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327: Capítulo 327: Longas Conversas 327: Capítulo 327: Longas Conversas *Lauren*
A tempestade lá fora rugiu com uma fúria que parecia sacudir os alicerces do bangalô, mas envolta com segurança em cobertores dentro do abraço de Lucas, nada disso parecia importar. O peito dele subia e descia contra minhas costas em um ritmo constante, o calor da sua pele formava um contraste marcante com o ar frio que tentava se infiltrar pelas frestas.
“Diga-me algo”, murmurei, inclinando minha cabeça para trás para olhá-lo, “algo sobre quando você era pequeno.”
Descobri que queria saber tudo sobre ele. Era como se me entregar a ele fisicamente tivesse derrubado todas as minhas paredes.
Lucas riu baixinho, seu hálito quente contra meu ouvido. “Uma vez tentei construir uma casa na árvore com meu irmão,” ele começou, sua voz baixa e suave. “Nós não fazíamos ideia do que estávamos fazendo. Pregos foram parar em todos os lugares, menos na madeira. No final, tínhamos algo que vagamente lembrava um forte — se você apertasse os olhos.”
Eu ri, imaginando um jovem garoto de cabelos escuros com determinação nos olhos, segurando um martelo duas vezes maior que seu tamanho. “Vocês chegaram a brincar nela?”
“Só todos os dias, até que ela desabou,” ele admitiu com um sorriso. “Sua vez.”
“Ok.” Mordi meu lábio, pensando. “Quando eu tinha dez anos, eu fiz a festa de aniversário mais extravagante para minha boneca, Clarissa. Tinha um bolo de verdade, convites minúsculos… Eu fiz meu pai — bem, o homem que eu acreditava ser meu pai — alugar um restaurante inteiro.”
“Parece um aniversário maravilhoso para uma boneca,” Lucas disse, diversão em suas palavras.
“Foi ridículo,” confessei, sentindo um rubor subir em minhas bochechas mesmo agora. “Mas na época, era o evento mais importante da minha vida.”
Ele afastou uma mecha de cabelo loiro do meu rosto, seu toque suave. “Você vivia em um mundo diferente.”
“Diferente demais,” suspirei, refletindo sobre o quanto eu havia mudado desde aqueles dias de indulgência despreocupada. “Às vezes, desejo ter tido mais do tipo de infância que você teve — simples, com os pés no chão. Minha mãe era…”
“Ei,” Lucas disse, puxando-me para mais perto. “Estamos aqui agora, juntos. Isso é tudo que importa.”
“Verdade,” sussurrei, sentindo a chuva forte se tornando cada vez menos intensa enquanto continuávamos compartilhando histórias. Os sons da tempestade desapareciam ao fundo, substituídos pelo som de nossas vozes, nos levando para longe do caos lá fora e para um mundo de memórias.
A tempestade lá fora uivava como uma fera arranhando as paredes de nosso refúgio, sua ferocidade em contraste marcante com o calor e a segurança debaixo dos cobertores onde eu e Lucas estávamos deitados.
Mas enquanto o vento uivante continuava seu assalto implacável, notei uma mudança em Lucas. Sua risada desapareceu, suas histórias emocionantes cessaram, e seus olhos escuros fixaram-se na dança frenética dos galhos das árvores na noite varrida pelo vento, além do vidro.
“Lucas?” Eu o cutuquei gentilmente, percebendo a mudança em seu humor.
Ele virou-se para mim, sua testa franzida com conflito. “Estou pensando nos barcos… nos funcionários,” ele confessou, sua voz saindo em um sussurro baixo. “Saímos às pressas. E se…”
“Shh.” Interrompi-o, não querendo que ele começasse a se sentir culpado. Rolei para o meu estômago, afastando os cobertores emaranhados enquanto me apoiava para encará-lo diretamente.
Minha mão encontrou a dele, que estava quente contra a superfície tonificada Israel de seu estômago. O toque tinha o objetivo de ancorá-lo, de trazê-lo de volta ao aqui e agora, longe do ‘E se’ ameaçador que poderia consumi-lo. “Você fez o que tinha que fazer, Lucas. Sua vida… nossas vidas são o que importam agora.”
Sua mão estava coberta de calos que exibiam sua força, um testemunho de seu trabalho sob o sol — um mundo à parte da existência mimada e confortável que eu um dia conheci. No entanto, aqui estávamos nós, entrelaçados na forma mais íntima possível, não apenas pela carne, mas compartilhando histórias de nossas vidas.
“Lauren, eu tenho responsabilidades…” ele começou, mas eu apertei minha pegada um pouco mais, instando-o a ver a verdade em meus olhos.
“Sua maior responsabilidade é consigo mesmo,” eu disse firmemente. Não era apenas um consolo; era convicção. Não suportaria a ideia de algo acontecer com ele devido a um dever mal colocado.
“Estar aqui com você, isso parece certo,” continuei, querendo que ele entendesse. “Você fez a melhor escolha com as informações que tinha. Isso é tudo que alguém pode fazer.”
Ele examinou meu rosto, buscando certeza, talvez até permissão para deixar o peso pressionando sua consciência. Com cada fibra do meu ser, eu esperava que ele a encontrasse.
A mão de Lucas escapuliu da minha, um movimento gentil, mas deliberado. Ele acariciou minha bochecha em sua palma, seu polegar calejado traçando a linha do meu osso da bochecha com uma intimidade que enviou arrepios pela minha espinha. Eu fechei meus olhos, saboreando o calor de seu toque contra o frescor da noite encharcada pela chuva.
Ele se inclinou então, e seus lábios encontraram os meus em um beijo tão delicado que falava volumes. Havia uma promessa naquela suave pressão, um entendimento silencioso de que ambos estávamos expostos, crus com novas emoções que nenhum de nós havia completamente compreendido. A tempestade lá fora poderia ter rugido com ventos implacáveis, mas aqui, em seu abraço, havia um tipo diferente de tempestade se formando — uma muito mais emocionante.
“Eu sei que você tem me evitado,” Lucas disse quando recuou, sua voz mal acima do barulho da chuva contra a janela.
Suspirei, uma exalação pesada que parecia carregar o peso do caos que nos havia levado àquele momento roubado. Mudando minha posição, me deitei ao lado dele, minha cabeça encontrando seu lugar contra o conforto sólido de seu ombro. Seu corpo era um porto natural, e eu me aninhei nele, buscando refúgio da tempestade tanto externa quanto interna.
“Tenho?” sussurrei, tentando não deixar a vulnerabilidade permear minhas palavras. Era verdade.
Desde que nossos caminhos se cruzaram novamente, eu me vi dividida entre evitá-lo e encontrar desculpas para estar perto dele. Eu continuava dizendo a mim mesma que queria ir devagar, mas era uma luta constante contra mim mesma.
“Lauren,” ele respirou, sua voz um ruído. “Não se esconda disso… do que quer que seja entre nós.”
Meu peito se apertou diante de seu apelo, na seriedade que marcava cada sílaba. Não havia como negar a conexão que crepitava como um fio vivo cada vez que nossos olhares se encontravam ou nossos dedos se tocavam. E ainda assim, por toda a minha imprudência anterior, eu me encontrava pisando cuidadosamente, como se cada passo pudesse alterar o curso de nossos destinos.
“Lucas,” comecei, “não estou me escondendo. Não realmente. Eu só…” Minhas palavras sumiram enquanto tentava pensar no que queria dizer.
“Com medo?” ele ofereceu suavemente, sua mão encontrando a minha mais uma vez, me ancorando como sempre fazia.
“Talvez,” admiti, a verdade deslizando para fora mais facilmente do que eu esperava. “Mas não com medo o suficiente para desistir do que está acontecendo.”
Puxei uma respiração trêmula, sentindo o peso do olhar dele tão pesado quanto os cobertores emaranhados em volta de nós.
“Lucas,” murmurei, minha voz mal acima de um sussurro, “o que aconteceu entre nós… isso me assustou.” Hesitei e forcei-me a continuar, cada palavra pontuada pela chuva batendo na janela. “Eu estava procurando você, esperando que pudéssemos conversar, ir devagar. Mas então…” Minha frase ficou pendurada, como uma promessa quebrada.
“Tudo apenas se descontrolou,” concluí com uma risada instável, tentando dissipar a tensão que de repente se enrolara entre nós como uma mola.
Ele franziu a testa e se apoiou sobre um cotovelo para me enfrentar mais diretamente. Por um momento, houve apenas silêncio — o tipo que estica e desgasta os nervos.
“Lauren,” ele finalmente disse, sua voz baixa e cuidadosa, “você se arrepende?”
A pergunta pairou no ar, espessa com implicações. Segurei minha respiração, sentindo-o tenso como se estivesse se preparando para um golpe. Seus olhos, escuros e buscadores, fixaram nos meus, esperando por uma resposta que poderia tanto aproximar quanto ampliar o abismo entre nós.
O tempo pareceu esticar, fino como caramelo, e me vi presa na imobilidade da decisão. Então, lentamente, soltei o ar que não percebi que estava segurando.
“Não, Lucas, eu não me arrependo,” confessei, as palavras saindo com uma mistura de alívio e resolução. “Só desejo… desejo que tivéssemos tirado um momento para conversar primeiro, para entender no que estávamos entrando.”
Um toque de suavidade apareceu em seus traços e ele suspirou — uma rendição silenciosa à verdade complicada que ambos compartilhávamos.
Lucas se moveu ligeiramente, puxando o cobertor em torno de nossos ombros enquanto o vento uivava contra as janelas. Sua voz cortou o barulho da chuva, firme e segura.
“Então vamos falar sobre isso agora,” ele disse, seus olhos prendendo os meus na luz tênue. “Tudo — seus medos, suas esperanças… nós.”
Suspirei, me aconchegando mais perto do seu calor, considerando seu convite. Havia uma vulnerabilidade em se abrir, um risco que eu não estive disposta a correr até este momento, mas a tempestade lá fora espelhava a que estava dentro de mim, e eu me vi ansiando por respostas.
“Certo,” murmurei, meu coração batendo com a enormidade do que estava por vir. “Por onde começamos?”
“Comece com por que você estava assustada,” ele sugeriu gentilmente.
Mordi meu lábio, reunindo meus pensamentos. “Foi a intensidade, Lucas. Como rapidamente passamos de nos conhecer para… isso. Isso me assustou porque não esperava sentir tanto tão rápido, especialmente depois de tentar construir uma vida nova, uma melhor.”
Ele assentiu, seus dedos traçando pequenos círculos nas minhas costas. “Eu entendo isso. Eu senti também — a atração. Era poderosa, difícil de resistir.” Seu olhar se suavizou. “Mas eu não quero ser apenas mais um erro, Lauren. Não para você.”
“Você não é,” assegurei-o, minha voz baixa. “Você me fez sentir valorizada de maneiras que eu não sabia que precisava. Mas somos de mundos diferentes, e eu ainda estou aprendendo quem sou fora das expectativas e das festas, da vida de socialite na qual nasci.”
“Então vamos aprender juntos,” ele ofereceu, sua voz uma promessa no quarto silencioso. “Vamos devagar, descobrir para onde isso nos leva sem pressão.”
“Podemos realmente fazer isso?” perguntei, esperança cintilando no meu peito. “Levar um dia de cada vez?”
“Absolutamente.” Seu polegar acariciou minha bochecha, terno e tranquilizador. “Eu me importo com você, Lauren, mais do que planejei. E estou disposto a esperar, a dar o espaço que você precisa para encontrar seu equilíbrio.”
Meu coração se encheu com suas palavras, o nó de ansiedade se desfazendo. “Eu também me importo com você, Lucas. Muito. E é por isso que quero fazer isso direito.”
“Então faremos,” ele disse, seu beijo pousando suavemente na minha testa. “Vamos descobrir isso juntos.”
Conversamos por horas, desvendando medos e compartilhando nossos sonhos, costurando lentamente o tecido de um relacionamento construído sobre o entendimento recém-descoberto. Enquanto a tempestade rugia lá fora, um senso de paz se estabelecia entre nós, nos envolvendo na segurança um do outro.
Eventualmente, nossa conversa diminuiu, nossas pálpebras pesadas com o peso da liberação emocional e o conforto da proximidade. Lucas me puxou mais para perto dele, e eu ouvi ao ritmo constante de seu coração até que ele me embalou em um sono tranquilo, nossas respirações mesclando-se na quietude da noite.