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- Capítulo 322 - 322 Capítulo 322 Arrependimentos e Reflexões 322 Capítulo 322
322: Capítulo 322: Arrependimentos e Reflexões 322: Capítulo 322: Arrependimentos e Reflexões *Lauren*
Pisquei acordada e absorvi o quarto inundado por um suave brilho da luz da manhã. Por um instante, minha mente estava completamente vazia, alheia à razão por trás do calor da minha pele ou do emaranhado de lençóis ao meu redor. Mas, à medida que comecei a despertar de verdade, também o fizeram as memórias—o sentir de mãos vagando por toda parte, sussurros contra meu pescoço, e o gosto de sal nos meus lábios.
Lucas.
“Meu Deus, o que foi que eu fiz?” murmurei para o vazio ao meu lado, minha voz perdida nos lençóis que jaziam ao meu redor.
A cada pulso do meu coração, pedaços da noite anterior se juntavam, formando uma imagem da imprudência da última noite e destacando uma paixão que agora parecia estranha na calma das horas matinais. Os raios de sol dançavam sobre minha pele, incendiando trilhas por onde seu toque estivera, e eu me arrepiei, não de frio, mas de uma confusão que se aninhava em mim.
Não pude evitar de observar como a luz do sol brincava sobre a cama amarrotada, criando sombras que imitavam nossas formas, unidas. Por um momento, era lindo, mas então o arrependimento caiu pesado, transformando a beleza em algo cortante e implacável.
“Idiota,” sussurrei, repreendendo-me ao reviver cada olhar apaixonado, cada promessa ardente trocada sob as estrelas. O desejo lutava com a decepção, e eu me vi presa em seu fluxo impiedoso, incapaz de encontrar firmeza.
Quanto mais pensava, mais a frustração se apertava em meu estômago. Era para ter sido diferente—calmo, controlado, racional. No entanto, ali estava eu, flutuando no rescaldo de ceder a um impulso que agora parecia uma traição às minhas próprias intenções.
“Pare com isso, Lauren.” Minha própria voz soou dura no quarto silencioso. “Apenas… pare.”
Envolvi meus braços ao redor de mim mesma como se quisesse reunir os pedaços que se sentiam espalhados e expostos. Então, empurrei os lençóis para longe, rolando meus membros enrijecidos para a borda da cama. A dor era um testemunho silencioso da última noite—um lembrete que, apesar de minhas melhores intenções, eu fora arrebatada pelo abraço de Lucas com abandono selvagem… pela maior parte da noite. E um pouco do início da manhã.
“Ah!” Joguei-me de volta na cama, pressionando os calcanhares das palmas das mãos contra meus olhos.
“Devagar,” murmurei para mim mesma, pressionando as mãos contra o colchão para levantar meu corpo de volta a uma posição sentada. Era um mantra que eu precisava acreditar, adotar nesta nova vida que eu estava tentando construir para mim mesma, fio por cuidadoso fio. Hoje, eu começaria estabelecendo limites, uns que não seriam tão facilmente desfeitos pelo puxão de nossa atração um pelo outro.
Minha resolução se fortaleceu a cada respiração—o próprio ar parecia ecoar minha decisão de manter distância de Lucas, ao menos para entender a profundidade dos meus próprios sentimentos sem a vertiginosa influência da minha atração por ele.
Porque claramente, eu não conseguia pensar direito quando ele estava por perto.
Deslizei para fora da cama, meus pés roçando contra o chão de madeira frio enquanto eu me levantava. Eu queria conversar, construir algo sobre palavras e compreensão, não apenas emoção bruta. Mas a intensidade entre Lucas e eu tinha destruído meus planos com tanta facilidade que me surpreendia. Nossa química era simplesmente intensa demais para lutar.
Afastei as cortinas, deixando o peso total do dia pressionar contra meus sentidos.
Franzi ligeiramente a testa, um sorriso irônico puxando o canto dos meus lábios. A dor agarrava-se a mim, um segredo compartilhado entre meu corpo e as memórias da noite anterior. Mas ninguém precisava saber o verdadeiro motivo do meu desconforto.
“Afinal de contas, caminhei quilômetros ontem,” disse, testando como aquilo soava em voz alta enquanto eu caminhava pelo quarto para vestir um par de leggings e um top folgado. Observação de pássaros com Shelby e os gêmeos—era a desculpa perfeita. E não era em parte verdade? Nós caminhamos pelas trilhas antes… antes de tudo que aconteceu depois.
“Hoje é só mais um dia tranquilo,” eu me assegurei, olhando pela janela para a bela paisagem que cercava meu pequeno lar. Não era necessário deixar mais ninguém conhecer a emoção da noite anterior. Era suficiente que eu pudesse revivê-la sozinha. Tornava tudo mais especial o fato de que somente Lucas e eu sabíamos sobre isso.
Era algo inteiramente nosso.
“Distância,” repeti, a palavra como um escudo contra o desejo que ameaçava surgir ao pensamento de Lucas—seu cabelo escuro despenteado, aquela pele beijada pelo sol e o modo como ele olhava para mim como se eu fosse a única mulher no mundo. “É o melhor, Lauren. Para nós dois. Eu vou apenas… evitá-lo até que eu consiga entender o que é que eu quero dizer.”
Então me lembrei de como foi a “conversa” da última noite.
“Conversas,” murmurei para mim mesma, puxando a barra da minha camisa larga. “Elas deveriam levar a algum lugar um pouco menos nu, não… não acabar assim.” Minha voz pairou no ar enquanto eu tentava me convencer de que foi só uma noite, eu poderia falar com Lucas agora sem aquele nível de paixão nos interrompendo.
Caminhei pelo comprimento do bangalô, cada passo marcado pelo batimento do meu coração que lembrava demais. Lá fora, o mundo estava despertando, mas por dentro, eu sentia uma parte de mim se retrair, buscando se esconder de todos.
“Espaço,” disse em voz alta, a palavra ecoando de volta para mim, sólida e determinada. “É disso que eu preciso. É disso que nós precisamos. Claramente.” Minha reflexão no espelho acenou de volta, um brilho decidido em seu olhar. Não era apenas sobre desacelerar; era sobre reconquistar a direção da minha própria vida.
“Lucas…” suspirei, pausando no meio do passo. O pensamento dele enviava um arrepio pela minha espinha, um misto de saudade e apreensão.
“Distância,” sussurrei para o reflexo novamente, meus próprios olhos encontrando os meus como se selassem um pacto. “Só por um pouco, até eu poder… até nós podermos fazer isso direito.”
Um suspiro profundo encheu meus pulmões enquanto deixava minha determinação me envolver. Haveria tempo suficiente para descobrir o que Lucas e eu seríamos no futuro. Por agora, eu precisava estabilizar meu pulso e garantir que eu me concentrasse em mim mesma.
“Controle,” afirmei, encontrando força na declaração. “Eu não vou me perder nisso, não importa o quanto possa ser tentador.”
Virando-me do espelho, eu saí do meu quarto para começar meu dia.
Caminhando em direção à cozinha americana, eu me senti mais no controle, mais como a pessoa que eu esperava me tornar. Alguém que não saltava sem olhar, que não se perdia no calor do momento, não importava o quanto seu coração protestasse.
“Controle,” sussurrei, alcançando uma caneca. Hoje, eu estava retomando minha história, um gole de café de cada vez.
A cafeteira resmungava e chiava, uma trilha sonora reconfortante para os pensamentos que corriam pela minha mente. Eu despejei o líquido fumegante na minha caneca favorita, aquela com o brasão desbotado da NYU, um símbolo do meu eu passado. O aroma rico preencheu o pequeno espaço do bangalô enquanto eu segurava o calor nas mãos.
“Lauren Radcliff Astor,” repreendi-me suavemente, acomodando-me no assento acolchoado da janela, “em que você se meteu?” Olhando para fora, vendo a luz do sol brincando entre as folhas, tentei aquietar as emoções conflitantes dentro de mim. “Foi só um deslize, certo? Um momento de fraqueza? Foi só isso. Um erro. Muitas emoções represadas se sobressaindo.”
Bebi um pouco do café amargo, fazendo uma careta ao queimar minha língua. “Você sabe que foi mais do que isso.” Minha voz era quase inaudível, um sussurro perdido na canção matinal dos pássaros lá fora. Parecia mais seguro desse modo, admitindo verdades onde apenas o vento poderia ouvi-las antes de levá-las embora.
“Lucas é… ele é intoxicante,” confessei ao quarto vazio, enrolando meus braços ao meu redor como se para manter as palavras por perto. “Mas isso—nós—é como tentar ler um livro enquanto se anda numa montanha-russa. Empolgante, sim, mas no final, o que eu consigo? Enjoo ou uma emoção que desaparece rápido demais?”
O café agora tinha esfriado o suficiente para beber de maneira apropriada e eu deleitei cada gole enquanto refletia meus pensamentos.
“Eu vim para cá para encontrar direção, para provar que não sou mais aquela garota festeira de Nova Iorque. Não vou simplesmente voltar aos velhos hábitos sem meu pai e Shelby por perto para me lembrar de que eu cresci e me aprimorei. É por isso que os segui litoral abaixo, milhares de milhas de casa.” Ri, um som curto e sem humor. “E ainda assim, aqui estou, me sentindo mais perdida do que nunca.”
Meu olhar voltou-se para o oceano e as ondas enquanto elas se chocavam contra a costa. “Lucas pode ser essa incrível força da natureza, mas eu também sou. Eu sou uma tempestade, não uma brisa para ser domada ou direcionada.” A realização despertou algo dentro de mim, um lampejo de autoconfiança.
“Okay, então você se apaixonou por ele, e muito,” continuei, meu reflexo na janela concordando com um aceno. “Não significa que você não possa se levantar e se recompor. Não te torna fraca. Foi um deslize, só um. Você consegue fazer isso. Você consegue. Apenas… não olhe para ele quando você lhe disser. Ou respire seu perfume. Ou deixe ele te tocar. Ou fale… porque a voz dele faz coisas estranhas com seu interior. Sabe de uma coisa, apenas evite o homem. Isso é muito mais fácil. Encará-lo parece um risco. Veja como foi a noite passada. Uma conversa. Bem, era para ser uma conversa. Mas eu disse alguma palavra? Não, senhora. Deixei meus lábios fazerem um tipo muito diferente de conversa.”
Enterrei meu rosto nas mãos e pensei em simplesmente fretar um dos aviões do meu pai e voltar correndo para Nova Iorque com o rabo entre as pernas. Mas, que tipo de vida me aguardava lá? Certamente não era a vida que eu estava construindo para mim aqui.
“Calma, Lauren,” instruí a mim mesma, colocando a caneca na mesa com um clique decisivo. “Você consegue. É só ir um dia de cada vez. E hoje é sobre retomar o controle, encontrar seu equilíbrio de novo.”
“Distância,” repeti mais uma vez, agora a palavra um mantra para me guiar pela névoa de desejo e medo. “A distância vai te dar perspectiva. Você precisa pensar, respirar. Mas você pode fazer isso daqui.”
“Lucas estará lá amanhã, e no próximo dia,” raciocinei, traçando a borda da caneca com um dedo. “Mas hoje, você precisa estar lá para si mesma. Descobrir o que a Lauren quer, do que ela precisa.”
“Quem sabe?” refleti, um sorriso incerto curvando meus lábios enquanto eu me afastava da janela. “Talvez toda essa introspecção leve a algum lugar bom, inesperado. Mas por enquanto, vou começar com outra xícara de café.”