Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 468

Capítulo 468: Febre Perigosa

Violeta acordou com uma febre estranha.

A noite passada havia sido nada menos que incrível, mas agora, ela se sentia miserável. Sua cabeça estava enevoada, sua garganta seca e áspera, como se ela tivesse engolido lixa enquanto dormia.

Mas o pior de tudo era o calor.

Não era apenas uma febre, mas um calor pulsante e incessante que irradiava por seu corpo e se instalava em seu baixo ventre.

Instintivamente, sua mão procurou por seus namorados. Ela precisava deles. De qualquer um deles. De todos eles. Mas a cama estava vazia.

Violeta forçou seus olhos a se abrirem, piscando além da névoa para perceber que estava sozinha. Não, não pode ser. Ela os queria.

Por isso, Violeta se forçou a se levantar sobre pés instáveis, usando a parede para apoio. Como ela ficou assim? Os rapazes devem tê-la vestido com a camisola que agora usava porque ela não se lembrava de tê-lo feito. Mas mesmo agora, a roupa em sua pele parecia insuportável e irritante. Ela não queria nada em. Apenas sua pele nua.

Com esforço, Violeta respirou e se moveu adiante, guiada pelo instinto ao invés do pensamento. Era estranho, mas ela podia senti-los. Seus cheiros estavam por toda parte:

Madeiras ensolaradas e âmbar quente, infundidos com toques de cítricos frescos de verão.

Cedro fumado e especiarias escuras suavizadas por jasmim que floresce à noite.

O cheiro intoxicante de abacaxi e chantilly.

Ozônio e terra encharcada de chuva com o calor de âmbar e baunilha doce.

Era vertiginoso a forma como os aromas a envolviam, invadindo seus sentidos. O ar estava tão denso com eles que ela poderia sufocar. Violeta os inalou de qualquer forma — porque ela precisava disso — e imediatamente se arrependeu. O calor se agitava em seu ventre e corria entre suas pernas. Um gemido escapou de seus lábios antes que ela pudesse impedi-lo.

Deusa ajude-a. O que estava acontecendo com ela?

Por algum milagre, ela conseguiu descer as escadas, agarrando o corrimão como se suas pernas pudessem ceder a qualquer momento. Os aromas a conduziam como o canto de uma sereia e ela os seguiu, incapaz de evitar.

Ela os encontrou na cozinha, reunidos em volta do balcão, em uma discussão profunda. Eles sentiram sua presença antes de vê-la e a conversa morreu. Quatro cabeças se voltaram, seus olhos travando-se nos dela e tudo parou.

Duas coisas aconteceram de uma vez.

Suas narinas se dilataram, farejando sua excitação, e seus olhos escureceram.

Mas foi Roman quem mais a assustou.

Ele parecia selvagem.

Um rosnado escapou de seus lábios, seu corpo inteiro ficando tenso com a tensão.

E então ele se lançou sobre ela.

“Roman, não!” alguém gritou.

Mas já era tarde demais.

Roman estava em seu rosto antes que Violeta pudesse piscar e então ele colidiu seus lábios contra os dela.

Criador do universo.

Um gemido escapou dela no instante em que suas bocas se encontraram, seu corpo instintivamente esfregando-se contra ele. O toque dele era fogo e conforto ao mesmo tempo, um bálsamo para seus nervos queimando, mas não era suficiente. Ela precisava de mais.

Então ela o beijou mais profundo, mais faminta, com uma necessidade crua e desenfreada. Seus lábios e línguas se chocando em uma guerra frenética e ávida por domínio e desejo que nenhum deles queria escapar.

Mas o momento foi breve, Roman foi arrancado dela.

Violeta não conseguia nem dizer quem tinha rosnado—ela ou Roman—mas o som era mortal e profundamente preocupante.

“Ela está no cio, seu idiota!” Asher latiu, empurrando-o para trás. “Você vai morrer se dormir com ela!”

Mas Roman estava além da razão agora, muito consumido pela luxúria. Ele investiu nela novamente, e Violeta, igualmente perdida, estava pronta para recebê-lo de volta nos braços.

As consequências que se danem. Ela o queria.

Antes que Roman pudesse alcançá-la, Griffin o jogou contra a parede com força, prendendo-o lá.

“Precisamos fazer algo sobre ele!” ele latiu para os outros, lutando para manter Roman no lugar.

Alaric olhou para Asher. “Você também sente isso, não sente?”

O maxilar de Asher estava tenso enquanto ele assentia. “É a lua cheia. Roman sempre teve a rédea mais fraca sobre seus impulsos primais do que o resto de nós graças à sua habilidade.”

Violeta soltou um gemido estrangulado enquanto uma nova onda de desejo passava por ela. Ela se dobrou, segurando o estômago. “Me ajudem!” ela gritou, sua voz rouca e suplicante.

Aquilo foi o gatilho.

A pele de Roman brilhou, depois se abriu em manchas revelando escamas verdes iridescentes. Suas pupilas se estreitaram em fendas, e sua língua se projetou, anormalmente longa.

“Oh-oh,” Griffin murmurou, os olhos se arregalando ao se jogar para o lado a tempo enquanto um fluxo de veneno paralisante passava por ele e acertava a parede.

“Definitivamente não posso lidar com esse cara!” Griffin gritou por reforços.

“Precisamos tirá-lo daqui—” Alaric começou, mas as palavras falharam quando uma onda do tesão de Violeta o atingiu em cheio no rosto. Não era sutil, mas avassalador, agarrando seus sentidos como uma droga.

“Oh não…” Alaric sussurrou, já sentindo seu controle escapar enquanto seu lobo subia à superfície.

Seus olhos se fixaram em Violeta.

Ela estava encostada na parede, as bochechas coradas, lábios entreabertos, e uma das mãos sem vergonha entre as pernas, com a outra segurando o seio. Gemidos suaves escapavam de sua boca, chamando-o.

Ela parecia tudo o que ele queria. Tudo o que ele precisava. Então por que ele ainda não estava dentro dela?

Alaric não percebeu que estava andando em direção a ela até um punho colidir com seu rosto. Ele recuou, atordoado, piscando para Asher, que estava ofegante e com os olhos arregalados.

“Saia dessa, seu idiota!”

Asher tentou manter a expressão neutra, mas Alaric viu a luxúria em suas pupilas dilatadas e a tensão em seu maxilar. Mesmo ele não era imune.

O caos reinava ao redor deles.

Griffin e Roman estavam travados em uma briga violenta, a cozinha destruída. Os olhos de Roman estavam brilhando, suas garras rasgando ferozmente Griffin, que tentava impedi-lo de chegar a Violeta.

“Você é o único que pode pará-lo, eu não consigo entrar na cabeça dele.” Asher disse a ele.

Alaric não esperou. Ele convocou seu relâmpago e lançou um raio direto no peito de Roman.

O impacto derrubou Roman, e ele caiu, convulsionando com a descarga elétrica percorrendo seu corpo.

Griffin cambaleou para trás, ofegante, suas pupilas bem abertas.

Os três alfas ficaram congelados por um momento. Todos respiravam como se tivessem corrido uma maratona, suor grudando na pele, luxúria ainda agarrando as bordas de suas mentes.

Asher se estabilizou e apontou para Violeta. “Cuide dela. Estamos saindo daqui.”