Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 27
- Home
- Desafie o(s) Alfa(s)
- Capítulo 27 - 27 Olhos Reluzentes 27 Olhos Reluzentes Professor Radcliff
27: Olhos Reluzentes 27: Olhos Reluzentes Professor Radcliff descontou cem pontos de Violeta por seu “desrespeito flagrante” aos lobisomens. No entanto, Violeta não estava nem um pouco abalada. Ela verificou sua classificação, e a dedução de pontos mal fez uma diferença.
Mas foi então que a ficha caiu. Ela poderia ter sido manipulada pela diretora. Jameson supostamente havia descontado quinhentos pontos de Griffin por agredi-la, mas com o que acabara de vivenciar, Violeta percebeu que Griffin provavelmente nem sentiu a perda. Não quando ele tinha tantos pontos sobrando.
Diretora Jameson deve ter feito isso apenas para acalmá-la, como um pai fingindo punir um filho mimado. Que porra! Aquela mulher a enganou tão bem, e a realização fez a raiva borbulhar dentro dela.
Violeta cerrou os punhos, suas unhas cravando nas palmas. Ela queria tanto confrontar aquela mulher agora. Mas Violeta não podia se concentrar nisso agora. Ela tinha problemas maiores. Ela acabara de fazer inimigos entre os lobisomens.
Sem ideia se tinha algum tipo de imunidade contra a retaliação deles, Violeta decidiu que não ia correr riscos. Então, assim que o sinal tocou indicando o fim da aula, ela saiu correndo da sala. Ela não parou para nada nem ninguém, determinada a colocar o máximo de distância possível entre ela e qualquer problema potencial.
“Hey, espera!”, alguém chamou, e Violeta olhou para trás para ver Dion correndo em sua direção.
“Oi,” Dion ofegou ao alcançá-la.
“Oi,” Violeta respondeu, justo quando Lila apareceu ao lado dela também. Deus, a garota não lhe dava um segundo de sossego.
Dion se virou para Violeta, “Eu queria agradecer pelo que você fez lá atrás, sabe, defendendo a mim. Embora talvez você devesse suavizar um pouco as provocações, os lobos levam qualquer insulto à sua herança muito a sério.”
“Whoa, espera aí,” Violeta retrucou. “Eu não fiz isso por você. Sua situação pode ter motivado minha resposta, claro, mas aquele racista mereceu. E além disso…” Ela adicionou com pesado sarcasmo, “Os lobos não têm problema em jogar sombra em nosso caminho, mas quando devolvemos o favor, de repente eles ficam todos agressivos.”
“Só estou dizendo, não provoque as pessoas erradas ou faça com que pensem que você é racista contra lobos. Em resumo, tenha cuidado por aqui.” Dion aconselhou.
“Não se preocupe,” Lila interrompeu, colocando o braço ao redor dos ombros de Violeta como se fossem melhores amigas. “Eu vou ficar de olho nela e garantir que ela não caia em perigo.” Ela estava levando seu papel de guardiã auto designada a sério.
“Bom.” Dion sorriu calorosamente para elas.
“E sabe de uma coisa, venha almoçar conosco,” Lila ofereceu sem hesitar.
“Lila!” Violeta disse, o tom carregado de alerta.
“O que?! Estamos só fazendo amigos.”
“Não existe ‘nós’ aqui. Isso é tudo obra sua,” Violeta respondeu rispidamente. “E se me lembro bem, você me disse que os vinte primeiros não se misturam com aqueles abaixo deles.”
“Sim, eles não se misturam com eles, mas podem convidá-los,” Lila disse, imperturbável.
“Mas que…?” Violeta interrompeu, confusa. “Qual é a diferença?!” Ela jogou as mãos para o alto em exasperação. Que diabos havia de errado com essas pessoas?!
Lila continuou audaciosamente, “A diferença é que eles não podem jantar com você, mas você pode dar a eles um gostinho do que é jantar com a elite. Um gostinho pelo qual muitos anseiam. Um gostinho que—”
“Um gostinho que tem gosto de cinzas,” Violeta interrompeu. “Cansei de vocês aqui. Foi bom te conhecer, Dion, mas estou indo para a minha próxima aula.” Ela girou nos calcanhares e se afastou, grata por Lila não ter a mesma aula. Caso contrário, ela perderia a cabeça.
“Te vejo no treinamento físico!” Lila gritou atrás dela, mas Violeta não lhe deu nenhuma resposta.
A inocência de Violeta a fez acreditar que os lobos de alguma forma deixaram suas palavras passarem, mas a realidade provou o contrário. Enquanto ela caminhava pelos corredores em busca da sua próxima aula, cada lobisomem que passava por ela a cumprimentava com rosnados baixos e sussurros de desaprovação.
Seus olhos estavam cheios de ameaças, e Violeta percebeu que a notícia devia ter se espalhado de alguma forma. Tudo parecia como caminhar por um campo minado, os olhares e rosnados a lembravam que eles eram predadores e faziam os pelos de seu corpo se arrepiarem.
Mesmo com toda a ameaça, nenhum deles levou isso adiante. Não houve confronto físico, nenhum desafio aberto. Quase como se houvesse uma linha invisível que eles não cruzariam. Violeta preferia pensar que tinha imunidade e não que um certo Alfa estava a protegendo.
Esses pensamentos impulsionaram seus pés em ação, e Violeta finalmente localizou e entrou na sala de biologia avançada. A sala desconhecida estava viva com energia, zumbindo com conversas enquanto os alunos se misturavam com amigos. Apenas alguns pareceram notar sua chegada e não lhe deram muita atenção. Que bom era não ser encarada como um alienígena.
Os alunos aqui claramente levavam seus estudos a sério; os assentos estavam se enchendo rapidamente. A atenção de Violeta imediatamente pousou em um vazio perto de uma janela e ela se apressou para ocupá-lo antes que alguém pudesse reivindicar aquele lugar cobiçado com uma vista.
Se ao menos ela soubesse, ninguém nunca ocupava aquele lugar.
Violeta não estava sozinha. Um aluno já estava sentado ao lado dela, sua cabeça abaixada sobre a mesa, seu assento posicionado diretamente junto à janela.
Ele devia ser um lobisomem. Violeta notou a maneira sutil como suas orelhas se mexiam no momento em que ela se sentou, e então ele levantou a cabeça. Violeta esqueceu como respirar.
Era ele.
O Alfa Cardinal do Norte.
Alaric.
O mesmo Alfa que ela havia encontrado na enfermaria quando fora se tratar, aquele com os poderes de relâmpago.
Violeta não conseguia desviar o olhar, presa na armadilha de seus olhos azuis elétricos. Ela poderia jurar que viu um redemoinho de relâmpagos dançando em suas íris—selvagens, poderosos e indomáveis. Até o ar parecia vibrar com a tensão eletrificada ao redor deles.
Ela nunca havia sentido uma atração tão intensa por alguém antes, e talvez por isso doesse quando Alaric de repente estreitou os olhos e quebrou o olhar entre eles.
Sem uma palavra, ele se virou, enfrentando a janela, e retomou seu sono. Violeta tentou não deixar a distância gelada entre eles afetá-la, mas não pôde negar o sentimento vazio que isso deixou dentro dela.