Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 23
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23: Sua Rebelião 23: Sua Rebelião Isso não era um encontro; era um sequestro, claro e simples. A última coisa que Violeta queria era passar mais tempo com esse perseguidor, manipulador, esse idiota sem emoção — pode chamar como quiser. Mas, novamente, ela não tinha escolha. Se ela algum dia quisesse sair da academia, ela teria que encontrar alguma maneira de apelar para Asher. Com esperança.
Então, quando Asher disse, “Você deveria sentar,”, sem a habitual coerção seguindo seu comando, Violeta entendeu que era a maneira dele de lhe dar uma chance para “se comportar” antes que ele lhe tirasse a escolha por completo. A ameaça subentendida ainda estava lá, logo abaixo da fachada de cortesia.
Sem dizer uma palavra, Violeta caminhou até o confortável sofá de couro no escritório de Jameson e sentou-se. Ela só podia esperar que a Diretora Jameson entrasse a qualquer momento e talvez mudasse o resultado dessa situação.
Mas mesmo enquanto se apegava àquela fraca esperança, Violeta sabia melhor. Estava ficando dolorosamente óbvio que Jameson não passava de uma marionete, e os verdadeiros governantes dessa academia eram os Alfas Cardeais.
Assim que ela se sentou, Asher seguiu, sentando-se casualmente ao lado dela. Ele se sentou frente a ela, uma perna dobrada, relaxado, todo o seu comportamento como se fossem amigos prestes a ter uma conversa casual, apesar da tensão crepitante no ar.
“Vire-se para mim,” ele ordenou, sua voz carregando a autoridade de um rei que espera nada menos que obediência.
Violeta obedeceu, embora soltasse um suspiro exagerado, uma forma sutil de rebelião. Não que Asher parecesse se importar. Contanto que ela seguisse suas instruções, ela poderia ter vestido um saco de aniagem, e ele teria sido indiferente.
Eles sentaram-se frente a frente com Violeta se perguntando o que exatamente ele estava planejando. Asher, no entanto, parecia completamente preocupa com a digitação de alguma coisa em seu telefone.
Seu cabelo caía desordenadamente sobre sua testa enquanto ele se concentrava, e por alguma razão inexplicável, Violeta teve vontade de afastá-lo. No entanto, ela apertou os punhos levemente, sacudindo a cabeça. O que havia de errado com ela? Não tinha como ela já estar pegando a síndrome de Estocolmo.
Quase imediatamente, Asher levantou o olhar, um sorriso se abrindo em seu rosto ao colocar o telefone de lado. Foi tão repentino, tão genuíno, que a pegou de surpresa. A felicidade parecia real, e ficava quase… bem nele. E ele aproveitou sua distração, agarrando a mão dela.
“Então, sobre meus poderes…” ele murmurou, segurando a mão dela firmemente enquanto ela tentava puxá-la de volta, seu calor envolvendo o dela.
“Controle da mente e leitura da mente são duas habilidades bem distintas, embora ambas lidem com a mente. Tecnicamente, é possível possuir ambas. De fato, se eu realmente me esforçar, poderia desenvolver a leitura da mente como um poder secundário. Mas, honestamente, leitura da mente pode ser caótica e exaustiva, e eu gostaria de manter o que resta da minha sanidade intacta.”
Meu Deus, ele acabou de admitir que sua mente não estava completa. Violeta chorou interiormente.
Asher continuou como se estivessem numa espécie de aula distorcida, enquanto desenhava pequenos círculos em seu braço. Se era para acalmá-la, de certa forma funcionou, embora a deixasse mais hiperconsciente de sua presença.
“Com minha habilidade de controle mental,” Asher começou, “Eu posso manipular os pensamentos, comportamentos e ações de outra pessoa. Significa exercer influência sobre a vontade delas, forçando-as a agir de maneiras que elas de outra forma não escolheriam.” Ele fez uma pausa, adicionando casualmente, “Por exemplo, eu poderia fazer você me beijar.”
O corpo inteiro de Violeta enrijeceu, as costas ficando rígidas. Seu olhar subiu para encontrar os olhos ardentes dele, primeiro em choque, depois nojo. Mas enquanto ela sondava aqueles estranhos e cativantes orbes, uma ideia se formou em sua mente, talvez essa fosse a chave para resolver seu problema.
“O beijo…” ela disse, ofegante, o ar entre eles de repente parecendo espesso e carregado, “É isso que você quer? É esse o seu motivo para toda essa loucura?”
Asher ergueu a sobrancelha, claramente surpreso com suas palavras. Antes que ele pudesse responder, Violeta já havia empurrado ele de volta contra o braço do sofá, inclinando-se sobre ele, seus corpos pressionados próximos enquanto ela continuava, “Se for isso, então vamos acabar logo com isso.”
Por um longo momento, Asher apenas a encarou, chocado com a audácia dela, antes de quebrar em risadas. Violeta franziu o cenho, irritada. Ela não tinha tentado ser engraçada. Então ela sentiu sua mão deslizar pelo pescoço dela, seus dedos roçando em seu lábio inferior, e ela estremeceu apesar de si mesma.
Seu olhar permaneceu em seus lábios, a intensidade disso causando um calor de correr para suas bochechas. Asher finalmente falou, “Se tudo que eu quisesse fosse um beijo, já teria tomado. E embora eu admire o fogo em seus olhos, quando nos beijarmos, não será por obrigação. Você não parecerá como se estivesse me fazendo um favor. Seus olhos queimarão com paixão, Violeta, não desafio.”
Violeta recuou como se ele a tivesse atingido, embora fosse apenas a força de suas palavras que a atingiu tão fortemente. Ela se afastou, permitindo que Asher voltasse à sua posição anterior.
Ele sorriu, sabendo que havia ganho aquela rodada. Sem perder o ritmo, como se o momento entre eles tivesse sido apenas um breve interlúdio, ele alcançou a mão dela novamente. Violeta resistiu, mostrando os dentes para ele. Asher não recuou, mostrando seus próprios dentes em resposta, acompanhado por um rosnado baixo e gutural.
Aquele rosnado foi suficiente para lembrá-la que, embora Asher pudesse parecer humano, por baixo daquela pele havia uma fera. Ela hesitou, então relutantemente cedeu, deixando que ele pegasse sua mão. Novamente.
“Como eu estava dizendo…” ele continuou, “Eu posso dar comandos diretamente, influenciar decisões sutilmente ou até mesmo sobrepor completamente suas próprias escolhas.”
Violeta estremeceu com a ideia de ele transformar alguém em uma marionete. Ela se perguntava o quão profundamente ele já havia cravado suas garras em sua mente. Quantas de suas ações eram realmente suas? Ele havia plantado a ideia dela vir para cá, apenas para orquestrar essa versão distorcida de um “primeiro encontro”?
Não. Violeta sacudiu a cabeça. Ela se conhecia o suficiente para confiar que não permaneceria na Academia depois de tudo o que havia acontecido entre ela e esse psicopata. Esta era a decisão dela, de mais ninguém.
“No entanto…” Sua voz cortou seus pensamentos. “A eficácia da minha habilidade depende da minha força de vontade, do meu foco e, às vezes… do nível de conexão emocional entre mim e meu alvo…” Ele hesitou, entrelaçando os dedos deles juntos.
Foi um gesto simples, algo que não deveria ter afetado ela, mas o coração de Violeta começou a acelerar por razões que ela não conseguia entender completamente.
“Se meu alvo tem uma vontade particularmente forte, eles podem resistir ao controle, especialmente se reconhecerem que está acontecendo,” Asher explicou, sua voz quase brincalhona. “Mas já que você é basicamente um bebê dando seus primeiros passos, é seguro dizer que teremos muitos encontros noturnos, minha rainha roxa.”
Em outras palavras, ele estava planejando visitar os sonhos dela esta noite. A ideia assustou Violeta, mas ao mesmo tempo, um arrepio de estranha antecipação passou por ela. Afinal, não é todo dia que se tem um perseguidor invadindo seus sonhos. Não, não era romântico de forma alguma. Ainda assim, Violeta ainda era uma garota, e a ideia de um cara bonito se apaixonado por ela — mesmo que um pouco desequilibrado — era emocionante.
“Por que eu?” Violeta sussurrou. Ela precisava entender. Ela queria entender. Claro, sua candidatura havia sido “criativa,” mas tinha que haver outros que também haviam chamado a atenção dele.
Desta vez, Violeta não estremeceu quando Asher passou os dedos por seu cabelo. Seu toque era suave, massageando seu couro cabeludo, e ela quase derreteu na sensação. Ela não deveria estar se acomodando com Asher, o psicopata controlador da mente, mas havia algo vulnerável no momento que a atraiu.
“Você não entende?” Asher sussurrou, seus olhos ardendo de intensidade. “Você é a minha rebelião.”
“O que?”
“Meu futuro,” ele reformulou. “Nosso futuro foi traçado para nós como um maldito mapa. Mas você, minha escolhida, vai enfiar a faca. Você vai rasgá-los todos aparte e, talvez então, arrancar meu coração sangrando. Quão poético seria isso?” Ele riu, seu tom carregado com algo sombrio.
Violeta se afastou, perturbada enquanto sua risada oscilava na beira da loucura.
Imediatamente, a porta do escritório se abriu, e o coração de Violeta saltou, esperando que fosse a Diretora Jameson. Mas não foi. Em vez disso, uma jovem com o uniforme da Academia Lunaris entrou, empurrando um carrinho.
“Alpha Asher,” a garota o chamou, inclinando a cabeça, esperando seu comando.
“O que está acontecendo?” Violeta perguntou com uma expressão carrancuda.
Asher olhou para o relógio, uma leve ruga se formando na testa. “Você pode estar um pouco atrasada para a sua primeira aula hoje, mas não se preocupe, eu vou resolver isso. Minha rainha roxa deve comer primeiro.”
“O que?” Violeta perguntou, confusa.
Antes que Violeta pudesse entender completamente o que estava acontecendo, a garota começou a arrumar a comida na pequena mesa no escritório da Diretora Jameson.
“Tudo pronto, Alfa,” a garota anunciou, seu tom ansioso, quase como se servir a refeição tivesse sido uma grande honra.
Asher mal a reconheceu, dispensando-a com um aceno. Então seu olhar penetrante caiu sobre Violeta. “O que você está esperando? Coma. Não pense que vou deixar você caminhar pelo campus morrendo de fome após o seu pequeno desastre no café da manhã.”
Violeta ficou atônita por ele saber sobre isso. Enquanto teria sido fácil recusar orgulhosamente a comida, no fundo, Violeta estava com fome. Ela decidiu deixar passar, só dessa vez.
Ela olhou para a mesa, e seu corpo inteiro ficou parado. Arrepios percorreram sua pele enquanto ela encarava a refeição à sua frente.
A comida era exatamente igual ao que ela havia pedido naquela manhã, até o tamanho das porções e a bebida.
Isso foi além de assustador.
Era quase perseguição.