Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 413
Capítulo 413: Traída Por Ela Mesma
“O que você está fazendo?” Daisy perguntou confusa, parada na porta de Lila. A garota estava apressadamente colocando suas coisas em uma pequena mochila.
Daisy não estava sozinha. Ivy estava ao lado dela, com as sobrancelhas franzidas enquanto perguntava cautelosamente, “O que está acontecendo, Lila? Para onde você vai?”
Lila finalmente olhou para cima, percebendo a presença delas.
“Bom, ambas estão aqui,” ela disse, virando-se para sua mesa e pegando uma carta dobrada.
“Eu ia procurar vocês duas, mas as coisas acabaram dando certo de qualquer forma.” Ela caminhou e colocou a carta na mão de Daisy. “Dê isto para Violeta quando ela voltar.”
Daisy franziu a testa, tentando devolver a carta para ela, mas ela não a pegou.
“Eu não entendo. O que está acontecendo, Lila? Para onde você vai? Por que não pode esperar por Violeta? Ela e Griffin já ligaram para nos informar que estarão de volta amanhã. Então o que quer que você tenha a dizer, você pode dizer a ela diretamente.”
Mas Lila permaneceu firme. “Vocês não entendem, Violeta nunca me perdoará pelas coisas que escondi dela. Se ela realmente está ligada a Griffin, então tudo muda. Eu tenho que retornar ao Reino das Fadas. A Rainha deve desbloquear seus poderes—confiem em mim, Violeta precisa disso agora mais do que nunca.”
“Você tem que ir?” Ivy perguntou, seu tom exasperado. “Você não pode, sei lá, ligar para a Rainha ou seja lá como vocês notificam uns aos outros no Reino das Fadas?” Ela suspirou. “Eu não gosto disso, Lila. Tudo está acontecendo tão rápido e nosso grupo está se desfazendo. Eu nem entendo mais o que está acontecendo.”
Lila virou-se para ela. “É mais complicado do que você pensa. Eu tenho operado sob o radar, é por isso que o Barão e seus capangas não me encontraram. Ou Violeta. Mas fui chamada de volta para casa, e preciso saber o que está acontecendo.”
Ela alcançou o bolso das calças e puxou um estranho medalhão, pressionando-o na mão de Ivy. “Quando Violeta retornar amanhã, dê isto a ela. Certifique-se de que ela use. Você sabe o quão teimosa ela pode ser.”
“Para que serve?” Ivy perguntou, levantando o medalhão e examinando as gravações Fae gravadas em sua superfície.
“É para mascará-la de qualquer um da minha espécie que possa tentar entregá-la na minha ausência. Já coloquei um feitiço de camuflagem nela, mas não sei quão eficaz será uma vez que eu atravesse os reinos. Então pense nisso como uma reserva.”
“E a carta?” Daisy perguntou, olhando para ela novamente. “O que tem nela?”
“Pistas suficientes para responder às perguntas que ela vem se fazendo todo esse tempo. Está enfeitiçada para que ninguém mais possa lê-la, exceto Violeta. Qualquer conhecimento que ela decida compartilhar com vocês depois é escolha dela.”
Ela fez uma pausa, então acrescentou com sinceridade, “Mas eu realmente espero que vocês duas fiquem ao lado dela até o fim. Eu sinto dentro de mim que tempos sombrios estão chegando.”
Daisy e Ivy trocaram um olhar inquieto, visivelmente perturbadas por suas palavras ominosas.
Lila voltou-se para sua cama e colocou a mochila sobre o ombro, apertando as alças.
“Quando você vai voltar?” Daisy queria ter certeza.
“O tempo funciona de maneira diferente no Reino das Fadas, mas digamos em duas semanas. Se eu não voltar até lá, vocês deveriam se preocupar. No entanto, fiquem tranquilas, uma vez que eu voltar, as coisas serão diferentes. Eu vou me redimir com Violeta de verdade. Sem mais segredos e se tudo der certo, ela pode encontrar a mãe dela de verdade desta vez.”
Daisy e Ivy se entreolharam e deram de ombros. Isso soa bem?
“Então,” Ivy disse, “Como exatamente isso funciona? Nós te escoltamos até o ponto de ônibus ou algo assim? Existe uma rota que te leva exatamente ao Reino das Fadas?” Ela estava curiosa.
“Vocês duas não precisam me acompanhar, estou bem.” Lila disse a elas.
Ivy então deu um passo à frente e a puxou para um abraço, dizendo, “Volte logo, caso contrário encontrarei outra pessoa para preencher seu vazio.”
“Sim, você pode tentar.” Lila não se sentiu ameaçada.
Daisy disse a ela tranquilamente. “Tome cuidado lá fora.”
“Vocês também. Cuidem uma da outra.”
“Cuidaremos.”
“Ainda acho desconfortável sair sem ver Violeta.” Ivy disse.
“É agora ou nunca. Violeta vai entender.” Ela disse e foi embora.
Lila não saiu pelo portão da escola, ao invés disso, escapuliu sob a cobertura da noite, adentrando profundamente no Bosque de Prata e chegando até o riacho.
Olhando ao redor para garantir que estava sozinha, ela alcançou o bolso e tirou uma moeda com sigilos Fae gravados.
Ela a jogou na água e sussurrou. “Aeslién.”
O lago ondulou quase imediatamente.
Então Lila deu uma última olhada por cima do ombro e, sem hesitação, ela pulou. Assim, ela desapareceu sob a superfície.
Momentos depois, Lila emergiu, ofegando suavemente, no frio familiar do Reino das Fadas. Ela estava em casa.
Mais cedo naquele dia, ela tinha planejado enviar uma mensagem para a Rainha Seraphira, atualizando-a sobre Violeta. Mas, em vez disso, uma mensagem de Zyrella a encontrou primeiro.
Zyrella era sua segunda em comando, a encarregada de proteger a Rainha em sua ausência. Se algo tivesse dado errado, Zyrella seria a primeira a enviar notícias. E ela o fez.
Lila agora avançava cautelosamente pelo ponto elusivo coberto de musgo onde haviam combinado de se encontrar.
Zyrella já estava lá, de pé no centro da clareira, em sua armadura prateada. Sua trança escura caía nas costas, e seus olhos afiados suavizaram ligeiramente quando pousaram em Lila.
“Irmã,” ela disse.
“Irmã,” Lila respondeu, aproximando-se.
Elas se abraçaram firmemente, testas pressionadas juntas em reconhecimento. Elas estavam separadas por um tempo agora.
Mas não havia tempo para gentilezas.
Lila se afastou. “Diga-me. O que aconteceu com a Rainha? O palácio está seguro? O que o Barão fez com ela?”
“A Rainha está segura. Nada aconteceu,” Zyrella disse.
Lila congelou, confusa. “O quê?”
E então a verdade a atingiu.
Seus olhos se arregalaram quando a verdade se encaixou.
Zyrella sorriu cruelmente. “Nós só precisávamos trazê-la de volta para o Reino das Fadas.”
“Sua traição! Como pôde fazer isso com a Rainha Seraphira?” Lila chiou, suas mãos já brilhando com magia pura.
A energia percorreu seus dedos, e ela lançou um raio de luz em Zyrella, mas a mulher foi rápida. Ela se esquivou, recuando enquanto a floresta ganhava vida com o movimento.
Soldados Fae surgiram das árvores, armados e preparados, cercando Lila. Eles eram leais ao Barão.
Lila lutou intensamente, derrubando cada soldado que se aproximava demais. Mas eles eram infinitos e não demorou para que ela fosse subjugada.
Ela gritou quando correntes de ferro subitamente apertaram seu pescoço, sibilando contra sua pele. Lila colapsou, contorcendo-se de dor enquanto a corrente queimava suas clavículas.
Zyrella se aproximou, agachando-se ao lado dela com uma expressão quase divertida. “A grande Lila, finalmente de joelhos. Isso vai ser muito divertido.”
A Fae então a golpeou no rosto, deixando Lila inconsciente.