Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 429
Capítulo 429: Onde Está Asher?
Quem diria que tudo que era necessário para mudar a opinião de Roman sobre ela era um pouco de sedução.
Quase imediatamente, após seu pequeno “prazer”, Griffin recebeu a ligação de que Asher havia acordado. Agora eles viajavam juntos em um silêncio tenso em direção ao hospital, o zumbido do motor do carro não fazia nada para acalmar os nervos de Violeta.
Ela torcia os dedos no colo, hiperconsciente da coxa de Roman pressionada contra a dela e da presença calorosa de Griffin.
O momento não poderia ser pior, considerando que ela não visitou Asher uma única vez durante seu coma. Não quando ela foi tomada pela febre do acasalamento, pelos costumes da Matilha do Leste e finalmente teve que correr de volta para a academia. E agora, no momento em que ela resolve finalmente vê-lo, ele acorda.
No entanto, durante tudo isso, Asher nunca saiu de seus pensamentos. Violeta apenas rezava para que ele entendesse.
“Então, como isso funciona exatamente?” A voz de Roman cortou o silêncio, seus dedos tamborilando contra o assento de couro.
Oscar, que servia como motorista, mantinha os olhos fixos na estrada, a neutralidade do beta não revelando nada enquanto Violeta estava encaixada entre Griffin e Roman no banco de trás.
“Exatamente como estávamos, Roman. Como se nada tivesse mudado,” disse Violeta.
“Mas algo mudou,” Roman argumentou. “Você está ligada a Griffin. Isso é algo que o resto de nós não tem. Não importa o quanto você tente minimizar, Violeta, os sentimentos que você tem por nós nunca se igualarão ao vínculo que você compartilha com ele. Mesmo que de alguma forma acabemos juntos, estaríamos lutando por migalhas. O verdadeiro laço é você e Griffin.”
“A profecia diz que Violeta unirá a matilha,” Griffin interveio.
“Sim, fazendo com que nós também nos liguemos a ela,” Roman murmurou. “Eu simplesmente não vejo como ou quando isso vai acontecer. Ou mesmo como isso unirá a matilha.”
“Há mais que você não sabe, Roman…” Violeta confessou hesitante. “Sobre mim.”
“O que é?” Roman perguntou, sua curiosidade aguçada.
“Eu te conto quando chegarmos lá,” ela respondeu.
Por tudo que Violeta sabia, isso poderia voltar para mordê-la se os alfas cardinais a traíssem. Mas ela estava disposta a correr esse risco e confiar neles por uma vez.
Eles continuaram a viagem em silêncio, e não demorou muito para que chegassem ao hospital. Violeta saiu do carro, o ar fresco da manhã roçando sua pele enquanto segurava firmemente a cesta de frutas em suas mãos.
Juntos com Griffin e Roman, caminharam em direção à entrada. As portas de vidro do hospital deslizaram abertas com um suave chiado, revelando um saguão iluminado e movimentado, preenchido com o cheiro de antisséptico e o murmúrio de conversas.
Os três se dirigiram ao elevador, o silêncio os envolvendo enquanto ele subia.
Quando as portas do elevador deslizaram abertas, eles entraram no corredor. O pulso de Violeta acelerou enquanto se aproximavam do quarto de Asher, mas sua antecipação foi abruptamente interrompida pela visão de dois guardas parados em frente à porta.
Griffin deu um passo à frente. “Sou Griffin Hale,” ele se apresentou, mas os guardas apenas o reconheceram, e seus olhos se estreitaram levemente.
“Sabemos quem você é,” o guarda respondeu, seu tom neutro. “Você não tem permissão para entrar.”
A testa de Griffin se franziu, a frustração infiltrando-se em sua voz. “Eu não entendo. Por que não temos permissão para entrar? Quem tomou essa decisão? Eu preciso ver Asher.”
“A decisão é do Alfa Henry”, afirmou o guarda, seu olhar inabalável.
Violeta sentiu um arrepio descer pela espinha ao ouvir o nome de Henry. Ela trocou um olhar preocupado com Griffin, que claramente lutava para manter a compostura. Sentindo a tensão aumentar, Roman avançou, sua postura cheia de confiança.
“Deixe-me lidar com isso”, ele disse, sua voz suave e encantadora. Ele se aproximou dos guardas com um ar de autoridade. “Você me conhece, certo?”
A expressão do guarda permaneceu fria e inflexível. “Nem você, Roman Draven, tem permissão para entrar.”
De repente, o comportamento de Roman mudou. O charme desapareceu, substituído por uma intensidade sombria que irradiava dele. “Eu vou entrar, e você não vai me impedir!”
“Ou o quê?” uma voz interveio, cortando a tensão como uma faca.
Todos se viraram para ver o Alfa Henry se aproximando, sua presença intimidante.
“Alfa Henry”, Griffin e Roman cumprimentaram com polidez forçada, o desconforto no ar aumentando.
Violeta permaneceu em silêncio, com a mandíbula cerrada. Enquanto vivesse, aquele homem não merecia seu respeito. O simples avistá-lo acendeu uma chama de ressentimento dentro dela, lembrando-a de toda a dor que ele causou a Asher.
“Roman Draven, Griffin Hale, e sua companheira”, Henry arrastou as palavras, seu olhar finalmente pousando em Violeta. Um sorriso debochado curvou seus lábios, como se achasse sua presença desagradável. “A que devo esse prazer?”
Violeta encontrou seu olhar com audácia. “O prazer não é seu. Estamos aqui apenas para ver Asher.”
O rosto de Henry escureceu. “Seria bom medir suas palavras comigo, sua cadela insolente.” Ele deu um passo ameaçador à frente.
Mas Griffin foi rápido em reagir, posicionando-se protetoramente na frente de Violeta, um rosnado baixo escapando de sua garganta. O ar crepitava com tensão enquanto os dois homens se enfrentavam, seus instintos em alerta.
Henry manteve a calma, embora o olhar que dirigiu a Violeta fosse mortal. Ele inspirou profundamente, se contendo. “Asher não tem intenção de vê-la”, ele afirmou, sua voz carregada de condescendência.
“Eu não acredito em você”, Violeta retrucou, sua voz firme apesar do medo repentino crescendo dentro dela. Era uma mentira. Ela podia sentir isso. Asher não diria isso.
“É mesmo?” Henry zombou, diversão nos olhos. Ele se virou para o guarda. “Deixe-os entrar.”
Os guardas se afastaram, e Violeta, Griffin e Roman entraram na sala com Henry seguindo de perto. Mas ao cruzarem a entrada, a confusão tomou conta porque não havia sinal de Asher.
Henry congelou, sua expressão mudando de arrogância para alarme. “Onde está Asher?” ele exigiu.
Roman retrucou, “Nós deveríamos ser os que te perguntam isso.”
Os olhos de Henry se arregalaram em realização, e ele correu para o banheiro ao lado, seu coração batendo no peito. Os segundos se estenderam em uma eternidade enquanto ele procurava pelo pequeno espaço, mas não havia sinal de seu filho. O pânico agarrou-o enquanto ele retornava à sala principal, a verdade despontando sobre ele como uma nuvem negra. Asher tinha sumido.
Aquele maldito filho inútil dele!