Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 654
Capítulo 654: Não No Céu
“Tudo bem…” Elsie sorriu maliciosamente, saboreando a resistência de Daisy. “Mergulhem-na de novo.”
“Não—esperem!” Daisy gritou.
Elsie levantou uma sobrancelha, divertida. “Oh? Está pronta para falar agora?”
“Sim—sim… só me deixe—deixe-me recuperar o fôlego…” Daisy tossiu violentamente, o peito arfando.
A expressão de Elsie endureceu. “Eu sei o que você está fazendo. Está ganhando tempo.”
“Eu não estou…” Daisy sussurrou, rouca. “Tem muita água nos meus pulmões…” outra crise de tosse a sacudiu.
Elsie revirou os olhos, impaciente. “Joguem-na de volta na água.”
“Não, não façam isso—a Violeta não está aqui!” Daisy soltou em desespero.
Elsie se inclinou até ficarem olho a olho, seu rosto distorcido com uma satisfação vingativa. “Exatamente. Então onde ela está?”
“Em um lugar distante,” Daisy sussurrou roucamente. “Eu não posso te contar. Fui enfeitiçada para não fazer isso. Você tem que acreditar em mim.”
“Besteira,” Elsie riu. “Você acha que sou estúpida porque você e seu grupinho me humilharam da última vez. Isso não vai acontecer de novo.” Ela estalou os dedos. “Façam isso.”
“Não—não façam—!” O protesto de Daisy se afogou em um jorro de água quando sua cabeça foi empurrada para baixo. Bolhas surgiram ao seu redor enquanto ela gritava na piscina, inalando mais água.
Um grande estrondo ecoou contra a porta.
A cabeça de Elsie se virou bruscamente para a porta, os olhos se arregalaram. “Droga. A ajuda chegou, e ela ainda não me contou nada!”
As duas garotas congelaram, trocando olhares assustados. Elas não haviam se inscrito para uma acusação de assassinato. Esperavam que Elsie soubesse o que estava fazendo.
“Puxem-na para cima!” Elsie gritou.
Elas arrastaram Daisy para cima da água. Ela emergiu com um ofego violento, tossindo, os olhos vermelhos e ardendo.
“Para onde Violeta e Lila foram?!” Elsie gritou, desesperada agora.
“EU NÃO POSSO te contar! Quantas vezes preciso dizer isso para entrar nessa sua cabeça dura?!” Daisy gritou de volta.
Elsie recuou, surpreendida pelo fogo na voz de Daisy. A audácia. A coragem.
Claro que ela não acreditava que Daisy estava enfeitiçada para ficar calada. Na mente de Elsie, Daisy estava apenas testando sua paciência. E para Elsie, teimosia era um desafio. Um desafio.
“Tudo bem,” Elsie sibilou, sua voz baixa e arrepiante. “Você quer se afogar? Eu vou te ajudar a se afogar.”
Ela gritou para suas auxiliares, “Coloquem-na de volta e não a deixem subir.”
“O quê?!” as garotas gritaram, horrorizadas. Mesmo elas não esperavam por isso. Isso praticamente não significava que Elsie queria que a garota se afogasse?
Quando nenhuma delas se moveu, Elsie rosnou, “Tudo bem. Eu mesma vou fazer isso.”
Os olhos de Daisy se arregalaram. “Não a deixe—!”
Elsie empurrou a cabeça dela para baixo. O grito de Daisy se transformou em uma corrente de bolhas enquanto suas pernas se debatiam impotentemente.
As duas garotas entraram em pânico à medida que a pancada na porta aumentava. Quem quer que estivesse lá fora, logo abriria a porta à força.
“Ah, eu estou fora daqui!” uma garota gritou, saindo apressada da piscina. A segunda nem precisou de mais convencimento e correu logo atrás dela.
Elsie, cega de raiva, nunca parou de empurrar Daisy para baixo. Violeta havia tirado tudo dela. Os Alfas. Seu lugar como Luna e sua popularidade. E agora, ela experimentaria o que era perder algo que importava para ela.
A porta explodiu para dentro, arrancada de suas dobradiças quando Oscar invadiu a área da piscina com mais três pessoas atrás dele.
“Ela está ali!” um dos capangas fugitivos de Elsie gritou, apontando para a piscina onde Elsie ainda estava forçando Daisy debaixo d’água.
“Que droga,” Oscar resmungou no momento em que entendeu o que estava vendo.
Quando Ivy havia corrido até ele gritando que Daisy tinha sido sequestrada, ele não esperava uma tentativa de assassinato. Daisy e Ivy estavam sob sua matilha, sua proteção, e com Alfa Griffin ausente, Oscar era quem mantinha a Casa Leste unida.
E aqui estava essa psicopata, tentando afogar um membro de sua Casa.
Não sob sua vigilância.
Oscar caiu na piscina com um enorme splash, cortando a água.
Ele não era o único.
Ace Storm tirou a jaqueta e mergulhou logo atrás dele. Ele sabia exatamente quem era Daisy, ele poderia reconhecê-la mesmo vendado após todas as horas que passara pesquisando sobre as colegas de quarto de Violeta.
Debaixo d’água, Oscar arrancou Elsie de Daisy, puxando a garota alucinada enquanto Ace avançava.
Ele alcançou Daisy antes que seu corpo afundasse, um raio gélido de pânico correndo por sua espinha. Ele a puxou para a superfície e nadou com ela até a borda, levantando-a da piscina o mais suavemente possível.
Ace deitou Daisy sobre os azulejos, a água escorrendo de seus cabelos e membros. Seu coração falhou.
Daisy Fairchild não estava respirando.
Ace começou a fazer compressões no peito. Ele havia crescido em meio à ciência e treinamentos de emergência, por isso conhecia os passos, mas o pânico ainda fazia-o perder o ritmo. Ace não conseguia explicar, mas cada fibra de seu ser estava com medo de perder essa garota.
Então ele forçou sua respiração a se tornar estável, contou em voz baixa e empurrou novamente. “Vamos. Vamos. Respire.”
Atrás dele, Ivy pressionou uma mão na boca, lágrimas escorrendo por suas bochechas. Se Abel não a segurasse, ela teria avançado e quebrado o foco de Ace com seus soluços.
Ao redor deles, os celulares estavam fora enquanto os estudantes filmavam a cena, à beira da piscina preenchida com o som de barulho e choque.
Na área da piscina, Oscar havia imobilizado Elsie no chão enquanto ela gritava como uma banshee.
“Me solte, seu idiota! Me solte agora!”
Enquanto isso, Ace continuou, batendo as palmas das mãos no peito de Daisy. “Não morra em mim. Vamos.”
Então, como uma pequena e impossível misericórdia, Daisy arfou e voltou à vida, engasgando enquanto seus pulmões encontravam o ar.
O alívio atingiu Ace com tanta força que seus joelhos quase cederam. Ele soltou um som que era metade riso e metade soluço.
Daisy piscou para cima, seus olhos vidrados. Um monte molhado de cabelos loiros se agarrava ao crânio do estranho acima dela, e quando seus olhares se encontraram, o ar saiu dela por um motivo diferente.
O azul dos olhos dele a atingiu, eles eram surpreendentes e, de alguma forma ridícula, lindos. Ela nem percebeu quando
estendeu a mão e encontrou sua bochecha.
“Estou no céu?” ela murmurou.
Ace soltou uma risada curta e incrédula que soou como música para seus ouvidos. Ele acariciou o maxilar dela com o polegar e disse, sem rodeios, “Não. Você não está, Daisy Fairchild. E estou feliz, porque isso só significaria que você está morta.”