Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 566
Capítulo 566: Selado
“Eletricidade!” Violeta gritou.
“O quê?”
Ela apontou para o painel. “E se a gente der um choque nele? Dá uma descarga massiva, suficiente para acordá-lo. O corpo dele foi sequestrado por essas drogas, certo? E se a gente sobrescrever isso e forçar o cérebro dele a reiniciar?”
A boca de Ace caiu, então seu rosto se iluminou de excitação. “Isso realmente faz sentido!” Ele correu para o painel, os olhos escaneando a maquinaria como um homem vendo um tesouro. “As drogas que minha mãe deu a ele são inibidores químicos. Elas suprimem a atividade neural e interrompem o vínculo do lobo dele. Uma descarga de alta voltagem poderia inundar o sistema dele, forçando seus neurônios a dispararem corretamente novamente.”
“Então,” Violeta disse, “é como dar partida em uma bateria morta. As drogas são o vírus, e a eletricidade é o reinício.”
“Oh, absolutamente,” Ace disse, quase sem fôlego. “Ainda bem que o corpo de Alaric já está adaptado para canalizar relâmpagos. Se alguém pode sobreviver a isso, é ele.” Ele deu um tapa na testa dramaticamente. “Por que não pensei nisso antes? Boa, Oscar,” ele elogiou.
Violeta se pegou corando. Ela pode não ser um gênio como Alaric, mas também não era burra.
Ace acionou vários interruptores no painel de controle. Um por um, as luzes industriais acenderam acima, revelando toda a extensão do armazém. Fileiras de altas prateleiras de metal se estendiam à distância, empilhadas com caixas marcadas com vários símbolos.
Alaric congelou no meio de uma risadinha, semicerrando os olhos diante do brilho repentino. “Luzes bonitas,” ele sussurrou, então começou a bater palmas como uma criança encantada.
“Ainda bem que este é o W-B,” Ace disse rapidamente. “O W-A guarda as coisas realmente voláteis. Fui cuidadoso com a minha pequena escala de bombardeio. Eles sabem disso também, por isso estarão ocupados apagando o fogo antes que ele se agrave. Espero que isso funcione, e a gente se mande daqui.” Ele rasgou um compartimento lateral e começou a torcer cabos grossos de cobre em um conduíte improvisado.
Enquanto isso, Violeta foi buscar Alaric. “Venha, Alaric.”
Alaric não protestou. Ele a seguiu animadamente, como uma criança pequena.
Ace disse, “Embora Alaric seja imune à eletricidade, inundar o sistema dele ainda vai doer.”
“Alaric aguenta. Ele é forte,” Violeta respondeu firmemente.
Ace assentiu.
Violeta arrastou Alaric para o espaço limpo onde Ace tinha chutado as caixas para o lado. Ela se agachou na frente dele e instruiu suavemente, “Você não vai sair desse ponto, ok?”
Alaric assentiu, então perguntou, “Você vai ficar comigo?”
Violeta assentiu com um sorriso tranquilizador.
Ace conectou um cabo ao painel ativo e segurou o outro acima do peito de Alaric. “Uma vez que eu completar o circuito, não tem volta. Você tem que soltá-lo imediatamente,” ele avisou, olhando para as mãos deles entrelaçadas.
“Faça,” Violeta disse, sua voz firme.
Ace hesitou por apenas um instante, então fez a contagem regressiva. “Cinco… quatro… três… dois… Agora, mexa-se!” ele comandou, batendo o cabo para baixo, totalmente esperando que Oscar se afastasse.
Mas Violeta não moveu um músculo.
Quando Ace percebeu o que ela tinha feito, já era tarde demais.
O efeito foi instantâneo. O corpo de Alaric arqueou violentamente, um grito gutural rasgando de sua garganta. Centelhas correram por sua pele, padrões reluzentes rastejando sob sua carne como veias de luz e viajando direto para Violeta, unindo os dois em uma conexão perigosa e inquebrável.
“Oscar!” Ace gritou, em pânico. Ele alcançou os controles para desligá-los, mas a voz trovejante de Violeta o deteve.
“Não!”
Ace congelou, completamente atordoado. O que diabos estava acontecendo? Como Oscar era imune à eletricidade? Nenhum lobisomem era — exceto seu irmão. Ele tinha descartado o primeiro encontro deles como sorte, mas isso era algo totalmente diferente. Isso era impossível.
Violeta trincou os dentes, músculos tensionados enquanto ela lutava para segurar. Os olhos de Alaric reviraram, então se abriram, brilhando com relâmpagos selvagens e desenfreados. O chão sob eles tremeu enquanto seu poder aumentava, ameaçando despedaçar o armazém.
“Quase lá!” Violeta gritou através da tempestade de energia. “Mais uma descarga deve bastar!”
Ace, abalado mas desesperado, ajustou freneticamente os controles. Deusa, ajude-o, ele ia precisar das férias mais longas de sua vida depois deste pesadelo.
Ele bateu a alavanca final.
Todas as luzes do armazém explodiram em uma chuva ofuscante quando Alaric absorveu não apenas a carga na sala, mas toda a rede elétrica da Alcateia do Norte. Por um momento aterrorizante, o mundo pareceu prender a respiração.
Então, de repente, tudo acabou.
Alaric e Violeta caíram no chão, moles e ofegantes, enquanto Ace permanecia congelado, incapaz de processar o que estava vendo.
Oscar tinha sumido e em seu lugar estava Violeta.
O cérebro de Ace parou de funcionar. Um momento, Oscar estava ali, e no seguinte, Violeta. Será que era Violeta o tempo todo?
Espere. Violeta não deveria ser humana?
A garganta de Ace trabalhou, mas nenhum som saiu. Sua mente girava loucamente, tentando entender o caos. Era seguro dizer que ele estava a segundos de perder completamente o controle.
E então, como se as coisas não estivessem já insanas o suficiente, as próximas palavras que ele ouviu foram:
“Minha!”
Seguidas imediatamente por outro rugido gutural e possessivo, “Minha!”
Ace congelou. Que inferno era aquilo?
Sua cabeça girou lentamente, dolorosamente devagar, como alguém prestes a testemunhar um horror que nunca conseguiria esquecer.
Os lábios de Alaric colidiram com os de Violeta. Os dois se devoravam em um frenesi, beijando-se tão ferozmente que era mais uma colisão do que um abraço. Suas mãos arranhavam as roupas, rasgando o tecido com urgência desesperada.
A expressão de Ace se desfez em puro horror.
Deusa, salve-o.
Se isso era punição por não ter salvo seu irmão antes, então ele estava arrependido. Ele estava tão, tão arrependido.
Mas assistir seu irmão fazer sexo? Absolutamente não.
Ace virou a cabeça e disparou, correndo cegamente até dobrar uma esquina e pressionar as costas contra uma caixa, seu peito arfando. Ele fechou os olhos, desejando poder bloquear a realidade.
Mas não havia escapatória.
Seu maldito ouvido de lobisomem garantiu que ele captasse tudo, desde o som úmido de seus lábios se encontrando, ao rasgo agudo de tecido, e finalmente, o gemido profundo e estrangulado de Alaric enquanto se enterrava no calor à espera de Violeta.
Ace tapou os ouvidos com as mãos, gemendo de desespero. Isso era um pesadelo vivido.
Do outro lado do armazém, Violeta tinha suas pernas trancadas ao redor da cintura de Alaric, suas costas pressionadas contra uma pilha de caixas. Alaric movia-se com uma fome feroz, investindo nela como se não pudesse ter o suficiente.
O matebond havia se acendido, e não havia como pará-lo agora.
De repente, as portas do armazém se abriram de supetão enquanto Zara entrava com um esquadrão de guardas, apenas para congelar.
Por um momento, o mundo inteiro pareceu parar. O rosto de Zara ficou pálido, seus olhos arregalados de descrença. “Não…” A palavra saiu de seus lábios em um sussurro.
A cabeça de Violeta se virou em sua direção, e seus lábios se abriram em um sorriso sinistro. Imediatamente, suas presas afiadas e reluzentes desceram, uma promessa de violência e desafio.
“Não!” Zara gritou, percebendo o que ela estava prestes a fazer.
Mas era tarde demais.
Violeta afundou seus dentes no pescoço de Alaric e bebeu seu sangue.
O rugido de dor e prazer de Alaric ecoou pelo armazém. Seus próprios dentes se afiaram em resposta, seus instintos sobrepujando o pensamento, e ele mordeu o ombro de Violeta.
O sangue deles se misturou, e seu vínculo se consolidou.
O matebond foi selado. Para sempre.