De Marginal a Ídolo: Transmigrando para um Reality de Sobrevivência - Capítulo 1023
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Capítulo 1023: A Corrida Ridícula do Café
Os lábios de June se comprimiram em uma linha fina enquanto ele lia a mensagem novamente. A mensagem deixava um gosto amargo em sua boca, e ele sabia exatamente o que tinha que fazer.
“Bo Wen,” ele chamou, pegando seu casaco de couro no encosto do sofá. Bo Wen estava esparramado na poltrona, mastigando um saco de batatas fritas com um olhar beatífico no rosto. Ele se animou ao ouvir a voz de June, erguendo uma sobrancelha com curiosidade.
Sim, até mesmo Bo Wen decidira fazer do apartamento de June seu refúgio após o incidente com Mia.
“Qual é? Você parece que está prestes a cometer um crime,” Bo Wen disse, meio brincando mas totalmente sério. Com June, você nunca poderia ter certeza.
June lhe lançou um olhar seco. “Não exatamente, mas eu preciso de ajuda. Vamos sair.”
A expressão de Bo Wen mudou de relaxada para alerta num instante. Ele jogou as batatas na mesa e se levantou, ajeitando a gola da sua própria jaqueta. “É sobre sua perseguidora? Ela fez alguma coisa de novo?”
June assentiu, colocando o telefone no bolso. “Acabei de receber uma mensagem. Ela está perto do escritório da Jia. Eu não sei o que ela está planejando, mas preciso garantir que ela não esteja incomodando ninguém. Especialmente Jia.”
Os olhos de Bo Wen escureceram de preocupação. Ele sabia o quanto June se importava com seus fãs—os verdadeiros, aqueles que o apoiavam sem ultrapassar limites.
Jia era uma dessas fãs. Se Mia estava tentando arrastá-la para essa confusão, estava cruzando uma linha que June não poderia perdoar.
“Então, vamos,” Bo Wen disse, estalando os dedos. “Vamos garantir que ela não tenha chance de causar problemas.”
No entanto, justo quando eles estavam prestes a sair, Bo Wen hesitou.
“Espera, você contou para o Jay sobre isso?”
“Sim,” disse June. Era uma mentira, é claro.
Bo Wen assentiu. “Bem, então vamos à aventura!”
Enquanto saíam, os pensamentos de June estavam acelerados. Ele não se importaria de ser machucado por Mia, mas Jia era uma história completamente diferente! Desde que June soube que era Jia quem Mia estava tentando copiar, ele sabia que a última não teria medo de fazer algo hediondo.
“É a gota d’água,” ele resmungou.
***
Jia se reclinou na cadeira, fitando a tela do computador como se fosse um inimigo pessoal. Havia menos de um mês que ela começara este trabalho, e já estava questionando todas as suas escolhas de vida.
Ela passou a mão pelo cabelo—apenas para alguns fios virem junto com seus dedos.
“Ótimo,” ela murmurou. “Já estou perdendo cabelo. É assim que se sente a vida adulta?”
Ela deu uma olhada ao redor do escritório, um labirinto de cubículos cinzentos cheios de funcionários sobrecarregados e mal remunerados.
A atmosfera era sufocante, o tipo de lugar onde sonhos vêm morrer lentamente, asfixiados em meio a pilhas de papelada e emails intermináveis.
Tudo operava numa hierarquia. Os chefões mal reconheciam a existência dela, exceto quando precisavam de café.
Bem, era parcialmente culpa dela por ter recusado a oferta da mãe para trabalhar na Phoenix Entertainment. Depois que a Azure Entertainment foi adquirida pela Phoenix, Cindy também fez a transição naturalmente para a empresa. Ela queria que Jia trabalhasse com eles, mas Jia recusou! Ela não queria ser uma nepo baby!
Jia suspirou, voltando-se para o pequeno espelho que mantinha em sua mesa. Ela estava horrível. Tinha olheiras, pele pálida, e nem um traço de maquiagem.
Ela não tinha tido tempo para isso de manhã, saindo às pressas após adiar o despertador uma vez demais.
“Pareço que fui desenterrada,” ela disse para si mesma, franzindo a testa para seu reflexo.
Antes que pudesse tentar se arrumar, seu telefone vibrou com uma nova mensagem de seu supervisor.
Escritório
Agora
Duas palavras, sem pontuação, como se não pudessem poupar energia para um ponto final a mais.
“Ah,” Jia lamentou, erguendo-se da cadeira. Suas costas doíam em protesto. Ela se sentia como um zumbi caminhando pelo corredor, em direção ao escritório de seu supervisor.
“Jia, preciso que você busque um pedido de café,” seu supervisor latiu assim que ela entrou. Ele nem sequer olhou para cima de sua mesa. “É para a reunião da diretoria. Acerte desta vez.”
Jia apertou sua mandíbula mas forçou um sorriso. Ela já tinha memorizado esse pedido ridículo, apesar de quão insano ele era.
“Deixa eu adivinhar,” ela disse, recitando sem errar uma vírgula. “Um latte de soja com triplo shot, metade descafeinado, com espuma extra mas sem açúcar. Um macchiato gelado de caramelo com exatamente três bombadas de xarope de baunilha, nem mais, nem menos, com calda extra por cima, e mexido no sentido anti-horário. Um café preto com três cubos de gelo, nem dois, nem quatro. E um latte de matcha com leite de aveia, mas só se o leite de aveia for da marca preferida do barista; caso contrário, leite de amêndoa, sem adoçante, com pó de matcha extra e uma pitada de canela.”
Seu supervisor olhou para cima, surpreso. “É isso aí,” ela disse, quase impressionada. “Agora se apresse.”
Jia teve que se controlar para não revirar os olhos.
‘Se eu errar uma bebida sequer, eles provavelmente vão me fazer escrever uma carta de desculpas de 10 páginas,’ ela pensou amargamente.
Com isso, ela saiu do escritório.
O caminhão de café perto do escritório tinha gente demais para deixar Jia feliz. Ela se movimentou através da multidão, se sentindo como um salmão nadando contra a corrente de viajantes cansados. Todo o seu corpo doía, especialmente a lombar, que estava reclamando o dia todo.
“Por que tudo dói?” ela murmurou, massageando a região lombar. “Eu sou muito nova para isso.”
Ela fez o pedido com o barista, que nem piscou diante dos pedidos absurdos. Claramente, não era o primeiro pedido de café insano do dia.
Enquanto Jia esperava, ela se apoiou no caminhão, tentando não adormecer em pé. Seus olhos pesavam, e ela estava quase pronta para cochilar quando ouviu um barulho súbito e alto.
O som distintivo de uma moto acelerando cortou o ruído usual da rua lá fora. Jia franziu o cenho, virando a cabeça para o lado. O barulho estava ficando mais alto e mais próximo. Ela apertou os olhos, tentando ver quem era.
Antes que pudesse processar completamente o que estava acontecendo, ela viu a moto ziguezagueando pelo tráfego a uma velocidade alarmante. Ela passou voando pelos carros, ignorando os semáforos. O piloto estava vestido de preto da cabeça aos pés, um capacete elegante escondendo seu rosto.
O coração de Jia deu um salto quando a moto veio na sua direção. Não estava mais seguindo pela estrada — estava vindo direto para ela.
Ela deu um passo para trás, instintivamente levantando a mão para se proteger enquanto a moto continuava a acelerar em sua direção.
Droga! Ela só foi pegar café e agora ia morrer?