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333: Capítulo 333: Chuva no Meu Desfile 333: Capítulo 333: Chuva no Meu Desfile *Lauren*
O sol estava começando a se pôr no horizonte, lançando um brilho quente sobre o resort enquanto eu me apoiava no corrimão da varanda do meu bangalô. O cheiro do oceano se misturava com o das flores que floresciam nas proximidades, mas minha mente não estava no paraíso tropical ao meu redor. Em vez disso, eu revivia o encontro de ontem com a família de Lucas.
Eu me preparei para uma recepção fria, esperando que eles espelhassem o desprezo dele pelos Astor — e talvez pelo meu começo não tão verdadeiro com Lucas. No entanto, não foi nada disso. Eles me acolheram de braços abertos e risadas que se sentiam tão calorosas quanto o pôr do sol.
Não pude evitar sorrir ao lembrar da mãe de Lucas, seus olhos se enrugando de afeto genuíno enquanto ela me abraçava na despedida. Apesar de sua vida modesta, seus corações eram grandes e seu calor se espalhava facilmente. Era um contraste gritante com as reuniões superficiais às quais eu me acostumara na cidade de Nova York, onde cada sorriso tinha que ser posto em dúvida. Certamente eu nunca havia conhecido o afeto de uma mãe ser tão… afetivo.
Mas enquanto meus pensamentos permaneciam em sua pequena casa, atingida pela tempestade recente, uma carranca marcou minha testa. Fiquei feliz que os danos não fossem maiores, mas eram suficientes para ser um fardo para eles. A mãe de Lucas havia mencionado, quase que por acaso, como eles consertariam tudo aos poucos. Mas, eu sabia que até os pequenos reparos poderiam se tornar esmagadores quando as demandas diárias da vida nunca cessavam. E, esses custos poderiam acumular rapidamente, especialmente se o seguro não estivesse disposto a fazer o pagamento total.
Meu coração se apertou ao pensar neles arcando com esse ônus sozinhos. Eu queria fazer algo — qualquer coisa — para aliviar o peso deles. Depois de como eles me acolheram e me trataram como família, parecia o mínimo que eu poderia fazer. Visualizei eles não tendo que se preocupar com o custo ou o esforço, apenas podendo relaxar e aproveitar a vida sem isso pendurado sobre eles.
Foi então que tomei minha decisão, se assentando com uma facilidade surpreendente. Eu falaria com meu pai sobre ajudar Lucas financeiramente com os reparos. Meu pai sempre foi generoso, sua riqueza um recurso que ele estava mais do que disposto a compartilhar, especialmente quando se tratava das minhas tentativas de corrigir erros passados. Eu já conseguia ouvir sua voz, me encorajando a seguir meu coração e usar nossos recursos para o bem.
Com a decisão tomada, me senti mais leve, como se tivesse perdido o peso da incerteza. Estava determinada a fazer isso acontecer, a mostrar a Lucas e sua família o tipo de pessoa que eu estava tentando ser. Não a socialite despreocupada que festejava pelas noites de Nova Iorque, mas alguém que se importava profundamente e agia quando os outros precisavam.
“Vamos fazer acontecer”, sussurrei para mim mesma, afastando-me do corrimão. Ligaria para meu pai logo cedo amanhã.
***
O telefone tocou duas vezes antes da voz calorosa do meu pai encher a linha. “Lauren, como você está?”
“Oi, Pai”, eu disse, um pequeno sorriso se formando nos meus lábios. “Eu estava pensando se você gostaria de almoçar comigo hoje?”
“Claro,” ele respondeu sem hesitar um segundo. “Onde você gostaria de ir?”
“Tem esse lugar de frutos do mar na cidade que eu estive querendo experimentar”, sugeri, pensando no pequeno e aconchegante restaurante que se gabava de ter as capturas mais frescas e uma atmosfera caseira.
“Perfeito. Encontro você lá em uma hora.”
A brisa costeira brincava com meu cabelo enquanto eu caminhava pela pequena cidade, o ar salgado se misturando com os cheiros de massa frita e peixe grelhado que emanavam do restaurante. Meu pai estava do lado de fora do estabelecimento, sua presença comandante e reconfortante. Seu cabelo escuro estava salpicado de grisalhos, mas seus olhos ainda mantinham o mesmo brilho juvenil que eu me lembrava do nosso primeiro encontro anos atrás.
“Michael Astor, sempre pontual”, brinquei ao me aproximar dele.
“Apenas para as ocasiões mais importantes”, ele disse, sua voz leve, um sorriso se espalhando pelo seu rosto.
“Ah, almoçar com a velha e pequena eu é importante?”
“O mais importante. Fico feliz que você tenha ligado. As coisas têm sido agitadas desde a tempestade e não tivemos uma chance de passar tempo juntos.”
“Falando nisso, quanto dano o resort sofreu?”
“O suficiente para ser um problema, mas não tanto a ponto de ser devastador.”
Nos acomodamos em uma cabine de canto, a atmosfera casual e convidativa. O garçom trouxe os cardápios, mas ambos sabíamos o que íamos pedir, o prato de frutos do mar para dois era tentador demais para resistir.
Enquanto esperávamos nossa refeição, observei suas expressões cuidadosamente, calibrando o momento certo para abordar o assunto. “Pai, ontem conheci a família de Lucas.”
“Ah, sim, Lucas”, ele assentiu, um sorriso de compreensão no rosto. “Como foi isso?”
“Surpreendentemente maravilhoso”, admiti. “Eles me acolheram de braços abertos. Não foi nada como eu esperava, considerando…”
“Considerando o passado — e sua mãe, tenho certeza”, ele completou por mim, seu olhar compreensivo. “Mas você é diferente, Lauren. Sempre foi.”
“Obrigada,” murmurei, sentindo o peso dos meus erros passados por um momento. Mas era o presente que precisava ser abordado. “A casa deles sofreu com a tempestade. Nada grave, mas o suficiente para deixar uma marca. A mãe dele disse que eles vão consertar aos poucos, mas eu pensei… talvez nós pudéssemos ajudar?”
Ele me olhou, sua expressão reflexiva, depois assentiu lentamente. “Você quer oferecer ajuda financeira?”
“Sim,” eu disse firmemente. “Não quero que eles lutem com os reparos quando podemos ajudar facilmente.”
Meu pai se inclinou para trás, relaxado apesar da importância da conversa. Ele fez um gesto com a mão, desprezando qualquer objeção potencial. “Faça o que for necessário, Lauren. Você tem todo o meu apoio.”
“Sério?” perguntei, alívio invadindo-me.
“Sério,” ele confirmou, suas palavras solidificando a decisão. “Se é importante para você, é importante para mim.”
“Obrigada, Papai,” eu disse, meu coração se enchendo de gratidão. “Isso significa muito.”
“Tudo pela minha filha,” ele disse com uma finalidade que não deixava lugar para dúvidas.
Nossa refeição chegou então, um banquete para os sentidos, mas agora meu apetite tinha uma companheira — resolução. Eu ajudaria Lucas e sua família, e com a bênção do meu pai, me sentia imparável.
Peguei meu telefone e disquei o número de Lucas enquanto caminhava de volta para o meu bangalô. Meu coração dançava uma salsa nervosa enquanto eu esperava ele atender.
“Oi Lauren, o que aconteceu?”
“Você pode vir até o meu bangalô? Tenho algo importante para discutir com você,” eu disse, tentando manter a voz firme, sem querer revelar a surpresa pelo telefone.
“Claro, posso estar aí em quinze minutos.”
“Perfeito, até logo,” eu respondi antes de encerrar a chamada.
Verdadeiro à sua palavra, Lucas chegou à minha porta com tempo de sobra, seu cabelo escuro desalinhado pelo vento, aquela pele beijada pelo sol fazendo parecer que ele havia sido beijado pela própria essência do verão. Ele vestia uma simples camiseta branca que abraçava seus ombros largos, combinada com jeans desbotados que falavam de incontáveis dias trabalhando sob o sol.
“Oi, Lucas,” cumprimentei-o, sentindo um frio na barriga enquanto dava espaço para ele entrar.
Ele afastou meu cabelo do rosto e se inclinou para dar um beijo suave nos meus lábios. Saboreei o gosto dele antes dele se afastar.
“Tudo bem?” ele perguntou, a preocupação marcada nas linhas de sua testa enquanto ele examinava meu rosto.
“Mais do que bem,” garanti a ele, levando-o para a sala de estar. “Estive pensando na sua família e em como foram acolhedores ontem. Isso… isso significou muito para mim.”
Ele sorriu então, um amolecimento ao redor dos olhos que fez meu coração pular. “Eles também gostaram de você, Lauren.”
Juntei minhas mãos, pressionando-as contra meu peito. “É por isso que eu quero fazer algo por eles. A tempestade danificou parte da casa de vocês, e eu sei que sua mãe disse que vocês consertariam aos poucos, mas…” Respirei fundo, me preparando para a reação dele, “eu conversei com meu pai e gostaríamos de ajudar com os reparos.”
As palavras pairaram no ar entre nós, uma oferta de boa vontade, mas o sorriso desapareceu do rosto de Lucas e sua mandíbula assumiu uma linha dura.
“Ajuda? Como em dinheiro?” A temperatura no cômodo pareceu cair vários graus com seu tom.
“Sim, quero dizer — meu pai e eu, só queremos facilitar as coisas,” gaguejei, confusão substituindo minha empolgação inicial. Como é que eu interpretei tão mal essa situação?
“Lauren,” ele começou, e havia um cansaço em sua voz que eu não esperava, “eu agradeço o gesto, mas…”
“Lucas, o que está errado?” interrompi, me aproximando. Minha mente corria para entender sua raiva, seu afastamento. O que eu tinha dito?
“Nada,” ele disse rapidamente, embora seus olhos traíssem suas palavras. “É… eu falo com você depois, tá?”
“Espera—” Tentei alcançá-lo, impedindo-o de sair, mas ele já estava indo em direção à porta.
“Lucas!”
As costas de Lucas estavam para mim, seus ombros tensos. Eu quase podia sentir a batida vigorosa do meu próprio coração no silêncio que nos cercava.
“Lucas”, tentei novamente, minha voz quase um sussurro, “por favor, vamos conversar sobre isso.”
Ele então se virou, e o olhar em seus olhos me parou friamente. “Eu não quero o seu dinheiro, Lauren,” ele disse, cada palavra deliberada, como um prego sendo martelado na madeira. “Estamos bem por conta própria. Não precisamos de caridade, especialmente não do seu pai.”
Suas palavras cortaram através de mim, cruas e inesperadas. “Não é caridade,” protestei, a dor clara em minha voz. “É só… ajuda. De mim. De nós.”
“De nós?” Lucas zombou, balançando a cabeça. “Não existe um nós quando se trata disso. Eu não posso — não vou — dever nada a Michael Astor.”
“Lucas, isso não é justo,” rebati, sentindo uma onda de frustração. “Meu pai não tem nada a ver com isso. Eu quero ajudar porque me importo com você, com sua família.”
“Se importar,” ele repetiu amargamente, como se estivesse provando algo azedo. “Você acha que jogar dinheiro em um problema é se importar? Temos nosso orgulho, Lauren. Podemos consertar nossos próprios problemas.”
Me envolvi com os braços. “Eu achei que estava fazendo algo bom,” murmurei.
“Você simplesmente não entende, não é?” ele disse, sua voz se elevando. “Não é seu lugar consertar as coisas. Não desta vez.”
“Então qual é o meu lugar, Lucas?” eu exigi, sentindo lágrimas brotarem nos cantos dos olhos. “Me diga, porque obviamente eu não faço ideia.”
Ele passou a mão pelos cabelos desalinhados, aparentando estar tão conflituoso quanto eu me sentia. “Eu preciso de um tempo para esfriar a cabeça,” ele finalmente admitiu. “Isso é demais agora.”
“Lucas—” Estendi a mão para ele, mas ele recuou, evitando meu toque.
“Até mais, Lauren.” Seu tom era final, não deixando espaço para argumentos.
E então ele se foi, me deixando sozinha com os raios de sol e sombras desenhando padrões no chão. Como tudo tinha dado tão errado tão rápido? Minha intenção nunca havia sido brigar, mas o abismo entre nós parecia mais amplo do que nunca. Afundei no sofá, o tecido frio contra minha pele enquanto inclinava minha cabeça para trás. O que eu faria?