Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 511
Capítulo 511: Missão Secreta
Ziva estava de joelhos com a cabeça inclinada e as mãos descansando sobre suas coxas, cada músculo em seu corpo tensionado. Suas irmãs estavam no canto distante da sala, observando a cena com expressões tensas, cada uma cuidadosa para não atrair a raiva de seu pai para si mesma.
“Por que,” Angus trovejou, “você mandou Lilian atrás de Violeta? Eu mandei você fazer isso?”
Ziva ergueu o olhar, sua expressão composta mesmo quando seu coração batia forte contra as costelas. “Eu só queria fazer uma introdução,” ela disse. “Violeta precisa saber que estamos de olho nela.”
“Ah, é?” O tom de Angus se tornou gelado. “Você está de olho nela?”
Diante dessa pergunta, Ziva abaixou os olhos novamente, seus lábios se apertando. “Não.”
Isso lhe rendeu uma risada desdenhosa de Angus. Não era humor, mas escárnio, do tipo que arranha como vidro quebrado sobre o orgulho. Um rubor ardia logo abaixo da pele pálida de Ziva.
Talvez seja a magia no sangue de Violeta, ou ela estava bloqueando Ziva com algo, mas Ziva não conseguia espionar ou sondar seu paradeiro. Nem mesmo com a habilidade sangue-artesanato de sua mãe. Então, ela enviou Lilian para obter seu DNA. E ela falhou miseravelmente.
O silêncio que se seguiu era sufocante.
Então, sem aviso, Angus a agarrou pela frente do vestido, puxando-a o suficiente para que seus joelhos raspassem contra o chão de pedra.
Sua voz caiu, baixa e letal. “Se você atacar Violeta novamente sem meu comando…” Sua cabeça se virou para as outras, seus olhos varrendo sobre elas. “Qualquer uma de vocês… vocês terão que me enfrentar naquele dia.”
Ele empurrou Ziva de volta, soltando-a como se fosse algo imundo, e saiu da sala tempestuoso. Seus passos desapareceram, deixando o ar frágil e imóvel.
Ninguém falou. Não até que Layla, a que nunca sabia quando ficar de boca fechada, quebrou o silêncio.
“Por que ele age com cautela em relação a Violeta? Por mais poderosa que ela seja, ela não pode nos derrotar sozinha.”
“Porque ela é filha da parceira dele,” Ziva cuspiu, veneno pingando de cada palavra.
Assim, todos se lembraram da parceira Fae de seu pai. Por mais frio que Angus fosse, a perda de uma parceira era uma morte própria que o corroía sem parar.
Foi por isso que ele imediatamente se voltou para Sarah, a mãe de Ziva. Ela afogou seu desgosto em dopamina mágica até que ele pudesse respirar sem se engasgar com isso. Mas todos sabiam a verdade: parceiros que rejeitavam um ao outro apodreciam na saudade até que a eternidade chegasse ao fim.
Talvez isso tivesse a ver com o motivo de ele ser parcial em relação a Violeta. Mas ninguém jamais sabia o que Angus estava pensando. Nem mesmo eles.
Lilian, recém-curada pelos gêmeos e encostada na parede, teve a falta de senso de mover-se desconfortavelmente sob o olhar de Ziva. Ela não teve tempo para se preparar antes que a mão de Ziva estalasse em seu rosto.
Lilian caiu no chão com força.
“Eu te dei uma tarefa simples,” Ziva rosnou, chutando-a nas costelas. “E você estraga tudo?”
Ela a chutou novamente. “Patética!”
Enya, empoleirada em uma cadeira com curiosidade infantil, bateu as pequenas mãos e deu uma risadinha. Seu prazer distorcido era do tipo que apenas a alma corrompida de um demônio poderia produzir.
Hannah desviou o olhar, exalando pelo nariz. Ela não tinha paciência para essa demonstração de poder mesquinha e feia.
Ziva continuou até que a respiração de Lilian viesse em golfadas superficiais. Só então ela se endireitou, alisando o cabelo como se não tivesse acabado de espancar a irmã até sangrar.
“Saia da minha vista,” ela ordenou.
Lilian não precisou ser mandada duas vezes. Ela se levantou cambaleando e saiu, segurando o lado do corpo. Os outros não disseram nada. Nesta família, o silêncio não era covardia, era sobrevivência na maioria das vezes.
“Você vai deixar isso quieto?” Layla perguntou de onde estava recostada, seu tom era um desafio preguiçoso. “Nunca te vi desistir de uma briga antes.”
Ziva não respondeu, mas o brilho em seus olhos era suficiente. O aviso de Angus poderia muito bem ter evaporado no ar frio entre elas.
Lauren apontou. “Mais cedo, quando ela acordou, Lilian disse algo interessante sobre Roman Draven, o outro Alfa Cardinal, agindo de forma possessiva, e o quarto cheirava a sexo. Nossa querida irmã não é acasalada com Griffin Hale? Ela não poderia estar também com Roman, certo? Dizem que os pares são territoriais.”
Layla riu de uma forma que fazia você se sentir estúpido por ter sequer aberto a boca. “Você faz perguntas tão bobas, irmã. Violeta ainda tem nosso sangue. Se o Pai é algum exemplo, então você sabe que ela não seria diferente dele. O poder não se contenta com um. Ele toma, e toma, até que não reste nada.”
Então seus lábios se curvaram em um sorriso lento e felino. “Embora eu entenda por que nossa querida irmã gostaria de Roman Draven. Aquele homem é como um deus do sexo…” Sua voz baixou para um ronronar, carregado de luxúria. “Se pudéssemos levá-lo para a cama, seria o paraíso.”
Ela se inclinou em direção a Lauren enquanto o espaço entre elas desaparecia em um beijo que estava longe de ser inocente. Foi lento no início, um deslizar de lábios, depois se aprofundou até que elas alcançassem os cabelos uma da outra e suas bocas se movessem com familiaridade ávida. A mão de Lauren escorregou sob o queixo de Layla, inclinando sua cabeça para melhor acesso, o som úmido dos beijos ecoando no quarto.
Então elas não estavam mais escondendo. Hannah virou o rosto, o desgosto apertando suas feições. Seu olhar, infelizmente, colidiu com o de Ziva.
Ao contrário dela, Ziva não parecia nem um pouco incomodada. Por que estaria? Nesta família, a palavra “abominável” não significava nada. E se alguém tinha relacionamentos que mereciam essa palavra, certamente era Ziva.
Com a carícia exacerbada entre as gêmeas agora, Hannah apostaria que elas poderiam se despir na sua frente e Ziva não pestanejaria. Inferno, ela poderia até se juntar a elas.
“Você.”
A atenção de Hannah voltou rapidamente para Ziva ao som de sua voz. Havia uma estranha realização nos olhos de sua irmã, do tipo que fazia Hannah se sentir como se tivesse acabado de ser rotulada como uma arma.
“Eu?” Hannah apontou para si mesma, cautelosa. Ela não gostou daquele olhar. Nem um pouco.
“Sim, você,” Ziva disse, endireitando-se até sua altura total. “Quero que você saia da aldeia e vá em uma missão secreta para mim.”
Isso não parece bom. No entanto, ela não demonstrou seu desconforto.
“O que é?”
Os lábios de Ziva se esticaram em um sorriso que mostrava muitos dentes. “Eu quero que você fique de olho em Violet Purple para mim.”
Oh, merda.
Hannah engoliu seco. Isso poderia ser o sonho que ela aguardava ou o pesadelo que a mataria.