Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 560
Capítulo 560: O Pesadelo de Alaric
Percebendo que gritar e lutar não o levariam a lugar nenhum, Alaric forçou-se a pensar. Já que a violência não funcionaria, talvez, apenas talvez, ele pudesse alcançar a parte de sua mãe que ainda o amava.
“O que você planeja fazer comigo, Mãe?” Alaric perguntou, sua voz rouca e áspera de tanto gritar.
Zara parou no meio do movimento, uma seringa meio cheia com uma solução clara e viscosa destinada a usá-la nele. Sua mão parou enquanto ela se virava para ele, surpresa nos olhos.
Foi a primeira vez que Alaric a chamou de “Mãe” desde que esse pesadelo começou. Antes, era sempre “Zara” ou “Vadia”, como se a palavra mãe queimasse sua língua.
Por um breve momento, sua expressão suavizou-se. Ela colocou a seringa na bandeja de metal e cruzou até o lado dele.
“Alaric, bebê?” ela sussurrou, testando-o.
Alaric estava deitado, contido na mesa fria, suor percorrendo sua testa. Entre os braceletes de supressão e o esforço físico de lutar, ele parecia frágil e vulnerável. Poderia até ter perdido peso.
“Por que você está fazendo isso comigo?” Sua voz quebrou, pesada de angústia. “Por que, Mãe?”
Zara segurou seu rosto, limpando o suor delicadamente. “Porque eu quero meu filho de volta,” ela disse suavemente. “Meu doce e obediente Alaric, não essa criatura violenta que me amaldiçoa e luta comigo. Eu nem te reconheço mais.”
“Tudo bem, eu sinto muito,” Alaric ofegou, seu peito se erguendo. “Apenas remova os braceletes de supressão. Eu sinto falta do meu lobo, Mãe. Já faz dias… Eu me sinto vazio e oco por dentro. Por favor, mãe, isso está me matando.”
Zara sorriu levemente, passando a mão por seu cabelo úmido. “Eu sei, meu amor. Não se preocupe, os braceletes serão removidos em breve. Eu não posso realizar o procedimento sem você e seu lobo em perfeito equilíbrio.”
O medo agarrava as entranhas de Alaric. Ele forçou sua voz a permanecer calma. “Que procedimento?”
Então ele virou a cabeça e viu o estranho dispositivo semelhante a uma coroa, com uma moldura de metal fosca que se ramificava em fios trançados delicados, e pétalas em malha fina se sobrepondo.
Seu sangue gelou. “O que é isso, Mãe?”
Zara seguiu seu olhar. “Ah, isso? A Coroa de Mnemosine,” ela disse casualmente, quase orgulhosa.
O pulso de Alaric disparou, mas ele manteve o tom calmo. “Por que eu só estou ouvindo sobre isso agora? Você nunca mencionou isso para mim.”
“Isso é porque seu pai ordenou que o projeto fosse encerrado depois que perdemos um sujeito…” Zara se calou, percebendo que era a coisa errada a dizer ao seu filho sobre quem ela estava prestes a realizar o mesmo experimento.
O coração de Alaric parou. “Perdemos…?”
O tom de Zara tornou-se exasperado. “Tecnicamente, o experimento não o matou. Ele simplesmente não era forte o suficiente. Sua mente se fraturou e ele ficou selvagem. Não tivemos escolha a não ser eliminá-lo. Além disso, ele era um criminoso condenado à espera de execução. Foi um risco calculado.”
A fúria de Alaric aumentou, embora ele mantivesse a voz medida. “Ele não concordou com isso. Você experimentou nele sem o consentimento dele.” Sua respiração falhou ao perceber algo horrível. “E agora você planeja fazer a mesma coisa comigo.”
Seu olhar selvagem girou para os dois guardas posicionados perto da porta. “Vocês ouviram isso?!” Alaric gritou, lutando contra suas restrições. “Vocês vão ficar aí e deixar ela torturar seu futuro Alfa?!”
Pela primeira vez, hesitação apareceu nos olhos deles, uma rachadura em sua obediência inquestionável à sua Luna.
Zara revirou os olhos. “Ah, vamos, Alaric, pare de ser dramático. Você realmente acha que eu sou cruel o suficiente para prejudicar meu próprio filho?”
Alaric grunhiu, puxando as tiras de couro que prendiam seus pulsos para provar seu ponto sem precisar de palavras.
Zara disse a ele, “Passei mais de vinte e quatro horas aperfeiçoando a Coroa de Mnemosine. Pode ficar tranquilo, você não vai morrer. Haverá efeitos colaterais, é claro, mas nada que eu não possa controlar.”
Alaric congelou. “O que você acabou de dizer?”
A voz de Zara ficou suave, como se ela estivesse falando com uma criança assustada. “O objetivo deste procedimento é simples. Quando estiver concluído, suas lembranças daquela garota, Violeta, serão completamente apagadas. Ela desaparecerá da sua vida para sempre, e finalmente terei meu filho de volta. Meu verdadeiro filho. Pode haver algumas falhas de memória de curto prazo, talvez um pouco de desorientação, mas isso é normal após um procedimento neurológico tão importante. Com reabilitação, você ficará perfeito novamente.”
“Oh meu Deus,” Alaric sussurrou em horror. “Você perdeu a cabeça.”
“Não,” Zara retrucou. “Estou fazendo o que qualquer mãe faria se estivesse prestes a perder seu filho para uma bruxa como Violeta. Isso é ciência, Alaric. Certamente você vai entender.”
“Há limites que você não cruza na ciência!” Alaric rugiu, lutando contra as restrições. “E o fato de você estar disposta a fazer isso com seu próprio filho te faz um monstro!”
Alaric estava cansado de ser gentil. Nada iria mudar sua mãe, ele podia ver isso. A mulher finalmente perdeu o juízo.
“Pai sabe disso?!” Ele exigiu. “Não importa o quão sem espinha dorsal você acha que ele é, você realmente acredita que ele aplaudiria você por isso?!”
Ignorando-o, Zara foi e pegou a seringa, dizendo, “Quando seu pai descobrir o que eu realizei aqui, suas preocupações serão irrelevantes.”
A respiração de Alaric acelerou. “O que é isso?”
“Um relaxante,” Zara respondeu suavemente. “Ele vai inundar seu sistema com endorfinas e suprimir a adrenalina, tornando você calmo e obediente. É a maneira mais fácil de proceder, já que você se recusa a cooperar.”
“Eu juro pela deusa, Mãe, se eu algum dia—mmmph!” A ameaça de Alaric foi cortada por um gemido abafado quando Zara mergulhou a agulha em seu braço.
Ele rangeu os dentes, músculos tensionando, enquanto o remédio queimava em suas veias. Lentamente, a luta começou a se esvair de seu corpo, deixando-o pesado e mole.
“Prepare-o,” Zara ordenou friamente.
O médico assistente entrou em ação, empurrando uma bandeja de equipamentos. Um por um, eles prenderam eletrodos nas têmporas, no peito e nos pulsos de Alaric, conectando-o a máquinas que mostravam seus sinais vitais no monitor.
“Sinais vitais,” Zara comandou.
“Frequência cardíaca estável em oitenta e dois BPM,” o médico relatou, olhando para a tela. “Pressão sanguínea estável. Saturação de oxigênio é noventa e nove por cento.”
“Bom,” Zara disse com satisfação. Ela se virou para encarar a Coroa de Mnemosine, suas pétalas metálicas escuras reluzindo como algo saído de um pesadelo.
“Remova o supressor. Está na hora,” ela anunciou friamente.