Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 515
Capítulo 515: Bem-vindo de Volta, Asher
As lâminas diminuíram a velocidade, a poeira baixando enquanto Asher saía do helicóptero. Jeremias moveu-se para frente imediatamente, inclinando a cabeça. “Alfa Asher, bem-vindo de volta.”
O olhar frio de Asher varreu o complexo, seus passos parando quando dois homens trouxeram uma urna polida, coberta com as cores da Matilha do Oeste. As palavras de Jeremias ficaram presas em sua garganta, seus olhos fixos nela. Ele sabia o que significava.
Asher não se mexeu. Ele nem sequer a olhou uma segunda vez. “Relatório de status. Agora.”
Jeremias piscou, sua voz apertada com a perda. Aquela dor pesava em seus ombros, e Asher odiava isso. Henry não merecia honra, nem mesmo na morte. Mas que escolha ele tinha? Este era o espetáculo que tinham que encenar.
Além disso, aquelas cinzas não eram de Henry. Nem um único osso foi deixado para ser recuperado. Pela primeira vez, Asher estava orgulhoso da sua garota porque Violeta tinha queimado tudo até o chão, não deixando nada para trás.
Jeremias parecia sair disso. “Todos os Alfas menores sob a Matilha do Oeste se reuniram na casa do bando, aguardando você.”
“E Ezra King?” Asher exigiu, seu tom afiado e implacável.
Seu pai estava morto agora, e os tubarões estavam circulando. Henry pode ter sido forte, mas ele foi um fracasso como líder, e Asher não se iludia pensando que os inimigos já não estavam se alinhando, ansiosos para cravar suas garras nele.
“Ezra chegou com sua parceira, Nancy. Eles estão esperando na casa,” Jeremias confirmou.
“Bom.” A voz de Asher não revelava nada enquanto ele caminhava em direção ao jipe que o esperava. Ele subiu, enquanto o segundo veículo carregava a urna, uma sirene soando para anunciar à matilha que o corpo de seu Alfa havia retornado para casa.
“Diga para desligar isso,” Asher rosnou entre dentes cerrados. “Ele não merece isso.”
Jeremias congelou. “O quê?”
Mas ele se recuperou rapidamente, estudando o rosto de Asher. Anos ao lado do seu Alfa diziam-lhe que isso não era um capricho. Algo estava errado.
Assim, sem uma palavra, Jeremias saiu e sinalizou para o outro motorista. Momentos depois, a sirene foi desligada, o silêncio quase ensurdecedor.
Asher soltou um longo suspiro, seu peito relaxando pela primeira vez desde que pisou na Matilha do Oeste, o lugar de seus demônios. Jeremias voltou ao seu lado, sem dizer nada, e seus punhos se abriram enquanto o jipe partia.
No entanto, esse não era o momento para emoções. Ele estava pisando em um campo de batalha e seu único objetivo era a sobrevivência. Ele tinha sua garota para viver agora, e os erros de Henry não o arrastariam para baixo.
“Presumo que você tenha a lista de Alfas documentada,” Asher disse. “Quero vê-la.”
“Claro que tenho,” Jeremias respondeu, pegando seu tablet e entregando-o.
Asher o examinou sem hesitação. Ele era meticuloso em tudo, e Jeremias estava preparado para servi-lo com a mesma precisão.
Asher deu uma olhada rápida na lista antes de devolvê-la. “Desenhe os nomes dos Alfas leais ao Beta Dominic,” ele instruiu. Sua voz era firme, mas seus olhos tinham aquela frieza que Jeremias conhecia bem. Na opinião de Asher, eram sempre os mais próximos e confiáveis que cravavam a faca mais fundo.
“Sim, Alfa,” Jeremias respondeu imediatamente.
“Quem está no comando dos funcionários em casa?” Asher perguntou em seguida.
“Seria a Luna Patricia,” disse Jeremias.
“Troque todos,” Asher ordenou. “A partir de hoje, você será o responsável pela minha comida e bebida. Tudo será testado. Cada mordida e cada gole que eu tomar até o enterro de Henry estar concluído e eu assumir o controle total da Matilha do Oeste.”
Jeremias assentiu firmemente, já anotando a observação.
“Além disso,” Asher continuou, “investigue os pais dos membros da Matilha do Oeste que eram leais a mim na Academia Lunaris. Verifique-os cuidadosamente e liste qualquer um que você sinta que pode ser confiável.”
“Como desejar, Alpha Asher.”
Só então Asher se recostou em seu assento, seu olhar se desviando para a janela enquanto o carro avançava. As ruas estavam pesadas de luto. Lojas estavam fechadas, escolas encerradas, e todas as instituições escuras em respeito ao falecido Alfa.
Em todos os lugares que olhava, o rosto de Henry o encarava de volta em faixas, em desenhos fixados nas paredes, em bandeiras acenando das casas dos membros da matilha. Mesmo na morte, a sombra de seu pai sufocava a Matilha do Oeste.
O carro não tinha ido longe antes que as pessoas começassem a sair de suas casas. Era costume lamentar um Alfa, e assim a procissão foi forçada a diminuir à medida que a multidão crescia. Mulheres de preto choravam abertamente, enxugando as lágrimas com lenços pretos, a cor escolhida pela casa do Oeste. Homens levantavam alto os retratos de Henry e entoavam seu nome, suas vozes pesadas de reverência, enquanto bandeiras negras ondulavam nas janelas.
O maxilar de Asher se contraiu, mas ele não disse nada. Ele deixou o carro rastejar pelas ruas de luto, o silêncio entre ele e Jeremias mais pesado que os cânticos lá fora.
Para as pessoas que ladeavam as ruas, o Alfa Henry tinha sido um herói. Com toda a sua crueldade, ele lhes tinha dado estabilidade. Ele tinha garantido que a matilha não precisasse de nada. Em disciplina e ordem, ninguém rivalizava com a Matilha do Oeste, porque Henry a construiu dessa forma. Por fora, ele era o Alfa perfeito, adorado e respeitado.
Mas aqueles que estiveram mais próximos sabiam melhor. Eles tinham visto o diabo que morava dentro dele, sofreram sua ira, e se dobraram sob o peso de seu controle. Ele era um mestre manipulador, puxando cordas e mantendo todos em seus lugares. Agora ele se foi, e tudo o que deixou foram inimigos com sorrisos no rosto.
E eles viriam atrás de seu filho. Se não por poder, então por satisfação—vingança contra Henry, mesmo que significasse esculpi-la de Asher. Eles queriam que ele sangrasse, que sofresse, para que Henry pudesse assistir do inferno.
Mas Asher estava pronto. Seu pai o tinha marcado, mas também o tinha treinado. E agora aqueles demônios que Henry deixou para trás estavam bem acordados, e eles estavam prontos para jogar.
Quando as encenações terminaram—como Asher as chamava—o carro se moveu novamente. Logo, eles entraram no pátio da casa do bando. O veículo diminuiu até parar nos degraus, e Asher saiu com uma expressão indecifrável.
“Bem-vindo de volta, Asher.”
Luna Patricia estava esperando, Beta Dominic ao seu lado, ladeada por membros da matilha reunidos para recebê-lo. Seus rostos eram solenes e suas vozes formais quando o deram as boas-vindas propriamente.