Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 458
Capítulo 458: Perceba-me
“Quem foi desta vez?” Asher perguntou, seu olhar penetrando no dela com uma intensidade desconcertante. Ele parecia estar a um passo de cometer um assassinato.
Violeta afastou essa sensação e se sentou, esticando os membros doloridos antes de responder. “Foi meu irmão. Micah.”
“O que ele quer?” Asher perguntou sombriamente. O fato de não ter perguntado como Micah invadiu seu sonho provava que ele sabia qual era a habilidade dele.
“Ele veio para ver como eu estava.” Violeta fez uma pausa, depois acrescentou, “Ele quer que eu volte para a academia. Diz que é o lugar mais seguro para mim.”
A mandíbula de Asher se apertou. “Nenhum lugar é realmente seguro, mas ele tem razão. O Barão não pode te tocar lá, nem Elijah. Não sem arriscar os olhares ou sentimentos do público.”
O rosto de Violeta caiu um pouco. “Mas não podemos partir ainda. Eu não passei tempo suficiente com os outros. O laço de companheiro ainda não foi desencadeado.”
“Quem disse alguma coisa sobre partir?” Asher deu a ela o “olhar”. Aquele olhar sombrio de alfa cheio de fogo e determinação. “Nenhum mal te acontecerá aqui, Violeta. Eu juro. Vou te proteger, mesmo que custe minha vida.”
Violeta estendeu a mão, segurando o rosto dele com ambas as mãos. Seus polegares acariciaram suas maçãs do rosto, suaves e tranquilizantes.
“Eu não preciso que você morra por mim,” ela sussurrou. “Nós nos protegemos. É assim que funciona.”
Por um momento, Asher pareceu derreter completamente, inclinando-se ao toque dela até que se recuperou totalmente.
“Eu não gosto de como as pessoas entram facilmente na sua mente,” ele disse com a voz dura. “Precisamos construir seu escudo. Agora.”
Violeta gemeu internamente. Aquele tom de alfa maldito só significava que a dor estava chegando. Ela mal tinha dormido desde o treinamento anterior. Então esse era seu destino agora.
“Vou te compelir,” Asher disse de repente, já fixando os olhos nos dela.
Pânico se acendeu em seu peito e talvez fosse o trauma da última vez, mas os instintos de Violeta entraram em ação, erguendo uma barreira mental antes mesmo que ela percebesse o que tinha feito.
A mente de Asher bateu na parede que ela levantou tão forte que foi como se ele tivesse batido de cabeça em uma pedra. Ele recuou com um chiado agudo.
“Droga,” Asher rosnou, levantando uma mão para o nariz enquanto o sangue escorria.
“Eu sinto muito!” Violeta alcançou seu rosto, olhos arregalados enquanto tentava examinar o dano, ainda completamente perplexa com o que tinha feito. Ou mais precisamente, como ela tinha feito isso.
“Está tudo bem. Está tudo bem,” Asher disse rapidamente, levantando uma mão para pará-la.
Ele inclinou a cabeça para trás, apertando a ponte do nariz enquanto o sangue pingava lentamente. Com a mão livre, Asher puxou um lenço do bolso e limpou o nariz enquanto Violeta pairava por perto, observando-o com a culpa retorcendo-se em seu estômago.
“Exatamente como eu pensei,” Asher murmurou, assoando no pano. “Eu não posso mais entrar na sua cabeça. Não a menos que você me deixe entrar.”
Violeta piscou. “Espere, então eu posso controlar minha habilidade mental agora?”
“Eu diria que você está mais consciente disso do que antes.” Ele finalmente se acalmou, seu tom mais de professor do que de Alfa. “E como esperado, seus poderes estão fortemente ligados às suas emoções. Me diga, como você ergueu aquele escudo agora há pouco?”
Ela deu de ombros, desamparada. “Eu não sei. Você disse tão de repente que ia me compelir e tudo que pude pensar foi, Deus sabe o que você vai me fazer fazer desta vez, e eu simplesmente não queria isso.”
“Então você ergueu o muro subconscientemente.” Asher assentiu, impressionado. “Foi instinto, mas funcionou. Ainda assim, foi um golpe de sorte e eu quero que você seja capaz de fazê-lo novamente na próxima vez sem hesitar.”
Ele tocou a têmpora pensativamente. “Uma coisa que ajuda, especialmente para iniciantes, é a imaginação visual. Isso funciona tanto para usuários de habilidades mentais quanto para os que não têm habilidades mentais.”
“Henry nem sequer é um usuário mental, mas ele construiu suas paredes tão altas que mal consigo entrar sem distraí-lo. Para alguém como você, apenas imaginar uma parede pode ajudar a bloquear invasores. A força da parede determinará o quão bem ela resiste a um intruso.”
Violeta franziu a testa. “Então eu tenho que imaginar uma parede grossa e sólida na minha cabeça o tempo todo?”
“No início, sim,” respondeu Asher.
“É como memória muscular. Quanto mais você treina, mais instintivo isso se torna. Eventualmente, seu cérebro saberá como erguê-la, quer você esteja consciente disso ou não.”
Ele prosseguiu dizendo. “Outra coisa que você precisa é consciência mental. Você tem que saber quando alguém está tentando entrar na sua cabeça ou no seu sonho.”
As sobrancelhas de Violeta estavam franzidas enquanto ela ouvia atentamente.
“Quando eu uso minha habilidade, algumas pessoas nem percebem até que eu já as tenha envolvido na minha hipnose antes que elas percebam que algo está errado. Isso se elas perceberem. Para outros, é como uma coceira na base do crânio ou um leve empurrão. Acho que varia de pessoa para pessoa.”
Ele olhou para ela fixamente. “Mas o ponto é que você precisa ser capaz de sentir isso. Quer alguém bata antes de entrar ou simplesmente arrombe a porta, você tem que reconhecer ambos.”
Violeta inalou devagar. Isso estava começando a parecer menos um treinamento e mais uma preparação para batalha.
“Você terá que baixar seu escudo agora,” Asher acrescentou. “Eu preciso entrar na sua cabeça. Mas desta vez, seu trabalho não é me bloquear. É me sentir.”
“Sentir você,” Violeta repetiu, olhando-o cautelosamente.
“Não desse jeito. Mas não se preocupe, eu serei gentil.” Asher disse com uma expressão séria, embora de alguma forma tenha soado como uma insinuação.
Isso não deveria ter feito seu coração saltar, e ainda assim fez.
Violeta assentiu, soltando um suspiro trêmulo. “Tudo bem.”
O olhar de Asher se fixou no dela. Nenhum dos dois se moveu e apenas se encararam.
“Concentre-se,” ele murmurou. “Sinta isso.”
Violeta forçou sua respiração a desacelerar, os olhos fixos nos dele. Ela deixou seu escudo cair e cavou fundo em si mesma. E então ela sentiu.
Como fumaça se enrolando nas bordas de sua mente, envolveu-a como veludo e perigo. E exalava o cheiro dele.
Cedro defumado. Especiarias escuras. Uma corrente aguda de ferro. Era poderoso. Mas justo quando deveria tê-la sobrecarregado, jasmim floresceu no centro, calmante e intrusivo da maneira mais gentil.
O coração de Violeta começou a acelerar e ela não percebeu o quão próximos haviam ficado até que o ar mudou entre eles. Sua respiração se mesclou com a de Asher e ele inclinou-se lentamente.
Sua mão pairava perto de sua bochecha, enquanto a dela estava enroscada no tecido da manga dele. Seus lábios estavam a segundos de se encostar quando alguém aplaudiu repentinamente e Violeta recuou.
“Ops. Desculpe.”
Roman estava longe deles, um sorriso sorrateiramente apologético no rosto e absolutamente nenhum arrependimento nos olhos.
“Eu só vim anunciar que vamos festejar muito hoje à noite!”
Então Roman saiu correndo enquanto Asher lançava olhares fulminantes para ele.