Capítulo 371: Ajude Jameson
“Já tive fogos suficientes por hoje! Então não! Seja lá o que for isso…” Jameson gesticulou para Roman, sentado smugamente na mesa dela, “não estou interessada nisso. Vocês tiveram a oportunidade de conter essa comoção, mas ficaram quietos. Então sim, eu não preciso de vocês!” Ela estava desabafando neste ponto.
Mas Roman, despreocupado, levantou uma sobrancelha. “Você não precisa da nossa ajuda, mesmo que isso salve sua pele?”
Ela deu uma risada irônica. “Não há como salvar minha pele. O Beta do Rei Alfa está a minutos de me ligar, e tenho certeza que não é sobre algum briefing. Rei Elijah já ouviu as notícias e os testemunhos que seus pais deram já devem ter enchido os ouvidos dele. Ele vai me demitir…” Jameson nem percebeu que estava mordendo as unhas agora. “Tenho tido essa sensação há algum tempo.” Ela olhou para baixo, percebeu e afastou a mão.
Jameson estava um caos. Parecia que tinha envelhecido dez anos em um dia. Seu cabelo estava despenteado, seus olhos vermelhos, suas mãos tremendo. Roman quase sentiu pena dela.
“Quase” sendo a palavra.
Ela lucrou com esta escola durante tanto tempo quanto ele a conheceu. Ela conhecia todas as falhas e disfunções e ficou em silêncio. Agora que tudo estava desmoronando, ela era de repente uma vítima? Não. Risca isso. Zero simpatia.
“Você devia nos ouvir,” Griffin disse, dedos tamborilando contra o braço da cadeira com aquela expressão calma e calculista que ele deve ter herdado de seu irmão cardeal, Asher. “Mesmo que você seja demitida, não deveria sair com a cabeça erguida? Qual a melhor forma de sair do que resolver a bagunça que você ajudou a criar? Ficaria ótimo em um currículo para qualquer escola desesperada o suficiente para te contratar depois.”
Jameson parou, então se virou para Ashley. “Quantos minutos faltam para a ligação do Beta?”
“Quinze minutos.”
Jameson se voltou para os alfas. “Vocês têm dez minutos para esta conversa.”
“Ela disse quinze,” Alaric apontou.
“Preciso dos cinco minutos extras para me preparar completamente. São quatro minutos agora, a propósito. Então, rápido, falem claro.”
Griffin olhou ao redor da sala. “Precisamos de privacidade.”
Ashley franziu a testa. “Mas quem vai atender as ligações?”
Fiel às suas palavras, os telefones ainda estavam enlouquecendo.
“Alaric?” Roman chamou, um sorriso preguiçoso brincando em seus lábios.
Eletricidade crepitou nos olhos azuis de Alaric, e instantaneamente todas as linhas telefônicas faiscaram violentamente. Elas estouraram, entraram em curto e começaram a fumar enquanto os funcionários gritavam em choque, alguns se abaixando instintivamente.
“Finalmente. Um pouco de paz.” Roman afundou na cadeira como se tivesse feito todo o trabalho. “Não acho que algum dia vou trabalhar na administração. É tão deprimente.”
“Ser um Alfa é um trabalho administrativo, idiota,” Alaric respondeu com sarcasmo.
“Pelo menos não vou ficar preso no escritório o dia todo como você, sabichão,” Roman retrucou.
“Não me façam lembrar vocês dois de se comportarem,” Griffin rosnou.
Jameson ignorou a discussão infantil e se virou para sua equipe. “Deixem-nos.”
Ashley e os outros não precisaram ser avisados duas vezes, eles dispararam, gratos por escapar da sala em que estavam presos desde ontem à noite.
Assim que as portas se fecharam, Jameson se virou abruptamente. “Falem.”
“Ah-ah,” Roman disse, balançando um dedo. “Você não usa esse tom conosco. Estamos te ajudando, Jameson, e não o contrário.”
As mãos de Jameson se fecharam em punhos. Como ela adoraria espremer a vida desses animais. Deus, de onde estava vindo toda essa energia assassina? Ela precisava se acalmar.
Ela forçou um suspiro e sorriu docemente. “Ajude-me com isso, por favor?”
“Melhor,” disse Roman, então olhou para Griffin e Alaric. “Então, como começamos isso? Um grande discurso inicial? Introduzi-la ao plano suavemente? Quero dizer, isso geralmente é a especialidade de Asher, e eu não sou como aquele robô. Eu gosto de introduzir as pessoas—”
“Meu Deus.” Griffin escondeu o rosto com a mão. Por que Asher os deixou com esse idiota?
“Criar uma quinta casa,” Alaric interrompeu, pondo fim ao tagarelar de Roman.
“E aí! Eu estava chegando nisso.” Roman levantou as mãos em fingida frustração.
“Com licença?” A expressão de Jameson mudou rapidamente. “Vocês estão zoando comigo agora?”
“Não. Definitivamente não,” Roman respondeu com uma cara séria. “Se eu estivesse zoando você, você saberia. Quero dizer, haveria muitos gritos, gemidos e tudo mais.” Ele piscou, “Eu sou tão bom nisso.”
Jameson deu-lhe aquele olhar de “que diabos”, enquanto Griffin e Alaric o olhavam com raiva.
“Certo, isso não está ajudando. Vou calar a boca agora.” Roman fingiu fechar os lábios com zíper e jogar a chave fora.
De repente, Jamison percebeu, e ela começou a rir. Uma risada longa, superficial, amarga.
“Eu deveria ter sabido,” ela falou rouca. “Isso foi tudo obra sua.”
“Eu não sei do que você está falando,” Roman respondeu, rápido demais.
“Você quer dizer ‘nós’, certo?” Alaric disse secamente para Roman. “Nós não sabemos do que você está falando.”
“Cada um por si, irmão,” Roman murmurou.
Alaric gemeu por dentro. Ele não achava que diria isso, mas eles realmente não poderiam sobreviver como uma unidade sem Asher.
Jameson continuou. “Eu deveria ter sabido que a obsessão do Asher com aquela garota me morderia no traseiro um dia. Agora ele quer criar uma quinta casa para Violeta Roxa governar com ele. Que tipo de obsessão é essa?”
“Eu chamaria isso de amor,” Roman disse com uma piscadela.
Jameson balançou a cabeça e se virou para Griffin. “Eu pensei que você era o sensato. Mas agora, eles te arrastaram para baixo também.”
Griffin não vacilou. “Não se pinte como a santa aqui, Jameson. Você sabia quão podre este lugar era.”
“E vocês três não eram os precursores?”
Alaric respondeu friamente, “Nós nunca dissemos que não éramos. Mas estamos fazendo um esforço para trazer mudanças. Diferente de você, que pretendia continuar lucrando com a podridão.”
“E você acha que criar uma quinta casa para sua namorada é a resposta?”
“Violeta representa os humanos, e eles a escutam. Eles confiam nela. E nós—” Roman deu de ombros, “nós gostamos dela. Isso é um bônus. Juntos, podemos fazer regras reais. Decisões reais. Não porcarias simbólicas, mas coisas que importam, moradia, recursos, segurança, equidade.”
Jameson bufou. “E agora você quer compartilhar poder? Sério? Alfas?”
Como alfas, eles eram programados para estar no topo e compartilhar sua autoridade simplesmente não estava em sua natureza.
Roman se recostou. “O que é um rei sem uma rainha… ou no nosso caso, reis?” Ele mostrou um sorriso diabólico.
Griffin entrou na conversa. “Estamos usando nosso poder para legitimar a mudança. Porque se não fizermos, este lugar vai implodir. Você já viu. Os protestos estão bem do lado de fora do seu escritório.”
Alaric acrescentou, “Nós impedimos uma briga de estourar esta manhã quando uma elite empurrou uma garota bolsista por pisar no chão dela no Tribunal de Prata. Estava prestes a ficar feio. Jameson, se algo não mudar, isso não será apenas protestos. Será guerra.”
Jameson agora parecia genuinamente pensativa. “Então vocês estão dizendo que eu dou a eles uma voz antes que eles roubem uma.”
“Exatamente,” Roman disse. “Faça isso direito, e Lunaris não desmorona, em vez disso, evolui. Mostramos para as matilhas e os humanos que o futuro é colaboração, não dominação. E se nós apoiarmos, eles ouvirão.”
Por um momento, parecia que Jameson estava comprando a ideia. Mas então ela disse. “É uma boa ideia. Mas sinto muito, isso não pode acontecer.”
“O quê?!” os três gritaram em uníssono.
Jameson se manteve calma. “Dentro desta escola, sim, vocês exercem poder. Mas fora destas paredes? Seus pais, e o Rei Alfa são quem tomam as decisões. Eles nunca aceitarão uma quinta casa, e definitivamente não uma governada por uma humana. Isso não vai acontecer.”