Corações Renascidos: A Esposa Devotada do Bilionário - Capítulo 494
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Capítulo 494: Chapter 494: Um Julgamento de Justiça
As palavras de Neil deixaram Sharon pasma.
Nunca ninguém havia dito para ela, “Eu posso cuidar de você.”
Quando ela era jovem, antes de seus pais saírem para trabalhar, diziam a ela:
“Vovó está ficando velha e seu irmão ainda é pequeno. Você precisa ser sensata e obediente, está bem?”
Na escola, quando a família enfrentava dificuldades financeiras e não podia manter dois filhos, sua avó disse:
“Você é burra, suas notas são ruins, e como irmã mais velha você deveria cuidar do seu irmão mais novo. Saia da escola para que ele possa continuar seus estudos.”
Mais tarde, quando ela entrou para o exército, o comandante da companhia a repreendeu:
“Eu não me importo com o que você era em casa. Quando entra no exército, você é um soldado, uma arma, uma bala.
O que você deve pensar é em como derrotar o inimigo, não ficar aqui chorando por estar cansada, injustiçada ou sobrecarregada!”
Então, ela enterrou suas emoções e marchou para a frente bravamente.
Ela sempre foi a sensata. A obediente.
Aquela que cuidava da avó, do irmão, dos camaradas e do país.
E assim, passaram-se trinta anos.
Hoje, alguém finalmente disse para ela:
Está tudo bem em ser um pouco vulnerável.
Eu posso cuidar de você.
Se você ficar doente, eu cuido de você por um dia, um ano ou até por toda a vida. Não importa.
Não, Neil já estava cuidando dela há muito tempo.
Quer fosse na movimentada capital ou nas montanhas tranquilas, ele estava sempre lá.
“O que houve? No que está pensando?” Neil franziu a testa ao ver Sharon sentada quieta, sem tocar na sopa.
“Não é nada.” Sharon balançou a cabeça. Sua voz carregava emoções que ela mesma não havia percebido.
“Chefe… você é tão gentil.”
Neil riu. “Você também é gentil.”
Era bom ser direto, bom ser gentil, bom ser focado até mesmo bom ser entediante.
“Obrigada, chefe, pelo elogio.” As orelhas de Sharon ficaram vermelhas enquanto ela finalmente pegava a colher e tomava a sopa que Neil havia lhe oferecido.
“Como está o sabor? Você gosta? Se não estiver bom, eu preparo algo diferente na próxima vez.”
“Não, está perfeito.”
“Então beba mais.”
“Obrigada, chefe.”
“Quantas vezes você vai me agradecer por uma refeição?”
“Desculpe, chefe.”
“…Esquece, apenas diga ‘obrigada’ então.”
Meio mês depois, Sharon se recuperou e recebeu alta do hospital.
A vida voltou ao normal, e ela e Neil continuaram trabalhando lado a lado. Eles ainda entravam e saíam juntos todos os dias, mas qualquer um com um olhar atento poderia ver que algo havia mudado.
Neil tratava Sharon com ainda mais cuidado, tirando flocos de neve dos cabelos dela, endireitando sua gola amassada, provocando-a para fazê-la sorrir.
Colegas cochichavam pelas costas deles:
“O Advogado Parker deve estar envolvido com a Miss Sharon. Depois de passarem pelo inferno juntos, certamente estão próximos.”
Outros argumentavam:
“Não necessariamente. Talvez ele apenas se sinta culpado e esteja tentando compensá-la.”
Ninguém podia dizer com certeza.
Mas para Sharon, aqueles dias eram lindos.
Ela não conseguia descrever bem o sentimento, mas estava feliz todos os dias e sempre ansiosa pelo próximo.
Até que o telefone tocou.
Era o Departamento de Segurança Pública da sua cidade natal.
“É a Miss Sharon?”
“Sim, sou eu. O que aconteceu?”
“Seu irmão Ken esfaqueou alguém. A vítima ainda está na UTI. Por favor, venha para casa e resolva a situação.”
Sharon ficou paralisada de horror.
Seu irmão sempre foi obediente e cumpridor da lei. Como ele poderia ter esfaqueado alguém?
“O que houve?” Neil olhou para cima de seus arquivos de casos, a luz refletindo nas lentes de seus óculos.
“Meu irmão está em apuros, chefe. Preciso voltar para casa imediatamente.” Sharon empacotou suas coisas em pânico, seu rosto cheio de ansiedade.
Antes que Neil pudesse responder, ela já estava no meio do caminho para a porta.
Ele pegou seu pulso, sua voz firme. “Calma. Me diga o que aconteceu.”
“A polícia disse que meu irmão esfaqueou alguém e o homem está na UTI. Eles querem que eu resolva isso.” Suas palavras apressadas mostravam o quanto ela estava frenética.
“Em casos de lesão, geralmente envolve compensação. Se as coisas não puderem ser resolvidas pacificamente, pode ir a julgamento. Sou bom nisso. Eu vou com você.” Neil pegou seu paletó e o vestiu.
“Chefe, você não precisa. É um problema da minha família. Você ainda tem trabalho a fazer.” Sharon balançou a cabeça firmemente.
Neil estreitou os olhos. Então, em um tom que ele não usava há muito tempo, perguntou:
“Quem é o chefe aqui?”
Sharon ficou em silêncio. O que quer que quisesse dizer, teve que engolir.
“Vamos,” Neil disse, saindo do escritório.
E Sharon só pôde seguir.
Eles nem pararam para arrumar as malas. Foram direto para o aeroporto, compraram o voo mais cedo e voaram para a cidade natal de Sharon.
Às três da tarde, chegaram ao Departamento de Segurança Pública, onde Ken estava detido.
“Oficial, sou Sharon, a irmã de Ken. Posso saber o que aconteceu?” ela perguntou ansiosamente.
O policial explicou o incidente.
Na noite anterior, após terminar horas extras, Ken saiu para jantar com a namorada.
Enquanto eles comiam, alguns homens bêbados na mesa ao lado insistiram que a namorada de Ken bebesse com eles.
Ela se recusou: “Por que eu deveria? Eu nem conheço vocês.”
Um homem a esbofeteou fortemente no rosto.
Ele zombou: “Você deveria se sentir honrada por eu mesmo ter pedido. Sua vadia desavergonhada.”
Vendo sua namorada insultada e agredida, Ken perdeu a cabeça e socou o homem.
Isso enfureceu os amigos do homem, que se reuniram e bateram em Ken.
O dono da loja tentou intervir, mas também foi esbofeteado e chutado quando tentou chamar a polícia.
A briga piorou. O homem bêbado, enfurecido, tentou estuprar a namorada de Ken ali mesmo na loja, desabotoando o cinto.
Em fúria, Ken pegou uma faca de cozinha e o esfaqueou.
Os companheiros do homem o levaram às pressas para o hospital, enquanto o dono da loja finalmente conseguiu chamar a polícia.
Agora, com a vítima na UTI, o Departamento teve que notificar ambas as famílias.
Depois de ouvir tudo isso, Sharon cerrou os punhos, seu rosto pálido de raiva.
A expressão de Neil não era melhor. Ele disse friamente: “Isso foi legítima defesa.”
“Sabemos,” disse o oficial, “mas precisamos esperar o relatório médico para determinar se está dentro do alcance legal. E a família da vítima está muito emocionada.”
Logo, a família irrompeu no local.
Uma mulher de meia-idade, abatida, com cabelos cacheados e olhos vermelhos, avançou em direção a Sharon, reconhecendo-a imediatamente.
Agarrando os ombros de Sharon, ela gritou com os dentes cerrados:
“Se meu filho não acordar, eu vou te matar! Vida por vida!”
Antes que ela pudesse se aproximar mais, Neil se colocou na frente de Sharon. Com as mãos nos bolsos, ele olhou para baixo da mulher com calma glacial.
“Com uma mãe como você, não é de se admirar que seu filho tenha se tornado sem vergonha.”
A polícia rapidamente afastou a mulher. “Calma!”
Mas ela apenas chorou mais alto, chamando Ken de assassino, Sharon de irmã do assassino e Neil de cúmplice.
A cena virou um caos.
Mais tarde, Sharon finalmente foi autorizada a ver seu irmão.
Ken, com apenas vinte e cinco anos, parecia exatamente com ela, alto e comum, mas agora espancado, preto e azul, sentado em um atordoamento.
Quando ele viu Sharon, mancava para a frente e sussurrou através das grades, culpa escrita por todo seu rosto machucado:
“Mana… me desculpe. Eu trouxe vergonha para nossa família.”
“Não é sua culpa.” Sharon apertou sua mão firmemente.
A voz de Ken tremia. “E quanto ao homem? Ele morreu? Vou para a cadeia?”
“Não,” Neil cortou firmemente. “Não enquanto eu estiver aqui.”
Ken olhou para ele confuso. “Você é…?”
“Este é Neil Parker,” Sharon explicou. “Meu chefe e um dos melhores advogados da capital.”
Os olhos de Ken se encheram de lágrimas. “Advogado Parker, por favor me ajude. Eu juro que não quis matá-lo. Eu realmente não quis!”
“Eu sei.” A voz de Neil era firme. “Não pense nisso. Sua irmã e eu vamos tirar você dessa.”
Um mês depois, após uma acirrada batalha legal, Neil derrotou o chamado advogado “Deus da Guerra Invencível” contratado pela família da vítima.
O tribunal considerou as ações de Ken como legítima defesa. Ele foi absolvido.
Sobrecarregado de alívio, Ken abraçou sua namorada fortemente na sala do tribunal.
Naquela noite, Sharon, Neil, Ken, sua namorada e sua avó compartilharam uma refeição simples, mas alegre, em casa.
Vovó levantou o copo para Neil. “Advogado Parker, eu agradeço de coração. Sem você, Ken talvez realmente tivesse ido para a prisão.”
Neil levantou-se e brindou com ela. “Vovó, não há necessidade de me agradecer. Este é apenas o meu trabalho.”
Litígios eram, afinal, o que ele fazia de melhor.
Ken e sua namorada também brindaram a ele, insistindo que quando Neil tivesse mais tempo, eles lhe mostrariam as atrações locais como forma de retribuição.
Mas Neil apenas sorriu. “Amanhã, devo retornar à capital. Há muito trabalho me esperando.”
Naquela noite, após o banquete, Neil ficou no quarto que a avó havia preparado para ele.
Ken puxou Sharon de lado e sussurrou cautelosamente:
“Mana… o Advogado Parker está te paquerando? Por que mais ele nos ajudaria tanto?”