Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 44
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- Capítulo 44 - 44 Presente Ácido 44 Presente Ácido ~ Asher ~
44: Presente Ácido 44: Presente Ácido ~ Asher ~
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“Agora, diga-me, meu rei, sobre o que vamos falar?” Violeta disse, o sarcasmo em sua voz inconfundível.
Ele a encarou, divertido com a falta de autopreservação dela. Asher não conseguia evitar se perguntar se Violeta percebia que era a única que falava com ele daquela maneira e saía ilesa. Mas, novamente, era exatamente isso que ele gostava nela e esperava, não alguma alma acanhada e medrosa. Se fosse assim, ela não seria sua rainha roxa, afinal.
Acima de tudo, se havia algo que ele amava nela, era o jeito que ela olhava para ele. Para ser preciso, para os olhos dele. Não havia nenhum traço de nojo, nenhuma falsa admiração.
Ela não fingia estar fascinada; ela realmente os via como eram. Aqueles olhos amaldiçoados que ele sempre detestou cada vez que se olhava no espelho, Violeta olhava para eles como se fossem belos e mágicos. Isso sozinho o conquistou, e agora, ela era sua bela e mágica rainha roxa.
Violeta era tudo o que ele sempre quis. A única coisa boa que os deuses lhe concederam em muito tempo. Ele ansiava por passar os dedos por aqueles impressionantes cabelos roxos, para sentir a sua maciez sedosa. E os olhos dela, aqueles olhos dourados deslumbrantes que possuíam uma intensidade inesperada.
Não era comum para um humano possuir cabelos roxos e olhos dourados. Com os híbridos em ascensão atualmente como resultado da união entre humanos e lobos, Asher tinha sua própria teoria.
Talvez um dos ancestrais de Violeta tivesse se envolvido com um lobo, se é que me entende. Mas, como ela era órfã, não havia como rastrear sua genealogia.
Infelizmente, se sua rainha roxa fosse parte lobo, ela não mostrava nenhum dos traços. Ele a estava observando desde hoje, testando-a no campo de treinamento para ver se ela exibia algo especial. Embora ela estivesse completamente alheia às suas intenções.
Ninguém jamais conhecia a extensão completa de seus jogos até se encontrarem entrelaçados demais para escapar.
E quanto à sua rainha roxa, ela não cheirava como um lobo, nem possuía a energia. Ela era apenas uma humana comum. Mas “comum” não parecia se ajustar quando se tratava dela. Ela era tudo, menos isso. Sem mencionar, seu temperamento ardente rivalizava com o de qualquer lobo que ele tivesse conhecido.
“Terra para Sua Majestade, no que está pensando?” A voz de Violeta o trouxe de volta à realidade quando ela estalou os dedos na frente do rosto dele.
Asher virou-se para ela, enquanto ela continuava, o sarcasmo sempre presente. “Esqueceu, majestade, que supostamente estamos tendo conversas reais?”
Então, ela não ia deixar isso passar. Tudo bem, então. Eles poderiam fazer as duas coisas.
“Que tal um pouco de diversão real?” ele respondeu, deslizando a mão para a cintura dela, indo mais baixo até agarrar a parte de trás dela.
“Mãos. Fora. Agora.” A voz de Violeta perdeu sua borda brincalhona e foi substituída por uma seriedade que o fez obedecer sem escolha.
“Você não é divertida,” ele mentiu, embora um sorriso estivesse tentando aparecer nos seus lábios.
“Então encontre outra pessoa para incomodar. Eu ficaria tão feliz.” Ela retrucou, aparentemente encantada com a mera ideia.
“Essa é a questão,” Asher disse, seus olhos escurecendo enquanto fitavam os dela. “Você ficaria muito feliz. E é exatamente por isso que não posso deixar você ir.”
A boca de Violeta se abriu, seus olhos arregalados. “Você é louco, sabe disso?”
Ele lhe mostrou um sorriso, os olhos brilhando com travessura. “Exatamente.”
De fato, não havia como negar. Ele era louco, belamente louco. Sua rainha roxa ainda não sabia a extensão disso. Mas ela descobriria em breve. Só então ele saberia se ela era verdadeiramente digna de estar ao lado dele. De usar sua coroa.
“Muito bem, você parece estar no clima, eu vejo. Se esse é o caso, vamos começar este discurso com um toque de perguntas e respostas, devemos? De fato, Sua Majestade, por favor, me diga suas intenções em relação a Elsie Lyka Lancaster?” ela perguntou sem hesitar, seus olhos dourados fixos intensamente nele.
Claro, ele ficou rígido. Se havia alguma pergunta que Asher Nightshade esperava de sua pequena roxa — que não parecia tão pequena nesse momento, não com suas garras para fora — certamente não teria sido essa.
Asher apoiou a cabeça em seus braços, a aura de arrogância voltando ao seu rosto. “Alguém parece estar com ciúmes, hmm?” ele meditou.
Violeta sibilou, seus olhos se estreitando. “Nem tente mudar de assunto, eu vejo através dos seus truques, mestre das marionetes.”
Ah, ela o pegou ali. Seu olhar continha um lampejo de reconhecimento. Sua rainha roxa estava ficando mais afiada, captando seus truques mais rapidamente. Ele quase achava isso cativante.
“Muito bem então,” ele disse, seu tom assumindo uma borda séria. Asher decidiu que era hora de colocar tudo em pratos limpos. Não havia muito sentido em esconder, especialmente com aquela amiga linguaruda dela sempre por perto. Era apenas uma questão de tempo até ela descobrir. Se é que já não sabia, com aquela pergunta, e só queria uma confirmação dele.
“O Alfa Rei é impotente e incapaz de gerar um herdeiro,” Ele começou com uma voz fria, incapaz de esconder seu desprezo pelo homem. “Alguns dizem que é apenas o destino infeliz do rei, outros acreditam que é a própria maneira da deusa de equilibrar a ordem, com quatro lobos já superpoderosos em jogo. Se o Alfa Rei tivesse um herdeiro, isso significaria que qualquer um de nós poderia desafiá-lo pelo trono e, obviamente, tomá-lo.”
Asher fez uma pausa, a amargura em seu tom espessa. “Mas sem um herdeiro, o campo de jogo é limitado. Apenas um dos Alfas Cardeais é elegível para o trono, e para adoçar, ou, na minha visão, azedar o acordo, o Alfa Rei, em toda a sua magnanimidade, decidiu nos conceder um presente.”
Não havia nada além de veneno puro em sua voz, gravado na forma como seu rosto se torcia levemente em nojo.
“Uma loba de sangue puro, à disposição,” Asher cuspiu. “Para quem se destacar como seu herdeiro após a formatura. Um prêmio a ser ganho, como uma posse. E agora Elsie parece pensar que ela me possui. A nós. A todos nós.” Suas palavras estavam cheias de desprezo.
No entanto, sua rainha roxa permaneceu em silêncio, absorvendo tudo com uma expressão ilegível. Havia tensão no ar com suas palavras tendo arrancado o costumeiro gracejo brincalhão, expondo uma corrente subjacente cruel de ressentimento, reservado para o Alfa Rei e a situação em si.
“Bem,” ela finalmente falou, “Acho que isso faz de você mais prisioneiro do que eu pensava.”
“Oh, é aí que você está enganada, pequena roxa,” ele riu cruelmente.
Sua mão agarrou a bochecha dela, dedos se curvando possessivamente em volta do rosto dela. Violeta não o afastou dessa vez. Seja pelas palavras dele ou pelo estranho encanto do momento, ela se encontrou congelada, incapaz de reagir.
O olhar de Asher penetrava o dela, intenso e inflexível. “Eu sou o mestre das marionetes. Ninguém determina meu papel por mim. Eu faço as regras. Eu decido meu caminho,” ele continuou, sua voz baixando para quase um rosnado, algo predatório escondido por baixo de suas palavras. Seu polegar acariciou a bochecha dela delicadamente, em contraste com a energia obscura que ela podia sentir irradiando dele.
“E é aí que você entra, minha pequena rainha,” ele murmurou, seu hálito quente contra o rosto dela, a intensidade da proximidade dele chamando toda a atenção dos sentidos dela apenas para ele.
Asher inclinou-se mais perto, o ar ao redor deles carregado de tensão, quase sufocante. Seus lábios pairavam tão perto dos dela que qualquer um observando poderia assumir que estavam prestes a se beijar.
Mas essa não era a intenção aqui, ele a encarava nos olhos em vez disso.
“Você, minha rainha roxa, vai tomar o lugar de Elsie.”