Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 474
Capítulo 474: Atordoados
Recomendação de Música : Ice Of Phoenix por Audiomachine
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Henry tentou desviar do ataque, mas era tarde demais. O lobo verde chocou-se contra ele com uma força esmagadora, derrubando-o no chão com tanta força que o ar foi arrastado de seus pulmões.
Ele gemeu, atordoado, apenas para ouvir o resmungo baixo de fúria e seus olhos se ergueram rapidamente.
O lobo havia desaparecido e em seu lugar estava agora um enorme touro esverdeado, com as narinas dilatadas e as patas arranhando a terra com intenção assassina nos olhos. A linha havia sido traçada.
Era ele, ou ele.
E então Roman avançou.
Henry mal rolou para longe a tempo, as patas batendo onde seu peito estivera momentos antes. A terra explodiu com o impacto e antes que o touro se virasse, Henry já tinha se levantado e alcançado sua arma.
Roman veio em sua direção novamente e Henry disparou.
O touro desviou do primeiro tiro e diminuiu a distância. Mas Henry foi mais rápido dessa vez, mergulhando de lado, rolando e mirando. Seu segundo tiro acertou o alvo.
Assim que o dardo atingiu o touro, ele soltou um grito gutural antes de desabar, transformando-se em forma humana antes de cair, revelando a forma nua de Roman.
Henry riu, suas botas estalando ao se aproximar. Roman arrancou o dardo do lado, mas a paralisia já estava tomando conta. Seus membros tremiam e ele mal conseguia se sentar.
O sorriso de Henry se aprofundou. “É estranho, meu filho envolvido com aquela garota, mas você? Nenhuma surpresa aí, Roman Draven. Tal pai, tal filho.”
Roman rosnou, os lábios retraindo para revelar dentes afiados. Seus olhos brilharam mais verdes do que nunca, quase brilhando. Ele não estava tão selvagem quanto antes, mas ainda era muito agressivo.
Então aqueles olhos se semicerraram e ele abriu a boca, revelando presas serpenteantes, e as afundou em seu próprio braço. Veneno pulsou através de sua corrente sanguínea, correndo para combater a droga.
O sorriso de Henry vacilou no momento em que percebeu o que Roman havia feito.
Então Roman se levantou lentamente e poderosamente, um sorriso debochado dançando em seus lábios.
Uma sombra caiu sobre o rosto de Henry. Então era assim que seria. Tudo bem.
O desafio estava claro.
Ele jogou a arma de lado, segurou a camiseta e a puxou sobre a cabeça. Então ele se agachou, um rosnado gutural escapando enquanto seus ossos estalavam e se torciam, a pele se rasgava e os músculos se reformavam.
Momentos depois, um enorme lobo negro estava em seu lugar. Seu pelo espesso eriçava, dentes afiados brilhando com saliva grossa, e os olhos ardiam com intenção assassina. O ar ao seu redor exalava domínio e sede de sangue.
Ele então soltou um longo e trovejante rosnado que ecoou pela floresta.
“R-Ro-man…” Violeta sussurrou por trás deles, seu corpo ainda paralisado. Seu coração estava acelerado. Roman pode ser talentoso, mas Henry era mais velho, mais forte e muito mais experiente. Ele não era páreo para ele.
Mas Roman não vacilou. Em vez disso, ele se transformou mais rápido que Henry. E como se fosse a própria respiração, seu lobo emergiu.
Ele tinha quase o mesmo tamanho que o de Henry, elegante e majestoso, seu pelo brilhando com juventude. Ele assumiu uma postura desafiadora e soltou um rosnado igualmente trovejante.
Ele não iria fugir dessa luta. Sim, Roman enfrentou Henry sem se deter e sem medo.
“Muito bem então…” Os olhos do lobo de Henry pareciam dizer.
Eles se lançaram um ao outro, os lobos colidindo no ar.
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Pela primeira vez, Griffin e sua besta estavam em sincronia. Eles reconheceram a consciência um do outro e se moveram como um só. Mas também era doloroso, porque ambos sabiam que iam morrer.
Griffin podia sentir sua força se esvaindo, a prata o envenenando por dentro. Mesmo assim, ele não podia parar. Ele não pararia. Ele tinha que proteger Violeta.
Até agora, ele tinha mantido os soldados afastados, impedindo-os de alcançá-la e ganhando tempo suficiente para ela escapar para um lugar seguro.
Ele lamentou enquanto uma nova bala o perfurou.
Como o mais resistente dos quatro alfas cardinais, eles o isolaram. Eles sabiam que uma vez que ele estivesse fora de combate, o resto seria mais fácil de eliminar.
Mas até mesmo Griffin tinha seus limites. Cercado e sangrando, ele não conseguia mais dizer se o sangue que o cobria era dele ou de seus inimigos.
Sua visão ficou turva e escurecida enquanto ele desmantelava outro grupo de operativos até que viu um mirando diretamente nele. Ele não poderia evitar aquilo. Então
Griffin se preparou para o fim.
Então, do nada, um relâmpago atingiu o homem, matando-o.
Alaric.
Griffin quase chorou de alívio.
Quase imediatamente, o caos tomou conta, com mercenários gritando enquanto alguns começavam a virar suas armas uns contra os outros.
Asher.
Ele reconheceu o movimento característico instantaneamente.
Naquele momento, toda a força que restava o deixou. Griffin desabou, a terra tremendo sob seu peso. Sua forma encolheu de volta ao seu tamanho normal assim que Asher correu para o seu lado.
“Ei, Griffin,” Asher chamou, sem fôlego.
Tudo que Griffin conseguiu fazer foi gemer de agonia.
“Pode me atualizar?” Alaric gritou, olhando entre os inimigos enquanto continuava lutando.
“Ele foi baleado!” Asher gritou de volta.
“Droga!” Alaric xingou, meio pelo estado de Griffin, meio porque uma bala passou de raspão por ele enquanto ele errava um golpe.
“Vou tirá-las,” Asher murmurou, cerrando os dentes. Ele estendeu a mão atrás do ombro de Griffin, mergulhando a mão na ferida.
O som de carne sendo esmagada encheu o ar. Griffin grunhiu em pura dor enquanto Asher procurava às cegas, os dedos cavando no músculo dilacerado. Aquilo era pura agonia.
E a pior parte? Era apenas uma das três balas alojadas dentro dele.
A mão de Asher saiu escorregadia com sangue, a primeira bala de prata brilhando entre seus dedos. Ele a jogou de lado enquanto ela o queimava. Normalmente, nenhuma bala deveria ser capaz de perfurar a forma de besta de Griffin. Seu corpo era de pele grossa, denso, e quase impenetrável.
Mas prata era a maldição de todo lobisomem. Superforça ou não, ela os rasgava como papel.
O olhar de Asher caiu para o abdômen inferior de Griffin, onde uma segunda bala havia perfurado profundamente. Ele rangeu os dentes e pressionou os dedos na ferida. “Isto vai doer,” murmurou.
A resposta de Griffin foi um grito ensurdecedor enquanto Asher cavava.
“Quase lá, quase lá—fique comigo—” Asher arrancou a segunda bala, sua própria respiração vindo em arquejos fortes. O sangue encharcava o chão abaixo deles.
Ele encontrou a última entrada alta no ombro de Griffin. Com um empurrão final, ele agarrou a prata embutida, torceu, e arrancou.
“Consegui,” ele respirou.
Mas quando olhou para cima, Griffin estava imóvel. Seu corpo não estava se movendo.
Deus, não.
“Griffin?” Asher engasgou. “Griffin!”
Ele agarrou seu rosto, seu peito, mas não havia movimento. Droga. Isso não estava acontecendo.
“Griffin, me responda! Ei! Griffin!”
Pânico atravessou o peito de Asher. “Estamos perdendo Griffin!” ele gritou no topo de seus pulmões. “Precisamos conseguir ajuda para ele agora!”
“Mal estou conseguindo segurá-los!” Alaric gritou de algum lugar atrás, sua voz apertada de fúria, ecoando entre os disparos que agora choviam ao redor deles. Mais homens estavam surgindo da linha da floresta.
Patrick deve realmente querer eles mortos se ele trouxe tantos recursos assim.
“Merda. Merda. Merda.” Asher xingou, suas mãos pressionando com força no ombro sangrando de Griffin. “Não faça isso comigo. Não ouse. Você me ouviu?” Seus olhos ardiam com lágrimas. “Não me faça dizer a Violeta que você morreu em meus braços. Eu não posso —”
Um som de farfalhar o deixou em alerta e sua cabeça ergueu-se, já se preparando para compelir qualquer alvo que emergisse das árvores.
Mas não eram os operativos, mas Adele.
E Micah?
Não havia tempo para perguntar como ou por que o conselheiro escolar estava aqui.
“Ele está morrendo!” Asher engasgou. “Por favor—ele não está respirando!”
Adele ajoelhou-se sem dizer uma palavra, assim como na visão de Maria, mãos brilhando enquanto pressionava no peito de Griffin.
Mas nada aconteceu.
Vamos lá. Vamos lá.
O coração de Asher martelava descontrolado. “Por favor…”
Então, lentamente, o sangue parou de fluir. A ferida começou a cicatrizar e as contusões desapareceram. Com um suspiro alto e assustado, Griffin deu um tranco para cima.
Os olhos de Asher encheram-se de lágrimas enquanto soltava uma respiração aliviada, quase histérica. “Oh, agradeço à maldita lua.”
Adele deu um sorriso trêmulo. “Da próxima vez, tente não morrer em cima de nós.”
Griffin gemeu. “Eu não estava tentando ser dramático…”
Asher soltou uma risada. Ele estava perto de perder a cabeça.
“Eu não posso segurá-los!” Alaric berrou, chamando a atenção deles enquanto a exaustão começava a se instalar.
Asher começou a se levantar, ainda com sangue nas mãos das feridas de Griffin. “Eu cuido disso—”
“Não,” a voz de Micah interrompeu, “Eu cuido disso.”
Eles se viraram, surpresos, enquanto o sempre composto Conselheiro entrava diretamente na linha de tiro.
De repente, o ar cintilou.
Era sutil no início, como estática roçando a pele, mas a sensação rapidamente intensificou-se até parecer um milhar de fios invisíveis apertando ao redor deles. Não era apenas poder. Isso era fascínio. Sedução. Magia tão potente que enrolava sob a pele e sussurrava na mente.
A garganta de Asher secou, de repente com desejo de se mover mais perto de Micah. O calor correu por ele e havia o impulso avassalador de tocar Micah. De adorá-lo. De obedecer.
Mas de repente, ele rosnou e despertou daquilo. “Que diabos?”
Era assim que os poderes de sedução daquele cara funcionavam. Foi a primeira vez que sentiu isso e o irritava saber que Griffin e Adele não sentiram o mesmo.
Mas os homens armados não tiveram tanta sorte.
Um por um, eles surgiram de seus esconderijos entre as árvores. Suas armas foram esquecidas há muito tempo e sua coordenação desaparecida. Eles cambaleavam em direção a Micah como mariposas para a chama, as máscaras escondendo seus rostos, mas não o desejo em seus olhos.
Eles estavam encantados.
Havia pelo menos dez deles agora, cambaleando à vista com queixos frouxos e dedos trêmulos como se rastejassem até Micah se precisassem.
Micah ofereceu um sorriso charmoso e despreocupado.
“Ops,” ele disse. “Desculpe.”
A expressão de Alaric distorceu-se em uma fúria desgostosa, e com um rugido, liberou seu relâmpago.
Ele não desabou em uma única explosão. Não, arcos de azul crepitante saltaram pelo ar como serpentes com mentes próprias. Eles se dividiram, giraram, e acertaram, cada um encontrando seu alvo com precisão absoluta.
Dez corpos atingiram o chão quase ao mesmo tempo, se contorcendo e chamuscados.
Alaric o encarou, ofegante. “Não use esse truque em mim na próxima vez.”
Mas Micah calmamente soprou poeira invisível de seu ombro. “De nada.”