Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 595
Capítulo 595: Runa de Energia
Alaric viu, com uma clareza aterrorizante, as muitas maneiras que poderiam morrer se a terceira explosão ocorresse.
Com o sistema de purga de nitrogênio e a supressão de espuma no lugar, a bomba não nivelaria toda a casa da alcateia, mas eles eram os que estavam em perigo agora.
Se aquele terceiro dispositivo detonasse, mesmo sem uma reação em cadeia completa em toda a instalação, a onda de choque resultante derrubaria o armazém sobre eles. Passarelas de ferro, prateleiras pesadas e canos maciços poderiam desabar. Até mesmo sobrenaturais como lobisomens não eram invencíveis contra serem esmagados se presos sob uma estrutura de várias toneladas.
E isso não era o pior.
Os destroços poderiam prendê-los profundamente, deixando-os enterrados e lutando para encontrar uma saída enquanto os gases tóxicos se infiltravam. Se não conseguissem cavar ou lutar para se libertar a tempo, morreriam sufocados na escuridão.
“Temos que ir agora!” Alaric rugiu, sua voz rouca e áspera sobre o caos.
Mas mesmo quando agarrou a mão de Violeta, pronto para correr, ela viu a verdade não dita em seus olhos: eles não iam conseguir.
As palavras de Alice brilharam na mente de Violeta — “Confie em seus instintos.”
Até agora, ela vinha duvidando de si mesma, com medo de seu próprio poder. Mas o pensamento de perder Alaric encheu-a com uma clareza desesperada. Ela não podia deixar isso acontecer.
Antes que Alaric pudesse reagir, Violeta puxou sua mão livre.
“Violeta—” Seu rosto ficou pálido, seu lobo queimando em pânico. “O que você está fazendo?”
A voz de Violeta estava calma mesmo com a ameaça iminente. “Você precisa sair agora. Eu preciso me concentrar.”
“Do que você está falando…?” Alaric começou, mas suas palavras morreram em sua língua quando ele viu acontecer.
Tentáculos sombrios irromperam da mão de Violeta, deslizando pelo chão, e subiram na prateleira mais próxima, envolvendo-a. No instante seguinte, a estrutura de aço pesada se desfez em pó, desaparecendo em nada.
Toda a equipe congelou.
Suas mandíbulas caíram, o choque se espalhando por seus rostos. Eles haviam acabado de testemunhar o impossível. Violeta não deveria ser humana?
Mas para o crédito deles, se recuperaram rapidamente.
Então Violeta não era humana. E daí? Não havia tempo para pensar nisso.
Violeta olhou para suas mãos, murmurando baixinho, “Não achei que funcionaria em objetos inanimados.”
A voz de Alaric estalou como um chicote. “Isto é muita estrutura, Violeta. Você nunca vai conseguir cobrir tudo a tempo!”
“Eu sei.” Sua voz estava estranhamente calma. Então seus olhos dourados brilharam, iluminando-se com uma luz de outro mundo. “É por isso que preciso deixar ir.”
Ela se virou para o líder da Equipe A, seu tom autoritário. “Tire-o daqui.”
O maxilar do homem se apertou. Ele assentiu, com a determinação endurecendo em seus olhos. Com um olhar sutil, ele gesticulou para que seus homens avançassem.
Mas Alaric viu isso chegando e, em um instante, relâmpago crepitou por todo seu corpo, sua presença irradiando autoridade Alfa.
“Sugiro que me deixem,” ele rosnou, sua voz carregada de poder, “e deem o fora daqui.”
Os homens cambalearam para trás instintivamente, pegos entre a obediência e o terror.
“Eu não quero machucar você.” Violeta disse a ele.
“Você não vai,” Alaric disse com firmeza. “Eu sou seu companheiro.”
O olhar de Violeta pairou sobre ele, conflituoso, e então ela se virou para os outros com apenas uma palavra, “Corram.”
A Equipe A não precisava ser avisada duas vezes. Eles dispararam, correndo como se suas vidas dependessem disso.
Assim que se foram, Violeta fechou os olhos.
Energia escura jorrou dela como uma inundação interminável de tinta derramada, se espalhando em ondas violentas. A respiração de Alaric se interrompeu quando ele viu como a escuridão devorava tudo o que tocava. Vigas de metal se dissolviam em nada, corroídas como se por ácido.
Então, para seu horror, a escuridão se virou em sua direção.
O coração de Alaric retumbava em seus ouvidos. Encarar aquele abismo era como olhar para o fim da própria existência. Por um breve instante, o puro medo o arranhou, sussurrando para que ele corresse.
Mas ele não correu. Não importava o que acontecesse, ele não a culpava.
A escuridão o engoliu inteiro.
Ele se preparou para a dor — para a agonia fria ou destruição profunda — mas, em vez disso, era quente. Quente como ela. As sombras passaram por ele como vapor, avançando para consumir as estruturas ao redor.
Alaric soltou uma risada trêmula e aliviada. “Viu? Nada aconteceu.”
Ele queria dizer isso a Violeta, mas quando olhou para ela, seus olhos estavam apertados, seu corpo inteiro tenso de concentração.
Então a explosão aconteceu.
Tudo o que ouviram foi um estrondo ensurdecedor, mas sentiram a onda de choque rasgar o armazém como uma besta viva e furiosa, balançando o próprio chão sob seus pés.
Vigas se dobraram, gritando em protesto enquanto o metal se torcia e se despedaçava. Passarelas acima deles quebraram como ossos frágeis, lançando faíscas e estilhaços em todas as direções.
Acima deles, o teto pendia com um gemido profundo e ominoso, e desabou. Pedregulhos maciços de aço e concreto caíram, rasgando o ar e esmagando no chão com uma força de arrepiar os ossos.
“Droga!” Alaric amaldiçoou, jogando-se sobre Violeta justo quando os canos ferventes estouraram, espalhando calor mortal em todas as direções.
Vapor superaquecido e névoa de nitrogênio chiavam violentamente, cobrindo o ar com uma nuvem branca e ofuscante. Toda a estrutura estava se desmoronando, ameaçando enterrá-los vivos.
Embora a escuridão de Violeta funcionasse como um escudo ao redor deles, impedindo que a estrutura desmoronada os esmagasse, a taxa de expansão não era suficiente.
Por quanto tempo Violeta conseguiria manter isso antes que sua força se esgotasse?
Alaric já podia ver o suor frio se formando em sua testa, seu corpo trêmulo traindo o esforço. Se ela vacilasse agora, tudo desabaria sobre eles.
Uma ideia desesperada lhe ocorreu. Sem hesitar, Alaric levantou o queixo de Violeta e a beijou.
Esse não era um beijo qualquer. Não, Alaric empurrou a força eletrizante de seu relâmpago para dentro dela através de seu vínculo.
Violeta arfou contra os lábios dele, seu corpo arqueando enquanto a onda de energia percorria suas veias. Seus olhos se abriram, e se alguém olhasse de perto, veria suas íris se expandindo, brilhando intensamente enquanto o poder florescia dentro dela.
Um gemido escapou de seus lábios enquanto ela envolvia os braços ao redor dele, agarrando-se fortemente, absorvendo seu poder sem sequer perceber. A runa de energia gravada na lateral de sua barriga se iluminou, brilhando cada vez mais com cada pulsação.
Eles não pararam de se beijar, nem se importaram com o mundo desmoronando ao redor deles. Por aquele breve momento, existia apenas eles — poder e paixão entrelaçados.
Assim, a energia escura de Violeta ganhou ímpeto, devorando tudo ao redor deles. O aço sob seus pés se dissolveu em pó, mas em vez de cair, Violeta e Alaric flutuavam, presos em seus beijos.
Finalmente, a escuridão atingiu seu auge e irrompeu livre, uma voragem tempestuosa de poder rasgando tudo em seu caminho.