Desafie o(s) Alfa(s) - Capítulo 17
- Home
- Desafie o(s) Alfa(s)
- Capítulo 17 - 17 Mate-a Enquanto Ela Dorme 17 Mate-a Enquanto Ela Dorme Me
17: Mate-a Enquanto Ela Dorme 17: Mate-a Enquanto Ela Dorme “Me conta que você está animada para hoje!” Lila surgiu do nada, assustando Violeta, que gritou e imediatamente caiu no chão.
A pobre Violeta estava se equilibrando em um pé só, lutando para colocar a meia quando Lila a assustou.
“A lua chora, me desculpa,” Lila falou baixinho, estendendo a mão para ajudá-la a levantar. Mas uma expressão carrancuda de Violeta a fez congelar e recolher as mãos, engolindo nervosa. Violeta podia ser aterrorizante.
Vendo o medo no rosto de Lila, Violeta soltou um suspiro e suavizou a expressão. Lila a fazia lembrar irritantemente de um gato de rua que ela tinha acolhido uma vez.
O gato era tão esquelético que parecia que ia morrer a qualquer momento. Violeta não tinha muito, mas tinha conseguido alimentá-lo, às vezes até ficando sem comer para que o pobre coitado pudesse comer. Por causa disso, o gato tinha se apegado, e eles acabaram formando um laço.
Violeta tinha nomeado ele de “Stray,” apropriado para o pequeno andarilho que era. O laço cresceu com o tempo, e eles se encontravam diariamente no lugar de sempre. Mas um dia, Stray não apareceu. Ela se lembrou da sensação de doença que a roeu por dias enquanto ela procurava, temendo que algo terrível tivesse acontecido com a pequena criatura, talvez até por causa dela.
O arrependimento pesava nela. Ela deveria ter acolhido Stray quando teve a chance, mesmo se Nancy tivesse dado um piti. O trailer delas já era apertado o suficiente, e adicionar um animal à mistura teria sido o caos puro. Para não mencionar que Nancy odiava animais. Nem o filhote mais adorável poderia derreter seu coração gelado.
Violeta entendia que as dificuldades da vida tinham drenado qualquer calor de Nancy. Não havia espaço para amor, nem mesmo por criaturas inofensivas.
Duas semanas depois, Violeta soube da verdade: Stray não era realmente um gato de rua. Acontece que o gato tinha uma família e tinha apenas se aventurado um pouco longe de casa.
Aquela foi a última vez que Violeta se lembra de ter chorado. Ela tinha lutado tanto para manter Stray, mas não podia vencer contra a família original do gato.
O homem da casa até tentou pagar ela por “cuidar” do seu pet, um pagamento que ela recusou mas que Nancy pegou sem pensar duas vezes. Nas palavras de Nancy, pelo menos a tolice dela havia trazido algo útil.
Ela ainda podia se lembrar de observar a filha do homem, convencida e satisfeita, acariciando Stray como ela própria tinha feito apenas semanas atrás. Se olhares matassem, Violeta teria enchido a garota de buracos ali mesmo. A raiva borbulhava dentro de Violeta, e por um breve momento, ela considerou seriamente o assassinato. Felizmente, Nancy a arrastou para longe antes que ela fizesse algo impulsivo.
O que mais doeu foi que Stray não parecia se importar nem um pouco. O gato se aconchegou ao toque da menina sem o menor protesto, como se tudo o que Violeta tinha feito, todo o tempo delas juntas, não tivesse significado nada.
Violeta se lembrou de chorar até dormir por dias, quase se deixando ficar doente de tristeza. Não foi até Nancy lhe dar um tapa no rosto e dar uma bronca nela que ela finalmente se recuperou.
Sua necessidade de amor e uma família de verdade a tinha levado a criar um laço tão profundo com aquele gato. Ela pensou que seria ela e Stray contra o mundo, mas no final, o gato lhe ensinou uma lição dura que até mesmo família podia ir embora sem pensar duas vezes — da mesma forma que sua família de verdade a tinha abandonado.
Poderia parecer melodramático, mas para uma criança de dez anos carente de afeto, certamente deixou uma marca duradoura. Isso moldou sua visão da vida e como ela se relacionava com as pessoas. Sim, Violeta tinha amigos, mas ela os mantinha a uma distância segura, perto o suficiente para bons momentos mas nunca perto o suficiente para machucá-la se as coisas dessem errado.
É por isso que Violeta não estava prestes a deixar essa nova colega de quarto aparentemente amigável se aproximar demais. Em uma escola como Lunaris, sem dúvidas todo mundo estava esperando um momento de fraqueza para apunhalá-la pelas costas. E ela não daria a ninguém essa chance.
Com um suspiro, ela controlou sua intensidade e perguntou, “O que você quer?” enquanto puxava desajeitadamente a sua gravata.
Por mais que Violeta não estivesse acostumada com a ideia de um uniforme, ela tinha que admitir que o uniforme da Lunaris era majestoso e, nela, caía como uma luva, abraçando suas curvas. Era só a gravata que a irritava. Ela odiava gravatas.
“Eu esperava que a gente pudesse tomar café da manhã juntas,” Lila respondeu animada, observando Violeta lutar com a gravata. Quando ela finalmente a arrancou do pescoço e se moveu para jogá-la de lado, os olhos de Lila se arregalaram de choque.
“Ah, não vai não!” Lila a repreendeu, pegando a gravata que Violeta tinha jogado em cima da cama.
“A Diretora Jameson iria te queimar viva se você aparecesse com um uniforme incompleto. Sem mencionar, descontar seus pontos.”
Violeta rosnou, “Aqueles cardeais Alfas e aquelas patricinhas ricas não parecem se importar com isso.”
“Eles não se importam porque têm milhares de pontos à disposição deles. Você, por outro lado, acabou de entrar no top vinte. Se você quer ficar lá, ou subir mais alto, vai precisar de cada ponto que conseguir. É o paraíso se você chegar ao top dez. Eles são a elite da elite e praticamente são intocáveis.”
“Eu não ligo para essa classificação estúpida deles!” Violeta estalou.
“Bem, eu ligo,” Lila disse descaradamente, habilmente enlaçando a gravata em volta do pescoço de Violeta. “Se você chegar ao topo, então eu serei sua subordinada, catando as migalhas que caem da sua mesa.”
“Lila, eu já te disse, eu—” As palavras de Violeta foram cortadas quando Lila puxou a gravata mais apertado, fazendo-a engasgar.
“Opa, desculpa,” Lila disse com um sorriso tolo, embora o pedido de desculpas pareceu vazio. “O que você estava dizendo?”
Violeta não ousou responder, não quando Lila ainda tinha controle sobre a gravata e poderia sufocá-la de verdade se ela dissesse a coisa errada. Aparentemente, os cardeais Alfas não eram os únicos psicopatas que esta escola abrigava—não que ela estivesse apontando nomes.
Uma vez satisfeita com seu trabalho, Lila alisou as mãos sobre a gravata perfeitamente atada, e perguntou num tom enganosamente calmo, “Me diz, Violeta, você quer estudar aqui em paz?”
As palavras estavam na ponta da língua de Violeta, mas o choque de mais cedo a deixou em silêncio. Ela só conseguiu assentir rigidamente.
“Então você precisa da moeda dessa escola, poder. Com o suficiente dele, você será deixada em paz para fazer o que quiser.”
Ou talvez eu só fique na rabeira, quietinha, e seja deixada em paz, Violeta pensou secamente.
“Você entendeu?” A voz de Lila era doce, mas com uma sutileza afiada.
“Sim,” Violeta conseguiu falar baixinho.
“Ótimo!” Lila bateu palmas, sua postura voltando a ser animada tão rápido que quase deu a Violeta um whiplash.
“Vamos, então,” Lila enlaçou o braço pelo de Violeta. “Vamos tomar café!” E sem esperar resposta, ela puxou Violeta.
Violeta só podia seguir, o coração batendo no peito. Estava claro agora que ela teria que manter os olhos abertos toda noite se quisesse sobreviver naquele quarto. Um dia ruim, e alguém poderia muito bem usar uma gravata para acabar com ela enquanto dormia.