Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 621
Capítulo 621: Ameaça à Princesa
Hannah correu pelo pátio aberto e se abaixou atrás do deque de pedra sob uma estátua de leão, seu coração batendo tão forte que parecia que iria saltar do peito.
Ela se agachou, ofegante, olhos se movendo em medo.
Vir aqui foi um erro.
Ela tentou infiltrar-se no palácio para encontrar Violeta, mas era impossível. O lugar era enorme, com corredores intermináveis, corredores sinuosos e curvas estranhas que a levavam a lugar nenhum. A parte assustadora era que quase não havia guardas. Nem sequer um. Nenhum palácio tão grandioso poderia ser tão desprotegido. Algo estava errado. Terrivelmente errado.
E ela estava muito exposta.
Hannah puxou seu espelho compacto e sussurrou, “Soror vocat te.”
Mas nada aconteceu. A superfície permaneceu lisa e imóvel, apenas seu reflexo pálido a encarando de volta.
Seu pulso acelerou, e ela verificou a parte de trás do espelho para ter certeza de que era o certo. Era. Então, por que não estava respondendo?
Pensando bem, ela não sentia a coceira quente debaixo de sua pele. Não era do feitio de Hannah não ter entrado em contato com ela por esse tempo. Não poderia ser…
O sangue sumiu do rosto de Hannah, não só porque percebeu que, ao cruzar o Reino das Fadas, a magia neste lugar deve ter anulado os poderes de Ziva, mas porque a estátua do leão estava olhando para ela.
Um suor frio desceu por sua espinha. Ela poderia jurar que estava de frente quando ela chegou. Talvez sua mente estivesse pregando peças. Talvez….
Os olhos do leão brilharam vermelhos.
A princípio, ela pensou que era um rubi captando a luz, mas quando aquele brilho piscou com consciência, o estômago de Hannah se revirou.
“Merda!” ela sibilou, girando sobre os calcanhares.
A pele de pedra da estátua rachou, soltando sua concha de mármore enquanto a enorme besta se libertava. Sua juba brilhava branca e espectral, e com um rugido estrondoso, o leão outrora imóvel ganhou vida e avançou sobre ela.
Hannah correu o mais rápido que suas pernas conseguiam, o chão tremendo sob os passos trovejantes da besta atrás dela. O leão estava caçando-a.
“Merda! Merda! Merda!” ela gritou entre respirações entrecortadas, correndo pela trilha aberta. O rosnado da criatura rolava pelo ar como trovão e estava assustadoramente próximo. Ela quase podia sentir seu hálito nas costas.
Se soubesse que as coisas seriam assim, nunca teria colocado os pés nesse lugar amaldiçoado.
Desesperada, Hannah puxou o colar que Ziva lhe dera. Sua única chance agora era ficar invisível. Então, ela pressionou e urgentemente sussurrou o encantamento sob a respiração. E exatamente como temia, nada aconteceu.
O leão continuava vindo.
Então, como se a própria terra tivesse se voltado contra ela, uma videira grossa surgiu e se enrolou em torno de seu tornozelo, fazendo-a cair. O impacto tirou o ar de seus pulmões, e antes que pudesse se levantar, a enorme criatura já estava sobre ela.
Hannah fechou os olhos com força, preparando-se para o fim.
O leão rugiu um som tão poderoso que sacudiu seus ossos e seu corpo inteiro tremeu. Hannah jurou que sua alma quase deixou seu corpo pela força disso.
“Isso é suficiente, Taryn.” disse calmamente uma voz por trás.
Aquela voz deu a Hannah a coragem de abrir um olho, aterrorizada com o que poderia ver.
Hannah a viu, a jovem Fae chamada Lila.
Bem, “jovem” era relativo. Todos sabiam que Fae viviam vidas longas e usavam a juventude como um disfarce. Ainda assim, ela reconheceu a antiga colega de quarto de Violeta do reino humano, a mesma que havia aberto o portal que a trouxe ao Reino das Fadas.
Lila permanecia sobre ela com um brilho perverso nos olhos. “Você realmente achou que um humano, ou melhor, um híbrido, passaria pelos nossos portões despercebido, não é?” Ela olhou Hannah de alto a baixo. “Ainda assim, tenho que dar crédito onde é devido. Você foi mais longe do que eu esperava.”
Hannah suspirou em resignação. Ela estava condenada.
Um súbito clarão de luz fez Hannah reagir, e ela se virou a tempo de ver o leão desaparecer, sendo substituído pelo possivelmente homem mais impressionante que já havia visto.
O que chamou sua atenção primeiro foi seu longo e sedoso cabelo prateado que caía pelos ombros até a cintura. Como poderia um homem ter tanto cabelo?
Bem, ele não era exatamente um homem.
Então, seu olhar se moveu para suas orelhas pontudas, cada uma adornada com delicados anéis de brincos.
Foi surpreendente perceber que os Fae também tinham seus próprios shifters, e este era pecaminosamente bonito, mesmo que seus olhos azul-gelo a fitassem com claro desagrado.
Ele era alto, esbelto, todo força suave e músculos esculpidos. Hannah podia sentir a aura dominante e poderosa irradiando dele.
Hannah não queria, mas seu olhar deslizou mais abaixo e se fixou na óbvia extensão entre suas pernas. Sua respiração falhou, o calor subiu pelo pescoço.
Ele sabia. Santos, ele sabia que ela o observou.
Um profundo rugido gutural rasgou seu peito — não o som de um homem, mas de uma besta — e Hannah reagiu, desviando os olhos. Parecia que havia ofendido ele apenas por olhar.
Ainda assim, isso não impediu o calor de se acumular em seu estômago, aquela estranha faísca indesejada que ela não podia explicar. Que distorcido era estar observando um macho nu enquanto era caçada em território inimigo?
A voz de Lila cortou a tensão. “Você está nos seguindo o tempo todo? Qual é sua missão?”
Hannah tentou se sentar, mas o shifter Fae rosnou baixo em aviso.
Ela revirou os olhos. “Você espera que eu fale do chão?” Ela se empurrou para cima de qualquer jeito. “Só responderei a Violeta. Foi por ela que eu vim. Organize um encontro.”
Lila riu sombriamente. “Você tem a audácia de exigir depois de invadir o Reino das Fadas? Que ousadia.” Seu tom ficou frio. “Não há necessidade de falar. Nós encontraremos nosso próprio jeito de obter o que precisamos.”
Ela ergueu o queixo. “Taryn, leve-a para as celas. Ela é uma ameaça à princesa, e será investigada.”
“Sim, minha senhora,” Taryn respondeu secamente.
Antes que Hannah pudesse protestar, o Fae de cabelos prateados agarrou seu braço e a levantou.
“Devagar!” ela sibilou.
Mas a resposta dele foi mostrar os dentes, exibindo caninos afiadamente perigosos bem no rosto dela. Isso era uma ameaça. Ele a comeria viva se ela ao menos o empurrasse.
Sim. Seja qual fosse a estranha atração que Hannah sentiu pelo shifter leão nu desapareceu no ato.
Agora, ela estava em uma situação perigosa, e a única pessoa que poderia salvá-la era Violeta.