Desejando o Bilionário Pai de Praia - Capítulo 296
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296: Capítulo 296: Revelações 296: Capítulo 296: Revelações *Michael*
“Não tive nada a ver com o desaparecimento da sua esposa, mas tenho medo de saber quem é o responsável”, a voz de Lucas ressoou.
O cômodo estava repleto de tensão, e ele estava na minha frente – um retrato de culpa e apreensão. Eu podia sentir os músculos do meu pescoço tensionados enquanto o encarava com um olhar que poderia murchar uma rosa.
“Lucas”, eu disse, o mais calmamente possível. “Preciso que você me diga o que diabos está acontecendo.”
Ele gaguejou em sua frase, e minha paciência já desgastada estalou sob o peso da minha raiva.
Minha voz era uma lâmina – afiada e letal. Eu gritei, “Minha esposa pode estar fodidamente ferida, e ela está desaparecida. Diga-me o que diabos você sabe, AGORA!” Tentei manter minha distância porque estava lutando contra todos os meus instintos para não jogá-lo contra a parede.
Ele murchou sob meu olhar, seus olhos desviando antes de se fixarem de volta nos meus com uma expressão assombrada. Sua boca se abriu, mas parecia que as palavras eram verdades que ele não conseguia libertar. Eu quase podia ver o peso invisível em seus ombros, dobrando-o em submissão.
Mas o medo de mim venceu primeiro e, finalmente, Lucas começou a falar.
“Michael, é… é o Sr. Cavalier”, Lucas murmurou baixinho, sua voz mal acima de um sussurro.
Parecia que todo oxigênio tinha sido drenado do cômodo. Tudo ao meu redor parecia cinza e sem vida, e eu tentei me concentrar em suas palavras para me manter ancorado na realidade.
Ele estremeceu, depois falou novamente, “Ele esteve orquestrando tudo – o sabotagem, o incidente no spa, as ferramentas desaparecidas. Ele está por trás de tudo isso.”
Um calafrio gelado percorreu minha espinha ao ouvir o nome do Sr. Cavalier. Aquele homem sempre passou um ar de desconfiança, como uma serpente enrolada na grama, esperando o momento certo para atacar.
“Siga em frente”, eu insisti, minha mandíbula tão apertada que eu podia sentir uma dor de cabeça se formando. Meus dentes doíam com a força que eu estava usando para triturar meus molares. Não podia acreditar que isso estava acontecendo. Viemos aqui para fugir de vidas como essa.
“Michael, ele me pagou para fazer coisas das quais não me orgulho”, Lucas sussurrou. Seus olhos eram poços de arrependimento, depois ele continuou. “Eu estive entrando furtivamente nos quartos dos hóspedes, pegando coisas – itens valiosos, qualquer coisa que causasse alvoroço.”
Eu lutava para manter minha compostura intacta, embora por dentro eu fosse um redemoinho de raiva e incredulidade. Então Shelby estava certa. As coisas que desapareciam eram calculadas e feitas para nos prejudicar.
O arrependimento me rasgou enquanto eu pensava em quantas vezes eu tinha desconsiderado seus sentimentos e suspeitas ultimamente. Pelo amor de Deus, a última coisa que eu disse a ela antes de ela desaparecer foi chamá-la de ingênua.
Lucas me tirou do turbilhão da minha mente quando ele pigarreou. Meus olhos se voltaram para ele, e eu podia dizer que ele tinha mais para dizer.
“O que mais?” eu rosnava em voz baixa, instigando-o a continuar revelando seus segredos.
“E o spa”, ele continuou, sua voz quebrando, “ele me fez ajudá-lo a mexer nos trabalhos lá também. Os acidentes… não eram realmente acidentes. Trabalhamos juntos para trancar aquele cara na sauna.”
“Droga, Lucas!” Eu cuspi seu nome como se fosse arsênico. A fúria [] tempestava sob minha pele, e eu queria arrancar o resto dele, espancar seu rosto até que ele me contasse onde o Sr. Cavalier levou Shelby. Qualquer coisa para fazer com que ele entendesse a gravidade de suas ações.
Mas eu me contive. Eu sabia que precisava da ajuda de Lucas, e machucá-lo apenas aumentaria o tempo que levaria para chegar até ela.
“Há mais alguma coisa?” Eu perguntei, as palavras saindo tensas.
Lucas assentiu lentamente, parecendo que cada palavra que ele pronunciava causava dor física.
“Há mais, Michael. Mas é horrível. Estou com medo de dizer em voz alta. Com medo de ver sua reação”, ele admitiu enquanto seus olhos se moviam entre mim e o chão.
Eu me preparei para o que viria a seguir, sabendo que cada peça do quebra-cabeça que Lucas fornecia nos aproximava de Shelby. Um passo mais perto da verdade.
“Eu sei que você não vai entender, mas eu realmente precisava do dinheiro…”
Meus punhos se cerraram ao meu lado, uma onda de calor ardendo em minhas veias enquanto eu absorvia o peso da confissão de Lucas.
“Você—O que você fez poderia ter matado alguém!” eu disse. As palavras explodiram de mim, um torrente de acusação e dor. Minha voz era um chicote, estalando o ar entre nós a cada sílaba enquanto eu o interrompia. “Colocando todos em perigo por quê? Alguns trocados extras?”
Lucas estremeceu, seu rosto enrugando sob a avalanche. A angústia raw ali era inconfundível, gravando linhas de arrependimento em seus traços juvenis. Nesse momento, ele parecia muito mais jovem. Eu podia ver a inocência e o arrependimento em seus olhos.
“Michael, eu—” ele hesitou, sua maçã do rosto subindo enquanto ele engolia em seco. Suas mãos tremiam ao seu lado, cerradas em punhos de nós brancos. “Eu precisava do dinheiro. Não era apenas por mim. Nunca foi apenas por mim. Sr. Cavalier sabia disso. Ele conhecia minha situação e se aproveitou disso. Eu precisava disso para minha família. Ele me usou.”
A raiva em mim lutava com outra coisa – uma compaixão relutante, uma compreensão que eu não queria sentir.
“Sua família,” eu murmurei através dos dentes cerrados, as duas palavras com gosto amargo. “Você arriscou as vidas dos outros por dinheiro. As vidas da minha porra de esposa e filhos.”
Meu olhar penetrava nele, exigindo uma explicação que eu não tinha certeza de querer ouvir.
“Michael, me desculpe”, Lucas sussurrou, sua voz quebrando. “Eu pensei… eu pensei que poderia controlar. Manter pequeno. Mas o Sr. Cavalier, ele…” Ele parou, incapaz de terminar.
“Siga em frente”, eu incentivei, minha voz agora gelada, mas por dentro, meu coração batia contra minhas costelas, um tambor de medo por Shelby. Medo de que o desespero de Lucas pudesse ter me custado tudo.
O olhar de Lucas caiu no chão, sua voz um mero sussurro carregado por um fardo muito pesado para seus ombros. “Minha mãe… ela está doente, Michael. Câncer. E meu pai nem consegue levantar um martelo mais, muito menos balançá-lo. Eles estavam se afogando em contas, e eu…”
Ele pausou, a angústia clara em sua mandíbula cerrada.
“O Sr. Cavalier sabia sobre minha família.” Os olhos de Lucas se encontraram com os meus novamente, assombrados por sombras de vergonha. “Ele sabia e usou isso contra mim. Disse que pagaria bem se eu fizesse alguns favores. Coisas pequenas, ele prometeu. Apenas para sobreviver.”
Eu escutei, meu corpo inteiro tenso e pronto para explodir, sentindo a picada de cada palavra como se fossem tapas aterrissando diretamente em minha consciência. Este homem diante de mim — apenas um garoto, na verdade — foi tratado com uma má mão. Mas isso não desculpava o que ele havia se tornado parte. Isso não apagava o fato de que Shelby estava lá fora, em algum lugar, possivelmente ferida ou pior por causa desses ‘favores’.
“Coisas pequenas?” ecoei, incapaz de esconder o desprezo em minha voz. “Você chama sabotagem de pequeno?”
“Michael, eu juro—eu nunca soube sobre o barco. Eu não sabia o que o Sr. Cavalier estava planejando.” Os olhos de Lucas estavam arregalados, sinceros, implorando para que eu acreditasse nele. “O barco, o barco da Shelby… quando descobri, pareceu que o chão tinha escapado de debaixo de mim. Isso não fazia parte de nenhum acordo em que eu estivesse envolvido. Isso foi loucura.”
“Loucura que você ajudou a criar!” Eu gritei.
As palavras explodiram de mim, cruas e acusatórias. No entanto, enquanto olhava para Lucas, para o desespero gravado em cada linha de seu rosto, minha fúria diminuiu. Havia verdade lá, no tremor de suas mãos e no medo em seus olhos, verdade que não o absolveu, mas pintou essa bagunça em tons mais complexos e marcantes.
“Lucas”, eu disse, minha voz agora mais calma, mas ainda entremeada de amargura. “Você deveria ter vindo até mim. Eu poderia ter ajudado você. Pago mais. Ajudado sua família. Eu sou um homem compassivo, benevolente. Apesar do que todos aqui nesta maldita ilha pensam. Eu nunca teria pedido para você fazer algo assim pelo dinheiro.”
Ele estremeceu como se tivesse sido atingido. “Eu pensei… pensei que não tinha outra escolha.”
“Escolhas”, eu murmurei, a ironia não perdida em mim. Aqui nós dois estávamos, reunidos por uma série de más escolhas. “Tudo bem, Lucas. Comece a falar. Tudo o que você sabe, todo segredo sujo que o Sr. Cavalier tem. É hora de acertar as contas.”
“Quando vi os buracos de furadeira… Deus, Michael, minhas entranhas se torceram como arame farpado. Confrontei o Sr. Cavalier. Disse a ele que ele tinha ido longe demais.” A voz de Lucas tremia, e seu olhar caiu para o chão, incapaz de me encontrar.
“E?” Eu insisti, cerrando os punhos ao meu lado.
“Ele apenas riu”, disse Lucas, o desgosto claro em seu tom. “Disse que era tudo parte de um plano maior.”
Minha mente acelerava, tentando juntar o jogo do Cavalier. O homem era uma víbora, enrolada e pronta para atacar o coração do meu mundo. Lucas se mexeu desconfortavelmente, ainda evitando contato visual.
“Michael, há mais. Na praia hoje…” sua voz se apagou, e quando ele olhou para mim novamente, com olhos tristes e assombrados. “Eu vi o Sr. Cavalier. Ele queria que eu…” Outra pausa, um arrepio percorrendo-o. “Para ajudá-lo a pegar um de seus gêmeos.”
Um medo intenso se instalou profundamente em meus ossos.
“O que você disse a ele?” Eu perguntei.
“Eu disse não. Eu não podia fazer isso, não com crianças. Crianças são inocentes e eu não serei um para fazê-las sofrer.” As mãos de Lucas agora tremiam visivelmente, sua resolução se desfazendo. “É por isso que eu estava na Lauren. Eu tinha que avisá-la. Seus gêmeos, eles poderiam estar em perigo por causa de mim.”
O ar no cômodo ficou carregado de palavras não ditas, o fardo da culpa e do medo pressionando-nos. Meus pensamentos giravam selvagemente, mas uma coisa era cristalina: estávamos ficando sem tempo.
Shelby estava lá fora, e agora eu sabia que meus filhos também estiveram em perigo. Era demais. E em algum lugar nas sombras espreitava um monstro que não pensava duas vezes em destruir famílias.
“Ok, Lucas”, eu disse finalmente, minha voz firme apesar da tempestade de emoções girando dentro de mim. “Precisamos descobrir onde diabos ele a tem. Agora mesmo. Cada segundo que ela está com ele é mais um minuto que ele poderia acabar com a vida dela, e eu não vou poder continuar sem ela. Você me entende? Ela é o meu mundo.”
Seu aceno foi fraco, mas selou nossa frágil aliança. Eu sabia que precisaria dele e do conhecimento da ilha e do Sr. Cavalier para encontrar Shelby. Eu mal sabia alguma coisa sobre a área ao redor e não tinha tempo para aprender. Eu precisava encontrá-la agora.
Estávamos nisso juntos, quer eu quisesse ou não.