Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 638
Capítulo 638: Observadores
Violeta Purple tinha assumido que Roman estava no chuveiro e sairia a qualquer momento.
Mas mesmo depois do seu orgasmo—sim, aqueles gritos, e muito obrigada, seus companheiros fizeram um ótimo trabalho limpando o prato dela—ela sabia que havia algo muito, muito errado.
Roman nunca perderia uma oportunidade como essa. Nunca.
Estamos falando de Roman Draven, pelo amor da lua—o mesmo cara que podia sentir sua fome a quilômetros de distância e aparecer sorrindo.
Então onde diabos ele estava?
Violeta sentou-se de repente, ainda ofegante, enquanto perguntava, “Vocês viram Roman esta manhã? Ele não estava no banheiro com vocês?”
As sobrancelhas de Asher franziram imediatamente. “Ele não costuma buscar conforto em seu colo?”
Instintivamente, Violeta olhou para baixo. Seus seios já estavam expostos por causa de toda a situação, mas não havia sinal de Roman em lugar algum.
Só para ter certeza, ela se levantou e ficou completamente nua, examinando a si mesma.
“Ele não está aqui, está?” Violeta disse, girando lentamente para que eles pudessem confirmar que ela não estava escondendo um certo réptil astuto em lugar algum.
Alaric tossiu, seu rosto totalmente vermelho. “Não, ele não está.”
Ele não era o único afetado. Havia também o olhar escuro e fumegante nos olhos de Asher e Griffin. Por um segundo, ninguém respirou.
Então, como se percebendo que todos estavam pensando a mesma coisa pecaminosa, seus olhares colidiram, e cada um imediatamente olhou para o lado, fingindo estar despreocupado enquanto ajustavam sutilmente suas calças.
Esse não era o momento. Roman parecia estar desaparecido, eles precisavam se concentrar nisso.
Violeta alcançou Roman através do vínculo e lá estava ele, vivo mas silencioso. Sem mencionar, contente.
O que isso significava? Como ele podia estar contente, Deus sabe onde ele estava?
Asher virou-se para Alaric. “Você ficou de guarda ontem à noite. O que aconteceu?”
Alaric passou a mão pelo cabelo, “Não faço ideia. Acho que adormeci em algum momento. Mas tanto quanto sei, ninguém entrou neste quarto.”
Asher lançou-lhe um olhar afiado. “Como pode ter certeza disso se você adormeceu?”
“Isso é se alguém entrou,” Griffin interveio, “Todos sabemos que Roman tem o hábito de explorar.” Ele fez aspas no ar para dar ênfase.
Violeta suspirou. “Ele não está errado. E Lila mencionou que a casa é senciente e responde às necessidades de seus ocupantes. Provavelmente o deixou sair.”
“Disseram as mesmas fadas que construíram esta casa em primeiro lugar,” Asher murmurou. Seu tom deixou claro o que ele pensava que a casa poderia estar respondendo a outros visitantes também.
“Então vamos supor que eles entraram então,” Alaric disse. “Por que levar Roman? Quero dizer, sem ofensas, ele não é o mais brilhante de nós nem a maior ameaça. Você é.” Ele apontou para Asher.
A voz de Violeta ficou sombria. “Ameaça ou não, meu companheiro desapareceu debaixo do teto da minha mãe no meu primeiro dia aqui. Alguém melhor ter respostas para mim.” Seus olhos brilharam perigosamente.
Assim, Violeta avançou e nem mesmo a porta quis incorrer em sua ira, se abrindo no momento em que ela se aproximou.
Seus companheiros a seguiram, silenciosos e tensos, sabendo que alguém estava prestes a levar uma bronca de sua companheira.
Asher argumentou, “Mesmo que Roman tenha o hábito de ‘explorar’…” Ele imitou as aspas no ar de Griffin, “ele já deveria estar de volta. Não há como esse cara perder a chance de entrar em suas calças tão cedo. Como está o vínculo de companheiros?”
Violeta disse, irritada. “Ele está seguro e contente, se eu ao menos entendo o que esse sentimento significa.”
“Então ele não está em perigo, o que é um alívio,” Asher assentiu, embora não parecesse completamente convencido. “Só precisamos descobrir que tipo de problema ele se meteu desta vez. Este é o Reino das Fadas, afinal, território inexplorado.”
“Ele veio por aqui,” Griffin disse, agachando-se perto do canto e farejando como um cão de caça. “O cheiro está fraco, mas está aqui.”
“Sim, eu também sinto,” Alaric concordou, endireitando-se, sua expressão esperançosa.
“Então ele se afastou sozinho,” Violeta respirou, tremendo. “Isso não é nada animador.”
Como Asher disse, este era território inexplorado e Roman era um ímã ambulante para problemas. A Deusa sabe em que ele se meteu desta vez.
Ela só esperava que não estivessem atrasados demais.
“Bom dia, Princesa,” uma voz chamou.
Eles se viraram para ver Lila — ou Lilarin, seja qual for seu nome completo de Fae — caminhando em direção a eles. Ela não estava sozinha. Um dos guardas da noite anterior caminhava ao seu lado, postura reta e seus olhos avaliando-os.
Violeta finalmente olhou direito para a Fae. Para uma fêmea, que eram conhecidas pela graça esguia, ela era alta e de ombros largos, com longos cabelos verdes trançados em uma única trança grossa presa por alfinetes brancos. Pela armadura que vestia e pela maneira como se movia, Violeta não precisava que ninguém lhe dissesse que essa era uma guerreira.
E assim como Violeta, ela também a estava avaliando.
Sem hesitação, a Fae caiu de joelhos. “Desculpe-me, Princesa, por não me apresentar na noite passada. Sou Rhara, Capitã da Guarda Real, jurada para proteger sua mãe, e agora, você.”
“E eu sou sua professora,” Lila acrescentou suavemente, sua voz pingando de orgulho, como se esperasse que alguém a aplaudisse por produzir uma protegida tão capaz.
Mas Violeta não estava sorrindo. Sua voz era fria. “Bom. Porque meu companheiro está desaparecido, e eu quero respostas, agora.”
Ambas Lila e Rhara congelaram, suas olhares piscando para a outra em alarme.
“Quando isso aconteceu?” Rhara perguntou rapidamente.
“Provavelmente na noite passada,” Asher respondeu antes que Violeta pudesse. Seu tom era todo negócios, seus olhos cinza fixos em Rhara, avaliando-a. “Alguma chance de o Reino das Fadas ter algo como… sei lá, câmeras que podemos usar para rastreá-lo?”
Lila franziu a testa. “Nós não temos esse tipo de tecnologia prejudicial aqui. Mas os Observadores podem ter visto algo.”
“O quê?” Violeta ecoou.
Antes que alguém pudesse responder, um estalo alto dividiu o silêncio.
A estátua de mármore de um cervo alado ao lado deles se fracturou ao meio, e Alaric, que estava mais próximo dela, praticamente pulou da pele, tropeçando para trás em alarme.
Diante dos olhos atônitos deles, a escultura outrora sem vida começou a se mover, a pedra derretendo-se em algo impossivelmente vivo.
Os olhos de Violeta se arregalaram. Ela nunca tinha visto uma criatura assim — majestosa, etérea e muito real para existir fora dos mitos. Por um segundo fugaz, ela duvidou do que estava vendo.
Mas isso era apenas o começo.
Em um brilho de luz, o cervo alado desapareceu, substituído por um alto Fae em seu lugar. Galhadas curvavam-se orgulhosamente de sua cabeça, e então, com um suave farfalhar, longas e escuras asas se desenrolaram de suas costas.
Ele estava completamente nu.
Por um momento, ninguém respirou.
Então Asher, Alaric e Griffin simultaneamente rosnaram, presas à mostra em um show sincronizado de agressão.