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- De Marginal a Ídolo: Transmigrando para um Reality de Sobrevivência
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Capítulo 1017: Obsessão
A expressão do June amoleceu quando ele viu a silhueta dela parada perto do poste de luz.
Ele não pôde evitar sorrir—ele era definitivamente tendencioso quando se tratava de Jia. Afinal, ela foi uma das suas primeiras apoiadoras, de volta quando seu rosto ainda estava escondido por trás de uma máscara.
Diferente de muitos outros fãs que poderiam ser excessivos ou pegajosos, Jia sabia como respeitar limites. Ela era genuína, sempre ali para apoiá-lo sem cruzar nenhuma linha. Em muitos aspectos, ela era uma fã ideal e havia se tornado uma boa amiga com o tempo.
Com um passo leve, June caminhou até ela e deu um tapinha gentil em seu ombro. “Ei, Jia,” ele saudou com um sorriso.
Mas quando a figura se virou, o sorriso do June vacilou.
Seus olhos se estreitaram, percebendo as pequenas mas distintas diferenças. O rosto olhando de volta para ele não era o da Jia.
Era parecido—quase assustadoramente similar—mas a expressão dessa garota era diferente, seus olhos arregalados com uma excitação perturbadora.
“June!” ela exclamou, sua voz alta e alegre.
June piscou, dando um meio passo para trás de surpresa.
Era Mia.
Ele a reconheceu agora, embora fosse difícil dizer a princípio. Ela parecia tanto com Jia—mesmo penteado, mesmo estilo de roupa casual. Até a altura e a constituição delas eram quase idênticas. Era inacreditável.
Elas eram parentes de alguma forma?
Elas também tinham nomes parecidos.
“Mia?” June conseguiu dizer. “Você está aqui?”
Mia assentiu entusiasmada. “Sim! Estou só procurando um novo lugar para ficar. É uma área legal, não é?”
Ela olhou ao redor, observando a rua quieta e as luzes aconchegantes da loja de conveniência atrás dele. “Você mora por aqui?”
Os instintos do June se acenderam, mas ele manteve sua expressão neutra.
Ele balançou a cabeça, sorrindo educadamente. “Não, só estou visitando um amigo,” ele mentiu com facilidade. “Mas o lugar é legal.”
O sorriso da Mia se alargou, e por um momento, pareceu perfeitamente normal—apenas uma fã animada encontrando seu ídolo. June se virou levemente, gesticulando em direção à loja de conveniência.
“Bem, eu tenho que ir,” ele disse, fazendo menção de sair.
Ele queria manter a interação breve. Algo sobre esse encontro estava fazendo sua pele formigar.
Mas a mão da Mia disparou, agarrando levemente seu pulso antes que ele pudesse se afastar.
Não era um aperto forte, mas era o suficiente para pará-lo em seu caminho. June se virou, sua testa franzida em leve confusão.
“Você ainda está usando meu presente?” Mia perguntou, inclinando a cabeça para o lado, sua expressão curiosa e quase… esperançosa.
June piscou. Ele assentiu lentamente, decidindo que era melhor ir na onda.
“Sim, claro,” ele disse com um sorriso. “Eu uso o tempo todo.”
Os olhos da Mia brilharam, mas o sorriso em seu rosto parecia esticar um pouco demais. Havia algo estranho nele, e esse algo fazia o estômago do June se torcer de desconforto.
“Você tem certeza?” ela insistiu, seu tom estranhamente intenso.
June inclinou a cabeça, estudando-a. “O que você quer dizer?”
“Você não o deu para alguém, deu?” ela perguntou com um tom brincalhão na voz.
Soava como uma piada, mas não realmente. Seus olhos estavam sondando seu rosto, exigindo algum tipo de tranquilização.
June apenas sacudiu a cabeça, forçando uma risada. “Não, claro que não. Eu guardei.”
O sorriso de Mia cresceu, mas em vez de parecer contente, ela parecia quase aliviada.
Ela se inclinou um pouco mais perto, sua voz baixando para um sussurro. “Por favor, use,” ela disse suavemente. “Isso significa muito para mim.”
Por um momento, a luz do poste de rua lançou uma sombra sobre o rosto dela, fazendo-a parecer estranha, quase distorcida.
Seu sorriso permaneceu, mas seus olhos estavam escuros, vazios de qualquer alegria verdadeira. O jeito como ela olhava para ele fazia a pele do June se arrepiar de desconforto.
Ele engoliu, tentando ignorar o calafrio que corria pela sua espinha.
Ele já havia lidado com fãs excessivamente zelosos antes, mas isso era diferente. Havia uma intensidade no olhar da Mia que beirava a obsessão, algo que ele não via há muito tempo. Ele deu um pequeno passo para trás, tentando criar um pouco de distância.
“Sim,” ele disse, sua voz um pouco tensa. “Eu vou usar.”
O rosto da Mia amoleceu, e ela respirou fundo. Ela passou uma mecha de cabelo por trás da orelha, expondo o interior do seu braço por apenas uma fração de segundo.
E foi então que June viu—uma marca fraca, familiar. Era uma pequena cicatriz, quase imperceptível, mas que desencadeou uma memória que ele tinha tentado esquecer.
Ele já tinha visto aquela marca antes. Ele prendeu a respiração quando a realização o atingiu.
Ele olhou para o rosto dela novamente, realmente observando desta vez. A semelhança com Jia não era apenas incrível—era deliberada.
O cabelo, as roupas, e até o modo como Mia sorria eram imitações cuidadosamente elaboradas. Sua mente correu, juntando fragmentos de memórias daquela cicatriz, de um presente que o tinha deixado desconfortável, e de uma garota que já o tinha perseguido a esse ponto.
“Droga,” ele murmurou baixinho, a palavra escapando antes que pudesse impedi-la.
A cabeça da Mia inclinou, seu sorriso vacilando levemente. “O que foi isso?” ela perguntou, sua voz ainda doce.
June se obrigou a sorrir, mesmo que todo instinto estivesse gritando para ele se afastar dela.
Ele assentiu, dando outro passo para trás, desta vez mais deliberado.
“Sim, eu disse que vou usar,” ele repetiu, sua voz agora mais leve, mais animada. Ele estava colocando sua máscara de ídolo, aquela que nunca mostrava medo ou desconforto. “Não se preocupe.”
O sorriso da Mia voltou, mais largo do que antes. “Eu sabia que você faria,” ela disse suavemente. “Eu sempre soube que você não se esqueceria de mim.
“Bem, foi bom ver você,” ele disse, forçando um tom casual. “Mas eu realmente tenho que ir agora.”
Mia assentiu lentamente, seus olhos nunca deixando o rosto dele. “Claro,” ela disse docemente. “Te vejo por aí, June.”
Ele não respondeu. Simplesmente se virou e caminhou o mais calmamente possível em direção à loja, resistindo ao impulso de sair correndo. Ele podia sentir os olhos dela em suas costas, observando-o com aquele olhar perturbador e inabalável.
Assim que entrou, ele soltou um suspiro que nem sabia que estava segurando. Ele olhou de volta pela porta de vidro, mas Mia tinha desaparecido, sumido como se nunca tivesse estado lá.