bebê… ele está chegando cedo demais,” eu consegui dizer, dor atrás de cada palavra.
“Shh, está tudo bem, estou aqui agora,” Lucas disse, afastando uma mecha de cabelo loiro do meu rosto com uma ternura que não combinava com o caos do momento.
O uivo das sirenes ficava mais alto até encher a sala, sinalizando a chegada da ambulância. Os paramédicos entraram pela porta, sua presença profissional enquanto avaliavam a situação e se preparavam para me transportar.
“Vamos levá-la para o hospital, senhora,” um deles disse calmamente enquanto me colocavam na maca.
Eu fui levantada com cuidado e levada para fora do escritório. Finalmente, a realidade do que estava acontecendo me atingiu como um trem. Enquanto nos movíamos, eu mantinha meus olhos fixos em Lucas, buscando força em seu olhar de apoio.
“Fique comigo,” eu implorei, não querendo enfrentar isso sozinha.
“Sempre,” Lucas prometeu, sua voz carregada de emoção enquanto ele seguia de perto, nunca soltando minha mão. “Eu não vou a lugar algum, Lauren. Eu juro.”
A viagem para o hospital se transformou em uma série de solavancos e curvas acentuadas, cada uma arrancando uma careta ou um suspiro de mim. A voz do Lucas era um murmúrio constante em meu ouvido, oferecendo garantias e amor, embora minha mente estivesse consumida pela preocupação com nosso filho.
“Por favor, esteja bem,” eu sussurrei na agitação de movimento e cheiros estéreis enquanto entrávamos na sala de parto.
“Lauren, foque em mim,” Lucas disse, seu rosto pairando acima do meu enquanto a equipe médica se movimentava ao nosso redor, preparando-se para o que viria a seguir.
Mas, por baixo do zumbido de atividade e da batida de meu coração acelerado, um pensamento singular emergiu — o bebê tinha chegado cedo, perigosamente cedo, e nada mais importava além da esperança de que ele estaria seguro.
A dor vinha em ondas e eu fazia o melhor que podia para lidar com ela. Eu me agarrava à mão de Lucas, minha âncora em um mar de incertezas. A sala fria e brilhante enchia-se dos murmúrios da equipe médica movendo-se rapidamente, seus rostos escondidos atrás de máscaras.
“Lauren,” a voz do médico cortou a tensão, “precisamos fazer uma cesariana. É a opção mais segura para você e o bebê agora.”
O medo cravava em minhas entranhas, mais afiado que a dor física. Uma cesariana não fazia parte do meu plano, assim como esse trabalho de parto prematuro. Eu assenti, confiando neles, enquanto me preparavam para a cirurgia.
“Ele vai ficar bem?” Minha voz era quase inaudível sobre os sons da sala de operação.
“Estamos fazendo tudo o que podemos,” o médico me tranquilizou, mas ele não me disse que ficaria bem.
A agitação continuava, e então havia pressão, mas sem dor — uma estranha separação do meu próprio corpo. Lucas estava ao lado da minha cabeça, sua presença me acalmando.
Então, o tempo parou. Havia movimento, uma sensação de algo incrível acontecendo logo além da minha linha de visão. Eu me esforçava para ouvir o choro que sinalizaria que tudo estava bem, mas o silêncio pesava no ar.
“Lucas?” Minha garganta apertou em torno do nome dele, buscando respostas, buscando conforto.
“Shh, vai ficar tudo bem, Lauren.” Sua voz tremia, traindo seu medo.
Meu olhar encontrou a enfermeira, braços embalando a forma pequena e delicada de nosso filho. Tão pequeno, tão imensamente frágil. Lucas disparava perguntas que eu não conseguia entender, suas palavras perdidas para mim enquanto eu fixava na pequena vida que tínhamos criado. A ausência do choro de um recém-nascido ecoava mais alto que qualquer som na sala, um vazio onde a alegria deveria estar.
“Ele está…?” Eu não consegui terminar a pergunta, não consegui dar voz ao medo que envolvia meu coração com dedos gelados. Ele não chorou. Eu ainda não tinha ouvido ele chorar.
Lucas apertou minha mão mais forte, seus cabelos escuros caindo sobre seus olhos enquanto ele se inclinava mais perto, tentando diminuir a distância entre nós e o drama que se desenrolava. Mas naquele momento, tudo que eu conseguia ver era o balanço suave da enfermeira enquanto ela segurava nosso filho, e tudo que eu conseguia sentir era o peso de uma prece sem fôlego alojada em meu peito.
O mundo desaparecia em um redemoinho de jalecos brancos e passos urgentes enquanto eles levavam ele embora de mim. Meu coração batia contra meu peito, cada batida uma súplica pela segurança do meu bebê.
“Para onde estão levando ele?” Eu tentei me sentar, mas não conseguia. A mão de Lucas no meu ombro me acalmava suavemente enquanto ele tentava me acalmar.
“Para a UTI Neonatal,” ele disse, sua voz firme, mas os olhos tumultuados de preocupação. “Eles vão cuidar bem dele, Lauren.”
Eu queria acreditar nele. Precisava acreditar nele. Mas o medo frio que havia brotado em meu estômago se espalhava pelas minhas veias como veneno.
“Por favor, certifique-se,” eu sussurrei, minha voz mal acima de um sussurro. Lucas assentiu e beijou minha testa antes de virar para seguir nosso filho.
“Sra. Astor,” uma enfermeira se aproximou, seus olhos macios com empatia. Ela segurava uma seringa, seu conteúdo prometendo uma pausa do terror que me atormentava. “Isso vai ajudá-la a descansar.”
“Espere,” eu disse, segurando seu pulso com uma força surpreendente. “Meu bebê, ele está—”
“Seu bebê está recebendo os melhores cuidados possíveis,” ela respondeu, sua voz tranquilizadora. “Mas agora, você também precisa se recuperar.”
Eu procurei em seu rosto qualquer sinal de mentira, qualquer indício de que havia mais que ela não estava me dizendo. Não encontrando nenhum, eu soltei seu pulso e assenti, permitindo que o inevitável ocorresse.
Conforme o medicamento penetrava na minha corrente sanguínea, uma névoa sonolenta turvava meus pensamentos. As bordas da sala amoleciam, e os sons distantes começavam a desaparecer.
“Fique forte, meu pequenino,” eu murmurei, as palavras dissolvendo-se no silêncio enquanto o sono me reivindicava.