De Marginal a Ídolo: Transmigrando para um Reality de Sobrevivência - Capítulo 987

Capítulo 987: Almas Intocadas Premier (3)

A primeira sessão de bloco para ‘Almas Intocadas’ parecia um banho de sangue. A maioria dos fãs não conseguiu ingressos, então começaram uma frenesi online.

Embora o filme ainda não houvesse terminado, as redes sociais foram inundadas com reações, capturas de tela do tapete vermelho e até alguns vídeos embaçados e sorrateiramente feitos de June na tela.

As hashtags #JuneAsJian e #AlmasIntocadas tornaram-se tendência quase instantaneamente, e todos que não conseguiram ingressos, como Jia e seus amigos, sentiam o medo de estar perdendo algo.

Bora gemeu enquanto deslizava pelo feed. “Não posso acreditar nisso. Por que não conseguimos ingressos?” Ela segurou seu telefone dramaticamente, parecendo estar à beira das lágrimas. “Isso poderia ter sido nós. Assistindo June na tela grande…”

Jia suspirou. “Bem, desculpa!” ela exclamou. “Eu soube tarde demais porque estava ocupada procurando emprego.”

“Puxa vida, odeio ser adulta,” ela adicionou. “Eu só quero gastar o dinheiro da minha mãe até o dia em que eu morrer.”

Nari levantou a mão. “Espero não viver tanto tempo!”

Seus amigos a ignoraram e continuaram emburrados por causa da falta de ingressos.

Bora suspirou e balançou a cabeça. “Olha, vamos nos preocupar não. Minha prima conseguiu entrar escondida, e ela está filmando tudo. Podemos ter isso até hoje à noite se tivermos sorte!”

Ela levantou seu telefone com um sorriso presunçoso, mostrando para seus amigos a mensagem de texto da sua parente suspeita.

Os olhos de Jia se arregalaram. Ela bateu levemente em Bora na parte de trás da cabeça. “Você está falando sério? Isso é pirataria!”

Bora olhou de volta, franzindo a testa. “Ah, então você quer que eu diga para ela parar de filmar?”

Jia assentiu, firme em sua decisão. “Sim! Precisamos assistir oficialmente. Pelo June! Precisamos dar a ele o dinheiro que temos!”

Bora revirou os olhos, murmurando em voz baixa. “Tenho certeza de que o June não se importaria… Quer dizer, você sabe quanto esse filme já fez só em vendas de ingressos na Coreia?”

Jia balançou a cabeça. “Não, eu te disse, estou procurando emprego.”

“Dez milhões. Dez milhões de ingressos foram vendidos,” Bora disse, sorrindo ao ver a expressão de Jia cair. “Imagina. E ele está apenas começando na indústria da atuação.”

De volta ao cinema lotado, o filme estava chegando ao seu clímax. A tela mostrava um encontro intenso—líderes das outras facções, herdeiros todo-poderosos, reunidos na mesma terra.

A audiência estava presa, olhos arregalados, respirações suspensas, sabendo que algo monumental estava prestes a acontecer.

No centro disso tudo estava Yian, irradiando uma aura escura de domínio. Ele havia feito o impensável—matou Vermelho, o Herdeiro Carmesim.

A revelação desse assassinato veio em fragmentos, cada um mais horrível que o outro, até que, finalmente a verdade foi exposta. Não somente matou Vermelho, mas consumiu seu coração.

Yian havia absorvido a alma de Vermelho, seu poder, e a escuridão que vinha com isso. Ele estava se tornando imparável, sua força agora além dos limites mortais.

O personagem de Hana, Mika, deu um passo à frente, seu rosto pálido mas determinado. A decisão que ela estava prestes a tomar era clara em seus olhos, ainda que dolorosa de se assistir.

Ela também estava preparada para se sacrificar—para deixar Seon consumir sua própria alma, adicionando sua força à dele, de modo que ele tivesse uma chance contra Yian.

Mas Seon balançou a cabeça, seus olhos cheios de tristeza. “Não,” ele sussurrou, sua voz embargada enquanto a olhava. “Eu não posso… eu não vou fazer isso com você.”

O rosto de Mika se desfez, seus olhos se enchendo de lágrimas enquanto ela pegava suas mãos nas dela.

“Por favor, Seon… Eu já estou perdida. Essa é minha escolha.”

Mas antes que eles pudessem dizer mais alguma coisa, a voz fria e zombeteira de Yian cortou o ar, trazendo um arrepio pelo cinema.

“Como esperado,” Yian caçoou, seu tom cheio de desprezo. “Um personagem fraco, quebrado pelo amor. Tais sentimentos só servem para revelar as falhas daqueles inaptos para o verdadeiro poder.”

Ele sorriu cruelmente, inclinando a cabeça. “É por isso que vou reinar—porque estou livre de tais… distrações.”

Com um gesto casual, ele levantou a mão e começou a entoar, sua voz baixa e gutural, invocando magia negra para consumir a alma de Mika. Ele tomaria sua força também, dobrando-a à sua vontade, deixando Seon impotente e quebrado.

Mas então, algo aconteceu. Seu feitiço não se concretizou.

Confusão cruzou o rosto de Yian, mas ele rapidamente a disfarçou, tentando de novo, sua voz crescendo enquanto ele entoava mais alto. Ainda assim, nada aconteceu.

A câmera lentamente panoramizou pela sala, capturando cada rosto dos herdeiros reunidos, tensos e esperando. A audiência segurou a respiração quando a câmera finalmente parou—em Jian.

Um suspiro coletivo se ouviu no cinema.

Jian estava nas sombras—como ele sempre fazia.

Era ele quem havia interrompido o feitiço de Yian, era ele quem havia traído seu irmão neste momento crítico. Suas mãos estavam cerradas ao lado do corpo, sua postura tensa, mas sua expressão permanecia calma.

Este era o melhor momento de June. Seu rosto mostrava emoções que apenas aqueles que olhavam de perto podiam capturar—uma vida inteira de segredos, de lealdade silenciosa, transformada em rebelião—tudo contido em seu olhar. Sua traição era tão silenciosa quanto devastadora.

Yian se virou para seu irmão, a incredulidade dando lugar à fúria. “Você… você me trairia?”

O rosto de Jian permanecia inexpressivo, embora seus olhos estivessem cheios de uma luz feroz. “Por muito tempo, eu vi você destruir tudo que estava em seu caminho. Mas isso—é aqui que termina, Yian.”

Sem mais uma palavra, Yian liberou a força total do poder roubado. A explosão foi enorme, uma onda letal de pura escuridão que não deixaria nada em seu caminho.

Mas justo quando o ataque atingiu seu alvo, Jian se moveu, jogando-se na frente de Seon.

A explosão o atingiu com força total.

O silêncio no cinema foi absoluto enquanto o corpo de Jian tropeçou, seu rosto torcendo de dor. Ele desabou de joelhos, sua respiração rasa e sua mão pressionada ao lado enquanto o sangue se infiltrava por seus dedos.

Seon caiu de joelhos ao lado dele, suas mãos flutuando impotentes sobre a ferida de Jian. “Por quê?” ele engasgou, sua voz quebrando.

Os olhos de Jian piscaram, o fogo neles se apagando. “Porque…,” ele sussurrou, lutando para falar enquanto olhava para Seon, sua expressão cheia de um pedido de desculpas não dito.

“É a única maneira de eu… acertar as coisas.”

Conforme sua visão se turvava, o olhar de Jian se voltou para Yian, uma última vez, um sorriso fraco e desafiante em seus lábios. “Você nunca vai vencer, irmão,” ele murmurou. “Enquanto eles ainda… acreditarem.”

E então seus olhos se fecharam, seu corpo ficando imóvel, deixando a sala num silêncio chocado e carregado de luto.

De volta ao cinema, a audiência estava totalmente cativada pela atuação de June. A maneira como ele havia transmitido a dor de Jian e seu ato final de desafio—era mais do que esperavam. As emoções sem filtro deixaram todos atordoados pela profundidade de sua interpretação.

Na multidão, Maçã Ruim se sentou congelado, seu caderno em mãos. Seus dedos haviam pairado sobre a página, prontos para anotar outra crítica. Mas, em vez disso, ele se viu olhando fixamente, incapaz de desviar o olhar.

“O que é esse filme?” ele murmurou.