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369: Capítulo 369: Todo o Tempo do Mundo 369: Capítulo 369: Todo o Tempo do Mundo *Lauren*
Os cais emergiam à frente, com gaivotas gritando acima e motores de barcos zumbindo na água, o cheiro de sal e diesel enchendo o ar. Avistei Lucas imediatamente, sua alta estatura se destacando sobre os marinheiros ocupados correndo ao redor.
Cheguei aos cais justo quando a figura de Aidan foi diminuindo na distância, de costas para nós, partindo sem sequer olhar para trás. O ar salgado grudava em minha pele, o cheiro usualmente confortante do mar agora contaminado por uma sensação de inquietação.
“Ei,” chamei, me aproximando dele.
Ele virou, alívio banhando seu rosto bronzeado pelo sol. “Você chegou rápido. Obrigado por isso.” Ele respirou fundo.
“Você está bem?” perguntei, me aproximando. Sua pele normalmente bronzeada parecia um tom mais pálida que antes. “O que aconteceu?”
“Estou bem e todos também estão. É só o Aidan, graças a Deus — bem, não para ele. Intoxicação alimentar, eu acho,” ele fez uma careta, esfregando levemente o abdômen.
“Definitivamente não foi no resort,” ele acrescentou após ver a expressão em meu rosto. “Ele não comeu nada daqui, deve ter sido algo de casa ou algo que ele comeu fora ontem à noite.”
Meu coração afundou um pouco por ele. “Isso é terrível. Ok, qual é o nosso plano?”
“Bem, precisamos encontrar um substituto, e rápido. O grupo de turistas já está se reunindo, esperando zarpar em breve.”
“Alguém mais da equipe pode assumir?” perguntei, examinando a área em busca de candidatos potenciais.
“A maioria deles são marinheiros competentes, mas não têm certificação para comandar um navio como este.” Ele esfregou a nuca. “Eu talvez tenha que assumir como capitão deste tour.”
“Lucas, você tem uma agenda cheia. Você consegue administrar?” Eu olhei para ele, preocupação evidente em meu rosto.
Ele encontrou meu olhar, determinação em seus olhos. “Eu preciso. Não podemos decepcionar os hóspedes, Lauren. Não depois de trabalharmos tanto para acertar as coisas.”
“Ok, então,” eu disse, assentindo. “Espere, e os tours então?” O pânico agitou meu peito com a ideia de hóspedes decepcionados. “Você não pode ser capitão e guia ao mesmo tempo, Lucas.”
Lucas passou a mão pelos cabelos, seu olhar encontrando o meu. “Bem, eu estava pensando…” Sua voz se perdeu como se ele pesasse cuidadosamente suas palavras.
“Pensando o quê?” eu insisti, a ansiedade borbulhando dentro de mim. Certamente ele não estava pensando o que eu achava que estava.
“Talvez você pudesse fazer isso? Ser a guia?” Ele me olhou com uma expressão que era tanto esperançosa quanto desculposa.
“Eu?” A palavra saiu mais alta do que pretendia, ecoando pelos barcos próximos. Eu, uma guia? Minha mente acelerava, imaginando a responsabilidade e os rostos expectantes dos turistas.
“Não há mais ninguém que possa chegar tão rapidamente. Além disso, Lauren, você conhece este lugar tão bem quanto qualquer um,” Lucas encorajou, se aproximando. “Você é inteligente, envolvente…”
“Lucas, eu nunca fiz nada assim antes,” protestei, mas já parte de mim estava aquecendo-se com o desafio. Será que eu realmente poderia assumir e substituir Lucas como guia?
“Você vai ser ótima,” ele me assegurou, sua confiança me fazendo sentir mais confiante. “Eu não sugeriria se não acreditasse que você poderia fazer isso. E, honestamente, mesmo que você seja terrível, é melhor do que não ter ninguém.”
“Isso certamente é um incentivo à confiança.”
“Você poderia inventar cada palavra e essas pessoas nunca saberiam.”
“Lucas!” Eu ri, batendo levemente em seu peito com a parte de trás da minha mão. “Eu não vou inventar as coisas na hora.”
“Você pode fazer isso, Lauren. Eu sei que pode. Vai ficar tudo bem e eu estarei com você em cada passo.”
Hesitei, buscando em seus olhos, encontrando nada além de crença genuína em mim. Tomando uma respiração profunda, eu assenti lentamente. “Ok, eu farei isso.”
“Fantástico!” O alívio de Lucas mostrava em seu rosto enquanto sua mandíbula relaxava, e por um momento, o cais pareceu menos assustador, a tarefa à minha frente menos intimidadora.
“Espero não fazer papel de boba,” murmurei em voz baixa, esperando que minha nova resolução durasse mais do que esse momento de coragem. “Ok, me dê as informações. O que preciso saber antes de partirmos?”
Lucas me passou todo o tour. Ele me deu todos os detalhes e prometeu intervir ou ajudar se fosse necessário.
Mesmo assim, nervosismo atava meu estômago enquanto eu pisava no barco, as tábuas de madeira rangendo sob meus sapatos. Lucas já estava ao leme, seu cabelo escuro esvoaçando na brisa marinha, um sorriso tranquilizador no rosto.
“Pronta quando você estiver,” ele chamou, sua voz firme sobre o som das ondas batendo.
“Vamos apenas esperar que eles estejam prontos para mim,” eu brinquei de volta, tentando soar mais confiante do que me sentia.
Enquanto o primeiro grupo de turistas subia no convés, seus olhares se voltavam para mim. Minha garganta apertou e o discurso cuidadosamente planejado que eu havia ensaiado começou a desmoronar em minha mente. “Bem-vindos a bordo,” comecei, minha voz mal acima de um sussurro.
“Projete,” Lucas me lembrou gentilmente, e eu respirei fundo, encontrando minha voz novamente.
“Bem-vindos a bordo do Sea Whisperer!” Desta vez minha saudação ecoou pela água, e alguns sorrisos surgiram entre a multidão.
Meus tropeços iniciais deram lugar a fatos sobre a costa, a vida vegetal local ao nosso redor e as muitas ilhas menores que pontilhavam a água. Mas enquanto o barco roncava sob nós e o horizonte se estendia amplo, minha tensão lentamente desapareceu. A presença de Lucas atrás de mim era como um farol me guiando através de um mar tempestuoso.
“Você sabia que estas águas abrigam sete espécies diferentes de corais?” eu disse, finalmente encontrando meu ritmo.
“Mesmo?” veio uma voz curiosa do grupo.
“Absolutamente.” Eu acenei, me aquecendo à interação.
“Olha!” o grito de uma criança nos interrompeu, e todos os olhos se voltaram para o lado de bombordo onde um grupo de golfinhos havia aparecido, saltando brincalhão ao nosso lado.
“Uau, Lauren, você encomendou um acompanhamento e tanto,” Lucas brincou, e o grupo riu, sua atenção agora dividida entre minhas palavras e a exibição aquática.
“Acho que tenho alguma influência por aqui,” eu respondi, sorrindo enquanto observava os golfinhos dançarem pelas ondas.
“Sem você, isso teria sido apenas mais um passeio de barco,” ele disse, seu tom genuíno.
“Sem você, eu nem teria tentado,” eu admiti, encontrando seu olhar por um momento fugaz antes de voltar para nossos convidados, meu coração mais leve do que tinha estado pela manhã. Os golfinhos continuavam sua perseguição brincalhona, e eu sabia que o tour de hoje seria um que nossos convidados se lembrariam para sempre.
O cais nos recebeu de volta com seus rangidos e gemidos familiares sob nossos pés enquanto todos descíamos do barco. O ar salgado grudava em minha pele, um lembrete da aventura inesperada no mar. Lucas, com aquela confiança fácil que parecia irradiar dele, conseguiu outro capitão para assumir o leme para os tours restantes.
“Tudo resolvido?” eu perguntei, afastando uma mecha solta de cabelo do meu rosto.
“Claro,” ele respondeu, me dando um sorriso rápido que não alcançou seus olhos. “Você não precisa se preocupar com nada.”
Eu assenti, ainda sentido o balanço gentil do barco em minhas pernas enquanto pisava em terra firme.
“O próximo capitão e guia já estão aqui e se preparando para o próximo tour. Estamos fora dessa.”
“Vamos chamar isso de um dia, então?”
“Parece um plano,” Lucas concordou.
Enquanto o sol descia mais baixo no céu, lançando tons quentes de dourado e rosa sobre a orla, a equipe se reuniu em um local conhecido por sua atmosfera descontraída e frutos do mar excepcionais.
Meu pai já estava lá, sua presença comandando mesmo em roupas casuais. Ele me viu através da sala e acenou para mim se aproximar.
“Lauren, isso foi alguma coisa hoje,” ele disse, sua voz carregando aquele tom rico que facilmente preenchia espaços. “Você realmente assumiu para preencher a lacuna e pelo que ouço, você fez um trabalho incrível.”
“Obrigada, Pai. Não foi exatamente o que eu tinha planejado, mas—”
“Mas você fez,” ele interrompeu, o canto de sua boca se erguendo em um sorriso orgulhoso. “Você sempre foi boa em pensar rápido.”
“Acho que puxei isso de você,” eu brinquei, tentando manter o clima leve.
“Deve ser,” ele riu, e brindamos silenciosamente com nossas taças.
A celebração zumbia ao nosso redor, cheia de risos e histórias do dia. Eu me deixei envolver pela atmosfera da festa, compartilhando piadas e deixando a boa energia da noite amenizar as arestas de minhas preocupações. Havia um espaço vazio onde Aidan deveria estar, sua ausência uma dor surda nas festividades, mas eu afastei a preocupação. Ele se recuperaria logo.
“Ei, Lauren, venha! Você está perdendo a melhor parte!” alguém chamou, e sem hesitar, deixei-me ser puxada de volta para o meio, a noite me abraçando de braços abertos.
O burburinho da celebração havia muito se desfez em um silêncio, deixando apenas o suave bater da água contra os cais e o chamado distante de pássaros noturnos. Lucas e eu nos encontramos sozinhos, sentados na borda das tábuas de madeira, nossos pés balançando sobre a água escura e reflexiva.
“Olha isso,” ele murmurou, acenando em direção ao céu onde estrelas brilhavam como poeira de diamante. “Faz você pensar sobre o futuro, não é?”
Eu assenti, sentindo o peso de seu olhar mesmo enquanto observava uma estrela cadente traçar um caminho brilhante acima de nós.
“Lauren, eu estava pensando em filhos novamente,” ele disse gentilmente, quebrando o silêncio confortável entre nós. Sua voz era cuidadosa, testando as águas.
“Filhos?” Meu coração acelerou, mas mantive meu tom estável. “O que tem eles?”
“Bem, nós começamos a conversa, mas não terminamos realmente. Eu não sei, estava pensando em tê-los algum dia. Sabe, uma pequena versão de você correndo por aí seria incrível.” Ele sorriu, seus olhos procurando os meus.
“Lucas…” Eu hesitei, depois forcei um sorriso. “Isso soa … legal.”
“Legal?” Ele riu. “Vamos lá, eu consigo te ver sendo uma mãe incrível. Você é forte, compassiva, e o modo como você lidou hoje? Isso só prova isso.”
“Obrigada, Lucas,” eu disse, calor se espalhando por mim com suas palavras. Era bom ouvir o que ele achava que eu poderia ser, saber que ele via um futuro comigo.
Ele alcançou minha mão, seus dedos entrelaçando com os meus. “E você, o que é o seu sonho para o futuro?”
“Viajar, talvez escrever um livro…” eu parei, o resto dos meus sonhos ofuscado pelo único segredo iminente que eu não estava pronta para compartilhar.
“Parece perfeito.” Seu polegar acariciou meus nós dos dedos em um ritmo calmante. “Vamos descobrir isso juntos, Lauren.”
Eu queria acreditar nele, deixar minhas preocupações de lado e mergulhar de cabeça nesses sonhos compartilhados. Mas algo me segurava, um sussurro de dúvida que grudava como neblina matinal.
“Lucas, temos tanto que estamos construindo juntos,” eu finalmente disse, minha voz mal acima de um sussurro. “E eu não quero que nada mude isso. Ainda não.”
“Ei, seja lá o que for, vamos enfrentar quando chegar a hora.” Sua garantia era forte e constante, sua presença um âncora reconfortante.
“Certo,” eu concordei, a palavra vazia enquanto saía de meus lábios. “O que são alguns meses no grande esquema das coisas?”
“Exatamente.” Seu sorriso era terno, cheio de promessas e paciência. “Temos todo o tempo do mundo.”
Enquanto nos sentávamos ali, conversando noite adentro, o futuro se estendia diante de nós como o oceano infinito — vasto, misterioso e à espera.
E por enquanto, isso era suficiente.