Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 457
Capítulo 457: Visitante Inesperado
Asher Beladona era um monstro.
E não, Violeta não queria dizer isso literalmente, embora isso não significasse que ela quisesse dizer isso de uma forma boa também.
Seis horas.
Seis horas extenuantes, que sugavam a alma.
Foi quanto tempo ele a manteve na assim chamada aula de fundação.
Aparentemente, Asher Puta Beladona não havia apreciado o fato de que ela estava respirando como um búfalo com desvio de septo depois de apenas um minuto de perseguição do Griffin.
E nas palavras dele, não nas dela:
“Você acha que seus inimigos vão esperar enquanto você recupera o fôlego? Isso não é um jogo, Violeta. É uma luta pela sua vida. Agora se mova.”
“Mas eu tenho o poder de dizimá-los no local!” Violeta rebateu, encarando.
“Ah, você tem poderes? Que fofo,” Asher disse, sua voz tão plana quanto sua paciência.
“Você quer dizer os mesmos poderes que você não consegue invocar à vontade? Poderes não significam nada se você desmoronar depois de dois minutos numa luta.”
“Ele está certo, princesa,” Griffin entrou na conversa sem remorso. “Seus inimigos não vão se importar com o quão poderosa você é se seus joelhos cederem antes de sua magia.”
“Sem mencionar,” Alaric acrescentou, espalhado como se não estivesse secretamente envolvido, “o que você fará se estiver em uma situação onde sua magia é suprimida? São as habilidades que você constrói que vão salvar sua pele.”
E claro, Roman, que não podia resistir a colocar sua voz na mistura, disse,
“Poderes vão chamar atenção, princesa. Resistência vai manter você viva.”
Então, para finalizar, Asher olhou bem nos olhos dela e disse, “Então me diga, você prefere continuar reclamando ou começar a treinar? Sua escolha, Princesa.”
Sua voz praticamente pingava com sarcasmo.
E foi assim, senhoras e senhores, que Violeta se viu presa na sessão de treinamento mais torturante de sua vida, tudo graças a um Alfa disciplinado e emocionalmente constipado chamado Asher Beladona.
No entanto, Violeta entendeu que era para o próprio bem dela, mesmo que não gostasse nem um pouco disso.
E foi assim que ela acabou desabada no sofá comprido, recém-saída do banho mas ainda se sentindo como se tivesse sido atropelada por uma manada. Ela não sentiu a dor enquanto estava no banheiro provavelmente porque seu corpo ficou temporariamente dormente e não, ela não ofereceu a nenhum guarda nobre para se juntar a ela. Asher assumiu essa posição por conta própria — e ela estava muito cansada para tentá-lo.
Agora, com seus músculos gritando e seus membros rígidos como pedra, a realidade estava de volta com vingança.
Asher, é claro, não levou em consideração o cronograma de treinamento da Academia Lunaris.
De acordo com os alfas, a aula de combate era boa, mas não completa. Se eles tivessem confiado apenas no currículo do Comandante Malakai, eles não seriam os bons lutadores que são hoje. Cada um deles foi treinado para o papel de Alfa porque era seu direito de nascimento.
O Comandante Malakai era habilidoso, sem dúvida, mas Violeta não era como eles. Ela era uma estudante recrutada, empurrada para a academia apenas em seu último ano. Ela perdeu tudo o que veio antes.
“Você acha que ela está dormindo?”
Violeta ouviu a voz baixa e cautelosa de Roman do canto, como se ele estivesse com medo de realmente acordá-la, caso ela estivesse.
“Não acho. A respiração dela—”
Violeta se virou antes que Alaric pudesse terminar, cortando-lhe a fala e atraindo a atenção de ambos.
“Ah. Aí está ela.”
Ela se atirou de costas com um suspiro cansado, justo quando Roman e Alaric se acomodaram no sofá. Roman se ajeitou perto dos pés dela, e Alaric guiou gentilmente sua cabeça para descansar em sua coxa.
“Como você se sente?” Roman perguntou, levantando as sobrancelhas.
“Horrível,” Violeta gemeu, exalando dramaticamente. “Eu não consigo nem levantar um dedo.”
“Isso é esperado,” Roman disse com um encolher de ombros. “Não se preocupe, você vai se acostumar.”
Violeta fez um barulho irritado e gutural no fundo da garganta sabendo que se acostumar com isso significava que ela teria que fazer isso todos os dias.
“Eu sei como aliviar a dor,” Roman disse de repente, e Violeta levantou uma sobrancelha que sem dúvida questionava aquelas palavras.
Roman revirou os olhos e então pegou a perna dela sem permissão e a colocou em seu colo.
“Não estou tentando entrar na sua roupa.” Roman disse.
“Mmhmm,” Violeta não acreditou nele e estava prestes a dizer algo quando os polegares de Roman pressionaram o músculo da panturrilha e o ar saiu de seu corpo em um suspiro traiçoeiro. Deus, isso era bom. As mãos dele eram boas. Roman era injustamente habilidoso nisso.
“Sim,” Roman murmurou, sua voz sedosa como sedução, “Relaxe e deixe os profissionais trabalharem.”
Antes que pudesse perguntar quem o tinha certificado na arte da massagem, os dedos de Alaric deslizaram por baixo do tecido de sua camisa para apertar o músculo dolorido perto de sua clavícula. Um jato de calor percorreu Violeta e todo o corpo dela tensionou, apenas para derreter como manteiga ao sol.
“Apenas relaxe e deixe-nos cuidar de você.” Alaric disse a ela, pressionando mais fundo nos nós.”
Sem escolha, Violeta gemeu em rendição e se mexeu, sentando-se apenas o suficiente para se recostar contra o peito de Alaric. Seus braços a cercaram enquanto ele diligentemente removia os nós de seus ombros com a pressão que fazia seus dedos dos pés se curvarem.
Esses dois homens seriam sua perdição.
Roman se moveu para a outra perna dela, ainda circulando seus polegares nos nós apertados e Violeta suspirou, sua cabeça inclinando levemente para o lado, os olhos se fechando.
Isso era êxtase. Absoluto, traiçoeiro êxtase.
Mas aquele momento durou até que as mãos de Roman deslizaram para mais alto em sua coxa. Um tanto alto demais para ser ignorado.
Os olhos de Violeta se abriram a tempo de travar com os de Roman, arrepios subindo por sua espinha. Ele já estava a observando, sorrindo como se soubesse exatamente o que tinha feito. O diabo.
E assim, Roman retirou a mão como se não tivesse acabado de dançar na borda da tentação.
Violeta o encarou, atordoada, suas bochechas coradas e batimento cardíaco mais rápido do que o normal. Acima de tudo, ela definitivamente não estava protestando.
Mas nenhum deles disse uma palavra e Roman apenas voltou a massagear sua coxa externa cuidadosamente, e com respeito agora, enquanto Alaric continuava trabalhando em suas costas e ombros.
Pequenos suspiros, e ocasionais gemidos ofegantes que faziam Violeta querer se esbofetear escapavam de seus lábios. Mas, deuses, era bom demais para mandá-los parar. As mãos de Roman e Alaric se moviam em sincronia, puxando a tensão de cada centímetro de seu corpo, induzindo-a ainda mais no ritmo deles.
Em algum momento, seus músculos cederam e sua mente vagou. Seu corpo estava completamente relaxado agora, afundando totalmente no calor de Alaric.
E antes que Violeta sequer percebesse, ela adormeceu.
E assim como na noite passada, ela não estava sozinha no espaço dos sonhos.
“Você é bastante poderosa, irmãzinha. Me custou bastante entrar no seu sonho.”
“Micah?” Violeta ficou atônita ao ver seu meio-irmão entrar no espaço de sonho dela como se fosse dono do lugar.
Micah era alto, de ombros largos, com um porte musculoso que tornava fácil entender porque ele facilmente conquistava quase toda a população feminina da escola. Seu cabelo escuro ondulado estava bagunçado sem esforço, enquanto seus olhos cor de avelã pontilhados com ouro e verde eram totalmente hipnotizantes. Micah era sexo encarnado.
Mas no sonho, no entanto, algo estava diferente nele.
Micah estava vestido com roupas escuras, do tipo que não reflete luz, mas a absorve totalmente. E seus olhos que eram geralmente calorosos e complexos pareciam mais escuros agora. Como se algo enterrado dentro dele tivesse se aproximado da superfície. Ele parecia o mesmo Micah e ao mesmo tempo não. Como uma versão dele que havia parado de fingir ser suave.
Como o lado demoníaco dele.
“Como você está fazendo isso?” Violeta piscou, atordoada. Era para ser ela fazendo isso, não o contrário.
“Sou um íncubo,” Micah disse com um dar de ombros. “A manipulação de sonhos é meio que nossa especialidade. Como você acha que conseguimos essa reputação?”
Violeta franziu a testa. “Ok, entendido. Ainda assim, o que você está fazendo aqui, Micah?”
“Não posso visitar minha irmãzinha?” ele perguntou, um sorriso fantasmagórico dançando em seus lábios. “Nós não nos separamos exatamente em bons termos. Esta era a única maneira que eu poderia conversar com você sem a interferência dos Alfas.”
Violeta cruzou os braços, não convencida, mas também não afastando-o.
“Certo,” ela disse. “Fale.”
“Acredite ou não, eu vim verificar como você está.” Micah respondeu casualmente.
Violeta estreitou os olhos para ele. “Você quer dizer verificar se nosso pai tomou posse de mim?”
Micah não vacilou. “Isso também.”
Ele continuou. “Você tem que voltar para a academia, é o lugar mais seguro para você.”
“Eu vou voltar,” Violeta disse, “assim que terminar aqui.”
A expressão de Micah não mudou, mas seus olhos escureceram. “Por ‘aqui’ você quer dizer passar tempo com os outros que ainda não são seu parceiro?”
Violeta não respondeu. Ela não precisava. Micah sempre foi bom em tirar verdades do silêncio.
Ele se aproximou, sua voz diminuindo. “Eu não sei como é possível você tolerar estar perto deles assim, talvez porque você seja diferente. Mas a menos que a Deusa Lua tenha decidido de repente unir você a todos os quatro alfas cardinais, você não deveria sonhar em mantê-los. Não todos eles. Isso causaria instabilidade política.”
Violeta apertou os dentes.
“Se você acha que Elijah me banindo para a escola é muito, então espere até ele perceber que você é uma ameaça” Micah riu sem humor. “Você não quer os olhos de Elijah em você, Violeta. Confie em mim nisso.”
“Eu posso cuidar de mim mesma.”
Micah estava prestes a dizer algo, mas então parou. Ele suspirou. “E seu outro namorado está aqui. Fique segura, Violeta.”
E com isso, o sonho se fechou abruptamente.
Os olhos de Violeta se abriram apenas para se conectar aos de Asher.
“Quem foi dessa vez?”