Corações Enredados - A Mama do Bebê do Alfa - Capítulo 282
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282: A barreira invisível… 282: A barreira invisível… Perspectiva de Kurtis
Assim que o vínculo mental foi cortado, uma onda de pânico me invadiu. Num momento, eu estava falando com Lucius, ouvindo a urgência em sua voz, e no próximo — silêncio. Não era apenas um silêncio normal; era como se algo tivesse cortado a conexão completamente. Meu coração batia forte no peito, o medo aumentando.
Não podia me dar ao luxo de perder tempo. O que quer que estivesse acontecendo na Greyhound, era grave. E se Lucius tinha entrado em contato comigo, significava que eles estavam em apuros muito maiores do que podiam lidar sozinhos.
Sai rapidamente de meus aposentos e logo encontrei alguns dos meus homens mais confiáveis. Damian, meu Gama, foi o primeiro a se alinhar. Ele tinha instintos aguçados, e eu precisava de alguém como ele se íamos conseguir passar por isso. Em seguida, vieram os gêmeos, Marcus e Elijah, lutadores ferozes conhecidos por sua habilidade de se moverem furtivamente em território inimigo.
“Estamos indo para Greyhound,” disse a eles enquanto pegava meu equipamento. “Lucius acaba de me avisar que eles estão sob ataque, e as comunicações estão cortadas. Algo não está certo.”
Damian franziu a testa, sentindo a gravidade da situação. “Sob ataque? Por que não ouvimos nada sobre isso?”
“Esse é o problema. Eles foram isolados.” Apertei a mandíbula, a urgência queimando em minhas veias. “Prepare-se. Vamos partir imediatamente.”
Não demorou muito para nos aprontarmos. O sol começava a se pôr enquanto saíamos, empurrando nossos lobos para se moverem o mais rápido possível. Cobrimos o terreno rapidamente, a cavalgada de quatro horas parecendo uma eternidade. A tensão era palpável no ar, todos nós em alerta, sabendo que estávamos indo para território desconhecido.
Mas quando nos aproximamos das bordas externas do território da Greyhound, algo estranho aconteceu. O caminho usual que tomávamos para entrar nas terras da matilha estava… bloqueado. A princípio, parecia uma névoa espessa que se aproximava, mas quando tentamos avançar, batemos em uma barreira, invisível, mas sólida como pedra.
“Que diabos é isso?” Marcus rosnou, com a mão próxima à sua arma.
Tentei empurrar novamente, mas foi inútil. O que quer que fosse, não era natural. Parecia magia — forte, antiga e impenetrável.
“Precisamos encontrar outro jeito de entrar,” disse, a frustração tingindo minha voz enquanto examinava a área em busca de rotas alternativas.
Damian se aproximou da barreira e pressionou sua mão contra ela. “Não é só aqui,” disse ele, sombrio. “Posso sentir que se estende mais adiante. É como se todo o território estivesse trancado.”
Elijah praguejou baixinho. “Não vamos conseguir passar, né?”
“Não.” Meu estômago se revirou. Não podia deixar Lucius e a matilha se defenderem sozinhos, não quando estavam cercados, mas essa barreira… Era algo além do que eu já tinha visto.
Não tive escolha a não ser pedir ajuda. Peguei meu telefone e liguei para Noah, meu coração afundando enquanto esperava ele atender. Noah, o Rei Lycan, tinha o tipo de autoridade e alcance que poderia nos ajudar a romper.
Ele atendeu no segundo toque.
“Sua Majestade, é Kurtis,” eu disse, com a voz tensa. “Temos um problema sério. Greyhound está sob ataque, e há uma barreira ao redor do território. Não consigo entrar, e as linhas de comunicação estão cortadas.”
Houve uma pausa, um silêncio pesado do outro lado. Quando Noah finalmente falou, sua voz estava sombria. “Não é só a Greyhound, Alfa Kurtis.”
“O que você quer dizer?” perguntei, o nó no meu estômago se ampliando.
“Várias matilhas estão sob ataque,” disse Noah, seu tom frio e duro. “Isso não é um incidente isolado. Greyhound é apenas uma entre muitas. Quem está por trás disso está atacando vários territórios de uma vez. Eles são coordenados e estão usando algum tipo de magia para trancar as matilhas. Meus homens já estão esticados ao máximo, e ainda estamos tentando descobrir como contra-atacar isso.”
Passei a mão pelo cabelo, minha mente acelerada. “Então, o que fazemos? Lucius está lá dentro. A matilha está vulnerável.”
“Eu sei,” disse Noah, a frustração clara em sua voz. “Mas por enquanto, não há nada que possamos fazer. Nossos recursos estão muito limitados, e ainda não temos como romper essas barreiras. Precisamos de tempo.”
Tempo. Parecia uma sentença de morte. Cada segundo que ficávamos presos aqui fora, Greyhound sofria, e Lucius…
Exalei bruscamente, tentando conter a raiva que crescia em mim. “Não posso simplesmente ficar aqui sentado, Noah. Precisamos de um plano.”
“Estou trabalhando nisso, Kurtis,” disse Noah. “Mas agora, precisamos nos reagrupar e reunir mais informações. Não podemos nos precipitar às cegas. Vou te atualizar assim que soubermos mais.”
Apertei o punho, odiando como me sentia impotente. “Tudo bem,” eu disse, embora fosse a última coisa que queria dizer. “Mas não me deixe no escuro por muito tempo.”
“Não vou,” Noah prometeu, antes de terminar a ligação.
Olhei para o telefone em minha mão, com a mandíbula apertada. Havia algo mais que poderíamos fazer. Não conseguia afastar a sensação de que tudo estava interligado — Greyhound, Lucius, Selene e a estranha tensão que crescia nas matilhas.
Mas sem nenhum meio de entrar e sem respostas imediatas, tudo que pude fazer foi esperar, e isso estava me dilacerando.
Enquanto eu estava ali, encarando a barreira invisível, a frustração me corroía. Eu podia ouvir os uivos distantes da matilha dentro de Greyhound, os sons abafados de batalha ecoando além da fronteira. Meu lobo se contorcia sob minha pele, desesperado para romper e ajudar Lucius, mas não havia nada que eu pudesse fazer. A barreira era muito forte, muito antiga.
“Droga!” Eu soquei o chão, o impacto reverberando pelo meu braço, mas a dor não fez nada para amenizar minha raiva.
Damian se ajoelhou ao meu lado, seu rosto marcado por linhas tensas. “Não conseguimos entrar. Quem fez isso sabia exatamente o que estava fazendo. Eles estão isolando as matilhas, cortando qualquer esperança de reforços.”
Concordei, minha mente trabalhando freneticamente. “E eles são organizados. Os ataques, as barreiras… tudo é muito coordenado.” Parei, meus pensamentos voltando a Lucius e à mensagem cifrada que ele tentou enviar antes que o vínculo mental fosse cortado. Algo sobre Selene, Kragen e o desconhecido papel que ela deveria desempenhar.
Kragen. Eu nem havia considerado seu papel em tudo isso, mas se Lucius estava preocupado com ele, então eu também deveria estar. Tudo estava fora de controle, e quanto mais pensava sobre isso, mais percebia quão profundas eram as conexões. Selene tinha desaparecido do Pacote Moon Whisper, Kragen estava sumido, e agora Greyhound estava sob ataque.
Restava a pergunta — quem estava orquestrando tudo isso?
Levantei e limpei as mãos nas calças. “Não podemos simplesmente sentar aqui e esperar. Precisamos encontrar outra maneira de entrar.”
Marcus deu um passo à frente, a testa franzida. “Mas e se não houver outra maneira? Já inspecionamos o perímetro, e todo caminho está bloqueado pela mesma força. Podemos passar horas procurando um ponto fraco, e até então, pode ser tarde demais.”
“Eu sei.” Passei a mão pelo cabelo, andando de um lado para o outro. “Mas não podemos desistir. Ainda não.”
Elijah suspirou, balançando a cabeça. “Kurtis, estamos cavalgando há horas. Os homens estão cansados. Precisamos descansar e nos reorganizar.”
Descansar? Como poderia descansar quando Lucius e Greyhound estavam à beira da destruição? Mas Elijah tinha um ponto. Estávamos funcionando no limite, e meus homens não seriam úteis no estado atual.
“Tudo bem,” murmurei. “Vamos descansar aqui por uma hora. Mas não mais que isso.”
A tensão no grupo era palpável enquanto nos acomodávamos, o peso de nosso fracasso pairando pesado no ar. Damian manteve seu olhar na barreira, seus músculos tensos, enquanto Marcus e Elijah andavam de um lado para o outro, claramente agitados.
Peguei meu telefone novamente, discando o número de Lucius mais uma vez, esperando contra toda esperança que a conexão funcionasse desta vez. Mas a chamada não foi conectada — assim como antes, o sinal estava morto.
“Droga, Lucius…” murmurei em voz baixa, guardando o telefone de volta no bolso. Não pude evitar sentir que isso era minha culpa. Se eu tivesse sido mais atento, se não tivesse deixado meu foco vacilar, talvez pudesse ter chegado mais cedo.
Não conseguia deixar de lembrar do rosto de Lucius quando ele me falou pela primeira vez sobre a estranha conexão entre mim, Emília e ele. Desde que ele partiu, eu estive distraído, e não fui cego para a tensão que isso causou. O relacionamento deles, junto com o envolvimento de Emília, parecia ter muito mais peso do que inicialmente percebi.
Eu tinha me abstido de me envolver, dizendo a mim mesmo que não era da minha conta. Mas talvez eu devesse ter. Talvez eu devesse ter confrontado Lucius mais cedo, pressionado por mais respostas. Agora, com ele em perigo e tudo saindo do controle, parecia que eu tinha esperado demais.
De repente, meu telefone tocou, o som agudo cortando o pesado silêncio. Todos nós nos viramos para olhar, a tensão no ar se intensificando.
Olhei para a tela, endurecendo o rosto enquanto atendia. “Lucius?” disse rapidamente.