Corações Enredados - A Mama do Bebê do Alfa - Capítulo 285
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285: Dores do trabalho de parto… 285: Dores do trabalho de parto… POV Selene
Quando o elo mental entre Xavier e eu subitamente se rompeu, senti uma dor aguda e oca em meu peito. O corte foi abrupto, como uma porta se fechando bruscamente entre nós. Um momento eu estava falando com ele — tentando desesperadamente entender o que estava acontecendo na Matilha Greyhound — e no próximo, só havia silêncio. Silêncio frio e implacável.
Eu ofeguei baixinho, segurando minha cabeça enquanto a desconexão me atingia. Algo não estava certo. Eu mal havia começado a explicar para Xavier que estávamos trabalhando para descobrir a verdade por trás dos ataques quando o link foi cortado. Tentei novamente alcançar a conexão, mas era como se o fio tivesse sido completamente cortado.
“Não!” Eu sussurrei em frustração, meu coração acelerado. “Não, não, não!”
Noah, que estava caminhando por perto, virou-se ao ouvir minha voz. Seus olhos afiados imediatamente se fixaram nos meus, se estreitando em preocupação. “Selene, o que aconteceu?”
“Eu perdi o elo mental,” murmurei, esfregando a têmpora. “Um segundo eu estava falando com o Xavier e então… tudo ficou em silêncio. Acabou.”
A expressão de Noah escureceu, e sua mandíbula se apertou. “Isso não é um bom sinal,” ele resmungou em voz baixa, seus olhos vasculhando o quarto como se pudesse encontrar uma solução apenas pela força de vontade.
Kragen, que estava de pé, ao lado da janela, tenso e quieto, deu um passo à frente. “Ele estava sob ataque?” Sua voz era baixa, um rosnado retumbando por baixo.
“Eu não sei,” admiti, com a inquietação se aprofundando dentro de mim. “Ele não disse nada sobre um ataque. Ele apenas disse que estavam tentando conter os lobos renegados, mas no momento que tentei investigar mais a fundo… foi como se alguém nos cortasse.”
Noah xingou baixo, seu rosto endurecendo. “Precisamos obter mais informações — agora.”
“Mas como?” perguntei, minha mente acelerando. “Se o elo mental está quebrado e as comunicações da Greyhound estão fora do ar, como sequer podemos alcançá-los?”
Um pesado silêncio se seguiu enquanto Noah e Kragen trocavam olhares. Kragen foi o primeiro a quebrar o silêncio.
“Eu não confio que o rompimento do elo mental seja acidental,” ele disse, sua voz estável, mas sombria. “Quaisquer que sejam as forças atuando nos bastidores, elas são organizadas. Elas sabem como nos cortar. Isso não foi apenas uma simples interrupção.”
Noah concordou com um aceno de cabeça. “O que significa que precisamos agir rápido. Não podemos nos dar ao luxo de sermos pegos de surpresa.”
Uma onda de frustração cresceu dentro de mim. Eu odiava esse sentimento — essa impotência. Por tanto tempo, eu me senti como se estivesse sendo empurrada por eventos fora do meu controle. Primeiro, sendo levada e mantida por alguém que tinha se passado por mim, depois sendo informada sobre uma profecia que mal compreendia. E agora, enquanto minha matilha talvez estivesse sob sítio, o peso disso tudo pressionava sobre meus ombros.
“Eu preciso ir até lá,” eu falei do nada, com a voz mais firme do que esperava.
Os olhos de Noah se voltaram para mim. “O quê?”
“Eu preciso ir para Greyhound,” eu disse novamente, meu coração acelerando enquanto as palavras saíam da minha boca. “Xavier é minha matilha — nossa matilha. Eu não posso simplesmente ficar sentada enquanto eles estão sendo atacados.”
A expressão de Noah endureceu instantaneamente. “Não. De jeito nenhum.”
“Como assim ‘não’?” eu desafiei, caminhando em direção a ele. “Não temos outra maneira de descobrir o que está acontecendo. A Greyhound está sob ataque, e nós estamos presos aqui sem respostas.”
“Você não precisa estar no meio disso,” Noah retrucou, sua voz áspera, mas eu podia ouvir a preocupação entrelaçando suas palavras. “Nós não sabemos o alcance completo do que está acontecendo, Selene. Se você for até lá, você poderia caminhar direto para uma armadilha.”
Eu apertei os punhos, a frustração me roendo. “Eu não vou simplesmente ficar parada e assistir minha matilha desmoronar. Eu não sou alguma donzela indefesa, Noah. Eu tenho que fazer alguma coisa.”
Kragen se colocou entre nós, sua presença comandante como sempre, mas seu tom era mais suave do que o de Noah. “Selene, eu entendo sua urgência. Mas Noah está certo — não sabemos o que está nos esperando na Greyhound. Se você for, não podemos garantir sua segurança.”
“E quanto à segurança de todos os outros?” eu respondi. “Se eu estou conectada a esta profecia, então preciso começar a agir como tal. Eu não vou deixar pessoas morrerem quando eu posso ajudar.”
O olhar de Noah suavizou por um momento enquanto ele me observava, e pela primeira vez em toda a conversa, eu vi algo além do seu instinto protetor. Havia dor nos olhos dele. Medo.
“Eu sei que você quer ajudar,” ele disse calmamente, se aproximando. “Eu sei que você se sente responsável. Mas precisamos pensar nisso com calma. Já enviei batedores para verificar as matilhas próximas — se eles voltarem com alguma coisa, nós vamos agir. Mas ir de cabeça pode fazer mais mal do que bem.”
Engoli em seco, o nó na garganta dificultando falar. “Eu apenas… eu não posso perder mais ninguém, Noah. Eu não vou.”
Sua mão alcançou meu rosto gentilmente, o calor de seu toque me firmando por um breve momento. “Eu sei,” ele disse suavemente. “E nós não vamos. Nós encontraremos uma maneira de chegar até Greyhound. Mas precisamos ser inteligentes a respeito.”
Enquanto eu estava ali, tentando absorver tudo que Noah e Kragen estavam dizendo, uma dor aguda rasgou meu abdome, parando-me no lugar. Apertei os dentes e dei uma lufada, tentando não deixar transparecer no rosto. A última coisa que eu precisava era que eles me vissem nesse estado — especialmente agora.
Não agora.
Pressionei a mão gentilmente no meu ventre, tentando acalmar a dor que retorcia. Por favor, bebê. Não agora. Só mais um pouco.
A voz de Noah continuava, delineando medidas defensivas e estratégias, mas eu mal conseguia ouvi-lo. A dor tinha vindo de repente, e não estava aliviando. Estava crescendo. Outra onda me atingiu, mais forte dessa vez, e senti meus joelhos vacilarem. Eu apertei os punhos, tentando me manter firme.
“Selene?” A voz de Noah rompeu o torpor. “Você está bem?”
Forcei um sorriso, que esperava parecesse convincente. “Estou bem,” eu menti, embora meu corpo me traísse com outra cãibra intensa. O suor brotava em minha testa.
“Você parece um pouco pálida,” Kragen disse, seus olhos se estreitando com suspeita. Claro, ele percebeu.
Engoli em seco, disfarçando a dor. “Eu… Eu só preciso descansar um momento,” eu disse, minha voz trêmula mas firme. “Vou para o quarto e deitar um pouco.”
Noah me deu um olhar preocupado, mas assentiu. “Vá descansar. Nós vamos lidar com as coisas aqui.”
Assenti rapidamente, tentando sair de cena sem chamar mais atenção. Cada passo era um tormento. Quando cheguei às escadas, outra contração lancinante me fez agarrar o corrimão, respirando com dificuldade.
Não agora, eu implorei ao meu corpo, segurando meu ventre como se isso pudesse acalmar a tempestade que se formava dentro de mim. Eu não posso lidar com isso agora.
Cheguei ao meu quarto e fechei a porta, desabando contra ela enquanto a dor se intensificava novamente, uma agonia profunda e pulsante que me fazia querer gritar. Mordi o lábio para impedir que o som escapasse, minhas mãos tremendo enquanto eu cambaleava para a cama.
Os lençóis se sentiram frescos contra minha pele incandescente, mas o alívio foi momentâneo. Outra contração me rasgou, mais violenta que a anterior. Agarrei o poste da cama, meus dedos se enrolando no madeira tão fortemente que pensei que poderia estilhaçar.
“Por favor,” eu sussurrei entre dentes cerrados, lágrimas ardendo nos meus olhos. “Não agora. Por favor, não agora.”
Reachingei pelo botão da criada ao lado da cama, apertando-o repetidamente com mãos trêmulas. Esperei, meu coração batendo forte, rezando para que alguém viesse. Mas nada. Nenhuma resposta.
A dor se intensificou, girando pelo meu corpo em ondas implacáveis. Não consegui evitar o gemido que escapou da minha garganta enquanto agarrava meu ventre, sentindo como se estivesse sendo rasgada por dentro.
“Alguém, por favor,” eu sussurrei, a pressão crescendo insuportavelmente. O suor escorria pelas minhas têmporas, meu corpo tremendo incontrolavelmente enquanto percebia que ninguém viria. Ninguém tinha me ouvido. Ninguém sabia que eu estava em trabalho de parto.
Tentei enviar um elo mental para Noah, focalizando através do torpor da dor. Noah, ajuda. Eu preciso… Mas não estava indo. Era como se eu estivesse gritando no vazio, incapaz de alcançá-lo.
Mais uma contração aguda me dominou, desta vez tão intensa que gritei de dor, meu corpo arqueando para fora da cama. Minha visão embaçou de dor, lágrimas escorrendo enquanto eu me encolhia sobre mim mesma, incapaz de me mover.
Eu precisava de ajuda. Eu não podia fazer isso sozinha.
Através da névoa de dor, minha mente procurou alguém — qualquer um — que pudesse me ouvir. E então, quase instintivamente, alcancei Kragen. Sua presença parecia uma âncora estável na tempestade, e me agarrei a ela desesperadamente.
Kragen, por favor. Eu preciso de ajuda. É… o bebê…
Houve um momento de silêncio, e então sua voz veio através do elo mental, afiada e preocupada. Selene? O que está acontecendo?
Estou em trabalho de parto, consegui enviar, meu corpo convulsionando com outra contração. Eu… Eu não posso fazer isso. Eu não consigo…
Sua resposta foi imediata. Aguenta firme. Estou chegando. Fique comigo. Só respire.