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Capítulo 1018: O Chaveiro
June empurrou a porta do apartamento, suas mãos equilibrando uma caixa inteira de potes de sorvete sortidos e caros.
Ele entrou, sendo imediatamente saudado pelo barulho dos seus amigos espalhados pelo sofá, parecendo meio exaustos e meio elétricos.
“Você roubou uma loja de conveniência?” Akira perguntou, arqueando uma sobrancelha para a caixa de sorvete.
“Cala a boca e come,” June disse, jogando a caixa na mesa de centro.
No momento em que ele soltou, os rapazes mergulharam nela como um bando de hienas.
Casper, o mais rápido, já estava abrindo um pote com as próprias mãos enquanto Jaeyong tirava uma colher do bolso, pronto para cavar. Zeth tirou seu sabor preferido e cutucou Ren, que estava lutando para encontrar seu querido baunilha.
No meio do caos, o olhar de June pousou em algo fora do lugar. A bolsa do Jisung estava abandonada no sofá. Não era do feitio do Jisung deixar suas coisas jogadas, especialmente depois dos encontros estranhos que tiveram recentemente. Ele soltou um longo suspiro, pegou a caixa de sorvete de novo e seguiu para o seu quarto.
“Aonde você vai?” Zeth perguntou, a colher a meio caminho da boca.
“Pra comer em paz,” June murmurou.
Mas seu plano fracassou espetacularmente quando o resto dos amigos o seguiu como uma fila de patinhos, com sorvete na mão.
“Se você queria a gente no seu quarto, era só falar,” Akira provocou, sorrindo enquanto empurrava a porta do quarto do June sem esperar permissão.
June clicou a língua, colocando a caixa de sorvete na mesinha de seu quarto. Os outros se acomodaram à vontade, se instalando como se fossem donos do lugar.
Akira, ainda lambendo sua colher, se jogou na cama do June enquanto Ren e Casper sentavam-se com as pernas cruzadas no chão. Jisung, o último a entrar, ficou parado perto da porta, claramente ainda abalado pelo que o assombrava naquela semana.
“Acho que sei quem está por trás de tudo isso,” June disse de repente.
O quarto caiu em silêncio. Até o barulho das colheres batendo contra os potes de sorvete parou. Todos olharam para June com os olhos arregalados.
“Assim, de repente?” Akira murmurou.
“Você só trouxe sorvete, e de repente tem uma epifania? Você realmente é um alienígena!” Zeth exclamou.
“Quem?” Jaeyong perguntou, inclinando-se para a frente, a colher pendurada nos seus lábios.
June inspirou fundo, sua mente revivendo o encontro do lado de fora da loja de conveniência.
“Mia,” June disse, olhando para cada um deles. “Ou quem quer que ela realmente seja.”
Ren franziu a testa, colocando seu sorvete de lado. “Mia? A menina que te deu aquele chaveiro muito fofo? Eu também conversei com ela, e ela parecia bem legal!”
“Yeah, ela era,” Zeth disse, confuso. “Estamos falando da mesma Mia?”
“Yeah, é ela,” June confirmou. Ele olhou para Jisung, que estava encarando de volta.
“Nós a conhecemos antes. Ela mudou. Ela realmente mudou.”
“O que você quer dizer?” Zeth perguntou, confuso. Ele se recostou, cruzando os braços. “Ela mudou o penteado ou algo assim? Quer dizer, a gente não pode realmente reconhecer todos os fãs por aí.”
June balançou a cabeça. “Não, não é só isso. Ela está parecendo a Jia agora. Deliberadamente. Ela não era assim antes, mas quando eu a vi, fez sentido. O cabelo, as roupas, até as expressões dela—é como se ela estivesse tentando ser uma cópia da Jia.”
Casper assobiou baixinho, com os olhos arregalados. “Espera, você está dizendo que ela… mudou a si mesma? Para parecer com a Jia?”
“Sim,” June respondeu, sentindo um calafrio ao lembrar do rosto de Mia. “Era sutil o suficiente para eu não perceber no começo. Eu sabia que ela era familiar, mas não podia colocar o dedo. Agora eu sei. É ela.”
“O sasaeng que eu tive durante o primeiro encontro de fãs.”
O quarto estava mortalmente silencioso. Ren esfregou a nuca, visivelmente perturbado. “Você está falando sério?” ele perguntou. “Eu pensei que ela estava presa!”
“Ela saiu,” Jaeyong disse. “Ela pagou a fiança, eu acredito, e a última coisa que ouvi—ela tinha melhorado.”
“Bem, parece que ela não melhorou,” Akira entrou na conversa.
“Mas por que agora?” Jaeyong perguntou. “Por que voltar agora, depois de todo esse tempo? Eu inferiria que depois de ser presa daquele jeito, ela pararia de fazer tudo isso.”
“As pessoas são assustadoras, sabe?” Casper disse. “Outros dizem que desastres naturais, fantasmas ou animais são seus maiores medos, mas para mim, são as pessoas!”
“Nós temos uma mente que pode pensar, mas alguns não usam. Eles escolhem fazer o mal. É isso que as pessoas têm de assustador.”
“Casper às vezes é realmente esperto,” Akira murmurou, chacoalhando a cabeça em admiração.
“Tem mais uma coisa,” June continuou. “É o chaveiro que ela me deu. Eu achei que era só um presente inofensivo, mas…”
Ele pausou, observando a realização brotar nos rostos dos amigos. Os olhos do Jisung se arregalaram, seus nós dos dedos embranquecendo enquanto ele segurava sua colher. “Você está dizendo que tem uma câmera ou um rastreador?” ele perguntou, com a voz trêmula.
June assentiu. “Eu estou quase certo de que tem. Percebi tarde demais, mas explica muita coisa. Explica por que Jisung sentia como se estivesse sendo observado e por que nós estamos sendo tão facilmente seguidos. Ela esteve nos rastreando.”
Casper apontou para Jisung. “Viu! Eu deveria ter sido o que ficou com o chaveiro!”
Zeth xingou baixo, jogando sua colher no pote vazio com um estrondo. “Então, todo esse tempo, Jisung estava certo,” ele murmurou. “Ele realmente estava sendo seguido.”
“Eu sabia que tinha algo errado,” Jisung sussurrou. “Eu podia sentir, mas achei que eu estava só sendo paranoico.”
“A gente deveria se livrar disso,” Jay exclamou, já a meio caminho da porta. “Esmagar ou jogar fora ou algo assim!”
“Não tão rápido,” June interrompeu, levantando uma mão para pará-lo.
“O quê?” Jay perguntou. “Não me diga que você quer manter esse chaveiro feio pra caralho?”
“Você disse que era fofo antes,” Akira comentou.
“Claro que não,” June disse, respondendo à pergunta do Jay.
O quarto ficou silencioso por um momento antes de Jaeyong quebrá-lo.
“Oh não,” ele gemeu, esfregando as têmporas. “Você está planejando algo de novo, não é?”
Os lábios de June se curvaram em um pequeno e apertado sorriso.
“Talvez.”
Casper levantou-se do chão.
“Então, eu posso ficar com o chaveiro agora?”