Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 534
Capítulo 534: Resetar Alaric
Alaric Storm acordou sobressaltado do pesadelo. As vozes de seus pais ainda ressoavam em sua cabeça enquanto tramavam para afastá-lo de Violeta e acorrentá-lo novamente sob o controle deles.
Seu campo de visão estava embaçado a princípio, até que as formas acima ganharam foco — um teto branco cheio de planetas e constelações, suspensas em sua lenta órbita que brilha no escuro.
Seu pulso disparou.
Havia apenas um lugar assim. Seu quarto na Matilha do Norte.
Não é possível.
As constelações eram as mesmas que ele havia colado no teto quando garoto, nascidas de sua obsessão com o universo. Ele nunca as havia retirado. Assim como os gadgets meio quebrados, cadernos, e restos de experimentos espalhados pela sala, relíquias da infância que o acompanharam na vida adulta.
Mas agora, Alaric não se importava com nada disso. Seu coração batia no peito como cascos de cavalo enquanto ele se sentava. Sem perder um segundo, empurrou os lençóis e foi direto à janela.
Alaric empurrou a painel do teto, o ar frio invadindo o quarto enquanto se levantava para olhar pela abertura. Nada além de um infinito branco se estendia diante dele. A neve cobria as árvores, os prédios altos e montanhas ao longe. Seu estômago afundou ao chão.
O Norte.
Ele não precisava de um mapa para saber onde estava. A Matilha do Norte era conhecida por seu longo inverno e frio cruel que nunca soltava seu domínio. E era toda a evidência de que ele precisava.
Ele estava em casa.
A porta se abriu atrás dele.
“Olá, irmão. Quanto tempo, hein?”
Ace entrou com um sorriso no rosto como se fosse apenas outra manhã casual.
Mas Alaric não estava no humor para teatro. Sua mão disparou em velocidade, agarrando a frente da camisa de Ace e o lançando contra a parede.
“Onde está a Mãe?” ele rosnou para Ace.
Ace congelou, surpreso. Seus lábios tropeçaram na verdade antes que ele pudesse parar. “No andar de baixo!” ele soltou, olhos arregalados.
Alaric não esperou outro segundo e saiu. Ele não andou, e sim saltou escada abaixo, seu corpo vibrando com raiva.
No momento em que a viu, sua visão se estreitou.
Zara.
Ela estava no hall de entrada, conversando calmamente com a Cozinheira, como se tudo estivesse normal, e ela não tivesse acabado de destruir sua vida.
O peito de Alaric reverberou com um som entre um rosnado e um rugido. Sua mãe ergueu a cabeça ao ouvir, e seus lábios se curvaram naquele sorriso caloroso que ela sempre usava ao fingir ser acolhedora.
“Filho,” ela saudou suavemente.
Mas Alaric não estava sorrindo.
Ele avançou direto para ela, sua mão fechando ao redor da garganta dela com força esmagadora.
“Como você se atreve?!”
A Cozinheira gritou. “Alfa Alaric! O que está fazendo?!”
Os olhos de Zara se arregalaram, pânico surgiu enquanto suas mãos arranhavam os pulsos dele. Ele não devia ser tão forte, não com as algemas supressoras ainda presas em seus pulsos. Mas Alaric não estava funcionando com força de lobo, e sim com adrenalina. Essa era uma fúria bruta e violenta.
E ela não conseguia romper seu aperto.
“Alaric!” Ace gritou, correndo atrás dele. Agarrou os ombros do irmão, apenas para ser recebido com um cotovelo brutal para trás. O golpe tirou o ar dele e o fez cambalear, luzes brancas explodindo em sua visão.
Mas Alaric sequer se virou. Ele estava consumido pela raiva.
Ele havia contado a eles sobre a profecia. Contado à mãe que Violeta poderia ser sua companheira, a única coisa neste mundo miserável que lhe dava esperança. E o que Zara havia feito? Ela o drogou e arrastou de volta para a Matilha do Norte como se ele fosse uma criança a ser trancada.
Como ela pôde fazer isso com ele?
Como a própria mãe pôde traí-lo?
A comoção trouxe guardas correndo para o saguão. Foram necessários três deles para puxá-lo de cima dela, um agarrando seus braços, outro jogando-o para baixo, e o terceiro prendendo suas pernas. Ele se debateu, rosnando como um lobo encurralado, seus olhos ardendo de ódio.
Zara caiu no chão, tossindo violentamente, agarrando sua garganta. Sua pele estava manchada de vermelho onde as mãos dele estiveram.
“Sua vadia!” Alaric rugiu, sua voz rachando de fúria mesmo enquanto os guardas forçavam seu rosto ao chão. “Como você pôde fazer isso comigo!”
“Mãe?” Ace tropeçou até ela, horrorizado.
Mas Zara apenas ofegou, “Pegue os sedativos.”
“O quê?” Ace congelou.
“Pegue os malditos sedativos!” ela estalou, sua voz rouca e crua pelo estrangulamento dele.
Ace hesitou, medo e confusão estampados em seu rosto.
“Agora!”
Ele se atrapalhou, correndo pelo corredor, retornando em tempo recorde com um pequeno frasco e agulha. Zara arrancou dele com mãos trêmulas e forçou-se a ficar de pé novamente.
“Mãe…” A voz de Ace vacilou. Ele odiava isso.
Mas Zara o silenciou com um olhar cortante.
Ela andou até onde seu filho se debatía contra os guardas. Seu peito arfava, seu rosto retorcido de ódio.
“Você me traiu!” Alaric rosnou, se debatendo ainda mais quando viu a agulha reluzindo em sua mão. Sua voz carregava o tipo de fúria que poderia incendiar uma cidade.
“Segurem-no firme!” Zara latiu para os guardas. Eles o pressionaram mais forte, forçando seus braços e pernas a ficarem imóveis.
Alaric rugiu, músculos se forçando, mas a picada aguda da agulha perfurou seu pescoço.
“Gah!” Seu gemido estava cheio de fúria e desespero.
O rosto de Zara estava vazio de emoção, frio como uma lâmina, enquanto o sedativo corria por seu sangue.
Uma vez, Alaric a admirara. Uma vez, ele olhara para seu brilhantismo na ciência e medicina com admiração. Agora, tudo o que via era um monstro num jaleco branco, uma mulher que valorizava o controle acima da liberdade do próprio filho.
Os guardas começaram a relaxar enquanto seu corpo murchava. Mas Zara estalou, “Não vacilem. Ainda não.”
Alaric ofegava pesadamente, sua força se esvaindo. Mas seu olhar nunca vacilou. Seus olhos travados na mãe, ardendo de veneno.
“Eu nunca vou te perdoar,” ele arfou. Sua voz tremia, mas seu ódio era constante. “Nunca.”
Por um momento, algo cintilou nos olhos dela, mas desapareceu tão rápido quanto veio.
“Sinto muito, Alaric. Lamento que tenha chegado a isso,” ela disse quase ternamente.
Ele arreganhou os dentes, um aviso de lobo, forçando a mão dela para trás.
“É culpa dela!” Zara sibiliou. “Aquela garota, Violeta. Mas não se preocupe, eu vou te reiniciar. Você será meu novamente, meu garoto.”
Os olhos de Alaric se arregalaram. “O que—?” Mas a droga o arrastou antes que ele pudesse terminar.
A última coisa que ouviu foi a voz fria e resoluta dela.
“Tranque-o. É hora de desfazer tudo o que aquela bruxa fez ao meu filho.”