De Marginal a Ídolo: Transmigrando para um Reality de Sobrevivência - Capítulo 109

109: A Calma Antes da Calma 109: A Calma Antes da Calma June acordou com um sorriso no rosto. Era um daqueles raros momentos em que ele não havia dormido muito, mas ainda assim se sentia feliz.

Ele arrumou a cama, abriu a janela e inalou o frescor da fumaça das chaminés e do cheiro de peixe seco frito. Não era um aroma agradável, mas nada poderia estragar o humor do June.

June abriu a porta e até regou as plantas. Depois, desceu as escadas até o apartamento do Minjun e da Vovó, cumprimentando-os com um sorriso contido. Então, ele se jogou no sofá deles e assistiu relaxadamente à TV enquanto esperava a Vovó terminar de cozinhar o café da manhã.

A dupla de avó e neto observava a cena diante deles incrédula.

“É estranho,” Minjun disse. “Por que ele parece tão feliz? Ele ainda está sendo chamado de valentão online.”

“Talvez ele tenha perdido a cabeça?” a Vovó perguntou. “Eu deveria fazer o café da manhã favorito dele hoje. Por que você não vai conversar com ele?”

“Estou com medo,” Minjun sussurrou.

A Vovó clicou a língua. “Vá logo.”

Minjun foi cautelosamente até a sala de estar e sentou-se ao lado do June.

Ele congelou quando June se virou para ele com os olhos brilhando. “Ei, garotinho!” ele exclamou alegremente, fazendo o coração do Minjun acelerar no peito. “Sentiu saudades do seu irmão mais velho?”

Minjun riu sem graça enquanto lentamente se afastava do June. “Umm, sim. Claro.”

“Aww, eu sabia que você sentia minha falta!” June disse, apertando a bochecha do Minjun.

“Irmão,” Minjun disse, abafado por causa da sua bochecha apertada. “Você comeu alguma coisa esquisita?”

“Eu ainda não comi.”

“Você tá estranho,” Minjun disse francamente. “Vamos lá, me conta. Você precisa de alguma coisa?”

O sorriso do June se alargou conforme ele pegou seu celular.

“Minjun,” ele disse. “Quantos seguidores você tem mesmo?”

“Por volta de 30 mil agora,” Minjun disse. “Depois de postar atualizações sobre o Chapeleiro Maluco, meus seguidores aumentaram da noite para o dia!” ele disse orgulhosamente.

Minjun, o garoto de onze anos, ganhou mais de 30 mil seguidores por repostar notícias sobre o Navel enquanto adicionava legendas que zombavam da pessoa principal no artigo.

Ele é como uma versão mirim do RoastHimJim. Em vez disso, ele era o RoastHimMin.

Seu último post ganhou cem mil curtidas sozinho por causa de sua legenda, “Apresentando o ‘Chapeleiro Maluco’: Onde Barbas Irregulares, Olhos Icterícios e Dentes Enegrecidos Compõem o Mais Supremo Estilo! O Crime é o Novo Couture?”

“Então, você quer uma história exclusiva?” June perguntou.

Minjun olhou para ele, seus olhos demonstrando interesse. “Quão exclusivo estamos falando?”

“Você seria o primeiro a postar. Nem as grandes emissoras de notícias têm essa informação ainda.”

***
Na Loja de Conveniência Sete Estrelas, June estava de volta às suas funções habituais, uma dica de uma melodia alegre escapando dos seus lábios enquanto ele desempenhava suas tarefas.

As sobrancelhas do Sr. Chang se franziram enquanto observava o humor alegre do June. Não era frequente que seu funcionário de meio período demonstrasse tal felicidade desinibida, especialmente após o que parecia ter sido um dia bastante movimentado para ele.

O homem mais velho coçou a cabeça. “Garoto, aconteceu alguma coisa? Você parece estar por cima da carne seca.”

O sorriso do June só se alargou enquanto ele continuava a repor as prateleiras. “Oh, nada demais. Apenas tive um dia um pouco interessante.”

O Sr. Chang ergueu uma sobrancelha, mas antes que ele pudesse insistir por detalhes, decidiu que era melhor não se intrometer. Com um balanço de cabeça, ele murmurou para si mesmo, “Esses jovens de hoje em dia.”

Enquanto o Sr. Chang se retirava para alimentar suas galinhas no quintal, June continuou seu trabalho.

O tilintar do sino da entrada da loja chamou a atenção do June–Jisung, C-Jay, Jaeyong, Jangmoon e Akira.

June suspirou. “Vocês estão aqui de novo?”

“Irmão mais velho!” Jangmoon soluçou, com os olhos inchados. “C-Jay nos contou uma coisa. Não consigo acreditar que isso está realmente acontecendo.”

June deixou ele falar, depois se virou para o Jaeyong. “E o que você está fazendo aqui?”

Jaeyong coçou a nuca. “Umm, só queria ver se podia ajudar.”

“Tá acabado, irmão!” C-Jay gritou, fazendo as orelhas do June doerem. “Eu ouvi da prima da minha mãe que tem um amigo que trabalhou com seu sobrinho, que atualmente trabalha como entregador, que foi ao Prédio Azure e ouviu de seu cliente, que é diretora de um programa, que…”
“Entendemos,” Akira disse. “Apenas conte ao June o que você sabe.”

“Você vai ser expulso.”

As palavras do C-Jay pesaram no ar, cada sílaba ressoando com preocupação e tensão. Os rostos de Jisung, Jaeyong e Akira espelhavam o peso da notícia – uma realidade que parecia tanto injusta quanto perturbadora. Conforme o silêncio se estendia, estava claro que a gravidade da situação estava sendo compreendida.

“Esse sobrinho ouviu que eles vão dar até de manhã para um certo aprendiz provar sua inocência. Porém, se nada acontecer, então eles vão expulsá-lo e editá-lo para fora das cenas. Você acredita nisso? Eles vão cortar você assim? O Alex e o Hyunwoo nem têm evidências contra você! E essa merda do Phoenix também não está desmentindo nada,” C-Jay desabafou.

Jisung deu um tapinha nas costas do June. “É realmente tão injusto. Você nem tem uma agência para começar. Como você pode competir contra eles?”

“Me fale sobre isso,” Jangmoon disse. “É como se eles estivessem caçando o June só porque ele é um aprendiz individual sem uma empresa apoiando-o.”

“Você quer que eu peça para nossa empresa ajudar?” Jaeyong perguntou. “Eles não são os melhores, mas são muito bons em questões legais.”

“Seria absurdo se eles ajudassem alguém que não está sob a companhia,” Akira disse.

“E é tarde demais!” C-Jay exclamou. “A equipe de produção provavelmente está chegando a uma conclusão agora. Como podemos provar a inocência do June em apenas algumas horas… ou pior, minutos?”

“Tá tudo bem,” June disse, fazendo com que todos os cinco olhassem para ele como se ele tivesse enlouquecido.

Em meio à preocupação compartilhada, foi a calma inesperada do June que se destacou. Sua expressão permaneceu serena, em contraste com a inquietação coletiva que se instalou sobre o grupo. Seus olhos estavam preenchidos com sua habitual impassibilidade, e eles até possuíam uma tranquilidade que parecia quase surreal.

Os outros trocavam olhares, confusos com o comportamento inabalável do June.

“Como ele pode estar tão calmo quando seu futuro no programa está em jogo?” Akira perguntou.

“O Jangmoon vai chegar mais longe na competição em comparação com você,” C-Jay sacudiu os ombros dele. “Você acha que isso faz sentido?”

“É,” Jangmoon concordou, então percebeu que a afirmação do C-Jay estava indiretamente o criticando. “Espera…ei!”

“De qualquer forma,” Jisung disse. “Nós não podemos deixar você sair, mano,” ele disse, à beira das lágrimas.

Eles estavam em estado de pânico, enquanto June parecia ser a própria encarnação da compostura.

E então, ele sorriu.

Era um sorriso que parecia iluminar a sala, um leve curvar dos lábios que continha um indício de mistério e um toque de travessura. Seus olhos, geralmente distantes, agora brilhavam com confiança que era cativante e tranquilizadora.

Enquanto os outros o observavam, atraídos pela serenidade de sua presença, June finalmente falou. Sua voz era calma, estável e surpreendentemente reconfortante no meio da tempestade que os envolvera.

“Relaxem,” June disse. “As coisas eventualmente vão se encaixar no lugar certo.”