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- Capítulo 387 - 387 Capítulo 387 Quebrado mas Esperançoso 387 Capítulo 387
387: Capítulo 387: Quebrado mas Esperançoso 387: Capítulo 387: Quebrado mas Esperançoso *Lauren*
Pisquei para tirar o sono dos meus olhos, buscando instintivamente por calor, mas minha mão encontrou apenas o lençol frio e vazio. Um pânico agitado se instalou em meu peito como um pássaro preso enquanto eu virava para encontrar o lado de Lucas na cama vazio. A luz da manhã cedo filtrando pelas cortinas não aquecia o frio que nada tinha a ver com a temperatura do quarto.
“Lucas?” Minha voz soou pequena e oca na imensidão do nosso quarto. Não veio resposta, apenas o eco da minha própria voz batendo contra as paredes. Sentei-me, agarrando os lençóis contra meu peito como se pudessem me proteger da culpa que corroía meu interior.
Momentos se arrastaram, cada um mais pesado que o anterior. Afastei as cobertas e relutantemente balancei minhas pernas até o chão. Ele tinha ido embora, e eu não consegui afastar a sensação de que talvez dessa vez não fosse tão simples quanto parecia.
Ele tinha ficado. Mas as coisas não estavam melhores. Claramente.
Com uma respiração funda feita para acalmar meus nervos, peguei meu celular no criado-mudo, sua tela fraca no brilho matinal. Lá estava, uma única mensagem de Lucas com a marca de horas atrás, quando eu ainda estava perdida em sonhos que não ousaram insinuar essa realidade fria.
Ele havia dormido? Ou tinha fingido, esperando até eu adormecer antes de deslizar para a noite e me deixar aqui sozinha?
Esse pensamento se assentou como chumbo em meu estômago. Pressionei uma mão sobre meu ventre, meu volume finalmente começando a aparecer de verdade. Eu não conseguiria esconder isso em breve. Um sorriso triste passou pelos meus lábios com o pensamento.
“Tenho algo para resolver para Mãe. Me escapou ontem. Te vejo mais tarde.” Foi tudo o que ele escreveu.
“Depois”, sussurrei, a palavra soando como esperança e incerteza em minha língua. Quando seria depois?
Agarrei o celular, tentando extrair conforto da promessa dele de voltar. Mas os estragos da noite anterior perduravam como uma sombra sobre meu coração. Ele realmente me veria mais tarde? Ou me deixaria sozinha para me perguntar se ele voltaria?
“Por favor, seja verdade,” murmurei para o silêncio. Um apelo não apenas para ele, mas para mim mesma, para encontrar a coragem de consertar o que eu havia quebrado. Eu não poderia deixar que isso fosse como terminaríamos.
Forcei-me a sair do conforto da minha cama, tentando não me sentir magoada enquanto caminhava até o banheiro e me preparava para o dia.
O chuveiro parecia solitário sem ele. Essa casa toda parecia solitária sem ele. Mas eu não queria que ele estivesse aqui por obrigação. Eu queria que ele estivesse aqui porque era onde ele queria estar — porque eu era onde ele queria estar.
Mas, não foi isso que ele disse. Ele disse que deveríamos morar juntos pelo bebê. Não por nós, pelo bebê. E isso simplesmente não era uma razão boa o suficiente para mim.
O café da manhã tinha gosto de serragem. Eu nem conseguia aproveitar a única xícara de café que meu médico permitia. Eu esfregava meu ventre crescente distraída enquanto reunia minhas coisas e saía pela porta. A caminhada até meu escritório foi lenta e sem eventos. Cumprimentei a Clara vagamente enquanto entrava no espaço compartilhado.
Eu girava a aliança de ouro no meu dedo, um hábito nervoso que eu tinha adquirido desde que comecei a namorar Lucas. A luz do sol entrando pela janela do meu escritório fez pouco para aquecer o frio que se assentara em meus ossos, o mesmo frio que me saudou quando acordei sozinha.
Não conseguia dissipar este sentimento de vazio. Eu tinha e-mails para verificar e responder, chamadas para fazer e reuniões para preparar. Eu simplesmente não conseguia começar.
“Tudo está às claras agora”, murmurei para mim mesma, olhando para as pilhas de papéis em minha mesa sem realmente vê-las. “Mas não deveria se sentir assim.”
Esfreguei as mãos sobre o rosto e tentei controlar minhas emoções. “Não deveria se sentir assim. E eu não tenho ninguém para culpar além de mim mesma.”
Enquanto eu estava lá, olhando fixamente para os papéis à minha frente, minha mente continuava voltando para Lucas. Seu cabelo escuro e sua pele bronzeada que parecia brilhar até na luz mais fraca. Eu quase podia ouvir sua voz, calma e reconfortante, tentando me garantir que tudo ficaria bem.
Mas não ficaria. Porque eu estraguei tudo.
Eu pararia de sabotar minha própria felicidade algum dia?
Não conseguia sacudir a pesadez que se instalou no meu peito enquanto me forçava a focar nas tarefas intermináveis à minha frente. Era difícil me concentrar quando tudo o que eu conseguia pensar era em Lucas.
“Lauren?” A voz da Clara, carregada de preocupação, me tirou dos meus pensamentos. Ela estava na porta do meu escritório, seus braços cruzados enquanto ela se apoiava na moldura. “Você está bem?”
“Bem,” eu menti, empurrando minha cadeira para trás e me levantando. Eu nunca enganava a Clara, não de verdade. Ela me conhecia bem demais, talvez até melhor do que eu me conhecia.
“Não parece ‘bem’ para mim.” Clara descruzou os braços e caminhou até mim, seus saltos clicando assertivamente no chão de madeira. “Eu pensei que agora tudo estava na mesa. Você e Lucas… vocês deveriam estar bem.”
“Deveríamos estar,” eu ecoei, deixando meus ombros caírem. A culpa por isso era toda minha, eu não podia negar. “É minha culpa, Clara. Tudo isso. Eu estraguei as coisas entre nós e eu não sei se podemos realmente voltar atrás.”
“Lauren, pare.” Sua mão encontrou a minha, apertando suavemente. “Fale comigo.”
Inspirei profundamente, o perfume floral familiar dela fazendo pouco para aliviar a tensão no meu peito. “A verdade está lá fora, mas é como se estivéssemos mais distantes do que nunca. Agora não são apenas segredos; são dúvidas, medos…”
“Ei,” Clara interrompeu suavemente, seu polegar fazendo círculos na parte de trás da minha mão. “Vocês dois passaram por muito. Dê tempo ao tempo.”
“O tempo parece o inimigo agora,” admiti, minha voz quase inaudível. Eu encontrei o olhar de Clara, encontrando ali um apoio inabalável. “E eu não sei se temos o suficiente para consertar o que está quebrado.”
Eu embaralhava os papéis em minha mesa, uma tentativa fútil de parecer ocupada e me distrair da culpa roedora. Clara se inclinou sobre minha mesa, seus olhos perspicazes travados em mim.
“Lauren, fale comigo,” ela insistiu novamente, sua voz mais suave desta vez, como se ela sentisse minha luta interna.
“Lucas… ele estava tão machucado ontem à noite,” comecei, minhas palavras cheias de arrependimento. “E isso é culpa minha. Meu pai e Shelby foram ótimos e eles não disseram diretamente que sabiam, mas eu já tinha contado para Lucas que eles sabiam. Era para ser um segredo entre nós que nós poderíamos rir sobre. Mas foi como se, quanto mais a noite passava, mais eu podia vê-lo pensando sobre tudo. E eu sinto que assisti um pouco mais do nosso relacionamento morrer bem na minha frente.
“Eu fiz isso, Clara. Eu escondi isso dele, mantive seu próprio filho dele. Ele não sabia sobre o bebê até todo mundo saber. Ele perdeu tanta coisa desta gravidez, e eu vi, Clara — a traição em seus olhos.”
Eu nunca desveria isso.
“Compreensível,” ela concordou com a cabeça. “É um grande negócio descobrir sobre seu próprio filho assim.”
“E então,” eu continuei, olhando para minhas mãos, “ele sugeriu que nos mudássemos juntos. Por causa do bebê.”
“Isso não é o que vocês dois queriam antes?” Clara perguntou, sua testa franzindo em confusão. “Antes do bebê, quero dizer.”
“Talvez,” eu concedi, não querendo admitir que eu me sentia assim. “Falamos sobre isso, até fantasiamos. Mas agora, parece que a decisão não é nossa—é pelo bebê. Eu não quero isso.”
“Lauren,” ela disse, se aproximando, sua voz sincera. “Talvez Lucas tenha sugerido por causa do bebê, mas você já considerou que ele pode querer isso por você também? Por vocês dois?”
A pergunta dela pairou no ar e eu não tinha certeza se estava pronta para explorar. Será que nossos sonhos anteriores ainda se tornariam realidade após tudo que aconteceu? Será que morar juntos poderia ser mais do que uma solução prática para a coparentalidade?
“Não pareceu assim. Senti como se eu fosse uma obrigação que ele sentia que precisava cumprir.”
“Sim, isso não é real,” Clara insistiu enquanto ela cruzava os braços sobre o peito e me encarava. “Vejo o jeito que aquele homem olha para você, Lauren. Você não é uma obrigação para ele. Ele pode estar machucado agora, mas ele ainda te ama. E ele quis morar com você antes de saber sobre este bebê.”
“As coisas não têm sido as mesmas conosco desde então. Nós não estamos no mesmo lugar.”
“Isso não significa que ele sinta menos por você. Você não é uma obrigação, Lauren. Você quer morar com ele? Você quer compartilhar seu espaço e sua vida?”
“Talvez isso possa ficar bem,” murmurei, mais para mim do que para ela. O lembrete de Clara fez algo brotar em mim — um vislumbre de esperança de que talvez a vida que nós víamos para nós mesmos não estivesse perdida de todo.
O dia se estendeu, cada minuto passando parecendo mais longo que o anterior. Eu não conseguia tirar a imagem da expressão machucada do Lucas quando eu disse que eu precisava de mais do que apenas uma razão prática para morar juntos. Doeu ver a decepção em seus olhos, mas meu coração não se contentaria com menos do que amor genuíno.
Talvez Clara estivesse certa. Valia a pena ao menos discutir, explorar.
Mordi meu lábio enquanto pairava sobre meu celular, a tela iluminando uma sequência de mensagens não respondidas para Lucas. Nós tínhamos dançado em volta um do outro o dia todo. Bem, dançar implicaria que ambos estavam envolvidos, mas isso claramente era um problema unilateral.
Ele não estava respondendo, não importa quantas mensagens eu enviasse. Mas era hora de enfrentar a música, e nada pedia honestidade como uma refeição caseira.
“Lucas, você pode vir jantar aqui hoje à noite?” digitei apressadamente antes que pudesse me questionar, apertando enviar com um suspiro trêmulo.
Sua resposta não veio imediatamente, deixando-me em agonia enquanto eu encarava meu celular. Os minutos se esticavam, cada um uma eternidade minúscula até que, finalmente, meu celular vibrou.
“Claro. Que horas?” Suas palavras eram breves, sem o calor usual, mas ele tinha concordado, e isso era tudo que importava.
“Sete?” Eu disse, esperançosa.
“Até lá,” veio sua resposta.
O resto do dia passou em um borrão de antecipação. Eu me pegava olhando para o celular, esperando por mais textos dele — um sinal de que talvez pudéssemos consertar isso — mas o silêncio permanecia inquebrável.
Nós conseguiríamos superar isso? Nós seríamos nós novamente? Ou meus segredos destruíram tudo de bom em nosso relacionamento? Eu o perdi de vez, unidos apenas pelo filho que compartilhamos?