Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 672
Capítulo 672: Como Você Me Machucou
Aquela pequena ação de Alaric trouxe um pouco de calor e atividade para a sala. Claro, Roman imediatamente pegou o prato, enfiou a folha na boca e soltou um gemido enquanto balançava a cabeça em aprovação feroz.
Griffin, um amante de comida de verdade, não pôde se conter. Ele deu uma mordida e seus olhos se arregalaram no momento em que o sabor se espalhou pela língua.
Ele disse, “É como se eu estivesse comendo favos de mel caramelizados misturados com cítricos de baunilha,” ele disse maravilhado. “Como as sobremesas chiques de fim de ano no reino humano, só que esta supera todas.”
Violeta nem percebeu que estava sorrindo. Havia algo caloroso — quase orgulhoso — em ver seus companheiros desfrutando algo do Reino das Fadas. O reino dela.
Seu olhar se voltou para Asher, que finalmente, relutantemente, deu uma mordida como se apenas para verificar se seus irmãos não estavam exagerando. Ao contrário dos outros, cujas reações eram ruidosamente expressivas, o rosto de Asher permaneceu uma perfeita folha em branco. Violeta o encarou, esperando. E esperou. E esperou.
“E então?” ela exigiu por fim.
“E então?” Asher repetiu, com expressão séria, como se realmente não soubesse o que ela queria dizer.
Violeta estreitou os olhos. “A comida? O que você achou dela?”
Asher tomou um gole de água, completamente imperturbável. “Muito doce. Não sou fã.”
Violeta quase gemeu. Será que Asher nasceu alérgico à doçura ou Henry havia tirado dele a alegria do açúcar? Como ela deveria consertar isso?
Antes que pudesse contemplar reabilitar suas papilas gustativas, ela viu Roman no canto do olho enchendo avidamente mais da salada de folhas cristalizadas na boca.
“Roman, chega,” ela repreendeu. “Nós acabamos de te desintoxicar do açúcar das Fadas, lembra?”
“Ah, cara…” Roman desanimou, parecendo genuinamente desolado.
Era para o bem dele. Ou assim ela pensava até vê-lo discretamente guardando mais algumas folhas no bolso.
“Roman!”
Roman piscou, absolutamente despreocupado. “Relaxa. Vou comê-las na minha forma transformada. Guaxinins não têm diarreia, têm?”
Deusa a ajude. Ela estava tão cansada dele!
Alaric explodiu em uma risada alta e despreocupada com o comentário de guaxinim de Roman. Mas no meio da risada, a folha que ele estava mastigando foi pelo caminho errado e sua risada cortou abruptamente.
Então veio o engasgo.
Alaric se inclinou para frente, a mão voando para a garganta enquanto tosses violentas o rasgavam. Sua pele pálida ficou alarmantemente vermelha, subindo rapidamente do pescoço às orelhas.
Griffin levantou-se da cadeira. “Deusa, ele está engasgando!”
Cadeiras arranharam alto enquanto todos — exceto a Rainha Seraphira, que assistia calmamente — se levantaram.
“Dê-lhe água!” Asher gritou, já circulando a mesa.
As mãos de Violeta se moveram antes que sua mente pudesse. Ela pegou o copo mais próximo, encheu-o num piscar de olhos do jarro e pressionou-o nos lábios de Alaric.
Alaric não apenas sorveu, ele praticamente devorou a água, engolindo freneticamente até o copo ficar vazio.
“Outro,” ele arfou, sua voz rouca.
Violeta rapidamente encheu novamente e empurrou o próximo copo em suas mãos. Ele o esvaziou também, seu peito arfando, e as respirações vinham em puxões ásperos e desesperados. Sua mão pressionou com força sobre o esterno, esfregando como se tentasse forçar o ar de volta aos pulmões.
“Alaric…” Violeta se inclinou mais perto, preocupação apertando suas feições.
Ele tossiu mais uma vez, então conseguiu dizer, esforçando-se, “Estou bem agora.”
Foi só então que Alaric percebeu que não estava sentado em uma cadeira. Ele havia caído de joelhos ao lado da mesa durante o incidente de engasgamento.
Roman soltou um assobio baixo. “Essa foi por pouco, irmão.”
Griffin lançou-lhe um olhar afiado o suficiente para decapitar. “Nem mais uma palavra, Roman.”
A advertência foi envolta em pura autoridade de Alfa e por um bom motivo. Havia uma energia caótica que se apegava a Roman como uma maldição e que tinha um jeito de arrastar todos os outros direto para problemas.
Roman sabiamente calou a boca.
Violeta finalmente exalou, seus ombros relaxando em alívio. Um por um, a sala voltou a se acalmar, cada um deles retornando aos seus lugares com o tipo de silêncio tenso e abalado que segue a um quase desastre.
Então Violeta sentiu o peso do olhar de sua mãe a fixando do outro lado da mesa.
Ela se virou. “O quê?”
Rainha Seraphira a estudou com uma expressão entre curiosidade e espanto.
“Eu testemunhei incontáveis laços de companheiros entre meu povo,” a rainha disse lentamente, “ainda assim nunca vi um tão caótico e ainda tão profundamente unido quanto o seu. É como se a deusa não pudesse decidir a quem presentear você, então ela simplesmente deu todos eles para você e esperou que vocês se resolvessem.”
Então Violeta soltou, “É por isso que você não nos queria juntos? É por isso que você me criou para matá-los?”
As palavras atingiram a mesa como um raio.
O pomo de Adão da Rainha Seraphira subiu e desceu. E pela primeira vez desde que Violeta chegou ao reino, ela viu a culpa real e crua rachando sob a compostura régia de sua mãe.
“Violeta, ouça—”
“Não, você escute,” Violeta a interrompeu. “Pelo menos uma vez, apenas escute como suas decisões me afetaram.”
Ela olhou para Asher, a voz tremendo. “Você sabe que na primeira vez que fizemos amor, eu quase o matei?”
Rainha Seraphira abriu a boca para se defender. “Eu não—”
“Você sabe como é quase matar o homem que você ama?” A voz de Violeta aumentou, feroz e se quebrando nas bordas. “Ele teve um aneurisma cerebral porque eu nasci—fui criada—com o único propósito de matá-lo. Matá-los todos. Eu teria matado eles também se não fôssemos companheiros!”
Os lábios da Rainha Seraphira se apertaram. Desta vez, ela não disse nada e deixou a dor de Violeta cair onde pudesse.
“E mesmo agora…” A voz de Violeta rachou. “Eu nem posso tê-lo sem o laço de companheiro.”
As próximas palavras saíram em um sussurro.
“E se o laço de companheiro nunca vier…?” Então a profecia soou em sua mente e ela se corrigiu com um tremor, “E se demorar lágrimas para se formar? Quanto tempo você espera que ele espere?”
A emoção engrossou sua voz.
“Você sabe como é difícil para ele? Ser o único sem parceiro no nosso harém? Você sabe o quanto Asher sacrificou por mim?”
Ela balançou a cabeça, uma lágrima escapando.
“E eu nem posso estar com ele do jeito que quero. Do jeito que ele merece.”
A voz de Violeta quebrou completamente.
“É o quanto você me machucou, Mãe.”