Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 652
Capítulo 652: Tenha Uma Conversa
A porta da sala de aula se abriu, e Daisy soltou um longo suspiro de alívio. “Graças a Deus, você está aqui.” Ela correu para frente e envolveu Ivy em um abraço apertado.
Ivy retribuiu o abraço, então se afastou, olhos arregalados e tensos. “Ela realmente chamou você? Luna Zara?”
Daisy assentiu, ainda abalada. “Sim. Ela me perguntou sobre Violeta e Lila.”
A expressão de Ivy se contorceu de medo. “O que você acha que devemos fazer? E se apenas fugirmos? Minha família tem uma propriedade privada na cidade. Podemos nos esconder lá até tudo isso passar.”
Mas Daisy balançou a cabeça. “Não, Ivy. Fugir só prova que estamos escondendo algo. Não podemos fazer isso.”
Ivy hesitou. “Então, o que fazemos?”
“Nós ficamos,” Daisy disse a ela. “Simplesmente mantemos a cabeça baixa e agimos normalmente. No momento em que fugimos, parecemos culpadas. Violeta gostaria que fôssemos corajosas, não covardes.”
Ivy suspirou, passando a mão pelo cabelo. “O que diabos está acontecendo aqui? Onde está Violeta? O que aconteceu desta vez?”
“Há uma pessoa de quem podemos obter informações,” Daisy disse.
“Quem?” Ivy perguntou cautelosamente.
“Natalie Avax.”
Era apenas um nome, mas o rosto de Ivy se contorceu instantaneamente de desgosto.
“Blah!” ela gemeu, fazendo uma careta. “Você quer dizer a vadia que tomou o lugar de Violeta?”
O amargor em sua voz era inconfundível. Todos sabiam que Violeta deveria ter sido a encarregada da quinta casa, mas Natalie, com seu nome de família, privilégio e conexões, havia tomado a posição sem pestanejar.
“Violeta talvez tenha ficado de boa com isso,” Ivy murmurou, cruzando os braços, “mas eu não.”
Sem mencionar que, desde que Violeta saiu da Academia Lunaris, Natalie praticamente tomou seu lugar. Embora a Diretora Jameson alegasse que a classificação Luna havia sido abolida, a hierarquia ainda existia. Só que desta vez, uma humana estava sentada no trono, governando como a nova rainha.
Daisy suspirou, cruzando os braços. “Eu sei que você tem uma questão com Natalie, mas se há alguém nesta academia que tem informações sobre o que está acontecendo, definitivamente é ela.”
Ivy franziu a testa, relutante. “Certo. Vamos,” ela murmurou.
As aulas ainda estavam acontecendo, mas nenhuma delas se importava, tinham problemas maiores. Após quase vinte minutos de busca, finalmente encontraram Natalie Avax escondida no canto mais distante da biblioteca.
Ela estava empoleirada em uma das mesas de leitura, o almoço organizado cuidadosamente diante dela: uma tigela de massa cremosa, fatias de frutas dispostas em perfeita simetria e croissant. Típico da Natalie. Mesmo comendo, ela parecia estar filmando um anúncio de etiqueta real.
Ivy sorriu maliciosamente. “Não deveria a abelha rainha estar comendo em algum lugar menos comum?” ela provocou.
Daisy lançou um olhar para ela e articulou, Comporte-se.
Natalie levantou o olhar, seus olhos frios e calculistas. “Ajudantes da Violeta,” ela disse friamente, abaixando o garfo. “O que vocês querem?”
Ivy engasgou. “Ajudantes? Ela realmente—”
Daisy deu outro olhar severo para ela, uma advertência silenciosa. Então ela limpou a garganta e disse, “Precisamos da sua ajuda.”
Natalie se recostou preguiçosamente, girando seu garfo entre os dedos. “E por que,” ela perguntou com diversão silenciosa, “eu faria isso?”
Antes que Daisy pudesse responder, Ivy interveio, sarcasmo escorrendo de sua voz. “Porque, em algum momento, eu realmente acreditei que você era amiga da Violeta.”
Natalie zombou, os lábios se curvando em um sorriso. “Azar,” ela disse com um tom cortante, “Você realmente não consegue diferenciar entre amigos e competição, consegue?”
Daisy tentou novamente, sua voz implorando. “Olha, Natalie, não temos direito à sua ajuda. Você não nos deve nada. Mas Violeta é nossa amiga. Nós só queremos saber o que está acontecendo com ela. Por favor.”
Uma emoção semelhante à piedade brilhou nos olhos de Natalie então, uma rachadura sutil em sua compostura gelada. Ela se recostou na cadeira. “Tudo bem,” ela disse finalmente, “já que vocês estão tão desesperadas para saber. Aqui está. Violet Purple e as alfas cardinais estão desaparecendo.”
“O quê?!” As duas garotas gritaram em uníssono, alto o suficiente para que alguns alunos em mesas próximas virassem a cabeça.
“Mantenham suas vozes baixas,” Natalie as advertiu, “Se vocês duas valorizam sua paz, vão manter esse segredinho para vocês mesmas. Já há tensão suficiente fermentando entre as matilhas de lobos. Não precisamos de toda a academia em pânico. E sim, vocês não ouviram isso de mim.”
Daisy trocou um olhar rápido com Ivy. “Desaparecendo?” ela sussurrou. “O que você quer dizer com desaparecendo? Para onde eles foram?”
Natalie pegou sua colher novamente, mexendo preguiçosamente em sua massa intocada. “Eu não sei,” ela disse sem emoção. “E honestamente, já respondi sua pergunta e preferiria manter meu tempo tranquilo.”
Ivy franziu a testa, abrindo a boca para insistir mais, mas Daisy tocou seu braço em advertência. “Obrigada por nos contar,” Daisy disse simplesmente.
Natalie não respondeu, ela apenas acenou para elas de forma displicente, como se não se importasse se elas ficassem ou desaparecessem.
Enquanto as duas garotas saíam da biblioteca, Ivy murmurou sob sua respiração, “Então Luna Zara veio até nós achando que realmente temos uma ideia de onde eles foram.”
Os lábios de Daisy se apertaram em uma linha fina. “Eu acho que temos uma ideia de para onde eles foram.”
Ivy franziu a testa a princípio, mas então tudo se encaixou. Seus olhos se arregalaram em choque. “A—” Ela parou na metade da palavra, sua garganta apertando enquanto o feitiço queimava contra sua língua, impedindo-a de dizer o nome em voz alta.
Elas trocaram um olhar cúmplice e apressaram o passo pelo corredor. Mas assim que empurraram a porta e pisaram no corredor, seus estômagos se reviraram.
“Olá, vocês duas,” Elsie Lancaster disse docemente, inclinando-se contra a parede com seu sorriso habitual de superioridade. Duas de seus minions sempre presentes a flanqueavam, braços cruzados e olhos cintilando com malícia. “Faz um tempo, não é?”
Daisy e Ivy congelaram. Nada bom começava com aquele tom.
“Peguem elas,” Elsie ordenou.
As duas garotas avançaram e o caos irrompeu. Ivy foi a primeira a atacar, chutando uma das minions na barriga. Daisy empurrou outra para longe de seu braço.
“Corram!” Daisy gritou.
“Não vou te deixar—”
“Vá!” Daisy gritou novamente.
Ivy hesitou apenas um segundo antes de disparar pelo corredor. Atrás dela, Daisy lutava com força, mas as probabilidades não estavam a seu favor. Uma das garotas a pegou por trás, enquanto a outra colocou uma mão sobre sua boca.
Elsie sorriu friamente enquanto Daisy se debatia. “Boa garota,” ela ronronou. “Agora, vamos para algum lugar tranquilo para conversar.”
E assim, elas arrastaram Daisy para longe, desaparecendo pelo corredor antes que alguém pudesse notar.