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339: Capítulo 339: É Este o Adeus? 339: Capítulo 339: É Este o Adeus? *Lauren*
O som de passos apressados quebrando no caminho de cascalho despedaçou meus pensamentos de fuga. Meu coração pulou, não apenas pelo barulho inesperado, mas também pela esperança que passou por mim. Virei-me para encontrar Lucas, com seus cabelos escuros voando para todos os lados devido à urgência de sua perseguição, diminuindo a distância entre nós com passos longos e determinados.
“Lauren!” ele chamou, sua voz profunda entrelaçada com uma respiração ofegante que combinava com sua aparência. Sua pele bronzeada parecia brilhar ao luar enquanto ele parava diante de mim. “Eu te vi saindo… Preciso falar com você.”
Cruzei os braços de forma protetora sobre meu peito, meus olhos procurando sinceridade em seu rosto. “É?” consegui dizer, minha voz mais firme do que me sentia. A visão dele abraçando Moria mais cedo havia despertado uma raiva dentro de mim, uma que eu não achava que conseguiria parar de sentir.
Lucas passou a mão pelo cabelo, claramente tentando se recompor. “Parecia ruim, não é? Eu e Moria?” Ele fez uma pausa, seu olhar fixo no meu, implorando para que eu entendesse. “Não era o que parecia. Eu sei que isso soa clichê, mas é… não é assim, de verdade, Lauren. Ela estava chateada com alguma coisa. Sabe como é, às vezes você só precisa de alguém lá.”
Mordi meu lábio, lutando contra o turbilhão de emoções que suas palavras evocaram. Teria sido mais fácil se eu pudesse apenas continuar com raiva dele, mas o apelo desesperado em seus olhos era desarmante. “Um abraço amigável,” eu repeti, deixando a dúvida aparecer levemente no meu tom. Era um teste, uma sondagem pela verdade.
“Sim, exatamente. Apenas um abraço amigável.” Lucas assentiu vigorosamente, desesperado para que eu acreditasse nele. “Ela precisava de apoio, Lauren.”
Sua explicação ficou pairando no ar entre nós, e eu me peguei me perguntando se ele estava dizendo a verdade. Será que eu realmente podia acreditar em suas palavras contra o que meus próprios olhos haviam presenciado?
Parei no meio do caminho. O bangalô se aproximava, mas eu não queria chegar mais perto. Estar mais próximo do meu quarto poderia levar a uma tentação que eu não poderia resistir. Eu não poderia—não iria—permitir que a lembrança dos nossos momentos ofegantes juntos me influenciasse. Eu não estava pronta para terminar o que havíamos começado outro dia.
“A gente pode não fazer isso aqui?” Minha voz era mais firme do que me sentia, minha determinação uma âncora me mantendo ancorada na realidade. “Ou, sabe, de jeito nenhum”, murmurei para mim mesma.
Lucas parou de repente, o vinco em sua testa denunciando o conflito que sentia. Ele assentiu, um acordo silencioso com meu apelo não dito. Ficamos lá, duas silhuetas presas entre o passado e um futuro incerto.
“Olha,” ele começou, com as mãos enfiadas nos bolsos como se para evitar que elas alcançassem. “Moria voltou pela família dela. Tem sido difícil para ela, e agora ela está lembrando de todos os motivos pelos quais ela foi embora em primeiro lugar. Ela estava apenas… oprimida hoje.”
“Família pode fazer isso.” Minha resposta foi automática, compreensão se misturando com as palavras mesmo que minhas emoções estivessem longe de estabilizadas. Eu conhecia bem o peso das expectativas familiares, como elas poderiam sufocar sonhos e desejos. Minha mãe havia sido uma força a ser reconhecida e as consequências de qualquer desfeita — real ou percebida — eram severas.
“Exatamente.” Ele desviou o olhar, em direção ao horizonte onde a última luz lutava contra a noite que se aproximava. “Ela precisava de alguém, e eu estava lá. Foi só isso que aconteceu.”
A simplicidade de sua explicação fez pouco para parar a dor que apertava em volta das minhas costelas. Entender a dor de Moria não apagava a imagem de seu abraço ou o medo que isso havia despertado dentro de mim. Cruzei os braços sobre o peito, uma pobre barreira contra a decepção que ameaçava me consumir.
“Estar lá para alguém… é importante.” Consegui soar apoiadora, mas por dentro, as palavras rasparam contra as bordas cruas da minha esperança.
Um frio varreu o ar, trazendo consigo o cheiro de chuva que se aproximava. Meus dedos se fecharam em punhos, unhas pressionando a carne enquanto as próximas palavras de Lucas pairavam entre nós.
“Lauren,” ele disse, sua voz abafada contra o fundo de folhas farfalhando. “Moria e eu… conhecemos-nos desde crianças. Crescemos juntos nesta pequena cidade, onde todo mundo conhece os negócios de todo mundo.” Ele fez uma pausa, um sorriso amargo tocando seus lábios. “Todos pensavam que nós acabaríamos casando um dia.”
As palavras caíram como pedras no meu estômago, e lutei para manter minha expressão neutra. “Todo mundo?”
“Todo mundo,” ele confirmou, assentindo solenemente. “Quando ela foi embora, foi um choque para a cidade inteira. Para mim.” Seu olhar encontrou o meu, procurando por algo que eu não tinha certeza se poderia dar. “Mas é isso, Lauren. Há uma história. Eu a conheço, sei como ela luta com sua família. Ela estava procurando por alguém em quem confiar, alguém que entendesse.”
Minha garganta estava apertada, constringida pelas vinhas espinhosas da dúvida. “Lucas, eu preciso saber—” Minha voz falhou, traindo a tempestade dentro de mim. Engolindo em seco, tentei novamente. “Você quer ficar com Moria? Porque se houver alguma chance…”
“Não.” A palavra cortou a tensão, rápida e sem deixar espaço para dúvidas. “Não há chance, Lauren. Eu não quero ficar com Moria. Não mais.”
Seus olhos imploravam, prendendo os meus, dispostos a me fazer acreditar. Mas eu não conseguia parar de pensar nele a segurando nos braços. Comecei a ouvir as inseguranças sussurrantes que turvavam meu julgamento.
“Lucas, mesmo se houver a menor possibilidade…” Não consegui terminar a sentença, não consegui dar voz ao medo de que talvez eu fosse apenas uma distração conveniente da vida que todo mundo planejou para ele.
“Lauren, escute-me,” ele deu um passo mais perto, a intensidade de seu olhar me imobilizando. “Não há possibilidade. Você não está atrapalhando nada porque não há nada para atrapalhar. Estou aqui, com você, porque é onde eu quero estar.”
Busquei em seu rosto qualquer indício de hesitação, qualquer sinal de que ele talvez estivesse tentando amenizar o golpe. Mas tudo o que encontrei foi sinceridade gravada em cada linha de seu rosto. Mas isso não impediu a dúvida de se infiltrar em mim.
Dei um passo para trás, colocando espaço entre nós. O ar úmido da noite fez pouco para esfriar o calor de nossa conversa. “Lucas, eu quero estar com você, mais do que tudo,” confessei, minha voz mal acima de um sussurro. Mas havia uma força na minha resolução que até me surpreendeu. “Mas é importante que você tenha certeza. Certeza de que eu não sou apenas… uma escolha conveniente. Certeza de que, agora que ela está de volta, ainda não há algo ali.”
“Lauren, não há nada em que pensar.” As palavras dele saíram numa pressa, entrelaçadas com frustração e algo que soava como desespero.
“Pare.” Levantei uma mão, a palma voltada para ele como um sinal de parada. O movimento parecia alienígena, autoritário—não um gesto que normalmente associaria a mim mesma. “Lucas, por favor. Não faça promessas num momento de calor. O retorno de Moria—ele mexeu com muita coisa para todo mundo, não é?”
“Só para ela,” ele insistiu, sua mandíbula se tensionando, aqueles olhos escuros queimando nos meus.
“Talvez,” concedi, mordendo meu lábio enquanto considerava sua expressão sincera. “Mas sua história com ela, é de uma vida inteira. É significativa. E eu não quero ser a razão que você poderia se arrepender mais tarde.”
“Lauren—”
“Não,” interrompi novamente, mais firme desta vez. Meu coração martelava contra minhas costelas, cada batida um lembrete do que eu tinha a perder. “Eu preciso que você tire um tempo, Lucas. Pense direito. Não por mim, não por Moria, mas por você mesmo.”
Ele começou a falar, mas sacudi a cabeça, disposta a não deixar minha própria determinação desmoronar por causa do meu afeto por ele. “Seria melhor para nós dois se você tiver certeza,” eu disse. A decisão me dilacerava, ameaçando desfazer cada fio de compostura que eu tinha.
“Lauren, eu tenho—”
“Por favor, Lucas.” Cortei-o, sentindo a ardência das lágrimas que ameaçavam, mas recusavam-se a cair. Minhas mãos tremiam levemente enquanto eu as cruzava diante de mim, uma barreira para conter a enxurrada de emoções. “Para nós termos alguma chance, você precisa ter certeza. Realmente certo.”
A pausa que se seguiu estava pesada com palavras não ditas e sentimentos embolados. Lucas ficou ali, uma estátua esculpida de indecisão e anseio, antes de finalmente assentir.
“Ok,” ele disse, a palavra oca mas complacente. “Vou pensar sobre isso.”
“Obrigada,” sussurrei, embora parecesse que eu estava agradecendo por uma ferida em vez de uma promessa. Sem nada mais a dizer, virei as costas para ele, deixando apenas o silêncio e o aroma de jasmim noturno no meu rastro.
Dei um passo à frente, o leve estalar do cascalho sob minhas sandálias ecoando alto demais na quietude que se instalou entre nós. Meu coração batia forte contra minhas costelas, cada batida um lembrete da profundidade dos meus sentimentos por ele—sentimentos que eu temia que poderiam me machucar no fim.
“Lauren,” Lucas disse, sua voz um apelo desesperado.
Mas eu não voltei. Eu não podia. Ele precisava de tempo para pensar e eu precisava me afastar dele antes que eu mudasse de ideia. O ar noturno fresco roçava minha pele, levando embora o calor que havíamos compartilhado parados juntos e deixando um frio que se infiltrava nos meus ossos.
Senti as lágrimas então, quentes contra meu rosto enquanto traçavam um caminho pelas minhas bochechas. Eu queria estender a mão, chamar seu nome, desabar no conforto de seus braços. Mas isso era para ele. Pela possibilidade de um amor que não seria obscurecido por dúvida ou hesitação.
“Cuide-se, Lucas.” As palavras escaparam, mal audíveis sobre a sinfonia de grilos que preenchiam o silêncio da noite.
“Lauren, por favor…” Sua voz quebrou em meu nome.
Balancei a cabeça levemente, mais para me assegurar do que em resposta ao seu apelo. Acelerei o passo, pés me levando em direção a um futuro incerto, longe do homem que tinha meu coração em suas mãos hesitantes.
Enquanto caminhava, os soluços que eu tinha contido se libertaram, cada um um testamento silencioso do amor que eu temia estar escorregando pelos meus dedos. As luzes tênues do meu bangalô surgiram à vista, um farol que tanto acolhia quanto entristecia.
Eu tinha certeza, tão certa quanto as estrelas que piscavam lá em cima, que eu estava perdendo Lucas. E a cada passo, a parte de mim que sonhava com “nós” desaparecia um pouco mais, recuando para as sombras do que poderia ter sido.
Eu sabia que tinha feito a coisa certa, não só por ele, mas por mim também. Por nós. Mas isso não fazia eu me sentir melhor sobre a situação.
Eu não sabia o que ia acontecer agora, mas sabia de uma coisa.
Eu queria Lucas.