Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 653
Capítulo 653: Salve Ela
Daisy lutou ferozmente o quanto pôde, mas as duas garotas que a seguravam eram mestiças e ela não conseguia se libertar, mesmo tentando.
Seus gritos abafados não foram a lugar algum enquanto a amordaçavam com uma tira de tecido, o gosto azedo sufocando-a, e então puxaram um saco de papel sobre sua cabeça. O pânico subiu em seu peito enquanto a deixavam cega e sem fôlego.
O tempo perdeu todo o significado enquanto a arrastavam rudemente pelos corredores até que, de repente, ela foi jogada com força em um chão liso. Seus joelhos bateram nas lajotas com um baque doloroso, e ela soltou um grito abafado.
Arrancando o saco, Daisy piscou rapidamente e olhou para cima para encontrar Elsie Lancaster olhando para ela, um sorriso presunçoso contorcendo seus lábios.
Ela arrancou a mordaça da boca e exclamou, “Você está fora de si? Para que diabos é isso?”
Os olhos de Elsie brilharam com ódio. “Talvez eu esteja,” ela disse com um sorriso torto. “Você e sua pequena gangue, liderada pela sua preciosa Violeta, me fizeram perder tudo. Você realmente achou que eu não descobriria?”
Daisy engoliu em seco, suor escorrendo em sua têmpora. No entanto, ela se manteve firme, mesmo com o coração batendo forte em seu peito.
“Só há uma pessoa que queria minha posição… Violeta! E vocês todos a ajudaram a me armar!”
“Não é uma armação se é a verdade… ” Daisy não terminou quando a mão de Elsie atingiu sua bochecha. Sua cabeça virou para o lado, lágrimas surgindo em seus olhos.
“Sim,” Elsie sibilou, respirando pesadamente, “Eu estou no comando aqui. Você não fala até eu dizer.”
O medo de Daisy aumentou. A garota à sua frente não era a mesma Elsie que ela conhecera um dia. Esta era alguém que já havia caído e decidido arrastar outros com ela.
Ela observou o ambiente ao seu redor, elas estavam na piscina coberta. O teto de vidro acima refletia luz turquesa ondulante nas paredes. A piscina em si se estendia ampla, sua superfície estranhamente imóvel, enquanto o ar estava carregado de cloro. Não havia mais ninguém lá, apenas Elsie e suas duas cúmplices.
Desde a queda de Elsie em desgraça, todos praticamente a abandonaram. Seu nome agora era veneno, sua reputação destruída depois que seus segredos sujos foram expostos em público — o escândalo da máscara de Asher e seu caso distorcido com Grace. Quem sabia que ela tinha uma perversão tão distorcida?
Por isso, Daisy não conseguia imaginar como ela havia convencido essas garotas mestiças a segui-la, a não ser que fossem tolas o suficiente para acreditar que Elsie estava realmente se reerguendo.
Mas, afinal, os calouros eram fáceis de enganar. Típico de Elsie, escolher as que podia manipular, treinar outra Grace. Bem, duas Grace.
Daisy olhou para a porta, calculando a distância, como ela teria que se mover, como enfrentaria as três e qual poderia ser o resultado.
Elsie deve ter visto isso em seu rosto porque ela riu. “Nem pense nisso. Você não sairá daqui até me dar o que quero.”
“Ivy está vindo com ajuda. Você não vai sair impune desta!” Daisy retrucou.
“Ah.” Elsie colocou a mão no peito, toda dramática. “Você acha que estou com medo? Deixe-me te dizer como isso vai acabar.” Ela se inclinou para frente e apontou para a porta. “Mesmo que cheguem, eu tranquei a porta. Eles não chegarão a tempo, não até eu conseguir o que quero. Serei punida? Talvez. Talvez não. Tudo é apenas uma pequena peça entre amigos que deveriam estar na aula.”
O sangue drenou do rosto de Daisy. Essa garota realmente havia perdido o controle.
“Amarrem-na. Hora de nos divertirmos um pouco,” Elsie ordenou.
“O quê?! Não!”
Exceto que Daisy não iria ficar parada e deixá-las fazerem o que quisessem com ela.
No momento em que se aproximaram dela com a corda, Daisy agiu primeiro.
Ela se abaixou antes que a primeira pudesse alcançá-la, varrendo sua perna em um arco limpo que faria o Comandante Malakai se orgulhar.
Assim, a primeira mestiça caiu no chão com um grito surpreso. Então Daisy usou o impulso para se levantar, seu cotovelo acertando as costelas da segunda garota. Houve um grunhido abafado enquanto o ar saía de seus pulmões, seu corpo dobrando.
Elas tentaram se recuperar, mas Daisy já estava girando, desferindo um chute que fez uma das garotas cambalear para dentro da piscina com um splash. A outra avançou sobre ela, agarrando um punhado de seu cabelo, mas Daisy girou com isso, cravando o joelho no estômago da garota.
O som que saiu da garganta da garota foi horrível — e satisfatório. A garota desabou.
Daisy ficou sobre elas, peito arfando, coração retumbando em seus ouvidos. Ninguém mexia com ela!
Lembrando-se de que Elsie ainda estava por ali, Daisy se virou para lidar com ela também, apenas para levar um soco no rosto e ver estrelas explodirem em sua visão. Daisy caiu nos azulejos, atordoada.
A voz de Elsie cortou o zumbido em seus ouvidos. “Capangas inúteis! Amarrem-na agora, seus idiotas! Não conseguem lidar com uma mera humana!”
Daisy gemeu enquanto mãos ásperas agarravam seus braços, forçando-os para trás. A picada da corda mordia seus pulsos enquanto a puxavam apertada.
Sua bochecha estava pressionada contra o azulejo frio, sua respiração rasa e o pulso disparado. Daisy queria gritar, lutar novamente, mas estava tão exausta.
Elsie se agachou ao lado dela, a voz gotejando veneno. “Você é minha agora, Daisy Fairchild. Agora, aprenderá o que acontece quando cruza meu caminho.”
As cordas se apertaram mais e Daisy estremeceu. Isso não poderia piorar!
“Levante-a,” Elsie ordenou.
E seus fieis servos obedeceram.
Daisy grunhiu quando a forçaram a encarar Elsie, que sorria como uma lunática embriagada pelo seu próprio poder. A cena quase fez Daisy rir de dor. Elsie achava mesmo que isso era como um daqueles filmes de máfia e ela era a chefe dando ordens?
“Então, Daisy,” Elsie começou, circulando-a como um predador saboreando o momento antes da matança. Ela parou bem na frente dela. “Onde está Lila Meadows? Ela está com Violet Purple? E se sim, onde elas estão?”
A boca de Daisy caiu aberta. Oh.
Isso a atingiu de uma vez.
“Luna Zara te enviou, não foi?”
Claro. Isso explicava tudo. Não era de se admirar que Elsie não tivesse agido desde que Violet desapareceu. Ela apenas estava esperando, rastejando de volta à relevância com a coleira da Luna em volta do pescoço.
“Sim,” Elsie disse, estupidamente orgulhosa. “Ela me escolheu para isso.” Seu sorriso se ampliou. “Então é melhor você falar antes que as coisas fiquem feias.”
Mas Daisy riu, sem fôlego e desafiadora. “Mesmo que você colocasse uma faca na minha garganta, você não arrancaria uma palavra de mim.”
O sorriso de Elsie sumiu, seu tom ficando mais afiado. “Sério? É mesmo?”
Então ela estalou.
“Joguem-na na piscina.”
“O quê?” O sangue de Daisy gelou. “Não—espere—”
As garotas não hesitaram. Elas a empurraram com força.
O mundo girou, e a água gelada a engoliu inteira. Ela se chocou contra seu rosto e encheu sua boca antes que ela rompesse a superfície, ofegante e engasgando. Seus braços se moveram inutilmente já que estavam amarrados firmemente atrás dela, enquanto suas pernas chutaram freneticamente para manter sua cabeça acima da água.
O cloro queimou seus olhos, e o pânico subiu por sua garganta enquanto ela ouvia a voz de Elsie ecoar friamente de cima.
“Me diga a verdade e você não irá se afogar, Daisy.”
Daisy gritou: “O quê? Eu não sei onde elas estão!”
“Você deve realmente ter um talento para a dor,” Elsie sibilou, claramente não acreditando nela. Seus olhos brilhavam com aquela luz selvagem e perigosa que fazia o estômago de Daisy revirar.
“Entrem lá,” ela ordenou friamente às garotas. “Vamos tirar a verdade dela se precisarmos.”
“Não, não, não, Elsie, estou te dizendo a verdade! Eu não posso te contar mesmo que quisesse—” A voz de Daisy quebrou, mas Elsie não estava ouvindo.
Antes que Daisy pudesse piscar, as duas garotas escorregaram para dentro da água, nadando em sua direção de ambos os lados. O pânico disparou pelas veias de Daisy enquanto elas a alcançaram, segurando seus braços amarrados firmemente sob a superfície. Elsie pairava acima na borda da piscina como uma rainha sombria presidindo seu castigo.
“Vou tentar mais uma vez, Daisy Fairchild,” ela disse, sua voz enganosamente calma. “Para onde Lila Meadows e Violet Purple foram?”
“E-Elsie, acredite em mim,” Daisy ofegou, tremendo, “Eu não posso te contar. Por favor—”
Mas a expressão de Elsie não se suavizou. Ela queria resultados, e essa era sua chance de provar a si mesma novamente para Luna Zara, que havia virado as costas para ela.
“Mergulhem-na.”
As palavras foram diretas e implacáveis.
As duas garotas obedeceram imediatamente. Elas empurraram a cabeça de Daisy sob a água.
A água fria invadiu seu nariz e queimou seus pulmões. Daisy chutou descontroladamente, lutando para se libertar, mas suas garras eram como ferro, e seus gritos se perderam na água.
O tormento parecia eterno, e justo quando a escuridão começou a se aproximar, elas a puxaram para cima novamente.
Daisy rompeu a superfície com um ofego violento, engasgando, tossindo, seus olhos vermelhos e nariz ardendo.
Acima dela, Elsie sorriu. Um sorriso lento e maldoso.
“Pronta para falar agora, Daisy?”
Oh Deus. Alguém a salve.