Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 616
Capítulo 616: Seu Lugar de Direito
O palácio era tão enigmático quanto deslumbrante. O vestíbulo não era guardado por soldados, mas por colossais estátuas de cervos. Era esculpido inteiramente em pedra branca e — chame de estranho — mas a criatura parecia viva quando ela olhava em seus olhos.
Violeta engoliu nervosamente. Este lugar praticamente vibrava com poder. Ainda assim, ela foi tomada pela grandeza de uma beleza divina que parecia ecoar através de cada parede.
O salão se estendia infinitamente, seu teto abobadado alto incrustado com vidro estrelado que imitava o verdadeiro céu noturno. O chão era feito de pisos lisos de pedra da lua que refletiam as estrelas acima, dando a ilusão de que se caminhava no ar. Luzes flutuantes pairavam preguiçosamente pelo ar como vaga-lumes.
Uma fonte estava no centro, sua água brilhando com magia, subindo e descendo em formas que desafiavam a gravidade — asas, coroas e padrões celestiais. O ar cheirava levemente a jasmim doce, enquanto melodias estranhamente belas ecoavam pelo corredor, embora nenhum cantor pudesse ser visto.
“Uau,” Roman exclamou, seus olhos reluzindo como os de uma criança levada a um parque de diversões único. Violeta só podia imaginar o caos que ele poderia causar em um lugar como este.
Ela silenciosamente rezou para que sua mãe tivesse senso de humor. Caso contrário, estavam condenados.
“Venham por aqui,” Lila disse, conduzindo-os em direção a uma sala do trono no extremo oposto, emoldurada por uma entrada arqueada.
A sala do trono era imensa, iluminada pela luz natural que entrava por uma cúpula de vidro e folhas. O trono em si era imponente, mas a atenção de Violeta estava na mulher parada no estrado, de costas para eles.
Continuaram andando até que Lila de repente parou e se virou.
“É aqui que vocês param,” ela disse aos alfas cardinais.
Nenhum deles protestou. Sabiam que este momento era privado, pertencendo exclusivamente a Violeta.
Violeta sentiu os olhares deles em suas costas enquanto seguia Lila adiante. Seu coração acelerou a cada passo até que o estrado surgisse à frente, envolto em uma luz suave da cúpula aberta acima.
Então, Lila se ajoelhou e baixou a cabeça.
“Sua Majestade,” sua voz ecoou pela vasta câmara, “a princesa voltou.”
Violeta congelou.
Ela ficou parado, sem saber o que fazer. Deveria se curvar? Ou fazer uma reverência? Ou dizer algo real?
Antes que pudesse decidir, a Fae que estava no estrado se virou, e o fôlego saiu dos pulmões de Violeta.
A visão de sua mãe a atingiu como um relâmpago.
Rainha Seraphira era simplesmente divina.
Violeta finalmente entendeu de onde vinha sua estranha coloração roxa. O cabelo de sua mãe era uma cascata de Violeta, sedoso e longo. Estava trançado em partes e enfeitado com contas, enquanto o restante fluía livremente pelas costas no verdadeiro estilo Fae.
Seus olhos eram de um ametista profunda, do tipo que capta e retém a luz. Até mesmo seus cílios cintilavam levemente, com pontas de pó dourado. Sua pele era suave e impecável, sem marcas do tempo ou idade.
Ela era tão jovem e etérea que qualquer um olhando para elas poderia tê-las confundido como irmãs em vez de mãe e filha. Violeta quase se sentiu ciumenta.
A Rainha deu um passo à frente, cada movimento seu era gracioso e deliberado, como se o próprio ar se abrisse para ela. Ela levou seu tempo, descendo cada degrau até ficar diretamente diante de Violeta.
Por um longo instante, elas simplesmente se olharam, mãe e filha, estranhas unidas pelo sangue.
“Eu—uh—Oi? Quero dizer, saudações… sua majestade? Ou devo dizer mãe—Rainha—uh…” Violeta gaguejou desesperadamente.
Os lábios da Rainha Seraphira se curvaram, e ela riu suavemente.
Era o som mais doce que Violeta já tinha ouvido, como sinos tocando em um sonho.
O constrangimento em seu peito dobrou, mas ela não pôde evitar sorrir timidamente.
Então, com tranquila certeza, a Rainha estendeu a mão e pegou a mão de Violeta. Ela a levantou e pressionou suas palmas juntas, encaixando-as perfeitamente.
Inicialmente, Violeta só sentiu calor, então, de repente, uma onda de energia explodiu em suas veias. Não era nada como a emoção do relâmpago de Alaric. Ela a inundou, envolveu e preencheu até seu coração bater contra as costelas.
Ela ofegou suavemente, sua magia instintivamente se elevando para encontrá-la. Por um breve momento, as auras de mãe e filha se entrelaçaram, luz Violeta e sombras dançando juntas, brilhando entre as mãos unidas.
Os olhos da Rainha suavizaram.
“Sangue do meu sangue,” ela sussurrou, a voz tremendo de emoção.
“O que?” Violeta sussurrou de volta, mal conseguindo falar através do nó em sua garganta.
“Seu pai sussurrava essas palavras para você quando você estava em meu ventre,” disse a Rainha Seraphira, seu olhar distanciando-se, cheio de memórias. “Eu nunca entendi verdadeiramente essas palavras até agora.”
Sua voz quebrou levemente, e então ela sorriu, radiante e orgulhosa.
“Minha filha.”
O coração de Violeta torceu dolorosamente com as palavras. Ela havia imaginado esse momento cem vezes, mas nada comparava à realidade. O calor, o reconhecimento, a estranha dor que vinha com finalmente pertencer a algum lugar.
A Rainha Seraphira a puxou para um abraço. Violeta hesitou por um instante, depois derreteu-se nele, seus braços envolvendo sua mãe firmemente.
A Rainha Seraphira acariciou o rosto de Violeta, seus olhos de ametista suavemente brilhando. “Eu sei,” ela começou, “que nenhuma desculpa poderia compensar o tempo que perdemos. Mas você deve saber disso, minha filha, que não houve um único dia que eu não sofresse por você. Eu senti tanto a sua falta, que pensei que perderia a sanidade.”
Sua voz quebrou enquanto continuava, “Quando seu pai a levou, eu quase enlouqueci de luto. Se não fosse pela sacerdotisa me assegurando que você estava viva, eu teria morrido de coração partido.”
Suas palavras se quebraram em soluços. “Sinto muito, Violeta… por tudo que você teve que enfrentar sozinha.”
Violeta sentiu os braços de sua mãe apertarem-na novamente, desesperadamente, como se a Rainha temesse que ela desaparecesse se a soltasse. Lágrimas deslizavam pelas bochechas de sua mãe, quentes contra seu pescoço.
A garganta de Violeta doía, mas ela acariciou suavemente suas costas. “Está tudo bem,” ela sussurrou suavemente. “Estou bem agora. Eu não tenho nada contra você.”
Por um longo tempo, elas simplesmente ficaram assim.
Finalmente, a Rainha Seraphira se afastou, enxugando as lágrimas e sorrindo levemente através delas. “Nada nos separará novamente,” ela disse firmemente. “Você está em casa agora, em seu lugar de direito, Princesa do Reino Fae.”
Violeta forçou um sorriso.
Ela ainda não tinha certeza sobre isso. Porque, por mais bonito que fosse este reino, havia pessoas esperando por ela de volta no reino humano.