Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 432
Capítulo 432: Sem Parceiro, Sem Você
A solidão sempre foi sua companheira, mas desta vez doía mais do que nunca. Tudo o que Alaric queria era deixá-la ir. E ele o fez.
Nuvens escuras e raivosas sufocavam o céu acima da Pousada Pine Ridge, girando de forma ameaçadora. Não estava chovendo, mas o ar estava pesado de umidade, o cheiro de ozônio era forte o suficiente para ser sentido no paladar.
Alaric estava de pé, sem camisa e descalço no telhado, seus olhos brilhando em prateado, estalando com poder enquanto relâmpagos se enrolavam acima de sua cabeça como uma coroa.
Ninguém o havia amado de verdade. Nem seus pais, pelos quais sempre tinha que implorar atenção. Nem as garotas, que se aproximavam dele apenas porque ele era um alfa cardinal. Mesmo no final, Júlia escolheu Roman, o divertido e bonito, em vez dele, o desajeitado.
E então havia Violeta, a única garota que o aceitou apesar das suas falhas. Mas até ela tinha sido tirada dele, deixando-o imaginar se estava destinado a ficar sozinho afinal de contas.
O trovão rugia pelo céu, um pano de fundo apropriado para a rebelião de Alaric contra os céus. Teria doído menos se tivessem emparelhado Violeta com outra pessoa, mas Griffin? Um dos alfas cardinais? Por que não ele? Ele era realmente tão indigno assim?
Outro estrondoso trovão ecoou, seguido por outro e mais outro. O próximo relâmpago atingiu perto, queimando o chão, mas Alaric não se moveu.
Foi por isso que ele reservou a pousada para toda a sua estadia, dispensando os guardas e a equipe. Aqui, ele poderia liberar sua dor sem medo de danos colaterais.
Alaric fechou os olhos, entregando-se à tempestade dentro de si. A energia correu por suas veias, uma corrente selvagem que acendeu cada terminação nervosa. Relâmpagos riscavam o céu, iluminando as nuvens escuras, enquanto trovões rugiam como uma fera solta, sacudindo a própria terra sob ele.
Naquele momento, ele se sentia invencível, um deus entre mortais, envolto na fúria da tempestade. O mundo podia queimar ao seu redor, e ele não se importaria. A dor da decepção torcia-se dentro dele como uma faca, mas o poder era intoxicante, afogando a dor.
Alaric abraçou o caos, sentindo o ar estalar de energia. Ele estava oscilando entre o desespero e a emoção da destruição, deixando a tempestade consumi-lo.
“Alaric?”
No início, ele pensou que era fruto de sua imaginação. Mas quando ouviu seu nome novamente, o prateado em seus olhos desvaneceu, e a tempestade de destruição que ele havia convocado diminuiu um pouco enquanto ele se virava.
E ali estava ela. Violeta púrpura.
Não pode ser.
Alaric balançou a cabeça, tentando dissipar a visão. Ele teria descido à loucura?
“Sou eu,” disse Violeta.
Ótimo. Ele não estava alucinando.
“O que você está fazendo aqui?!” Alaric estava pasmo. Violeta estava no mesmo telhado que ele.
Ela estava lá, encharcada, o cabelo grudado no couro cabeludo como tentáculos escuros. Ela devia ter sido pega na tempestade que ele havia convocado. Alaric sabia que as áreas fora da pousada suportavam o peso de seu castigo, e no fundo, isso o confortava, pois ele não estava sofrendo sozinho.
Até agora.
“Eu vim te ver.” disse Violeta.
Suas palavras fizeram seu coração saltar uma batida, uma fagulha de esperança acendendo dentro dele até a realidade desabar.
“Ah, certo, você está aqui para terminar comigo pessoalmente.”
O trovão estrondou alto, um raio atingindo bem na frente de Violeta.
“Você pode amenizar um pouco a tempestade, Alaric? Eu preciso conversar com você.” Ela se aproximou cautelosamente, receosa de ser torrada viva.
“Não se incomode, Violeta. Apenas vá. Acabou entre nós. Faça o que quiser.” Sua voz pingava resignação, aceitando seu destino.
“Você pode calar a boca e me ouvir primeiro?” A voz de Violeta subiu com frustração.
“Apenas vá!” Alaric rugiu, seu comando pontuado por um relâmpago que caiu tão perto dela que a fez soltar um grito de susto.
“Você já está com Griffin. Não faça isso doer mais do que precisa.” Seus olhos imploravam, cheios de dor e mágoa.
Alaric estava se quebrando, e Violeta podia ver. O certo seria deixá-lo em paz, mas ela estava cansada de homens teimosos decidindo seu destino por ela!
Com os lábios firmados em determinação, Violeta marchou até Alaric, ignorando os relâmpagos violentos ao redor deles. Se ela perecesse, então que assim fosse.
“O que você está fazendo?” Alaric sentiu uma onda de medo diante do fogo em seus olhos e qualquer ideia imprudente que estivesse se formando em sua mente.
Mas Violeta o ignorou e se aproximou, segurando seu rosto e beijando-o firmemente nos lábios. Ela não aprofundou o beijo; apenas pressionou seus lábios contra os dele e os manteve ali.
Alaric congelou.
O que estava acontecendo? Isso não fazia sentido. Violeta não deveria estar beijando ele.
Como se recuperando seus sentidos, Alaric se afastou abruptamente, encarando-a em choque. O que ela havia feito? Ela não deveria estar beijando alguém que não fosse seu parceiro.
Então Violeta disse, “Eu não tenho um elo de parceiro, não sem você nele.”
E então ela o beijou novamente.
Alaric hesitou, seu corpo tenso, sem saber o que fazer. Isso não fazia nenhum sentido e não deveria estar acontecendo.
Mas então Violeta aprofundou o beijo, seus lábios movendo-se contra os dele com um fervor que acendeu algo nele. Os instintos de Alaric foram despertados e ele envolveu os braços ao redor da cintura dela, puxando-a para perto, como se temesse que ela escapasse.
O trovão ressoou à distância enquanto ele a beijava de volta, intensamente e desesperado. Violeta gemeu no beijo, o familiar estalo de relâmpago percorrendo seu corpo, enviando arrepios por sua espinha. Ela agarrou-se ao cabelo dele, puxando-o para mais perto, despejando todo seu desejo no beijo.
Ela sentia falta disso. Sentia falta dele.
Quando se separaram, os olhos de Alaric estavam arregalados de espanto.
“Como isso é possível?” ele sussurrou.
Violeta sorriu, um brilho travesso em seus olhos. “Você realmente achou que se livraria de mim tão facilmente? Nem mesmo a deusa pode nos separar, seu cabeçudo.”
Ela inclinou-se para beijá-lo novamente, mas Alaric se afastou. “E sobre Griffin?” ele perguntou, querendo ter certeza.
A expressão de Violeta suavizou. “Não é apenas Griffin. Os outros mal podem esperar para ver você também.”