Corações Enredados - A Mama do Bebê do Alfa - Capítulo 64

64: Eu só respondo ao rei… 64: Eu só respondo ao rei… Selene POV
“O quê?” Levantei-me apressada “Isso deveria ser uma coisa? Como pode a minha presença ou ausência impactar todo mundo?”

“Mamãe, por favor, se apresse, estou morrendo de fome,” Vina choramingou.

Corri para o armário e peguei as primeiras roupas que meus olhos encontraram antes de sair correndo novamente. Quando voltei, só estava o Noah no quarto.

“Onde estão as meninas?” Perguntei procurando por elas.

“Pedi para elas irem na frente. Já terminou?” ele me perguntou calmamente.

“Sim, acho que sim,” confirmei sem conseguir olhar nos olhos dele. Eu não esperava que ele estivesse falando comigo em primeiro lugar.

“Então vamos,” ele estendeu a mão para mim e juntos começamos a caminhar em direção à porta.

Sentia a culpa me roendo por dentro enquanto nos movíamos. A noite passada tinha sido terrível e mais do que tudo, eu sabia que ele estava ansioso por ela. Foi minha culpa que tudo tivesse dado errado.

Ele merecia pelo menos um pedido de desculpas.

“Noah!” Parei de andar enquanto tentava chamar a atenção dele.

“Sim,” ele se virou para mim parecendo surpreso “O que houve?” ele perguntou.

“S-Sabe,” engoli em seco “Sobre a noite passada. Eu sinto muito mesmo. Eu não pretendia te magoar de propósito, eu juro. Eu só…”

“Exatamente pelo o quê você está se desculpando?” ele de repente perguntou fitando-me em silêncio.

“Bem,” dei de ombros “Por tudo,”.

“Não, Selene,” ele balançou a cabeça ainda mantendo uma expressão calma “Quero que você me diga especificamente pelo que está se desculpando porque você me ofendeu muito e em muitas partes então preciso saber qual pedido de desculpas você está oferecendo,”.

“Ah, Noah!” Suspirei e tentei alcançar o rosto dele, mas ele deu um passo para trás.

“Agora não é nem lugar nem hora, Selene. Vamos apenas tomar café da manhã, todos estão esperando por nós,”.

Ele pegou minha mão novamente e juntos descemos as escadas. Quando entramos no Grande Salão de Jantar, o silêncio ali era ensurdecedor. Assim que entrei, mais de dez pares de olhos se voltaram para a minha direção. Pude ver o nojo e desprezo em seus rostos enquanto olhavam para mim.

Você não podia culpá-los. O que dizem sobre um homem faminto ser um homem irritado era verdade. Noah me conduziu até a minha cadeira ao lado dele enquanto ele se sentava na cabeceira da mesa com o pai do lado oposto.

Mal me acomodei quando a voz de Nora soou amargamente.

“Parece que a sua Luna não foi educada sobre a etiqueta de jantar e ser uma rainha. Ela nos deixa aqui por quatro horas, entra sem reconhecer a presença do Pai ou da Mãe e vai para o lugar dela como se não tivesse acabado de deixar todo mundo morrendo de fome. Não consigo acreditar que o Xavier teve que aturar isso por 7 anos,”.

“Nora!” A mãe de Nora repreendeu a filha “Você não deveria dizer isso,”.

“Por quê?” Nora continuou irritada “Se ninguém vai chamar a atenção dela por sua falta de educação e…”.

“Chega!” A voz de Noah trovejou enquanto ele batia a mão na mesa de jantar, seus olhos ardendo de raiva enquanto se virava para a irmã. “Uma palavra sua e você pode dar adeus ao café da manhã,”.

O quarto ficou em silêncio.

“Ela é minha esposa e espero que todos a respeitem. Aprender leva tempo e é minha culpa que a rainha não esteja familiarizada com os modos e maneiras dos Lycans, mas vou garantir que ela seja devidamente educada,” falou Noah… dessa vez calmamente.

“Até parece!” Nora murmurou em voz baixa, alto o suficiente para que todos ouvissem, até Noah.

Furioso, Noah se levantou, agarrou a toalha da mesa e jogou tudo para o lado de forma que todos os pratos que estavam na mesa caíram no chão. Suas pupilas se tornaram negras e seu rosto estava vermelho de raiva.

“É isso!” ele gritou “Nenhum café da manhã para ninguém, exceto as meninas. Alguém chame o Cozinheiro da Matilha!”

Todos nos levantamos… Eu estava surpresa. Nunca o vi tão furioso quanto neste momento. O que era perturbador, no entanto, era que sua família parecia não se importar. Todos agiam como se esse comportamento fosse normal e eles estivessem acostumados.

Noah conseguiu se controlar enquanto o Cozinheiro da Matilha entrou.

“Você não vai servir comida, lanche ou qualquer coisa na casa da matilha hoje exceto para as crianças. Se eu ouvir ou pegar você alimentando alguém, sua cabeça vai responder por isso. Entendeu?”

“Sim, Sua Majestade,” O cozinheiro da matilha se curvou enquanto Noah saía do salão, aborrecido.

“Caramba! Por que ele está tão bravo?” Nora desdenhou, olhando para mim. “Não é como se eu tivesse dito algo ruim.”

“Eu te disse para não se preocupar com o casamento do seu irmão. Agora veja o que aconteceu,” a mãe dela suspirou.

Silenciosamente, o Grande Alfa saiu do quarto com o resto da sua família em seu encalço. Eu suspirei aliviada, porque achei que eles fossem confrontar comigo. Quando ficamos sozinhas, as meninas que eu segurava apertado finalmente quebraram o silêncio.

“Isso foi assustador,” disse Maeve. “Eu nunca o vi tão bravo.”

“É realmente a comida que o deixou tão bravo?” Vina questionou. “Eu duvido.”

Abaixei meu olhar, culpada, enquanto colhia as meninas em meus braços e seguimos para fora do salão de jantar para dar espaço para as empregadas limparem o local. Segui as meninas de volta ao quarto e observei à medida que os funcionários da cozinha chegavam para servir o café da manhã delas. Enquanto elas comiam, conversavam felizes.

Eu estava cansada demais para dizer para elas não falarem, enquanto minha mente se voltava para a reação de Noah de alguns minutos atrás. Vina estava certa, não era a comida que havia causado a raiva. Era eu e me sentia tão mal que todos tinham que sofrer por minha causa.

Eu tinha que encontrá-lo. Caso contrário, todos usarão isso como uma oportunidade para me odiarem ainda mais.

“Comportem-se meninas, preciso ir encontrar o Alfa Noah, tá bom?”

“Tá bom, mãe,” elas acenaram felizmente e continuaram conversando. Assim que fechei a porta e dei alguns passos em direção à escada, a governanta seguida por uma mulher de meia-idade de repente parou.

“Luna,” a governanta disse animada. “Eu estava prestes a ir procurar por você. Ela diz que é da parte de Sua Majestade.”

“Sua Majestade? Onde ele está?” meus olhos vasculharam por cima da cabeça dela procurando Noah.

“Eu não saberia, Luna,” a mulher de meia-idade disse agradavelmente. “Ele me enviou para esclarecer para você sobre os seus papéis e deveres nesta matilha.”

“Que maravilha,” eu assenti. “Mas podemos fazer isso mais tarde, preciso encontrar o Noah.”

“Me desculpe, Luna,” a expressão da mulher de meia-idade se tornou séria. “Mas estou apenas seguindo ordens. A menos que você queira que Sua Majestade me puna, é melhor você vir para que possamos começar seu treinamento.”

Olhei para a porta com desejo, perguntando-me onde Noah poderia estar. Sem conseguir protestar, segui a mulher obedientemente até o Sala da Manhã. Já havia uma lousa e uma cadeira montadas perto da janela.

“Boa tarde, Luna, acredito que não nos apresentamos devidamente. Então, meu nome é Marisa e eu sou a responsável por treinar Lunas e incutir nelas nossos valores centrais e ensinamentos. Você pode optar por me chamar de Marisa ou professora; qualquer um que te agrade,”
“Tá,” eu acenei distraída, verificando meu celular para ver se Noah havia respondido à minha mensagem, mas ele ainda não havia respondido.

“Agora, antes de continuarmos, tem alguma pergunta para mim?” ela perguntou.

“Não!” Eu balancei minha cabeça.

“Ótimo! Então, a partir deste momento, eu te vejo como minha aluna e você deve me tratar como trataria sua professora. Eu vou ter que pedir para você entregar seu celular já que parece distraída com ele,”.

“O quê?” Eu olhei para ela incrédula. “Não! E se meus filhos precisarem de mim ou algo assim?”

“As pequenas princesas têm suas empregadas pessoais e babá. O que elas poderiam querer de você. Por favor, entregue seu celular a menos que você queira que eu relate sua insubordinação ao rei,”
Olhei para ela incrédula, surpresa com a facilidade com que ela me ameaçava. A contragosto, entreguei meu celular para ela. Nas próximas duas horas, fiquei sentada ouvindo sobre a história da matilha, todos os reis antes e etc.

Ao final da aula, eu estava irritada, cansada e nervosa. Assim que ela me devolveu meu celular, eu rapidamente verifiquei meus chats e descobri que Noah tinha visto as mensagens, mas ele não respondeu.

Imediatamente, saí correndo do quarto e fui para o pátio. Era quase meio-dia quando terminamos. Eu não soube quem perguntar onde ele poderia estar. Não tinha nem ideias mínimas de onde ele estivesse.

Enquanto andava pelo pátio chamando seu número e mandando mensagens simultaneamente, eu esbarrei em alguém.

Eu me virei pronta para me desculpar quando percebi que era Reid, o Beta de Noah.

“Ah, é você!” Eu suspirei aliviada, graças à deusa, por favor, você pode me levar até onde o Noah está? Eu preciso vê-lo,”
“Desculpe, Luna, mas o Rei não quer ver ninguém no momento. Ele especificou instruções rigorosas sobre isso,”
“Mas eu não sou qualquer uma,” eu argumentei. Eu sou a esposa dele e ele vai me ver,”
“A menos que eu receba uma autorização dele para que você seja admitida onde ele está, me desculpe minha rainha, mas não vou deixar você ir até ele,”
“Eu exijo isso!” Eu disse veementemente. “Como você ousa desobedecer minhas ordens?”

Reid me olhou por um tempo antes de rir secamente. “Receio, Luna, mas eu só respondo ao rei,”