Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 564
Capítulo 564: Quem É Você
Violeta irrompeu pela porta principal da casa da alcateia, seus pulmões em chamas e seu coração martelando como cavalos durante uma corrida. Atrás dela, o agudo alarme ecoava pelo complexo, reverberando ao redor como um sino de morte.
Foi por pura sorte que Violeta conseguiu escapar da casa da alcateia, e agora, os guardas a perseguiam com armas. Um estalo agudo cortou o ar e Violeta se jogou para frente enquanto projéteis azuis brilhantes assobiavam passando por sua cabeça, batendo no chão congelado e levantando explosões de gelo.
“Essas não são balas comuns,” Thalia rosnou dentro de sua mente. “Elas são projetadas para interromper o sistema nervoso de um lobo. Elas não podem te matar, mas vão desligar seu corpo.”
“Ainda bem que eu não sou um lobo comum,” Violeta ofegou, se esforçando mais. Suas pernas gritavam em protesto, mas não havia escolha aqui. Ela não cairia nas mãos de Zara hoje.
O campo à frente era caótico. Fumaça saía da primeira explosão no prédio central do laboratório. Dezenas de membros da matilha corriam em pânico, a respiração branca subindo em nuvens. Alguns vestiam jalecos brancos — cientistas, pelo que parecia — enquanto outros pareciam simples membros da matilha. A enchente de corpos criava uma parede de confusão, e os guardas não podiam disparar sem arriscar seus próprios homens.
Violeta serpenteou pela multidão, usando-os como cobertura. Por um momento, ela pensou que poderia conseguir passar despercebida. Então um guarda irrompeu, correndo diretamente em sua direção.
“Pare!” ele rugiu, balançando um bastão crepitante com energia azul.
Violeta se abaixou, a arma passando a poucos centímetros de sua cabeça. Ela avançou, lançando seu ombro contra o estômago dele. Eles caíram com força, rolando na neve. O guarda rosnou e a chutou para longe, levantando-se rapidamente com ferocidade.
Violeta também se levantou, seu peito arfando. O guarda veio em sua direção novamente, atacando rápido. O primeiro golpe arranhou seu braço, enviando um choque de dor paralisante por seus músculos. Cerrando os dentes, Violeta bloqueou o próximo golpe, torcendo o pulso dele até que o bastão caísse na neve.
O guarda não parou. Ele lançou um soco em sua cabeça, mas Violeta se abaixou, retaliando com uma cotovelada no queixo dele. Ele cambaleou, mas seu tamanho e força o mantiveram de pé. Ele a agarrou pela cintura e a jogou no chão.
O ar saiu de seus pulmões.
“Mexa-se, Violeta!” Thalia gritou.
Com um impulso desesperado, Violeta chutou para cima, acertando o queixo dele. Ele cambaleou para trás, dando a ela espaço suficiente para rolar de pé. Antes que ele pudesse se levantar, Violeta girou e o chutou com tanta força na cabeça que ele desmaiou e ela sentiu o impacto em seus pés.
Cambaleando de pé, Violeta limpou o suor e o sangue do rosto. Ela não teve um segundo de descanso antes que mais guardas começassem a sair da casa da alcateia, procurando por ela.
Seu estômago afundou. Eram muitos. Mesmo que suas balas elétricas não pudessem detê-la, eles logo a dominariam com seus números.
Então, como uma bênção, uma segunda explosão repercutiu pelo complexo.
Pessoas gritaram enquanto fogo e fumaça irrompiam da ala leste do complexo, fazendo chover destroços do céu. Os guardas congelaram, gritando em rádios. Suas fileiras se desorganizaram enquanto quase todos eles corriam em direção ao novo local da explosão.
Violeta não esperou para questionar quem — ou o que — havia causado isso. Ela disparou, mergulhando na enxurrada de civis em fuga. As pessoas gritavam e empurravam, desesperadas para escapar, mas Violeta forçava caminho.
Ao contrário de todos os outros que fugiam do perigo, Violeta corria em direção a ele. Seus instintos, aguçados pela presença de Thalia, a puxavam adiante.
A multidão se dissipava à medida que ela se aproximava da seção industrial do complexo. Dois enormes prédios de depósito surgiam à frente, suas paredes reforçadas com aço e estampadas com letras negras em negrito: W-A e W-B.
A voz de Thalia ressoou em sua cabeça. “O segundo.”
Violeta correu para W-B, apenas para derrapar bruscamente na entrada. Um scanner estava ao lado da pesada porta de segurança, esperando por identificação adequada.
“Droga,” Violeta murmurou, procurando por opções.
Antes que ela pudesse bolar um plano, um homem de jaleco branco correu em sua direção, gritando por cima do alarme. “Ei! Você não deveria estar aqui! Você precisa evacuar agora!”
O olhar de Violeta se fixou no crachá de identificação balançando em seu pescoço.
Oh, doces misericórdias.
“Desculpe por isso,” ela murmurou, fechando a distância em um piscar de olhos. Um golpe rápido no queixo, e ele caiu inconsciente na neve. Violeta se agachou, desenganchou o crachá e pressionou-o contra o scanner.
A porta bipou e deslizou com um sibilar.
Lá dentro, o armazém estava estranhamente quieto em comparação com a confusão do lado de fora. O ar cheirava a metal frio e produtos químicos. Havia caixas de armas e maquinários esperando para serem embarcados.
Violeta moveu-se cautelosamente, entrelaçando-se pelo labirinto de prateleiras de armazenamento. Mas quanto mais ela avançava, mais vazio se tornava. Não havia sinal de Alaric.
A frustração a corroía. “Onde exatamente, Thalia?” ela exigiu em voz alta.
Foi quando aconteceu.
Uma sombra disparou das trevas e um braço se esticou, visando sua garganta.
Mas os instintos de Violeta entraram em ação. Ela agarrou o pulso do agressor no meio do golpe, torcendo-o com força. Mas uma segunda mão apareceu da penumbra, pressionando um dispositivo contra seu lado. Uma rajada de eletricidade pura percorreu seu corpo, suficiente para derrubar um lobisomem adulto.
Os joelhos de Violeta cederam, apenas para se endireitarem novamente. A corrente passou por ela como água, deixando nada além de um leve formigamento.
O agressor congelou, incredulidade passando por seu rosto.
Os lábios de Violeta se curvaram em um sorriso feroz e perigoso. “Menina errada para mexer.”
Com um rugido, ela cravou o joelho em seu peito, jogando-o de volta em uma pilha de caixas. Os recipientes de metal tombaram com um estrondo ensurdecedor, espalhando armas pelo chão.
Ela estava prestes a atacar quando o homem gritou, “Espera—!”
Ele então puxou o capuz, e Violeta congelou. O rosto que a encarava era quase idêntico ao de Alaric, mas diferente o suficiente para saber que não era ele.
Então isso a atingiu como um soco no estômago.
“Ace?” ela sussurrou, atônita.
Ace gemeu, lutando para se sentar. “Quem é você?”
“Sou eu, Violeta!” ela soltou.
“Hã?”