Capítulo 382: Dia de Pesadelo
Violet Purple se encontrou de volta ao clube. A música estava alta novamente, o baixo batendo em seus ossos, enquanto as luzes piscavam em vermelhos e pretos desorientadores.
Agora, ela estava no colo de Asher, cavalgando-o como se fosse uma viciada e ele fosse o êxtase que ela perseguia. A cabeça de Asher estava inclinada contra o sofá acolchoado, sua mandíbula cerrada e boca entreaberta em êxtase, enquanto suas mãos agarravam seus quadris firmemente.
Suas pupilas fendidas estavam dilatadas, devorando-a enquanto ela gemia, se rebolando cada vez mais intensamente, como se nada mais importasse. Isso até o sangue escorrer de seu nariz.
“Que diabos?” Asher murmurou, levantando a mão para limpar.
Violet viu e não se importou. Mesmo quando o corpo dele de repente se sacudiu sob ela, espasmando incontrolavelmente, ela não parou. Seus quadris continuavam se movendo com um desejo febril.
As mãos de Asher escorregaram de sua cintura enquanto ele convulsionava, veias inchando grotescamente em seu pescoço. Seus olhos viraram para trás da cabeça. Ainda assim, Violet o cavalgava, sua própria cabeça caindo para trás, seus lábios entreabertos em um êxtase doentio e distorcido. Uma risada eufórica e sem fôlego escapou de sua garganta.
Violet piscou e olhou para cima quando a primeira gota pegajosa atingiu seu ombro. E então ela viu, ou melhor, eles.
Suspensos do teto, como marionetes segurados por arame farpado, estavam Roman, Alaric, e Griffin presos em contorções de pesadelo. Seus corpos estavam cortados em lugares onde ninguém deveria ser tocado, seus membros torcidos em ângulos que desafiavam a anatomia. Cavidades ocas e escancaradas olhavam para ela, bocas congeladas em gritos eternos.
E de suas formas mutiladas, o sangue pingava sobre ela e Asher.
O sangue escorria por suas coxas, manchava seu estômago e pintava seus seios. Mas, em vez de gritar de terror, Violet levantou as mãos e começou a rir.
Ela ria como se fosse a chuva mais doce que já conhecera e se banhava com ela. Ela esfregava o sangue na pele, lambendo os dedos com um gemido.
O corpo de Asher sob ela ficou frio, sua cabeça pendia para o lado. Seus olhos mortos olhavam para cima, boca ainda entreaberta naquele último momento distorcido de prazer.
Olhos que pareciam acusá-la de matá-lo.
Violet se levantou na cama com um suspiro, mão no peito. Ela estava coberta de suor e seu coração batia como um animal enjaulado. Ela olhou para baixo e, para seu alívio, suas mãos estavam limpas.
Não havia sangue. Não havia corpos no teto e, felizmente, ela não estava em nenhum clube.
Violet gemeu, passando as mãos úmidas no rosto. Que tipo de pesadelo distorcido foi aquele?
Ela odiava isso.
Violet tocou seu telefone ao lado dela e o brilho da tela mostrava que eram 3:07 da manhã.
“Querido Deus.” ela murmurou com frustração.
Não poderia a manhã chegar mais rápido? Violet estava ansiosa para ver Lila e obter as respostas que precisava.
Com um suspiro, ela saiu da cama e caminhou descalça até a cozinha para pegar um pouco de água para beber. A casa estava tão quieta que se alguém deixasse cair um alfinete, ecoaria.
Violet abriu a geladeira, pegou uma garrafa e virou. Água gelada desceu sua garganta e ela bebeu até se saciar. Deus, isso foi refrescante.
Violet estava prestes a fechar a geladeira quando ficou paralisada.
Algo estava errado.
O ar estava de repente muito imóvel. Um medo arrepiado rastejou por sua espinha e Violet há muito aprendia a confiar nesse sentimento. Seus instintos nunca mentiam.
Ela se virou, lábios se preparando para gritar o nome de Griffin quando uma mão apertou seu pescoço, cortando o som antes de se formar.
“Não faça um som,” uma voz áspera sussurrou contra seu ouvido, o hálito quente e azedo.
Seu corpo enrijeceu, coração martelando contra suas costelas. Violeta queria entrar em pânico. Ela era rápida, mas não rápida o suficiente para escapar de um aperto como esse. Ela mal conseguia respirar, quanto mais se mover.
Então veio o som de uma porta se abrindo com força, seguido por um rosnado animalesco que reverberou pela casa.
Griffin.
Ele estava aqui. Ele havia percebido. Graças à lua!
Em um piscar de olhos, Griffin irrompeu na cozinha, seu peito subindo e descendo em fúria. Mas ele parou congelado quando a viu.
Seu olhar passou dos olhos arregalados de Violeta para as garras pressionadas perigosamente contra sua garganta.
Suas narinas se dilataram em desgosto com o cheiro que permeava o ar. “Pária! Você tem muita coragem!”
Pária? Como os lobisomens selvagens sem uma matilha dos quais ela tinha ouvido falar tantas vezes. Oh senhor. O estômago de Violeta despencou.
Não havia apenas um, porque mais duas figuras surgiram das sombras no momento certo.
Isso era uma emboscada coordenada.
O líder pária exibiu os dentes em um sorriso. “Faça um movimento, Alfa, e eu corto essa sua linda garganta.” Para enfatizar sua ameaça, suas garras arranharam sua pele, uma fina linha de sangue florescendo ao longo de seu pescoço.
Griffin rosnou, músculos se contraindo, mas ele não avançou.
“Bom,” o pária sibilou. “Agora seja um bom menino e coloque isso. Eu não vou correr esse risco com um alfa cardinal.”
Um dos outros deu um passo à frente, estendendo um par de algemas estranhas.
A expressão de Griffin escureceu. “Você não sabe com o que está brincando.”
“Coloque agora.” O líder pressionou sua garra mais fundo na clavícula de Violeta desta vez e ela gritou de dor.
Griffin levantou as mãos. “Pare! Eu vou fazer isso. Apenas não toque nela de novo.”
“Não, Griffin. Não deixe que eles—!”
Mas ele já estava estendendo a mão e as algemas se fecharam em seus pulsos. As algemas se ativaram, brilhando em um azul intenso, enquanto Griffin rangia os dentes ao sentir seu poder esvaindo-se dele.
“E agora?” Griffin rosnou, sua voz tensa.
O líder pária deu uma risada. “Agora nós desaparecemos.”
“Não!” Violeta gritou. “Griffin, olhe —!”
Mas seu aviso veio tarde demais quando um dos párias enfiou uma agulha no pescoço de Griffin. Seu rugido de raiva encheu a cozinha, sacudindo as paredes. Seu corpo estremeceu, então ele caiu de joelhos quando o que quer que eles tivessem injetado começou a fazer efeito.
Violeta gritou, lutando como uma fera selvagem, mas o líder bateu sua cabeça contra o balcão e uma dor ardente explodiu atrás de seus olhos.
A escuridão a engoliu por completo.