Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 641
Capítulo 641: Volte logo, Roman
Violeta não fazia ideia do que esperar quando entrou na casa dos pixies. Ela pensou que haveria algum tipo de estrutura ou algo, qualquer coisa para mostrar que ela havia cruzado para o mundo deles. Mas no momento em que passaram pela barreira, nada parecia ter mudado.
Ainda era a mesma floresta. Se fosse o caso, parecia que os pixies não tinham construído um reino de fato. Eles simplesmente reivindicaram um pedaço da floresta como deles.
E bem no meio de tudo isso, ainda estava Roman esparramado em um sofá feito inteiramente de flores, parecendo confortável demais, como se tivesse acabado de ser coroado o rei deles.
Violeta queria ir até lá e arrastá-lo para fora daquele trono florido ela mesma, mas parecia fácil demais. E se os Fae ensinaram algo a ela, era que nada neste reino era fácil. Provavelmente havia um encantamento ao redor dele, ou algum tipo de amuleto esperando que ela avançasse. Ela não era idiota.
Se ela queria Roman intacto, precisava ser esperta. Se não desse certo, bem, tenha certeza de que ela os apagaria da existência. Violeta manteve esse pensamento na mente.
Felizmente, ela não teve que esperar muito.
Os pixies zumbiam ao redor deles em borrões de cor e risos, rastros de poeira dourada cintilando no ar por onde passavam.
Em qualquer outro dia, Violeta poderia achá-los adoráveis com seus rostos pequenos brilhando de travessura e olhos brilhantes cheios de curiosidade inocente. Mas hoje, tudo o que via eram pequenos predadores com glitter nas garras.
Foi Lila quem falou primeiro, “Mostrem respeito à Princesa.”
Um coro de suspiros e risadas encheu o ar, as vozes dos pixies sobrepostas em uma harmonia vertiginosa que fez a cabeça de Violeta girar.
“Ohhh,” uma delas exclamou, juntando suas minúsculas mãos. “Olhem para ela! A princesa de dois mundos finalmente nos agracia!”
Outra se aproximou, circulando a cabeça de Violeta com asas. “O cabelo dela! É preto—não, roxo nas pontas! Ouvi dizer que ela o arrancou direto do céu noturno!”
“Isso é ridículo,” uma terceira argumentou, sua voz tilintando como um sino. “Ouvi dizer que ela é meia besta! Ela rosna quando está brava? Vamos, princesa, nos mostre suas presas!”
As outras riram, girando e voando em um borrão, suas risadas ao mesmo tempo encantadoras e enlouquecedoras.
“Ela não parece uma besta,” disse outra com cabelo cor de coral. “Mais como uma boneca. Uma boneca macia.”
“Mas coisas frágeis quebram tão facilmente,” um pixie de asas azuis sussurrou com falsa inocência, roçando a bochecha de Violeta ao passar.
Suas vozes altas e rápidas se sobrepunham até Violeta mal saber quem estava falando. Os pixies não faziam turnos para falar, em vez disso, cantavam uns sobre os outros, sua curiosidade tão intensa que beirava o insulto.
Violeta percebeu que eles não tinham medo dela. Eles achavam que ela era frágil? Ela? Frágil?
De imediato, quando um grupo deles voou muito perto, Violeta mostrou os dentes, exibindo as mesmas presas sobre as quais estavam tão curiosos.
O efeito foi instantâneo.
Os pixies gritaram dramaticamente, seus gritinhos agudos ecoando no ar enquanto se dispersavam em uma confusão. As pequeninas asas batiam furiosamente enquanto se agarravam umas às outras, seus rostos se contorcendo em um horror cômico antes de se esconderem atrás de Roman como se ele pudesse salvá-los de sua fúria.
Um dos pixies espiou por trás da perna dele, sussurrando, “Ela tem mesmo presas!”
Um baixo rosnado veio por trás de Violeta.
Era Asher.
Mesmo sem se virar, ela podia sentir a tensão acumulada nele. A forma como ele mexia o peso mostrava que estava cansado dos jogos deles. Ela tinha que fazer algo antes que o mestre das marionetes tomasse medidas – nunca acabava bem.
Ela se ergueu e anunciou, “Eu sou Violet Purple, sua princesa, e estou aqui para recuperar meu mate que vocês roubaram.”
“Roubado?” um pequeno pixie de cabelo dourado disse, voando perto o suficiente para seu brilho tocar o rosto de Violeta.
“Ele veio até nós voluntariamente. Nós apenas o mantivemos porque… bem, ele é uma companhia encantadora.” O sorriso do pixie se alargou, todo açúcar e dentes. “Mas se você o quer de volta, Princesa, terá que pagar um preço.” Ela riu, como se fosse um presente.
O olhar de Violeta cortou a risada. Deixada por conta própria, ela teria agarrado a pequena coisa e a deixado tonta até que aprendesse a lição. Mas este era território Fae, e os costumes Fae importavam. Então ela manteve as mãos para si, esfriando o fogo atrás dos olhos em uma calma lenta e perigosa.
“Claro, sei disso,” Violeta disse confiante, “E por isso exijo uma troca.”
Imediatamente, o pixie de cabelo dourado animou-se, suas asas se abrindo de excitação. “Uma troca? Eu adoro uma troca!”
“Nós também!” chimaram os outros, suas vozes altas e musicais sobrepostas. “Adoramos uma troca!”
Violeta exalou aliviada. Pelo menos algo estava seguindo o plano.
Então Lila deu um passo à frente, abrindo a caixa dourada com cuidado deliberado. No momento em que a tampa se levantou, o ar pareceu vibrar.
Suspiros ondularam entre os pixies.
A de cabelo dourado levou as mãos à boca, os olhos brilhando de admiração, enquanto os outros que se atreveram a pairar mais perto quase desmaiaram no ar.
“É lindo,” alguém suspirou.
“Não, divino!” gritou outro.
Eles circularam a caixa como abelhas ao redor do mel, suas asas soltando pontinhos de poeira. As pérolas refletidas em seus olhos largos e cintilantes pareciam luas gêmeas capturadas em piscinas de luz das estrelas. Alguns até estenderam pequenas mãos como se fossem tocar, tremendo de desejo.
Violeta observou a fome florescer em seus rostos, suas bocas se abrindo em reverência.
“Sim,” ela pensou ironicamente, olhos se estreitando apenas um pouco. “Peguem logo.”
Violeta já estava cansada disso. Sua paciência, esticada ao limite, estava prestes a se romper.
Bem quando a fada de cabelo dourado estendeu a mão para pegar o colar, ela fechou a caixa com um estalo.
Violeta piscou. “Por que fez isso?” ela perguntou, exasperada.
Os lábios da fada se curvaram em um sorriso presunçoso. “Você negocia com o presente da rainha, não o seu. Não está te custando nada.”
“O quê?!” A voz de Violeta se elevou, ecoando com descrença.
“Talvez,” a fada acrescentou com mórbida satisfação, “para facilitar, você pode ter seu companheiro durante o dia… e nós teremos a serpente à noite. Afinal, nós amamos a serpente fofinha.”
Isso bastou.
O nariz de Violeta inflou, a fúria acendendo sob sua pele. Sua magia despertou dentro dela, pronta para atacar. Atrás dela, as reações de Asher, Alaric e Griffin refletiam as dela, o ar carregado de rosnados e o estrondo do trovão no céu. Por que jogar palavras quando poderiam esmagar esses pequenos incômodos com facilidade.
Mas então, algo clicou na mente de Violeta. Sua expressão mudou enquanto um sorriso lento e perigoso curvava seus lábios.
“Você está certa,” ela disse.
A fada de cabelo dourado piscou, surpresa. “Estou certa?”
“Sim,” Violeta respondeu suavemente, “Faremos essa troca.”
De uma vez, seus companheiros explodiram.
“Violeta—”
“De jeito nenhum—”
Asher agarrou seu braço, seus olhos ardendo. “Nem pense nisso.”
Violeta se virou para ele, calma mas firme. “Você confia em mim?”
A mandíbula de Asher se apertou. Ele não gostava nem um pouco disso. Mas quando ele captou aquele brilho em seus olhos, aquele vislumbre feroz de confiança, ele exalou lentamente e soltou seu braço.
“Certo,” ele murmurou sombriamente. “Mas se isso der errado, vou incendiar essa floresta inteira.”
O sorriso de Violeta se aprofundou. “Justo.”
Lucen sussurrou atrás dela, “Não ofereça seu sangue. Eles amam coisas poderosas.”
“Eu tenho isso sob controle.” Violeta disse para ele.
“Então o que é, Princesa?” a fada de cabelo dourado perguntou ansiosamente, “O que você vai trocar?”
Violeta sorriu docemente. “Você pode ficar com um pedaço dele para sempre.”
A fada engasgou, seu corpo inteiro brilhando mais forte, asas batendo freneticamente. “Um pedaço?”
“Um pedaço! Um pedaço!” o coro das fadas ecoou em excitamento agudo, girando no ar como crianças em um festival.
“Sim,” Violeta disse suavemente, seu tom mel e confiante.
“Trato feito!” a de cabelo dourado gritou, seu sorriso largo.
“Trato feito,” Violeta repetiu, seu sorriso se curvando em algo muito mais astuto.
“Que parte dele nós vamos guardar?” a fada pressionou, antecipação a fazendo brilhar ainda mais.
“Este…” Violeta caminhou até onde Roman estava preguiçosamente estendido no sofá de flores, encantado em êxtase. Sem hesitação, ela se abaixou e arrancou um fio de seu cabelo verde.
“Ai!” Roman gritou, piscando atordoado.
“Aqui,” Violeta disse, segurando o fio entre os dedos. “Você guarda o que ama.” Sua voz endureceu. “E eu fico com o que é meu.”
Por um momento, todo o bosque ficou silencioso. Então as fadas irromperam em altos soluços lamentadores que soavam tanto trágicos quanto ridículos. Sua poeira dourada se espalhou por toda parte enquanto choravam, agarradas umas às outras como crianças de coração partido.
Atrás dela, Asher, Alaric e Griffin exalaram em alívio, a tensão derretendo de seus ombros.
“Ela é Fae, com certeza,” Griffin murmurou com um sorriso.
Finalmente, a fada dourada fungou, limpando o rosto com dedinhos. “Você fala bem para uma mestiça,” ela admitiu a contragosto. “Língua esperta. Você pode levar sua serpente.”
Roman cambaleou para ficar de pé, zonzo mas livre do encantamento. “Você trocou um pedaço de mim?” ele crocitou.
“Relaxa, drama queen,” Violeta respondeu secamente. “Você tem bastante cabelo sobrando.”
Antes que ele pudesse argumentar, Griffin o ergueu sobre o ombro como um saco de batatas. “Vamos, sua alteza. Antes que decidam ficar com suas escamas também.”
Enquanto faziam sua saída, as fadas rodearam atrás deles, lançando poeira brilhante como confete. Uma delas até gritou, “Volte logo, cobra brilhante!”
Roman gemeu. “Só por cima do meu corpo morto, reluzente.”